quarta-feira, 23 de maio de 2012

RS: Governador forma grupo de trabalho para estudar propostas da indústria da carne


O governador Tarso Genro anunciou, no Palácio Piratini, nesta segunda-feira (21), a criação de um Grupo de Trabalho (GT), para apresentar alternativas às solicitações do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Rio Grande do Sul (Sicadergs) ao Executivo gaúcho. O objetivo é superar gargalos do setor que reúne 121 estabelecimentos, gera 8 mil empregos e tem um faturamento anual de R$ 2 bilhões e 200 milhões.
O evento contou com a participação dos secretários da Agricultura, Pecuária e Agronegócio (Seapa), Luiz Fernando Mainardi, do Desenvolvimento e Promoção do Investimento (SDPI), Mauro Knijnik, e do Gabinete dos Prefeitos e Relações Federativas, Afonso Motta, além de diretores das respectivas pastas e do Sicadergs.
O grupo será formado pelos três secretários e, ainda, pelo presidente da Fepam, Carlos Fernando Niedersberg, atuando sob a coordenação de Mainardi. Conforme Tarso, o Governo tem compromisso em apoiar os setores produtivos. “Vamos estudar as propostas, examinar a viabilidade e construir as políticas possíveis para atender os pleitos aqui apresentados”, disse.
Mainardi destacou uma série de ações desenvolvidas pelo Executivo para apoiar o setor da carne, entre os quais a busca para aumentar a produção, por meio do crescimento da produtividade e a qualidade. “Tempos procurado, por intermédio da Câmara Setorial da Carne, promover a discussão, harmonizar as posições legítimas de cada um dos segmentos e, com isso, implementar as ações necessárias para o pleno desenvolvimento deste setor que responde por um percentual importante do nosso PIB”, afirmou. Uma das primeiras ações anunciadas pelo secretário é uma operação de fiscalização para diminuir a informalidade, reduzir os abates clandestinos e combater o abigeato.
SicadergsDe acordo com o presidente do Sicadergs, Ronei Lauxen, a indústria da carne, responsável por R$ 50 milhões anuais da arrecadação do ICMS, vem operando com uma capacidade ociosa média, nos últimos anos, de 40%. Para uma capacidade instalada de 2,7 milhões cabeças de bovinos, bubalinos e ovinos, os estabelecimentos vinculados ao sindicato, que respondem por 80% do abate gaúcho, nos últimos três anos abateram, em média, 1,7 milhão de cabeças.
Uma das reivindicações da indústria da carne é a imposição de barreiras para conter as exportações de gado em pé, movimento que tem aumentado nos últimos anos. “Estamos exportando terneiros e genética para outros Estados, o que não agrega valor à produção gaúcha, contribui para a ociosidade da indústria frigorífica e afeta pelo menos cerca de 50 setores que dependem desta cadeia, como a indústria calçadista, embutidos, embalagens, entre outros”, esclareceu Lauxen. Além disso, referiu ainda que parte dos pecuaristas também sofre prejuízos em função das dificuldades que se criam para a reposição dos rebanhos e o Estado não obtém retorno para os investimentos feitos em sanidade.
“Estamos exportando empregos, renda e tributos”, destacou o dirigente. Entre outras medidas que busquem contribuir para o aumento de oferta à indústria, o Sindicato propõe tarifação sobre as exportações de bovinos vivos, a criação de um programa similar ao Mais Ovinos no Campo, em que o Estado, por meio do Banrisul, com a coordenação da Secretaria da Agricultura, criou linhas de financiamento para a retenção e aquisição de matrizes e reprodutores, e uma fiscalização mais rigorosa do Estado ao locais em que os animais destinados à exportação ficam concentrados.
Também solicitaram a ampliação dos créditos presumidos concedidos pelo programa Agregar/RS, contemplando também as vendas interestaduais e para o processamento de matéria adquirida em outros Estados  que venha a ser comercializada no Rio Grande do Sul. Ainda sobre este tema, o Sicadergs pediu a intensificação dos trabalhos que busquem incluir mais estabelecimentos neste programa, assim como da fiscalização sobre aqueles estabelecimentos que ainda não aderiram.
Por fim, ocorreu pedido de maior agilidade na liberação de projetos de confinamento, maior atuação do Estado para pressionar o governo da Rússia na liberação dos estabelecimentos gaúchos para a venda de carne in natura para aquele mercado, que já representou 60% das vendas internacionais dos frigoríficos locais, e também uma estrutura maior do Cispoa para fiscalização e aprovação de projetos de adesão das indústrias ao Sisbi.
O Sicaders também destacou o apoio do segmento ao Programa Carne Gaúcha, em fase de montagem pela Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio, por entender que, com a sua implantação, haverá diferenciação do produto gaúcho, permitindo a conquista de novos mercados.
Texto: Marcos Pérez
Foto: Foto: Caroline Bicocchi
Edição: Redação Secom (51) 3210-4305


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