sexta-feira, 5 de agosto de 2011

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EM BREVE,"NOVIDADES"

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Boi Gordo: Mercado segue firme com ligeiro aumento na oferta


Mercado firme, mas menos movimentado devido ao dia da semana. A oferta está ligeiramente melhor que dias atrás, mas não a ponto de gerar pressão de baixa.

As escalas atendem cerca de três dias, na maioria dos casos.

O preço referência em São Paulo está em R$100,50/@, à vista, livre de imposto. As negociações a prazo ocorrem por R$102,00/@, livre de funrural.

O diferencial de base em relação a Goiás tem atraído compradores de São Paulo à região.

Apesar dos preços não recuarem, a estabilidade observada mesmo com o diferencial alongado sugere que a oferta no estado está boa.

Houve reajustes nas cotações das fêmeas em seis das 31 praças.

Isto ocorre devido à menor oferta da categoria nessa época do ano, passado o período de descarte após a estação de monta.

Também porque a participação de fêmeas em confinamentos não é comum, o que diminui sua disponibilidade para abate, uma vez que as pastagens estão ruins na maioria das regiões.

O preço referência da vaca gorda no Paraná subiu e está em R$93,00/@, à vista, livre de imposto. Negócios com novilhas ocorrem por até R$2,00/@ a mais.

No mercado atacadista houve recuos, devido à oferta ligeiramente melhor.

Clique aqui e confira as cotações do boi.
Fonte: Scot Consultoria

Reunião com o Frigorifico MARFRIG.








O Sindicato da Alimentação de Alegrete com seu presidente e diretores participou de uma reunião na sede da CNTA em Porto Alegre com os representante do Grupo MARFRIG s/A onde tratou assunto referentes as demissões em massa que vem ocorrendo na empresa em Alegrete e nas demais plantas da empresa no estado sendo que em Alegrete as demissões ja atigiram um patamar de mais de 290 trabalhadores Durante a reunião os representantes sindicais cobraram o fato da empresa ter demitido sem uma justificativa plausível e sem qualquer comunicado as entidades.
- A CNTA e as entidades filiadas a nossa Confederação esperam que a posição do Marfrig seja revista e que os postos de trabalho sejam mantidos e recuperados, pois o compromisso assumido em mesa de negociação e que levou as entidades a darem carta de anuência para que a empresa fizesse jus ao incentivo fiscal do Programa Agregar Carnes foi com a geração de emprego e renda. Ainda que houvesse algum motivo mais grave, nossas entidades não receberam, por parte da empresa, qualquer tipo de justificativa e nós deveríamos ter sidos procurados pelos representantes do Marfrig, pois nossas entidades são as legítimas representantes dos trabalhadores do Marfrig do setor de frigorífico bovino no estado. explicou Darci
Logo após, os representantes dos sindicatos Marcos Rosse(Alegrete), Luiz Carlos Cabral Jorge(Bagé) e Lair de Matos(Pelotas) ressaltaram que a situação criou um embaraço muito grande - Podemos falar, inclusive, por São Gabriel que não está presente, antes de darmos a carta de anuência do AGREGAR a empresa nunca falou de problemas e nem que iria demitir, é claro que nos sentimos contrariados com essa atitude da empresa. Afirmou Cabral!
Logo após, os representantes da empresa falaram das dificuldades do período de entre-safra e do problema envolvendo o embargo da Rússia as plantas atingidas, mas se comprometeram em não demitir mais trabalhadores e, caso aconteça algo de extraordinário no mercado da carne, a não tomarem nenhuma atitude sem voltar a conversar com as entidades de representação dos trabalhadores. Os representantes da empresa falaram também que logo estarão retomando contratações, que poderão ser iniciadas após a 2ª quinzena de agosto ou início de setembro, mas que o número de postos de trabalho a ser contratado dependerá do volume de produção.
Participaram ainda da reunião os representantes dos Sindicatos de Trabalhadores da Alimentação de Camaquã, Passo Fundo e Santo Ângelo, presentes a atividade promovida pela sala de apoio da CNTA cuja pauta ainda teve uma avaliação da campanha salarial 2011.

FONTE: BLOG SINDICATO DOS TRABALHADORES NAS INDUSTRIAS DA ALIMENTAÇÃO DE ALEGRETE

Nova crise prejudica rentabilidade do pecuarista em MT, diz Acrimat


Mesmo com problemas no setor, a arroba do boi está valorizada.
Em 2006, a atitividade sofreu por conta dos preços baixos.

Vivian Lessa

Do G1 MT

A pecuária mato-grossense enfrenta uma nova crise que atinge a rentabilidade do produtor. Apesar da valorização da arroba do boi gordo, que passeia na casa dos R$ 80, o custo da produção atrapalha o aumento da renda da porteira para dentro. Se por um lado a lei de oferta e demanda tem assegurado o preço da arroba nas alturas, em outro, a crise das pastagens obriga o produtor a gastar mais para alimentar o rebanho. O problema é com a necessidade de adquirir suplementação alimentar, já que 10% das pastagens morreram por conta da estiagem no ano passado. Em 2006, a rentabilidade do produtor foi afetada quando a arroba do boi teve queda, chegando a R$ 36. Nessa época, os prejuízos foram provocados quando um caso de aftosa em Mato Grosso do Sul restringiu as exportações no país e fez abarrotar de produtos o mercado interno.

O superintendente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Luciano Vacari, afirma que o aumento do custo da produção apagou a empolgação para a arroba valorizada. Conforme ele, o ganho atual ainda não permite investimentos, como a recuperação das pastagens. De acordo com Vacari, o comum entre a crise de 2006 e a atual é o aumento no abate de matrizes. Há seis anos o elevado abates de fêmeas ocorreu pela desvalorização da arroba. Neste ano, o impasse é com a necessidade de liberar espaço na pastagem que resta para alimentar o rebanho. Dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) apontam que do total de animais destinados para o abate neste ano, cerca de 52% eram fêmeas.

Sobre o custos da produção, o Imea também relata que os gastos com suplementação animal, como sal mineral e ração, subiram 5,26% na cria (R$ 11,79 para R$ 12,41 a arroba) e 3,21% na engorda do gado (de R$ 2,19 para R$ 2,26 a arroba). Os indicadores incentivaram o acréscimo do custo total de produção da cria, em 6,28%, e da engorda, em 4,8%.

O economista Amado de Oliveira avalia que o aumento do consumo da carne tem garantido um preço satisfatório na arroba, o que é suficiente para a continuidade da atividade. Em um ano, o preço do boi teve alta de 19%, passando da média de R$ 71 para R$ 85 neste ano. No início deste ano arroba chegou a custar R$ 93.

Oliveira lembra que repetir os prejuízos da crise de 2006, considerando o cenário atual, implicaria na quebra financeira de muitos produtores mato-grossenses. Para ele, apesar do produtor perder na rentabilidade, o consumidor é um dos mais penalizados na cadeia da carne. “O aumento é repassado, mas raramente ocorre redução do preço no varejo”.

FONTE: G1- MATO GROSSO

O mercado reverteu?

A resposta é não!

Uma alta de R$3,00/@ em 15 dias e uma queda de R$0,30/@ não justificariam uma reversão. Sem contar que estamos na entressafra, ou seja, essa não cola!
Obviamente quem gosta de faturar grade especulando no mercado futuro aproveita uma escorregada do mercado físico e um cenário de pessoas físicas super posicionadas na compra para manter a volatilidade elevada e ganhar dinheiro com a queda, mas o mercado físico não reverteu tendência por enquanto.
A questão é que o mercado futuro e o mercado físico convergem, mas no meio tempo eles podem descolar bastante e por várias vezes, e isso assusta quem olha de perto. Por isso nessas horas é interessante tirar a lente de aumento da frente.

Vamos falar basicamente da oferta e da demanda, sem complicações (ou pelo menos, vamos tentar).

A demanda, como já comentamos em outros artigos, certamente tem feito a sua parte. Com a economia brasileira fortalecida e com o brasileiro ganhando melhor, o consumo de proteínas de qualidade vem aumentando.

Porém há alguns meses fiz um estudo específico sobre a representatividade do gasto do brasileiro especificamente com as carnes e cheguei à seguinte conclusão: ele já está esticado. É o que nos mostra o gráfico abaixo. Observe:

Gráfico 1.
Participação do gasto com carne bovina dentro da cesta básica – %.

