terça-feira, 1 de junho de 2010

Rússia não esclarece motivos do embargo

De acordo com o Ministério da Agricultura do Brasil, a Rússia não aponta problemas sanitários para a restrição. Diz apenas que os frigoríficos não estão completamente adequados às exigências impostas por aquele país para importação de carne bovina, sem especificar quais são elas
Ainda segundo o ministério, o comunicado do governo russo informa que, das 29 unidades visitadas durante a última missão ao País, oito tiveram as compras suspensas.

As unidades da JBS que integram a lista estão localizadas em Andradina (SP), Maringá (PR) e Pedra Preta (MT). Já as unidades da Marfrig estão em Capão do Leão (RS), Paranatinga (MT) e Promissão (SP). Também foram interrompidas as importações dos frigoríficos Rodopa, em Santa Fé do Sul (SP), e do Riosulense, em Rio do Sul (SC).
O diretor executivo da Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carne Bovina (Abiec), Otávio Cançado, reclamou da falta de clareza da Rússia na interrupção das compras de alguns frigoríficos brasileiros. "Essa falta de transparência nos remete imediatamente a uma medida protecionista sem embasamento sanitário técnico."
Essa não é a primeira vez que a Rússia impõe restrições à carne brasileira. Segundo Cançado, esse é um problema recorrente na relação entre os dois países. "A cada 15 dias temos problemas com a Rússia. A diferença é que agora ela anunciou embargo a várias unidades de uma só vez", disse. "Como a Rússia não é um país signatário da OMC (Organização Mundial do Comércio), eles apresentam as regras que quiserem para o comércio. Não dá para trabalhar no escuro com nosso maior mercado."
Ao não apontar os reais problemas para a restrição, o governo russo deixa claro que a determinação tem um viés mais comercial do que técnico, com o alvo de até forçar a baixa de preço da carne brasileira. O que faz sentido. Segundo a Abiec, no primeiro quadrimestre, a carne brasileira apresentou forte valorização. O que não faz sentido é a falta de transparência, uma das práticas mínimas entre parceiros no comércio internacional.
As informações partem do jornal O Estado de São Paulo, conforme noticiou o BeefPoint.

Fonte: Centro de Inteligência em Genética Bovina

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