quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Chuva desta quarta foi insuficiente para amenizar efeitos da estiagem no Rio Grande do Sul


Apesar dos estragos registrados em algumas regiões do Estado, chuva não chegou a 15% da média histórica mensal na maioria das cidades

Apesar dos estragos causados pelo temporal que atingiu o Rio Grande do Sul nesta quarta, dia 30, o volume de chuvas não foi suficiente para amenizar os riscos causados pela estiagem. Na maioria das cidades, a precipitação não chegou a 15% da média histórica para o mês de novembro.

Em Novo Hamburgo, no Vale do Sinos, a chuva ainda trouxe mais transtornos: com o rio dos Sinos em nível baixo, um volume grande de sujeira acabou escoando pelos arroios, prejudicando ainda mais a captação de água. O racionamento anunciado nessa quarta, que deveria valer para apenas uma área da cidade, foi ampliado depois do temporal.

– Não há nenhum alento por enquanto. Mas esperamos que nos próximos dias a situação seja amenizada – diz Elstor Hanzen, da Companhia Municipal de Saneamento (Comusa).

A cidade que registrou o maior volume de chuva em comparação com a média de novembro foi Santana do Livramento, na Fronteira Oeste, onde o índice chegou a 20%. Em Passo Fundo, na região Norte, uma das mais afetadas, choveu só 3 mm - 2% da média histórica. A cidade onde mais choveu foi Lagoa Vermelha, também na região Norte. A precipitação foi de 22 mm, 14% da média histórica.

Veja quanto choveu em outras cidades:

22 mm em Lagoa Vermelha – 16% da média histórica
20 mm em Rio Pardo – 14% da média histórica
19 mm em Santana do Livramento - 20% da média histórica
18 mm em Rio Grande - 18% da da média histórica
17 mm em São Jose dos Ausentes – 12% da média histórica
14 mm em Uruguaiana - 12% da média histórica
12 mm em Torres – 13% da média histórica
7 mm no Chuí - 6% da média histórica
6 mm em Bento Gonçalves – 2% da média histórica
4 mm em Canela – 3% da média histórica
4 mm em Vacaria – 3% da média histórica

Granizo causou transtorno no último sábado

O granizo dessa quarta, no entanto, não foi o único a causar transtornos em cidades na região. No sábado, dia 26, as pedras de gelo deixaram estragos em mais de cem hectares de lavouras em Vacaria. Isso é o que aponta um levantamento preliminar da prefeitura e da Emater/Ascar divulgado nessa quarta. Entre as culturas atingidas, estão cem hectares de maçã, 10 de uva e três de pequenas frutas, como framboesa e amora.

No interior de Caxias, onde os agricultores sofrem com a estiagem, houve pontos em que a terra nem ficou molhada. Na zona urbana, o vento provocou corte no fornecimento de energia nos bairros Pioneiro, Pio X, Nossa Senhora de Fátima, São José, Fátima Baixo, São Pelegrino, São Gotardo e parte do Centro, conforme a Rio Grande Energia (RGE).

Em Santa Catarina, temporal causou prejuízo às lavouras de milho

Cerca de 70 hectares de milho foram danificados pelo temporal do último sábado, dia 26, em Joaçaba, no Meio-Oeste de Santa Catarina. A chuva e o granizo deixaram prejuízos de cerca de R$ 700 mil, de acordo com levantamento da secretaria de Agricultura do município, divulgado na tarde desta quarta, dia 30.

A maioria das lavouras estava próxima da época de floração e não poderá ser recuperada. A Linha Bonitinho, distante cerca de 15 quilômetros do centro da cidade, foi a mais prejudicada pela tempestade.

O agricultor Valério Simon perdeu mais de 20 hectares de milho. Ele não deve replantar as lavouras, porque considera um investimento muito alto nesta época do ano. Na última safra, a família colheu 180 mil quilos de milho. Neste ano, a produção deve ficar zerada.

– Não tem como recuperar os pés atingidos pelo granizo, e é complicado recuperar porque a chuva lavou os nutrientes do solo, que precisaria de novas aplicações de adubo — explica Simon.

Conforme o diretor de Agricultura de Joaçaba, Irineu Meneghini, a situação das perdas não é isolada nesta propriedade. Outros agricultores também foram atingidos e a maioria deles não têm seguro das lavouras.

Técnicos da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) ainda estão concluindo os levantamentos no campo e devem orientar os moradores sobre a possibilidade de recuperar as plantações.

ZERO HORA E DIÁRIO CATARINENSE

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