Como pode o brasileiro aumentar muito mais o gasto com algo que já custa mais do que custava antes? Principalmente quando esse gasto significa mais dentro de um orçamento específico? Isso dificulta um pouco o aumento do consumo de carne bovina, entretanto, a diferença entre carne bovina/frango e carne bovina/suíno tem diminuído, o que favorece a competição. Ainda estão historicamente abertos, mas têm melhorado. Ponto positivo para o potencial do consumo se continuarem nesse caminho!

Sobre as exportações, só tenho a lamentar! O Brasil continua perdendo mercado e o volume de carne bovina exportada não dá sinais de reação, principalmente com o dólar em queda, o que faz com que sejam necessários mais dólares pra comprar um mesmo volume de carne. Traduzindo: perdemos competitividade frente aos concorrentes internacionais.

Gráfico 2.
Evolução do volume de carne bovina brasileira exportada – mil t.

Certo, a demanda tem dificuldades em expandir, mas continua firme, basicamente. E a oferta?

Estamos claramente na entressafra, pois a oferta de animais de pasto já era há um bom tempo. Não é novidade ao leitor. Entretanto, como publicou o Rogério Goulart da Carta Pecuária (www.cartapecuaria.com.br) nesta semana, a oferta de animais de confinamento já pode estar mexendo com algumas praças. Reflexo disso é que os diferenciais de base se alargaram em Goiás e Mato Grosso, porém encolheram no Mato Grosso do Sul e Tocantins. A primeira praça possui grande concentração de confinamentos. A segunda, nem tanto.

E daqui para frente, como ficará? Bem, a oferta de confinados ainda é um pouco nebulosa, mas já tenho ouvido falar muito sobre semi-confinamento, que é uma modalidade que não apresenta dados oficiais nem pesquisas. Parece-me que a oferta desta categoria poderá surpreender os mais altistas.

Tirando isso, invariavelmente as pesquisas apontam pelo menos leve alta para o volume de confinados. Já ouvi falar de 10% a mais de 30%. Se ficar na média, há possibilidade de não recuperar a queda de 20% ocorrida em 2010 ou então empatar. E aí, amigo, se o consumo continuar forte, o boi poderá permanecer ascendente e alcançar seu pico típico entre outubro e novembro, porém de maneira mais comedida, como é o que tenho desenhado aqui alguns artigos atrás. De toda forma, tem uma nova pesquisa sobre volume de confinamento 2011 prontinha pra sair do forno. Vamos aguardar para tecer novas conclusões. Ah, só para lembrar, a maioria dos picos ocorre entre outubro e novembro, mas já ocorreram em agosto, setembro e até em dezembro!

Até a semana que vem!

FONTE: www.agroblog.com.br /autor Lygia Pimentel

A história do boi gordo - ciclos pecuários

Por Lygia Pimentel (MyPoint)





A pecuária bovina chegou ao Brasil com os primeiros imigrantes portugueses, ainda na primeira metade do século XVI.

Hoje, o país tem o maior rebanho bovino comercial do mundo, com aproximadamente 200 milhões de cabeças, distribuídas em 2 milhões de estabelecimentos rurais, que ocupam 180 milhões de hectares.

Ou seja, a pecuária é uma atividade de grande importância para o nosso país. Entretanto, não é exatamente essa a história que eu queria contar sobre o boi gordo, mas sim a história sobre esse mercado.

Contar essa história faz com que fique mais fácil enxergar o futuro, ou seja, a direção para a qual o mercado vai. É através desse tipo de estudo e análise que viabilizamos planejamentos de longo-prazo na pecuária. É a única maneira de tentar sentar na popa do bote quando todos estão na proa, evitando assim que ele vire. É uma maneira de evitar vender barato e comprar caro. Esse tipo de estratégia melhora a margem de quem vive da atividade pecuária. Tenha certeza disso!

A série histórica mais longa que tenho de preços da arroba do boi gordo começa em 1954. Os dados são do Instituto de Economia Agrícola, o IEA, em continuação com os dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, o Cepea, e outros coletados pela equipe agrícola da XP Agro.

Assim conseguimos a sequência mais longa possível de preços. Dividi em cores a duração de cada ciclo dentro desse período de tempo, como mostra o gráfico abaixo:

Gráfico 1. evolução do preço da arroba do boi gordo a prazo em Barretos - SP, deflacionado pelo IGP-DI



O gráfico nos ajuda a enxergar que os preços do boi movem-se em ciclos que duram alguns anos e trabalham em fases: alta, estabilidade e baixa.

No Brasil, essas fases também têm uma duração média dentro da qual costumam trabalhar. No país, os ciclos pecuários duram, historicamente, algo em torno de 6 a 9 anos, com 3 a 4 anos de baixa e 3 a 4 anos de alta, intermediados por uma fase de estabilidade, que pode ser de 1 a 3 anos.

Há ciclos que fogem dessa regra.

Para entender por que isso acontece, é importante ter em mente que existem três padrões temporais com os quais temos que trabalhar: sazonalidade, tendência e ciclo.

A sazonalidade diz respeito ao padrão de comportamento dos preços dentro do período de um ano, traduzido pela safra no primeiro semestre e entressafra no segundo semestre. É regida basicamente pelo fator climático.

A tendência é o que ocorre com algo que interfira na oferta ou demanda. O aumento da renda da população é uma tendência que pode durar vários anos e interferir na duração da fase de alta de um ciclo.

O ciclo é um padrão que se repete regularmente dentro de alguns anos, como foi mostrado no gráfico 1.

Tá, mas o que estabelece esse padrão? Simples. A psicologia de mercado atrelada à dinâmica do negócio na pecuária.

Vou traduzir: em anos de preços em alta, a margem do pecuarista melhora e ele tem mais capital para investir na produção e retém fêmeas para a produção de bezerros, além de aplicar novas tecnologias, comprar mais terras, entre outras atitudes motivadas pela necessidade de aumentar a produção.

E a produção, de fato, aumenta. Por isso, depois de alguns anos, a oferta gado e de carne sobe, deixando o mercado saturado. Os preços, então, começam a cair e tem-se o fim da fase de alta e o início da fase de baixa. Entre as duas fases pode ocorrer uma acomodação, o que chamamos de fase de estabilidade.

É aí que o pecuarista reduz o uso de tecnologias, insumos e aquisição de novas áreas. O objetivo é diminuir os custos de produção, e assim ele posterga investimentos. Quando não é mais possível realizar esses cortes, ele acaba refugiando-se na venda das matrizes para manter o caixa no azul, ou seja, é obrigado a liquidar o seu plantel.

Em um primeiro momento, esse abate de fêmeas dá ainda mais força ao movimento de baixa, já que a oferta de animais para abate também aumenta. Mas o efeito disso é sentido nos anos seguintes, quando os bezerros das fêmeas abatidas não são mais produzidos. Naturalmente a redução da oferta de bezerros acaba por pressionar também, negativamente, a oferta dos animais das eras seguintes, até faltar boi para abate.

A primeira indicação de que a produção de animais está reduzida aparece no preço do bezerro. As cotações começam a subir concomitantemente a um boi gordo em baixa/estabilidade. E é aí que o pessoal volta suas atenções ao pequeno e o interesse na produção dele volta a aumentar.

Como ainda faltam animais terminados, dentro de algum tempo o valor da arroba do boi gordo começa a se recuperar pela redução da oferta, dando início à fase de alta e um novo ciclo pecuário.

Onde estamos inseridos hoje?

Explicado o comportamento histórico do ciclo dos preços pecuários, vamos analisar o panorama atual do mercado dentro dessa lógica.

Bom, após um recuo das cotações ocorrido de 2002 ao início de 2006, época em que o produtor "reduziu a marcha", a entressafra daquele ano deu início ao atual ciclo em que nos encontramos.

De junho de 2006 e fevereiro de 2007, o preço do boi gordo subiu fortemente em praticamente todo o país.

A virada do ciclo anterior começava a dar pistas de que ocorreria em 2004 e 2005, através do aumento da participação das fêmeas nos abates, além da redução dos investimentos na pecuária. Essa redução dos investimentos é refletida pela diminuição do PIB (produto interno bruto) do setor de insumos agropecuários. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE, de 2002 a 2006 o abate de vacas cresceu 135% enquanto o abate de bois aumentou bem menos, "apenas" 25%. Ocorria a liquidação do rebanho.

Esse era um sinal de que os preços baixos realmente levavam o produtor abater suas fêmeas de maneira forçada naquele período.

No período da virada o preço do boi estava caindo devido à ocorrência da febre aftosa no Mato Grosso do Sul (2005) e aos efeitos da gripe aviária, que fazia sobras frango no mercado interno e acabou por pressionar a cotação da carne bovina.

