terça-feira, 14 de setembro de 2010

Confinamento: Redução no confinamento confirma tendência de novos reajustes na arroba.

Presidente da Assocon defende que governo amplie prazos e linhas de crédito para recuperação do setor.

Estimativa da Assocon, Associação Nacional dos Confinadores, considerando seus 50 associados, o número de animais confinados este ano deve ficar 20% abaixo dos 374 mil bois colocados sob engorda intensiva em 2009.
De acordo com Ricardo Merola, presidente da Assocon, em todo o mercado brasileiro, o confinamento deve sofrer uma redução de 30%, de 1,9 milhão de animais para 1,3 milhão de cabeças.
Uma das razões para a queda é que entre abril e junho o mercado futuro sinalizava preços baixos para o boi nos meses de setembro e outubro. Mas, naquele momento, quando o pecuarista tinha de decidir quantos animais confinaria, o boi magro estava em alta. " O mercado futuro sinalizava R$ 78,00 a arroba e o boi magro estava em R$ 90 a arroba", diz Merola. "Isso acabou desestimulando o confinamento porque a margem era negativa mesmo com os grãos baratos". Outra razão para o recuo do confinamento este ano foi que entre 2002 e 2006 houve um expressivo aumento no abate de matrizes por causa da descapitalização do pecuarista. Além de o rebanho bovino ainda não ter sido recomposto após o forte abate de matrizes, a seca deste ano também afetou a engorda dos animais de pasto.
Oferta mais apertada de animais para abate significa preços mais altos. Desde o início de junho, a alta é de 14,2% em São Paulo. Na segunda feira, 13, a arroba estava em R$ 92,00, segundo a Scot Consultoria.
Para Ricardo Merola, o governo pode contribuir para a recuperação da oferta de bovinos de corte. Ele defende juros subsidiados de longo prazo para o pecuarista investir na reforma das pastagens e assegurar o rebanho para aumentar o número de bezerros. Já existe um linha de crédito para reforma de pastagens, com limite de R$ 300 mil por pecuarista, prazo de cinco anos e juros de 6,75%. Merola defende limite e prazo maiores e juros menores.

Fonte: Valor Econômico

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