terça-feira, 9 de março de 2010

Marfrig quer dobrar confinamento na Argentina


O confinamento do gado bovino é hoje a grande aposta da brasileira Marfrig para crescer na Argentina, em meio à crise vivida pelo setor. A meta da Marfrig é praticamente dobrar, de 10% para cerca de 20%, a proporção do gado confinado no abate total. A estratégia visa garantir o crescimento da Marfrig em 2010, já que o abate provavelmente se manterá nos mesmo níveis do ano passado, quando atingiu 600 mil cabeças, afirma Renato Macedo, diretor da empresa na Argentina.
Estima-se que a Argentina tenha hoje 52 milhões de cabeças de gado, oito milhões a menos do que em 2007. A produção e as exportações aumentaram em 2009, mas graças ao abate de fêmeas, majoritariamente, em um processo de "liquidação de ventres". Em última instância, trata-se de uma antecipação da produção futura, um sinal de desinvestimento. "O problema real é que não há estoque, não há vacas", afirma o presidente da Sociedade Rural Argentina, Hugo Biolcati. "Diante da falta de perspectivas, os criadores se viram obrigados a desfazer-se de fêmeas".
Nesse contexto, a aposta da Marfrig é nos confinamentos. "No segundo semestre, vamos inaugurar o nosso primeiro estabelecimento de engorda próprio", diz Macedo. Localizado em Monte Ralo, na Província de Córdoba, terá capacidade para 22 mil cabeças. Em dezembro, a Marfrig já havia acertado com a Adecoagro a compra de 53 mil cabeças de gado, num pacote que inclui o arrendamento de 74 mil hectares de terras e uma unidade de confinamento em Corrientes. Hoje, cerca de 75% da produção da Marfrig na Argentina destina-se ao mercado interno, mas a companhia também exporta para a União Europeia, além de Rússia, Chile e Peru. O frigorífico também trabalha para incrementar suas exportações à UE dentro da Cota Hilton, com tarifa preferencial de acesso para cortes nobres. A Argentina só preencheu 40% das 28 mil toneladas a que teve direito em 2009. À Marfrig/Quickfood coube uma cota de quatro mil toneladas.
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