Mas o bezerro continuava com preços firmes. Sinal de escassez da categoria devido ao abate das fêmeas.

Queda de rentabilidade, que resulta em abate de fêmeas, que resulta em redução de bezerros, que resulta em redução de bois gordos prontos... a lógica do mercado prevaleceu.

No início de 2007 o mercado mostrou que se encontrava em uma nova fase. O boi atravessou o primeiro semestre (período de safra) com firmeza. Nessa época, embora não seja regra, geralmente os preços recuam.

Em 2008, o mercado prometia, mas a crise internacional veio e deu um "corte" na intensa alta que era anunciada para a entressafra. Os frutos da recessão também foram colhidos em 2009.

Enquanto isso, a retenção de fêmeas continuou. Observe o gráfico 2:

Gráfico 2. Evolução da participação de fêmeas e machos nos abates totais (%)



Hoje já podemos contar cinco anos de retenção de fêmeas (início em 2006). Os preços do boi gordo ainda não começaram a recuar. Na verdade, eles passam pela fase de estabilidade.

O bezerro, segue ainda sustentado e a sua produção ainda apresenta boa margem, o que indica que ainda não vivemos a virada da fase de alta, porém, a retenção de fêmeas diz que estamos próximos.

Quando a cotação dos bezerros começar a recuar de maneira considerável, é o momento em que o pecuarista deve realmente se preocupar, caso não tenha feito ainda os preparativos para "aguentar" a fase de baixa do ciclo que está por vir.

Essa outra história que contei sobre o boi gordo serve para mostrar que os preços alcançaram um novo patamar, mas já observamos mais de quatro anos de alta.

Como os ciclos pecuários, historicamente, têm duração de 6 a 9 anos, sendo 3 a 4 anos de baixa e 3 a 4 anos de alta e alguns intermediários de estabilidade, a fase de alta do atual ciclo de preços pode estar muito próxima do fim.

Pode-se esperar preços firmes para 2011, mas a luz amarela já está acesa. Pode ser que essa fase de alta tenha sido alongada pela intervenção da crise de 2008, que abortou a forte alta esperada (e iniciada) no período, e pelo forte crescimento dos países emergentes, que trouxe aumento da demanda por alimentos, inclusive aqueles de melhor qualidade (carnes). Entre eles, inclui-se o Brasil. Lembram-se que falei sobre "tendências" no início do texto? Essa é uma tendência que influencia a fase de alta positivamente.

E deve-se levar em consideração que com os juros baixos, e o aumento do poder de compra, o consumo de carne bovina cresceu além da média bem em cima de uma forte crise de oferta. A inflação acompanhou o aumento do consumo, ou seja, mesmo com preços estáveis, a rentabilidade do produtor pode ser "abocanhada" pela alta dos custos de produção.

Enfim, fatores como aumento da demanda e queda de investimentos podem mexer com a duração das fases do ciclo, mas isso não impede que ele continue a exercer sua força sobre o mercado mais cedo ou mais tarde. Esses são pensamentos de longo-prazo que nos ajudam com as preparações para aguentar os períodos ruins, criando "gordura" nos momentos favoráveis. E só assim, jogando contra o ciclo, é que torna-se possível tirar alguma vantagem do mercado. E acredite, num prazo mais longo, a análise funciona!

FONTE: BEEFPOINT

FAO: previsões para o mercado internacional de carnes

De acordo com o último relatório da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) sobre previsões para o mercado de carnes, as menores ofertas pressionarão os preços a novos níveis recordes.

Em maio de 2011, o índice de preços de carnes da FAO alcançou um novo recorde de 183 pontos. Os preços internacionais de todas as carnes se mantiveram firmes desde janeiro. O fortalecimento dos preços reflete principalmente fatores direcionados pela oferta, incluindo condições climáticas adversas no final de 2010, reconstrução de rebanhos, doenças animais e maiores custos dos insumos que, virtualmente, levou a uma parada no crescimento da produção global.

Visto de uma perspectiva de 12 meses, as carnes ovina e bovina tiveram fortes crescimentos que, baseados em seus respectivos índices de preços, aumentaram em 38% e 20%, respectivamente, desde maio de 2010. A limitada disponibilidade de exportação em países tradicionalmente fornecedores, combinada com uma forte demanda de importação, deverá manter uma tendência de alta nos preços mundiais das carnes em curto prazo. Ao mesmo tempo, os altos preços do grãos continuam a limitar a lucratividade do setor.



Carne bovina

Produção fica estagnada pelo terceiro ano consecutivo

Os baixos estoques de animais e os altos preços deverão caracterizar o setor de carne bovina em 2011, como ocorreu em 2010. A produção global de carne bovina deverá estagnar em 65 milhões de toneladas, limitada pelas previsões de declínio de 1% na produção em países desenvolvidos, que são responsáveis por 45% da produção global.

A contração reflete a situação no Canadá e nos Estados Unidos, que começaram esse ano com pequenos rebanhos bovinos, baixa reposição de novilhas e ofertas menores de alimentos. Do outro lado do globo, os estoques de gado afetados pelo clima na Austrália e Nova Zelândia estão voltando ao normal, mas a reconstrução do rebanho está reduzindo os abates e a produção.

Se recuperando de um declínio de quase 2% em 2010, a produção de carne bovina na América Latina e Caribe está aumentando, com o crescimento da produção no Brasil, segundo maior produtor do mundo, mais que compensando a persistente queda no setor de carne bovina da Argentina, que já perdeu 3.500 empregos nos últimos anos. A única incerteza relacionada à forte previsão para o setor brasileiro se refere à possibilidade de remoção de plantas brasileiras de carne da lista de frigoríficos aprovados para exportar para a Rússia.

Na Argentina, a reconstituição de rebanhos reduzidos e as contínuas incertezas relacionadas à regulamentação do Governo estão prejudicando as previsões de produção, apesar de os preços dos animais vivos terem quase dobrado.

No México, os preços domésticos estão 10% menores do que nos Estados Unidos, o que está promovendo um comércio de gado entre os dois países, resultando em um aumento somente marginal na produção de carne bovina mexicana.

A produção de carne bovina na Ásia deverá estagnar em 2011. Apesar de os preços médios da carne bovina na China terem atingido um pico no final de 2010, os abates e, consequentemente, a produção, deverão cair, à medida que os produtores de leite lutam para reconstruir seus rebanhos após o escândalo de contaminação do leite com melamina ter afetado todo o país em 2008.

No Paquistão, a produção deverá cair em 2%, uma consequência das perdas de animais por causa das enchentes ocorridas no ano passado.

No Japão, as províncias no nordeste afetadas pele terremoto, seguido por um tsunami e por uma explosão radioativa, representam 10% do rebanho bovino do país. Apesar de não ter sido feita nenhuma estimativa oficial de perdas, a FAO previu que a produção no país cairá em 5% em 2011, principalmente como consequência do desastre.

Na Turquia, as previsões de uma competição mais intensa de produtos estrangeiros após um relaxamento nas barreiras de importação, deverão prejudicar o crescimento do setor.

Na Coréia do Sul, apesar dos abates de bovinos relacionados à febre aftosa no final de 2010, os números de animais estão próximos a níveis recordes, o que, combinado com um relaxamento nos controles de movimentos animais, deverá estimular a produção de carne bovina.

Na Indonésia, o apoio do Governo, que está buscando auto-suficiência na produção de carne bovina, deverá sustentar uma expansão da produção, apesar de uma redução na cota de importação de bovinos em pé de 700.000 cabeças em 2010 para 500.000 cabeças nesse ano.

Na Índia, a forte demanda de exportação por carne de búfalo de baixos preços impulsionará maiores abates e produção.

O clima favorável na África está resultando em boas colheitas de cereais e adequada produção de forragens, mas as condições de seca em partes do leste africano, particularmente Etiópia, Quênia, Somália e Uganda, estão levando à escassez de pastagem e água, maior mortalidade de animais e ocorrência de doenças, à medida que os produtores movimentam seus animais em busca de forragem. De forma feral, a produção de carne bovina da região deverá permanecer em torno de cinco milhões de toneladas.



Apesar dos altos preços, as previsões de comércio de carne bovina são boas

O comércio mundial de carne bovina deverá se expandir em 2%, para 7,7 milhões de toneladas em 2011, impulsionado pela demanda de importação nos países que enfrentam rápido crescimento econômico ou escassez de produção.

