terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Famasul quer melhorar comercialização de boi gordo

A Comissão Técnica de Pecuária de Corte da Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul) e a Bolsa Brasileira de Mercadorias (BBM) estão elaborando um projeto piloto para mudar o sistema de comercialização do gado gordo. O objetivo da proposta é fazer com que as relações de compra e venda entre pecuaristas e a rede frigorífica sejam mais transparentes e com garantia de liquidez.

O coordenador da comissão, José Lemos Monteiro, explica que a discussão veio à tona após os últimos acontecimentos envolvendo a falta de pagamento por parte de algumas redes de frigorífico. "O que queremos é dar ao produtor uma oportunidade diferente de comercialização dos produtos, garantindo melhores condições de recebimento", destaca.

A BBM é uma das opções para fazer com que os produtores tenham um novo mecanismo de venda. A proposta já foi apresentada para a CNA, Federação de Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG) e Fórum Nacional da Pecuária de Corte. No próximo dia 25, quinta-feira, a iniciativa será apresentada para a Associação Brasileira dos Frigoríficos, em São Paulo.

O vice-presidente da BBM no Estado, Carlos Eduardo Dupas, afirma que a bolsa é capaz de fazer essa aproximação entre os dois agentes da relação, garantindo mais transparência e liquidez nas operações. "Antigamente os problemas de falta de pagamento nessas transações eram pontuais, mas de uns dois anos para cá se tornaram recorrentes. Com esta operação via BBM, ambos os lados (pecuaristas e frigoríficos) serão beneficiados", diz.

Segundo Dupas, com a nova transação os pecuaristas terão garantia de recebimento, maior competição dos preços, maior número de frigoríficos competindo e não havendo distinção entre os frigoríficos menores e as grandes indústrias, além de maior transparência. Os frigoríficos de pequeno porte terão mais credibilidade, regularidade de oferta e melhor gestão de compra de animais.

No caso da carne, a BBM vai fazer com que vendedor e comprador fixem preço no produto antes dos bois serem embarcados. Os frigoríficos farão um depósito de 90% do valor que fica fixado na operação, em uma conta de liquidação financeira da BBM, e somente depois dessa garantia a mercadoria será embarcada. O acerto final será feito após o abate dos animais, com o repasse do valor pela conta de liquidação.

Para o dirigente, o interesse que está sendo demonstrado por parte dos produtores e dos frigoríficos indica que o projeto deverá ser um sucesso, com previsão de iniciar os primeiros negócios já no próximo mês. "Este é primeiro de um dos grandes problemas da pecuária sul-mato-grossense que está prestes a ser resolvido", conclui.

FONTE As informações são da Famasul, resumidas e adaptadas pela Equipe BeefPoint.

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