sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Janeiro: o ano começou com intensa queda de braço

Podemos dizer que o primeiro mês de 2011 foi marcado por uma intensa queda de braço entre pecuaristas e frigoríficos. O resultado disto está expresso no gráfico abaixo, que evidência uma grande oscilação nos preços da arroba.
Gráfico 1. Indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo a prazo



No mês de janeiro o indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo a prazo acumulou valorização de 0,16%, terminando o mês com média de R$ 104,37/@ - este valor é 1,56% menor do que á media do mês de dezembro, que ficou em R$ 106,02/@. Com a chegada das chuvas era esperado um aumento de oferta, mas que até o momento não aconteceu de maneira considerável.
Tabela 1. Principais indicadores



A partir da segunda quinzena do mês os frigoríficos intensificaram as pressões de baixa sobre o preço da arroba, alegando fraqueza no mercado da carne e se mostrando pouco atraídos pelas compras e pelos preços mais altos, esperados pelos pecuaristas. Os compradores paulistas estão tentando comprar animais abaixo dos R$ 100,00/@, mas parecem não estar tendo sucesso nestas investidas e o volume de negócios neste patamares foi pequeno. Em resumo foi assim que o mercado trabalhou durante praticamente todo mês de janeiro, em ritmo lento.
Agentes do mercado comentam que os grandes frigoríficos paulistas estão se abastecendo em Estados vizinhos para conseguir completar as escalas de abate, e no MS, compradores reportam negócios em torno dos R$ 95,00/@ à vista.
Gustavo Figueiredo comentou, via Twitter, que nesta semana foram confirmadas em São Paulo vendas de lotes de boi gordo a R$ 104,00 no prazo, para embarque imediato, e que a escala nos frigoríficos pequenos está bastante curta. Ele ressalta que os frigoríficos grandes reduziram abate em 20% e as programações de abate são feitas com 99,9% de bois vindo de outros Estados e faz a seguinte pergunta: "Qual a saída dos frigoríficos que precisam de boi para morrer quinta-feira?"
Caio Junqueira Neto, ironizou comentando: "Além de rezar?". "Uma dica para os frigoríficos vocês precisam do boi não é? Pois então, comprem o boi e trabalhem para abrir mercado", completou.
"O que estou sentindo no mercado do boi é que o boi de R$ 95,00, à vista, no MS tá acabando", opinou André Villela.
Para Gustavo Garcia, "a mercadoria boi gordo já não acha com fartura faz tempo. Quero ver se essa moda de dividir capão e inteiro pegar".
Eduardo Lund comentou que esta semana foram negociados lotes de vaca gorda em Pelotas/RS por R$ 6,50. "Dono de frigorífico pequeno aqui na região de Pelotas, disse ontem que esta semana começaram chegar carretas com carne, aí de cima a R$ 6,30" informou Lund.
Como está o mercado na sua região? Utilize o formulário para troca de informações sobre o mercado do boi gordo e reposição informando preços e o que está acontecendo no mercado de sua região.
Durante o mês passado o mercado da carne enfraqueceu, em vista das férias escolares, como já era esperado. Assim os frigoríficos encontraram certa dificuldade para escoar a produção e foram fortemente pressionados pelo varejo. Dessa forma a indústria se viu em uma situação complicada, segundo fonte consultada pelo BeefPoint, pois está com problemas para conseguir comprar a matéria-prima no preço pretendido, devido a baixa oferta, e do outro lado foi obrigada a vender sua carne a preços menores.
No atacado paulista, o equivalente físico fechou o mês a R$ 96,21/@, acumulando desvalorização de 2,84% em janeiro. Segundo o Boletim Intercarnes, neste final de mês, a procura melhorou, mas com relação a preços o mercado segue indefinido e a oferta é apenas regular. A tendência para os próximos dias é que ocorra alguma pressão de alta, já que a procura tende a melhorar no decorrer do próximo mês.
Mercado futuro
Na BM&FBovespa, todos os vencimentos de boi gordo negociados acumularam alta durante janeiro. No início da semana, o leitor do BeefPoint, Pedro Miranda, chamou a atenção para os contratos de fevereiro/11 e outubro/11 que estão com valores muito próximos, diferente do que acontece historicamente para os preços da safra e entressafra. TEXTOO que vai acontecer com os preços da arroba em 2011? http://www.beefpoint.com.br/o-que-vai-acontecer-com-os-precos-da-arroba-em-2011_noticia_69143_15_166_.aspx
Gráfico 2. Contratos futuros de boi gordo na BM&FBovespa para vencimento em fevereiro/11 e outubro/11



Reposição
No último dia útil de janeiro de 2011, o indicador Esalq/BM&FBovespa bezerro MS à vista foi cotado a R$ 703,01/cabeça, acumulando variação negativa de 1,29% durante o mês. A relação de torca melhorou e terminou o mês com o valor médio de 1:2,43.
A retração nos preços da arroba provocou uma piora no valor da margem bruta na reposição - valor que sobra da operação de venda de um boi gordo de 16,5@ e compra de um bezerro desmamado e que será usado para investimentos, pagamento de contas e salários e lucro -, que na média do mês ficou em R$ 1.001,84. Este valor é 2,12% inferior ao apurado durante dezembro.
Apesar da piora em relação aos último meses de 2010, este indicador está entre os mais altos dos últimos anos, evidenciando que o momento é bom para a reposição do rebanho.
Gráfico 3. Relação de troca x margem bruta na reposição



Exportação
Segundo os dados preliminares do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, TEXTOno mês passado os exportadores brasileiros enviaram ao exterior 51.800 toneladas de carne bovina in naturahttp://www.beefpoint.com.br/exportacoes-de-carne-bovina-recuam-em-janeiro_noticia_69327_15_166_.aspx. Estas operações foram responsáveis por uma receita de US$ 250,6 milhões.
Se compararmos os dados de janeiro com os valores apurados em dezembro passado temos que a receita registrou uma retração de 12,15% e o volume embarcado recuou 11,57%. o Preço médio da carne bovina in natura exportada também recuou, ficando em US$ 4.838/tonelada.
Tabela 2. Exportações brasileiras de carne bovina in natura


Gráfico 4. Exportações brasileiras de carne bovina in natura



FONTE: BEEFPOINT

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