As importações na Ásia deverão expandir-se em 5%, direcionadas pela forte demanda no Japão, Malásia e Coréia. As compras deverão aumentar em Taiwan, apesar da introdução de novos procedimentos de testes de resíduos que criaram incertezas consideráveis.

As vendas de carne bovina aos países do Oriente Médio, com exceção do Egito, também deverão aumentar. Isso também deverá ocorrer na Turquia, atualmente um importador marginal de carne bovina, onde os altos preços domésticos impulsionaram o Governo a remover a barreira ao gado em pé e às importações de carne bovina no final do ano passado.

Em contraste, na Indonésia, as importações podem cair para cerca de 100.000 toneladas, após um corte na tarifa preferencial de 120.000 toneladas em 2010, para 72.000 toneladas nesse ano. Fora da Ásia, os maiores volumes de carne bovina deverão ser importados pela União Europeia (UE), Rússia e Venezuela, enquanto as importações podem declinar no Canadá, Egito, México e Estados Unidos.

As exportações do Brasil e dos Estados Unidos, que fornecem um terço do comércio mundial, deverão aumentar em 2011. Os maiores ganhos deverão ser obtidos pelos Estados Unidos que, beneficiando-se de um contínuo enfraquecimento do dólar e da reabertura de mercados anteriormente restritos por causa da Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), poderão expandir os envios em 8%, um desenvolvimento histórico com potencial de transformar o país em um exportador líquido.

Após três anos de declínios devido à forte demanda doméstica e ao fortalecimento da moeda, as exportações do Brasil, ainda o maior exportador mundial, aumentarão em resposta à demanda de países do Oriente Médio e Sudeste da Ásia.

O Canadá também deverá expandir as vendas após a reabertura do mercado chinês à carne canadense e ao maior acesso à nova cota da UE para carne bovina de alta qualidade livre de hormônios.

As exportações da Austrália, segundo maior exportador, deverão cair levemente, limitadas pelas baixas ofertas.

Por outro lado, o Paraguai, um exportador não tradicional da América do Sul, deverá se beneficiar da recente certificação da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) de país "livre de febre aftosa com vacinação". As exportações do país poderão alcançar as da Argentina, que continuam com uma queda de dois anos.

A Índia deverá capitalizar sobre seus menores preços de carne de búfalo congelada para expandir as exportações, assim como o Paquistão, apesar da menor produção devido às recentes enchentes, à medida que ambos os países respondem à firme demanda nos mercados do Oriente Médio.

Na África, os surtos de febre aftosa em Botsuana e África do Sul no começo de 2011 resultaram em barreiras às exportações e abates de animais, que reduzirão as vendas de carne bovina dos dois países em 2011, mas também se traduzem em maiores preços em alguns mercados tradicionais.

Clique na imagem para ampliá-la.

As informações são da FAO (http://www.fao.org/docrep/014/al978e/al978e00.pdf), traduzidas e adaptadas pela Equipe BeefPoint.

Resumo do Mercado Pecuário


CENÁRIO MACRO-ECONÔMICO DA PECUÁRIA DE CORTE

As 3 Figuras abaixo apresentam os dados históricos de faturamento, ritmo de embarques e preços médios da carne bovina brasileira no mercado internacional (desde jan-00), respectivamente.

Em jul-11 a receita com a exportação de carne bovina foi de US$316,2 milhões, valor 17,6% menor que os US$383,9 milhões observados no mês anterior (jun-11). Em relação ao mesmo período do ano passado (jul-10, US$407,8 milhões), o valor atual é 22,4% inferior.

No acumulado de 2011 (jan. a jul.) o país faturou US$2,3 bilhões com a exportação de carne bovina, valor 4,5% superior à receita apurada mesmo período de 2010 (US$2,2 bilhões).
O volume de embarques em jul-11 foi de 62,8 mil toneladas, o que representa uma queda de 19,2% em relação às 77,7 mil toneladas exportadas no mês anterior (jun-11).

Em relação ao mesmo período do ano passado, a queda no ritmo de embarques é de 38,2%, uma vez que em jul-10 o Brasil exportou 101,7 mil toneladas de carne bovina.
Em 2011 os embarques somam 469,8 mil toneladas, enquanto em 2010, neste mesmo período, o volume de carne bovina embarcada foi de 588,4 mil toneladas. Em 2011 os embarques estão 20,1% menores do que entre jan. a jul-10.

O preço médio da carne bovina brasileira no mercado internacional foi de US$5,03 mil por tonelada em jul-11, valor 1,9% superior aos US$4,94 observados em jun-11. No mesmo períodode 2010 (jul-10), a carne bovina era negociada, em média, a US$4,00 por tonelada, valor 20,4% menor que a cotação atual.
O preço médio da carne bovina para exportação, em 2011, é de US$4,98 mil por tonelada e, no mesmo período de 2010, era de US$3,80 mil


Sadia e Perdigão têm cinco meses para virar uma só

O executivo José Antônio Fay, presidente da Brasil Foods, preferiu não acompanhar de perto o momento que colocou um ponto final à saga de dois anos que envolveu a fusão entre Perdigão e Sadia.

Na véspera do julgamento do caso no Cade, órgão máximo de defesa da concorrência, marcado para o dia 13 de julho, ele ficou até o final da tarde fechado numa sala da autarquia, em Brasília, para finalizar as negociações com um grupo de conselheiros e embarcou num avião da capital federal de volta a São Paulo.

No dia seguinte, de seu escritório, ouviu ao lado de nove de seus vice-presidentes o julgamento, em transmissão pela internet. Além do significado simbólico de estar junto de sua equipe, a presença do executivo na sede serviu para sinalizar o ritmo - acelerado - que pretende imprimir na nova fase da companhia. "Definimos uma rotina de trabalho para que possamos ser uma só empresa até dezembro", diz.

Fazer das duas uma só empresa não será tão simples quanto tirar da gaveta um amplo projeto realizado pela consultoria McKinsey em março de 2010.

No plano, que não previa as restrições impostas pelo Cade, uma análise das operações resultou num conjunto de 220 ações para unificar as empresas.

Metade delas já saiu do papel antes mesmo da aprovação do negócio, em áreas como a de compras de matéria-prima - tudo com autorização do Cade.

Como o acordo firmado com a autarquia obriga a venda de um pacote de 12 marcas e dez fábricas até julho de 2012 e a suspensão por até cinco anos de 15 linhas de produtos da Perdigão, o novo desenho da operação vai exigir adaptações.

Para cuidar delas, em julho um grupo de 30 executivos formado por diretores e gerentes de todas as áreas foi destacado para comandar essa maratona - sob a supervisão de Fay, que deverá se reunir a cada 15 dias com a equipe até o fim deste ano.

A integração entre Sadia e Perdigão, que desde o segundo semestre de 2009 já publicavam um só balanço e eram negociadas na Bovespa sob uma única ação, estava avançada apenas no topo da pirâmide. A BRF tem um primeiro escalão unificado - composto de dez vice-presidentes, que se reportam a Fay - há mais de um ano.

Da diretoria para baixo, cada empresa manteve uma equipe própria até hoje. O time de diretores da Sadia, porém, encolheu drasticamente nos últimos dois anos. Com uma debandada após o anúncio da fusão, o grupo original foi reduzido quase à metade, de 20 para 12 diretores.

Os que permaneceram passaram a acumular funções e, com a integração, voltarão a responder por uma única área na nova empresa - de modo que todos deverão permanecer na nova estrutura. Junto com essas mudanças, reestruturações físicas já começam a acontecer.

Desde o início do ano, as estruturas de Perdigão e Sadia ocupam o mesmo prédio - mas cada empresa em andares independentes. Neste mês, os profissionais das mesmas áreas passam a trabalhar fisicamente juntos e não será mais possível diferenciar quem era da Sadia de quem era da Perdigão.

A equipe comercial e de marketing, que reúne 200 profissionais apenas na matriz, em São Paulo, passará a ocupar um único andar até o fim de agosto.

Uma vez juntas, as equipes terão de enfrentar a maior mudança - a redefinição da área comercial. Além de representar um corte de 13% em seu faturamento, de 22 bilhões de reais em 2010, a venda das marcas mais populares, como Rezende e Wilson - imposta pelo Cade -, diminuirá a versatilidade da empresa para atuar com diferentes posicionamentos de preço.

Em teoria, ficou mais difícil atingir clientes de faixas de renda distintas. Um dos artifícios óbvios para compensar esse desfalque - lançar marcas novas - está proibido por até cinco anos.

