segunda-feira, 30 de maio de 2011

Seca versus porcentagem de prenhez ou Reflexões para um futuro próximo


Minha vontade de escrever este texto começou quando, na semana passada, estive
em um leilão de gado Angus, onde os preços foram estratosféricos e irreais (ou não) e
onde se pagou o que valia e o que não valia, principalmente vacas prenhas ou novilhas.
Tive a oportunidade de conversar com muita gente, tanto pessoas ligadas a frigoríficos
como também pecuaristas da região do sul do RS.
Por parte das pessoas ligadas aos frigoríficos, a pergunta que eu ouvia era quase
sempre a mesma: "onde está o boi da tua região?"
Comecei, desde então, a intensificar minhas indagações com invernistas e criadores
para tirar duas dúvidas: como está o boi gordo e qual a taxa de prenhez que estão
conseguindo?
Com relação ao boi, tive como respostas, quase que unânimes, de que "boi gordo só
teremos no final de agosto ou início de setembro deste ano, dependendo de como se
comportarem as pastagens", mas comecei a entender mesmo o porquê dos preços
daquele leilão quando, com criadores de terneiros, passei a ter respostas de que
fazendas que tiveram taxas de prenhez médias de 70% a 80% estão, este ano, com
índices muito baixos, confirmando que as atuais estão de 15% a 20% inferiores ao
ano passado (2010), dando como exemplo um comentário de pecuarista que em sua
propriedade tinha obtido média de 71% e este ano está confirmado apenas 49%.
Tenho absoluta certeza de que não teremos taxas médias de prenhez superiores a
60% em nossa região, o que representa uma queda de 15% a 20% nos nascimentos de
primavera de 2011 e, por consequência, uma menor oferta de terneiros no outono de
2012 com preços elevados e dificuldade de reposição.

Deixo aqui, então, esta reflexão: quem está certo? Quem está acreditando que
podemos pagar mais pelo gado de reposição? Ou os que ainda estão duvidando: o que
podemos esperar com relação ao boi para os próximos dias?

Autor: Eduardo Lund
www.lundnegocios.com.br

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