quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Iranianos investem R$ 15 milhões em antigo frigorífico do interior de São Paulo

Unidade do antigo Mozaquatro, de Fernandópolis, foi rebatizado para Boifrig
Agência Estado
Gustavo Porto
Após enfrentar várias crises desde 2006, ser arrendado e enfrentar uma recuperação judicial, o antigo frigorífico Mozaquatro, em Fernandópolis (SP), agora rebatizado de Boifrig, foi salvo por um grupo de investidores iranianos. Eles injetaram R$ 15 milhões no arrendamento e na retomada da produção do frigorífico e têm planos para saltar de um abate diário de 200 cabeças para 750 cabeças de bovinos ainda este ano.
Metade dos animais segue o preceito halal para o abate, um ritual do islamismo, para que a carne possa ser enviada ao Irã. A demanda iraniana estimada pelo sócio do Boifrig, Mohammad Ahmadi, é de 200 mil toneladas de carne por ano.
Além de ser acompanhado por delegados iranianos, o animal abatido pela técnica halal tem de ser degolado por uma faca bem afiada, tem de ter todo o sangue retirado e não pode ter sofrimento.
— O responsável pelo abate tem de pedir licença para Deus (Alá) e a cabeça do animal estar direcionada para Meca — explicou Ahmadi.
De acordo com o empresário, o animal abatido precisa ainda ser macho e ter, no máximo, 36 meses de idade.
Além da carne exportada, parte da oferta abatida pelo preceito halal é destinada a clientes muçulmanos no Brasil. O restante, abatido pelo sistema tradicional, isolado do halal, é escoado no mercado interno.
Ahmadi só reclama da burocracia brasileira, pois foi preciso mais de um ano para que o frigorífico pudesse ser regularizado. Com 250 empregados, o frigorífico deve chegar a 600 com a ampliação do abate.
Pela série de problemas no passado, como a falta de pagamento de pecuaristas, a maioria dos animais é comprada à vista, a um custo diário de R$ 400 mil. O valor deve saltar para R$ 1,5 milhão por dia com o aumento da produção, de acordo com o empresário.

AGÊNCIA ESTADO

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