A saída da BRF para compensar a perda de receita é acelerar o ritmo de lançamentos de novos produtos com suas marcas remanescentes, Sadia, Perdigão e Batavo. Em junho, a Sadia estreou na categoria de queijos - e esse terá de ser apenas o começo.

Vendedores sem marca - No rearranjo do portfólio, a BRF também terá seu maior desafio para integrar os profissionais da área comercial. A principal incógnita gira em torno dos 550 vendedores - de um total de 4 200 em toda a companhia - responsáveis pelas marcas que serão vendidas.

A empresa se comprometeu a não demitir ninguém - embora haja a percepção dentro e fora da companhia de que redundâncias entre os vendedores são inevitáveis. Outra parte importante será redistribuir a produção de seus 3 000 itens em suas 50 fábricas remanescentes espalhadas pelo país.

Parte desse rearranjo, do qual são esperados cerca de 30% das sinergias totais da integração estimadas em até 500 milhões de reais por ano, já começou. A produção de pizza, antes dispersa em três fábricas, será feita em sua maior parte numa única, no Paraná. O mesmo ocorreu com a fabricação de margarina, em Minas Gerais.

A venda de fábricas, a princípio, não prejudica a capacidade de produção da BRF, já que junto com elas a empresa perde um pacote de marcas e ainda terá de suspender linhas de produtos. A logística, segundo a empresa, não será afetada - a BRF permanece em todos os 11 estados em que estava presente.

Por enquanto, a aprovação pelo Cade foi bem recebida por investidores. Desde o julgamento, as ações da BRF subiram 14%, num período em que o Ibovespa caiu 1,5%.

"As restrições do Cade foram menos graves do que o esperado e já estimamos que 60% da perda de volume com a venda e a suspensão de portfólio deve ser recuperada dentro de apenas 12 meses", afirma Pedro Herrera, analista do HSBC. Uma vez passada a integração, a BRF passará a ser julgada pelo mercado por sua capacidade de continuar crescendo.

Dinheiro para isso não será problema, sobretudo após a venda do pacote de fábricas e marcas, o que deverá trazer até 2 bilhões de reais ao caixa da empresa.

Coordenado pelo banco BTG Pactual, o negócio já tem uma lista de interessados que incluem desde os frigoríficos brasileiros Marfrig e JBS até a americana Tyson Foods.

Para a BRF, os principais alvos devem ser empresas que permitam ampliar a atuação no mercado internacional. "A prioridade é ir atrás de fábricas no Oriente Médio e na Ásia, onde queremos industrializar e vender nossos produtos", diz Fay. "Mas isso só depois de cumprir obrigações de venda e de integração."

FONTE: Revista Exame

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Boi Gordo: Mercado segue determinado pela pequena disponibilidade de animais terminados

O mercado segue determinado pela pequena disponibilidade de animais terminados. As ofertas de compras são bem variadas em todas as praças do país.

A dificuldade na compra de animais deixa o mercado especulado.

Goiás foge um pouco deste cenário. O bom volume de boiadas confinadas confere uma situação mais privilegiada em relação à oferta.

Apesar disto os preços no estado se mantém estáveis, em função da grande demanda, principalmente de compradores paulistas.

Algumas indústrias de São Paulo, aliás, saíram das compras no estado e só compram animais de praças vizinhas.

Existe grande dificuldade para negociar boiadas em São Paulo. Os preços de referência se mantêm estáveis em R$100,50/@, à vista e R$102,00/@, a prazo, ambos livres de imposto, embora existam frigoríficos ofertando valores que variam de R$2,00/@ acima ou abaixo.

Os reajustes na tentativa de alongar as escalas continuam. No Norte do Mato Grosso e no Espírito Santo houve alta de R$1,00/@.

No mercado atacadista de carne bovina com osso, os estoques curtos e a demanda aquecida elevaram os preços do boi casado de animal castrado para R$6,45/kg e de animais inteiros para R$6,20/kg.

Clique aqui e confira as cotações do boi.
Fonte: Scot Consultoria

Ministério da Agricultura aprova adesão do RS ao Sisbi-Poa

Os técnicos do Ministério da Agricultura que realizavam desde a última segunda-feira (01) auditoria na Coordenadoria de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Cispoa) deram parecer favorável à adesão do Estado ao Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi-Poa). O resultado foi divulgado nesta quarta-feira (03) à tarde, pelo secretário da Agricultura, Pecuária e Agronegócio, Luiz Fernando Mainardi, acompanhado do diretor do Departamento de Defesa Agropecuária (DDA), Eraldo Leão Marques, e da coordenadora do Cispoa, Ângela Antunes de Souza.

Desde janeiro a Secretaria da Agricultura, por meio da equipe da Cispoa, trabalhava para sanar as falhas apontadas pelo Ministério da Agricultura (Mapa) em auditoria orientativa realizada no ano de 2009, que incluíam a organização de um plano contra a fraude econômica, adequação da legislação referente a análises físico-químicas de produtos, treinamento e capacitação continuados de pessoal e lotação de médicos veterinários e auxiliares na inspeção, além da adequação de alguns procedimentos administrativos. De 2009 a 2011 não foram adotadas as ações corretivas necessárias, uma vez que a adesão ao sistema não era considerada prioridade pela gestão anterior.

Com base naquele relatório e, principalmente, na nova política de Governo, em janeiro de 2011 iniciou-se na Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária e Agronegócio um processo de retomada dos debates sobre a adesão do Estado, tendo como meta obter a integral equivalência reconhecida pelo Mapa, realizar auditorias em todos os Serviços de Inspeção Municipal inseridos no Sisbi no RS e adequar todos os estabelecimentos registrados na Cispoa ao Sisbi em um prazo de cinco anos.

A auditoria ocorreu na central da Cispoa e no Matadouro de Aves Granja Pinheiros Ltda, em Presidente Lucena, Regional de Porto Alegre. Os auditores verificaram os procedimentos administrativos, o cadastro dos estabelecimentos, o cronograma de análises laboratoriais, lotação de pessoal, controle dos dados de produção dos estabelecimentos registrados, dentre outros. No matadouro foi verificada a rotina do serviço de inspeção local, a implantação das Boas Práticas de Fabricação e também serviu para aferir se os procedimentos aplicados conferiam com aqueles apresentados na documentação verificada na Central.

Com a aprovação, o Rio Grande do Sul passa a ser o quarto Estado brasileiro a integrar o Sisbi. Antes, já estavam no sistema os Estados do Paraná, Minas e Bahia. No Rio Grande do Sul, os municípios de Rosário do Sul, Santa Cruz e Erechim já haviam aderido. Conforme Ângela Souza, o Cispoa tem registrados 340 estabelecimentos no Estado, que tem 202 municípios com o Sistema Municipal de Inspeção, que fiscalizam cerca de mil estabelecimentos.

Também a partir da adesão, o Estado poderá indicar os estabelecimentos registrados na Cispoa para integrar o sistema e estes poderão realizar o comércio interestadual de produtos de origem animal, com o selo Sisbi. O Estado será responsável, ainda, pelo acompanhamento dos municípios que aderirem ao sistema, após prévia auditoria do Mapa, e estes poderão indicar os estabelecimentos sob inspeção municipal para realizar comércio intermunicipal e interestadual.

Neste primeiro momento, o Rio Grande do Sul somente poderá indicar estabelecimentos da área de carnes (matadouros, fábrica de conservas cárneas e entrepostos), ficando para um segundo momento a auditoria para estabelecimentos de leite e derivados, mel, ovos e pescados.

"Fomos aprovados com louvor", comemorou Eraldo Leão, ao reproduzir palavras dos técnicos do Ministério da Agricultura ao anunciarem o parecer favorável. Ângela Souza disse que, na opinião dos representantes do Governo Federal, o Rio Grande do Sul possui um dos melhores sistemas de inspeção sanitária.

Já o secretário da Agricultura, Luiz Fernando Mainardi, garantiu que, além dos benefícios econômicos, a grande vantagem desta adesão será verificada na saúde pública. "Vamos exercer uma fiscalização rigorosa, pois temos compromisso com a afirmação da agroindústria que produz com qualidade e dentro das normas sanitárias, oferecendo produtos confiáveis para a população", destacou.

Entenda
O Sistema Unificado de Atenção a Sanidade Agropecuária (Suasa) opera em conformidade com os princípios e definições da sanidade agropecuária, incluindo o controle de atividades de saúde, sanidade, inspeção, fiscalização, educação, vigilância de animais, vegetais, insumos e produtos de origem animal.

