segunda-feira, 19 de abril de 2010

Phibro muda gestão e mira mercado de bovinos

À frente da filial brasileira da americana Phibro desde janeiro, o executivo Stefan Mihailov já tem definida uma ousada meta de crescimento.
A dificuldade não reside apenas em praticamente dobrar o faturamento em três anos, mas em extrair esse resultado de um segmento em que a companhia tem hoje uma atuação pequena, a área de bovinos.
A empresa é focada em melhoradores de desempenho, remédios misturados à ração em baixa concentração, de forma preventiva, para melhorar as condições gerais de saúde e o ganho de peso dos animais. Esses produtos têm boas perspectivas de aumento de demanda.
Mas a Phibro tem hoje 78% de suas vendas no Brasil concentradas no setor de aves. Os bovinos respondem por menos de 15%, e é justamente aí que Mihailov enxerga sua oportunidade.
"Há uma pressão crescente para que a pecuária aumente sua produtividade e produza mais carne em menos espaço e menos tempo", explica.
Nesse sentido, a produção avícola brasileira já está bastante tecnificada e concentrada, e as chances de a Phibro crescer aí estão ligadas apenas ao aumento da demanda por carne de frango.
"A avicultura brasileira está na ponta da tecnologia mundial e a suinocultura também avançou muito nos últimos dez anos", diz o diretor-geral da Phibro no país, justificando seu foco estratégico nos bovinos.


Molécula
A grande aposta da Phibro para essa virada é a virginiamicina, um antibiótico desenvolvido pela Pfizer, e que foi adquirido junto com a divisão de nutrição animal da companhia farmacêutica, em 2000.
Trata-se de uma molécula com patente exclusiva, de grande efeito sobre bovinos, e da qual a fábrica do grupo em Guarulhos (SP) é a plataforma mundial de produção desde 2006. É uma molécula mais interessante do que o carro-chefe da empresa hoje no Brasil, a nicarbasina, molécula para uso em aves cuja patente já expirou.
"Nossa meta é crescer seis a sete vezes em bovinos, ampliar a participação em suínos e manter o que temos em aves", diz Mihailov.


Boi a pasto
Para atingir esse crescimento, o executivo terá que expandir o mercado de seus produtos para a pecuária a pasto, o que não vai ser barato. Para chegar até esses pecuaristas, Mihailov está ampliando a equipe na área de bovinos de quatro para 24 pessoas.
Os confinamentos de bois já utilizam aditivos como a virginiamicina misturada à ração, mas no pasto apenas os produtores de alta tecnologia usam melhoradores de desempenho. Nesse último caso, esses produtos são misturados ao sal mineral, colocado à disposição do gado no campo.
"Nossa estratégia passa também por uma forte parceria com as fabricantes de sal mineral, mas o trabalho de geração de demanda no campo será feito por nós", afirma.
As primeiras propagandas virão de testes de campo com a virginiamicina, que estão sendo realizados por sete universidades. "O ganho de peso diário foi 15% maior", garante.
Se a estratégia der certo, o Brasil passará Israel como segundo maior mercado da Phibro no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos.

FONTE: Brasil Econômico

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