quinta-feira, 9 de junho de 2011

Os desafios para mudar a imagem do setor de carne


Como mostrar que a proteína vermelha é produzida com sustentabilidade, responsabilidade social e ambiental foi o ponto alto das discussões no Congresso Internacional da Carne

É indiscutível a importância da carne vermelha no mundo para a saúde do homem e para a econômica, mas é indiscutível também que a sociedade aponta o dedo para o produtor como responsável pela destruição ambiental. Uma responsabilidade computada apenas ao setor produtivo, sem mesurar o seu trabalho em produzir alimento para o mundo e preserva o meio ambiente através de reservas que chegam a 80% de sua propriedade, como a lei determina no bioma amazônico por exemplo. “O problema da Amazônia não é problema da pecuária, mas da ausência do estado”, apontou o representante da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Fernando Sampaio.

A Associação dos Criadores de Mato Grosso – Acrimat – representante da pecuária mato-grossense, responsável pelo maior rebanho do Brasil com quase 30 milhões e cabeças, trabalho junto aos seus associados nesse rumo. “Por enquanto estamos vendo a porteira à nossa frente e a o caminho para toda essa mudança efetivamente acontece depois dela”, disse o presidente da Acrimat, José João Bernardes. Ele ressaltou que a associação vem fazendo um trabalho preliminar que é o de conscientização do produtor de que “toda mudança passa por ele, tanto no que se refere aos recursos para mover uma campanha pesada de marketing, como de se engajar em mudanças de conceitos e de produção”.

O dirigente da Acrimat explica que diversas ações estão sendo desenvolvidas pelo setor no Brasil e no mundo para quebrar o preconceito com o setor produtivo “mas temos que fazer isso sem olhar para o passado, pois as regras mudaram e não podemos falar de passivos ambientais em um país que tem 62% de seu território preservado, isso é prova incontestável que temo ativos e não passivos”. Bernardes lembra que a Europa e os Estados Unidos não podem dizer o mesmo, pois só possuem passivo ambiental, e mesmo assim promovem discussão sem mencionar o que fizeram no passado. “Mato Grosso é campeão em produtividade no agronegócio e 64% das nossas terras estão intactas, por isso podemos afirmar que somos credores ambientais do mundo e o produtor tem que se preparar para explicar isso aos consumidores, com orgulho de produzir proteína vermelha com sustentabilidade”, ponderou.

Diante dessa urgência em preparar o produtor para esse novo mercado está participando do Congresso Internacional da Carne uma comitiva de 40 pessoas do setor da pecuária de Mato Grosso. São dirigentes, representantes da associação de oito regiões de Mato Grosso, lideranças do setor produtivo e jornalistas. O evento foi promovido pela Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul) em conjunto com o International Meat Secretariat (IMS), conta com a participação de 19 estados e 11 países.
Congresso da Carne 2012

O Congresso desse ano ainda nem terminou e os franceses já estão adiantados na organização do evento para o próximo ano, que acontecerá em Paris no dia 4 de junho. “Como seria o mundo sem carne?” Essa será uma das principais abordagens do evento do ano que vem, de acordo com o chefe da Organização do Congresso Mundial da Carne 2012, Jean Louis Bignon. A França espera a participação de mil pessoas de todo o mundo no Congresso, que vai ainda abordar temas como tecnologia, políticas internacionais, bem estar animal, demanda de carne no mundo, dieta saudável, entre outros.

FONTE:assessoria de imprensa da Associação dos Criadores de Mato Grosso – Acrimat.

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