Como parte do Suasa, está incluso o Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi-Poa). O objetivo do Sisbi é promover a harmonização e padronização de procedimentos de inspeção de produtos de origem animal entre o serviço de inspeção federal, estadual e municipal, de maneira que os procedimentos e organização da inspeção se façam por métodos universalizados e aplicados equitativamente em todos os estabelecimentos inspecionados.

Governo do Estado do Rio Grande do Sul
Autor: Marcos Pérez

BOI/CEPEA: Indicador sobe 6% em julho

Cepea, 4 – A disponibilidade de animais para abate segue limitada na maior parte das regiões consultadas pelo Cepea. Assim, frigoríficos mostram dificuldades para o preenchimento das escalas, trabalhando na maioria das vezes abaixo da capacidade e/ou intercalando os abates. Esse cenário fez com que as cotações da arroba continuassem em alta nos últimos dias, conforme levantamentos do Cepea. Entre 27 de julho e 3 de agosto, o Indicador do boi gordo ESALQ/BM&FBovespa subiu 0,92%, fechando a R$ 102,62 nessa quarta-feira, 3. Em julho, o Indicador acumulou alta de 6,1% e, no mesmo período do ano passado, 2,3% – no dia 30 de julho de 2010, o Indicador fechou a R$ 85,98 (em termos nominais).
Fonte: Cepea – www.cepea.esalq.usp.br

La Niña deve voltar no fim do ano

Cassiano Ribeiro

Apesar das chuvas excessivas registradas nos últimos dias, para a meteorologia, o período é de neutralidade climática. Conforme o agrometeorologista da Somar Marco Antonio dos Santos, esse comportamento deve seguir até o final de setembro. “Estamos passando por uma transição climática. Isso mantém as condições normais para todas as regiões do país”, diz.

Após analisar os radares meteorológicos, Santos diz que há fortes indícios de que o fenômeno La Niña volte a influenciar o clima no Brasil durante a safra de verão 2011/12. O fenômeno costuma deixar o clima mais seco na região Sul do país e, segundo Santos, pode causar problemas aos produtores durante o desenvolvimento da próxima safra. “A previsão indica, contudo, que a La Niña vai chegar apenas no final do ano. Com isso, as chuvas para o plantio estão garantidas”, ameniza. Já a região Centro-Oeste deve ter chuvas dentro da normalidade ao longo da primavera.

No ciclo 2010/11 o clima no Brasil mais contribuiu do que prejudicou os resultados da safra, que rendeu mais de 175 milhões de toneladas de grãos, conforme estatísticas oficiais.

FONTE:Gazeta do Povo

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Grupos temáticos estruturam Programa Carne Gaúcha

Foto destaque

A Secretaria da Agricultura promoveu, na manhã desta quarta-feira(3), em sua sede, mais uma reunião da Câmara Setorial da Carne Bovina. O encontro, que serviu para avaliar e aprofundar o debate sobre as propostas do Seminário de Alinhamento Estratégico - realizado nos dias 20 e 21 de julho, em Capão de Canoa -, resultou na criação de quatro grupos temáticos que trabalharão na estruturação do Programa Carne Gaúcha.

De acordo com a coordenadora da Câmara Setorial da Carne Bovina, Anna Isabel Caputti Suñe, os grupos tratarão da sanidade animal, tecnologia da produção, mercado e rastreabilidade. "Nestes espaços, as entidades que integram a Câmara Setorial, por meio de seus representantes, contribuirão para estruturar o programa, que visa aumentar a produção da carne de qualidade e conquistar mercados, tornando-se referência em produto de qualidade", afirmou.

Na sanidade animal, o grupo buscará estabelecer mecanismos para o fortalecimento do serviço veterinário oficial, via qualificação e ampliação das estruturas material e humana, com intensificação da gestão, a sua integração com os elos da cadeia e a ampliação da educação sanitária.

Na tecnologia da produção, apontarão propostas para a produção da carne de qualidade, com tecnologias sustentáveis. Já no que se refere ao mercado, estudarão a criação do selo de identificação de origem para a carne gaúcha, padronização das carcaças e produção em escala. Já na rastreabililidade, analisarão casos de sucesso para buscar subsídios que possam embasar o modelo a ser adotado aqui no Estado.

O representante do Sindicato das Indústrias de Carnes do Rio Grande do Sul (Sicadergs), Diego Brasil, afirmou que é necessário fortalecer o espaço da Câmara Setorial e de seus grupos temáticos como fórum de discussão das políticas públicas e privadas, visando o alinhamento estratégicos de todas as atividades relacionadas com a bovinocultura de corte. O presidente da Farsul, Carlos Sperotto, ressaltou a representatividade dos grupos e defendeu a priorização dos temas para que os objetivos possam ser alcançados mais rapidamente. A presidente da Febrac, Elizabete Cirne Lima, observou que é necessário enxergar a pecuária gaúcha como um todo, deixando de lado os interesses específicos de cada raça.

Por fim, o secretário da Agricultura, Luiz Fernando Mainardi, disse que o a iniciativa terá caráter de programa de estado, pois deve perpassar governos. "Vamos trabalhar, a partir deste momento, na reestruturação e reaparelhamento das IVZs (Inspetorias Veterinárias Zootécnicas), contratação de profissionais e melhoria dos meios, para implementarmos as políticas estratégicas, como a erradicação da brucelose e tuberculose, levando o Estado a outro patamar sanitário, e na implementação do grande desafio que é a rastreabilidade", concluiu Mainardi.

Texto: Marcos Pérez
Fotos: Vilmar da Rosa
Edição: Redação Secom (51) 3210.4305

Mapa pede à Rússia que adie restrições e segue negociando

Mapa pede à Rússia que adie restrições e segue negociando

Após sofrer novas advertências de autoridades da Rússia por não responder a vários questionamentos técnicos que poderiam encerrar o embargo às carnes brasileiras, o Ministério da Agricultura solicitará o adiamento de restrições temporárias à exportação, feitas a seu pedido, de uma lista de 37 unidades frigoríficas.

Uma comitiva brasileira entregou, no dia 6 de julho, em Moscou, uma lista de estabelecimentos que passariam a ter restrições voluntárias e imediatas de embarque. Agora, após reclamações de várias indústrias do setor, a Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA) pediu a prorrogação do prazo até 30 de agosto.

O ministério tenta convencer os russos de que a lista de restrição voluntária seguia dois critérios: estabelecimentos que não exportavam há mais de um ano e aqueles que pediram, de forma unilateral, a retirada da lista de habilitação. A SDA afirma que a lista de restrição estaria condicionada à liberação dos 85 frigoríficos embargados no Paraná, Mato Grosso e Rio Grande do Sul.

O Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa) informou ontem, em circular interna, que a lista de 37 unidades teria sido "divulgada" pelo Serviço Veterinário da Rússia. Na verdade, a lista foi sugestão da delegação brasileira, composta pelo secretário Francisco Jardim e o diretor Luiz Carlos Oliveira.

Na semana passada, as autoridades russas cobraram novas explicações da SDA e condicionaram o fim das restrições a "maiores esclarecimentos" das autoridades brasileiras e à apresentação de "documentos adicionais", além da tradução para o russo de textos entregues pelo Brasil.

Em carta ao ministério, o vice-chefe do serviço russo, Alexey Saurin, afirmou que manterá as restrições até que sejam resolvidas essas pendências. Os russos apontaram irregularidades como a falta de comprovação de controle em 32 empresas listadas pela SDA.

O diretor do Dipoa, Luiz Carlos de Oliveira, disse que o problema ocorreu por um "erro de interpretação" da documentação por parte dos russos. "Fizemos uma relação de empresas que estavam fora dos padrões. Os 37 frigoríficos tinham problemas graves e sofreram intervenção. Por isso, nós combinamos, no dia 6 de julho, que as empresas ficariam suspensas temporariamente para vendas e os russos dariam a resposta. Depois nós vimos que eles haviam restringido".

O diretor afirmou que o ministério enviará hoje a carta aos russos pedindo mais prazo para uma nova vistoria nos 37 frigoríficos. Oliveira disse ter havido confusão com as datas. "Eles publicaram uma carta no dia 29 de julho dizendo que a restrição para as 37 plantas valeria a partir do dia 6 de julho. No dia 6, ainda estávamos lá. Estamos mandando um documento para pedir que seja mantido o que foi combinado em Moscou", disse.

A proposta do Brasil à Rússia foi feita com base em duas listas: de empresas aptas a exportar e as com restrições temporárias. "Quando verificássemos que estava tudo certo liberaríamos as vendas para os russos. O problema é que eles querem critérios de análise laboratorial que não seguem os exames de praxe", afirmou Oliveira.

A matéria é de Mauro Zanatta e Tarso Veloso, publicada no Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

Bezerra desmamada tem maior alta de preço no Uruguai, nos últimos 12 meses

Segundo dados da Asociación de Consignatários de Ganado, nos últimos doze meses, todas as categorias de reposição tiveram alta de preços no Uruguai.

A bezerra desmamada teve a maior alta, 52,6%.

Nos últimos trinta dias, a categoria também apresentou a maior alta, de 6,8%, cotada em US$304,5.

Já no Rio Grande do Sul, de acordo com levantamento da Scot Consultoria, o preço médio do bezerro desmamado é de US$371,80, 22,1% acima do registrado no país vizinho.

Vale lembrar que essas diferenças de preços se devem em parte ao câmbio, com o real valorizado.
FONTE: SCOT CONSULTORIA

Confira a entrevista com Caio Junqueira - Cross Investimentos sodre o mercado do Boi Gordo

Boi Gordo: mercado físico recua e futuro acompanha queda na BM&F. Negócios à vista em S. Paulo acontecem a R$ 100,00/@. Oferta de animais de pasto é pequena, mas no cocho números são indefinidos ainda.



FONTE: NOTICIAS AGRICOLAS

Câmara obriga frigoríficos a prestar informações sobre gado

A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania aprovou nesta quarta-feira projeto de lei (PL 5194/05) do deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO), que obriga os frigoríficos registrados a enviar ao Ministério da Agricultura informações sobre preços, quantidade e outras características dos bois adquiridos para corte. Aprovado em caráter conclusivo, o texto seguirá para o Senado, a menos que haja recurso para sua análise pelo Plenário.

O objetivo da proposta é combater a informalidade do comércio de carne bovina no Brasil. O relator na CCJ, deputado João Magalhães (PMDB-MG), recomendou a aprovação da proposta com emendas acatadas anteriormente em outras comissões.

Conforme o texto aprovado, os frigoríficos terão prazo de cinco dias úteis, após o abate do animal, para apresentar as informações. Em caso de descumprimento da medida, o estabelecimento será notificado e terá dez dias para regularizar as informações junto ao governo.

FONTE: JORNAL DO BRASIL

Rússia deixa apenas dois frigoríficos brasileiros liberados a exportar

Autor: Sou Agro

Com nova ampliação do bloqueio, produção de 116 unidades nacionais está proibida de entrar no mercado russo

Luiz Silveira

A ampliação do embargo russo às carnes brasileiras no último dia 28 de julho deixou apenas dois frigoríficos brasileiros totalmente liberados a exportar a produção para a Rússia. Segundo os dados do sistema veterinário russo, há neste momento 116 frigoríficos brasileiros sob suspensão temporária e outros 50 em um regime de controle ampliado, no qual os produtos passam por inspeções mais detalhadas e podem demorar mais para entrar no país.

A situação é mais grave no caso da carne suína, na qual há 19 frigoríficos suspensos, dois sob controle especial e nenhum liberado. Na carne de frango há 44 unidades brasileiras suspensas, 17 em regime especial de inspeção e apenas uma liberada. Já na carne bovina são 53 fábricas em suspensão temporária, 31 em controle ampliado e uma totalmente liberada. Os dados foram levantados pelo portal Sou Agro no sistema de informações do serviço veterinário russo.

Na semana passada, o governo russo suspendeu temporariamente a entrada de carnes de 37 frigoríficos, depois de ter feito o mesmo com outros 85 em junho. O documento normativo do serviço veterinário russo que suspendeu mais 37 frigoríficos nacionais afirma que a decisão foi tomada a pedido do governo brasileiro, que negocia com a Rússia alterações burocráticas e técnicas nos sistemas de inspeção nacional. A Rússia alega não ter encontrado os controles que desejava em uma inspeção a unidades frigoríficas do Brasil.

A Rússia é um dos maiores países importadores de carne do mundo. No caso da carne de porco, a Rússia foi o destino de 46% das exportações brasileiras do produto no primeiro semestre deste ano.

FONTE: PORTAL SOU AGRO

Cardiologistas dão aval à carne vermelha

A nutricionista Mariana Del Bosco, da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade (Abeso), já perdeu a conta de quantas vezes ouviu pacientes dizendo: “Tenho hábitos saudáveis, por isso não como carne vermelha”. Essa marginalização nutricional vem da época em que os bois passavam anos e anos se empanturrando no pasto. E o resultado desse regime especial era uma carne supergorda. Mas, em um mundo que luta contra a obesidade e outros males conseqüentes dos abusos à mesa, até os bichos tiveram de entrar na linha. “Hoje os animais são abatidos mais jovens e não têm tempo para acumular tanta gordura”, afirma o veterinário Pedro Felício, professor da Universidade Estadual de Campinas(Unicamp), no interior paulista. Sem contar que os melhoramentos genéticos originaram um gado mais magro do que o que se via no passado.

Para levantar mais o moral do boi, a gordura saturada cedeu seu posto de vilã para a do tipo trans, presente em várias margarinas. Para ver como o mundo dá voltas, antes as carnes vermelhas eramtemidas e as margarinas eram bem-vindas na geladeira dos antenados em saúde. Não se pode dizer que houve uma total inversão de papéis. A gordura saturada da carne eleva o LDL, o colesterol ruim. Isso não é bom, mas o efeito das trans é ainda pior. “Ela não só põe o LDL nas alturas como abaixa o HDL, o colesterol bom”, aponta o cardiologista Raul Santos, do Instituto do Coração, em São Paulo.

Para completar a redenção do gado, uma megapesquisa assinada pela Universidade Harvard, nos Estados Unidos, analisou hábitos de mais de 300 mil pessoas e inclui os carboidratos no banco dos acusadospelas doenças cardíacas. Ou seja, os holofotes deixaram de mirar a carne.

“A gordura saturada, sem excesso, é até necessária para o organismo”, comenta Daniel Magnoni, cardiologista e nutrólogo do Hospital do Coração, na capital paulista. “Consumir carne bovina magra não traz nenhum prejuízo”, ele fez questão de frisar no II Congresso Paulista de Nutrição Humana, que aconteceu em agosto. Aliás, ao contrário. Aos poucos os especialistas descobrem o outro lado do bife.

Embora todo mundo logo associe carne vermelha a gordura, ela está longe de ser seu principal componente. Em princípio todo bife é suculento, já que cerca de 75% dele é pura água. O restante — além das sempre lembradas gorduras — são proteínas, minerais e vitaminas. Aliás, tem uma vitamina que só alimento de origem animal é capaz de nos oferecer: a B12, essencial para a memória e para o aproveitamento do ferro, proveniente da própria carne ou de outros alimentos. E a vermelha é campeã em B12.

Por falar no ferro, a carne vermelha também é a sua melhor fonte. “A absorção do ferro das carnes é seis vezes maior do que o de vegetais”, calcula a nutricionista Semíramis Álvares, professora da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Campinas, interior paulista. Isso porque nos vegetais a concorrência é desleal — o ferro convive com outras moléculas que atrapalham seu aproveitamento. “Elas o deixam menos solúvel e mais difícil de atravessar a parede do intestino”, descreve Semíramis.

Na falta desse mineral, sobra cansaço, um dos sintomas da anemia. “A produtividade cai 5% no mínimo”, garante o nutrólogo e cardiologista Daniel Magnoni. A carência também está associada ao aumento de infecções. Ora, o ferro é fundamental para as células de defesa — aí, faz dobradinha com o zinco, outro mineral da carne vermelha que dá força ao sistema imunológico.

O ponto alto, porém, são as proteínas. Você pode até rebater dizendo que a soja também está cheia delas. O.k., temos ótimas fontes protéicas no reino vegetal, mas o aproveitamento do nutriente vindo da carne (vermelha, que fique claro) ainda é o melhor. Sempre vale a pena recordar que os alimentos de origem animal são os únicos que fornecem todos os aminoácidos de que precisamos, inclusive aqueles não produzidos pelo nosso corpo. Eles ajudam até a manter o ponteiro da balança estável. “Trata-se de um nutriente que precisa de bastante energia para ser aproveitado”, conta a nutricionista Mariana Del Bosco, da Abeso. Em outras palavras, os especialistas chamam a carne de alimento termogênico, isto é, que requer mais calorias para ser digerido do que a média do que está na cozinha. “Além disso, as carnes criam uma sensação de saciedade que dura mais tempo”, lembra Mariana.

Mas também nem pense em se entusiasmar e aderir àquelas dietas que pregam um cardápio à base delas. Excesso de aminoácidos sobrecarrega os rins. Ninguém aqui está falando em se entupir de rosbife, churrasco, tournedos. A nova recomendação é de o equivalente a um bife por dia. “Só não deve ser dos grandes”, aponta Daniel Magnoni. A nutricionista Cynthia Antonaccio corta essa porção para três bifes por semana. Mas o motivo nada tem a ver com as gorduras: “É que, comendo carne vermelha todo dia, a dieta fatalmente ficará um tédio. É importante variar e comer carne branca também.” Branca ou vermelha, magra sempre.

RANKING DAS GORDURAS
Os valores comparados se referem a 100 gramas de cada corte

APROVEITE!
Eis os cortes com menor teor de gordura
1. Patinho……………..7 gramas
2. Maminha…………..7 gramas
3. Músculo ……………7 gramas
4. Lagarto……………..9 gramas
5. Filé mignon………..9 gramas
6. Coxão duro ………..9 gramas
7. Coxão mole………..9 gramas

NÃO SE ESBALDE TANTO…
Aqui estão os cortes mais gordos
8. Acém …………………………11 gramas
9. Alcatra ……………………….12 gramas
10. Contra-filé de costela ….13 gramas
11. Cupim ………………………13 gramas
12. Picanha ……………………. 20 gramas
13. Fraldinha ………………….. 26 gramas
14. Costela ……………………. 28 gramas

NA PANELA, NO ESPETO, NA GRELHA
Um estudo realizado pelas pesquisadoras Márcia Harada e Luciana Miyagusku, do Ital, prova que a forma de preparo da carne vermelha interfere no teor de vitaminas do complexo B. Assados e grelhados seguram mais esses nutrientes. E saiba: bem passado não é a melhor opção. “Ao torrar a carne, as crostas concentram substâncias acusadas de causar câncer”, justifica a nutricionista Cynthia Antonaccio. Pelo mesmo motivo, “na hora do churrasco é bom deixar a carne longe da fumaça”, ensina o nutrólogo Paulo Henkin, da Secretaria da Saúde do Rio Grande do Sul.

SEM CARNE, COM SUPLEMENTO
Banir a carne pode ser uma opção de dieta ou até religiosa. Para quem pertence a essa corrente, o zelo com o cardápio precisa ser redobrado. E o motivo você já sabe. “É para não faltar nenhum nutriente no cardápio”, diz o nutrológo Edson Credidio, diretor da Associação Brasileira de Nutrologia. No caso, o uso de suplementos — claro que com orientação médica — é bem-vindo, principalmente para as grávidas e para a criançada, embora seja mais raro encontrar um vegetariano em plena infância. Lembre-se da importância do ferro para o desenvolvimento. Um trabalho com 544 garotos realizado ao longo de dois anos por cientistas do Serviço de Pesquisa Agrícola do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos concluiu o seguinte: aquelas que comem carne vermelha crescem mais e acabam com melhor desempenho escolar quando comparadas com a meninada vegetariana. E, claro, isso vale para o menino carnívoro que faz birra até aceitar uma garfada de bife.

Outro temor que povoa a cabeça dos adoradores de uma boa carne é a questão dos hormônios. O engenheiro agrônomo Cláudio Haddad, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, a Esalq, que fica em Piracicaba, interior paulista, garante que não há necessidade deles para o animal se desenvolver. Isso era mais freqüente quando o gado vivia comendo capim. Nenhum criador sério aprova essa dieta tão pobre. Para ficar sarado, o boi recebe uma série de suplementos. “As fórmulas incluem proteínas, minerais e substâncias probióticas, que auxiliam no funcionamento intestinal e na absorção de nutrientes para ele crescer”, diz.

E tem mais: os hormônios anabolizantes são proibidos aqui no Brasil desde a década de 1980. “Mas ninguém sabe ao certo se todo mundo respeita a lei”, lamenta o professor Eduardo Francischini, também da Esalq. Uma dica para evitar uma carne impregnada com essas substâncias é preferir cortes de frigoríficos que exportam parte de sua produção — os principais compradores são os europeus, que não toleram esse deslize.

O povo da Europa anda mesmo muito arisco quando o assunto é carne. Em 1985 eles depararam com o mal da vaca louca. “A utilização de rações de origem animal tem sido apontada como provável causa da contaminação do gado”, conta Márcia Cristina de Sena Oliveira, pesquisadora da Embrapa Pecuária Sudeste, que fica em São Carlos, interior paulista. A doença deixa o cérebro todo esburacado, tantoo do animal quanto o do homem que se alimentar de sua carne. Infelizmente a vaca louca se espalhou pelo Velho Continente e alcançou países do outro lado do Atlântico, como os Estados Unidos e o Canadá.

Aqui tudo indica que não há riscos, embora o Brasil já não esteja totalmente acima de qualquer suspeita. Ainda que os grandes produtores não ofereçam esse tipo de ração, há o perigo das chamadas “camas de frango”. “São dejetos de aves misturados e oferecidos aos rebanhos”, denuncia Haddad. Atenção: trata-se de uma prática típica de frigoríficos clandestinos. Bons açougues e supermercados não têm esse tipo de fornecedor. Quer uma garantia? É só procurar pelo selo do Serviço de Inspeção Federal.

“Prestar atenção na higiene do local e dos funcionários também afasta problemas”, diz o microbiologista João Carlos Tórtora, da Universidade Gama Filho, no Rio de Janeiro. A limpeza mantém longe microorganismos perigosos, como a salmonella e o clostridium, que podem habitar a carne e, depois, fazer estragos no seu intestino. Leia-se diarréia. Quanto menos manuseada a peça de carne, melhor. No mais é só aproveitar. Agora pode.

Fonte: Revista Saúde

* Matéria obtida no site da Associação Brasileira de Brangus (www.brangus.org.br)

Volume de exportação de carne cai 38,2% e receita 22,5% em julho

São Paulo - As exportações de carne in natura caíram 38,2% em volume no mês de julho em comparação com o mesmo período do ano passado e atingiram 62,8 mil toneladas. A receita com os embarques chegou a US$ 316,2 milhões, ante US$ 407,8 milhões, recuo de 22,5%. As informações foram divulgadas pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Os resultados refletem o embargo russo à carne brasileira, segundo fonte do setor.

As vendas externas de carne suína foram as mais prejudicadas na comparação de julho ante junho. No mês passado, a receita com as vendas externas somou US$ 82,4 milhões, queda de 40,8% na relação com os US$ 139,1 milhões de junho. Em volume, a queda foi de 34,7%, passando de 46 mil toneladas para 30 mil toneladas.

As vendas externas de carne de frango in natura tiveram receita de US$ 555,5 milhões em julho, queda de 12,7% ante os US$ 636,4 milhões de junho, parcialmente prejudicada pela diminuição de 2% no preço médio praticado no período, que passou para US$ 2.006/tonelada. Em volume, os embarques totalizaram 276,9 mil toneladas, recuo de 11,1% ante as 310,9 mil toneladas de junho.



De acordo com os dados do ministério, houve recuo nos embarques de carne bovina in natura também em relação ao mês passado. Em volume, a retração foi de 19,2% contra 77,7 mil de toneladas. Já em receita, a queda foi de 17,6% em compração com os US$ 383,9 milhões obtidos em junho.

Já o preço médio por tonelada chegou a US$ 5 mil e apresentou incremento de 25,6% na comparação com o mesmo mês do ano passado e de 2% em relação a junho deste ano. Já as exportações de carne bovina totalizaram US$ 316,2 milhões durante julho, queda de 17,6% ante US$ 383,9 milhões de junho. Em volume, foram embarcadas 62,8 mil toneladas da proteína in natura, recuo de 19,2%.

Em junho, os embarques de bovinos somaram 77,7 mil toneladas. O preço médio por tonelada, por sua vez, aumentou 1,9%, para US$ 5.035.

O desempenho fraco das exportações de proteínas também aparece na análise dos números do mês de julho de deste ano ante julho de 2010. Em receita, as vendas externas de carne suína in natura recuaram 17,4%, 21,5% em volume e 5,2% nos preços médios praticados.

Na mesma base de comparação, as exportações de carne bovina in natura diminuíram 22,5% em receita e 38,2% em volume. Os preços, entretanto, tiveram um alta de 25,6% no período. E as vendas externas de carne de frango in natura aumentaram 2,2% em receita e caíram 14,6% em volume. Os preços médios da carne bovina do período subiram 19,7%.
FONTE: DCI