segunda-feira, 11 de junho de 2012

Marfrig obtém selo de produção sustentável

Grupo é o primeiro no mundo a receber distinção
Marcela Caetano
O Grupo Marfrig recebeu na tarde desta segunda-feira, 11, o selo Rainforest Alliance Certified, que certifica a produção rastreada e de acordo com critérios socioambientais. A unidade de Tangará da Serra, em Mato Grosso, é a primeira no mundo a receber a distinção e os cortes e subprodutos dos animais poderão ser comercializados com o selo da ONG. Evento ocorreu na Feicorte, em São Paulo.
A expectativa é de que os abates iniciem nos próximos 20 dias. “Em um momento em que há desconfiança sobre a carne brasileira temos na carne orgânica a garantia de que há trabalho de sustentabilidade”, afirma James Cruden, CEO da Marfrig Beef.
Segundo ele, a certificação deve garantir ao Marfrig acesso a canais de venda com os quais não poderia competir em igualdade de condições com o produto uruguaio e argentino, como Inglaterra, França, Holanda, Alemanha e Itália. A empresa também pretende negociar os cortes por meio da Cota Hilton, salienta Cruden.
No mercado interno, o grupo negocia com redes de supermercados, mas o CEO afirma não ter dúvidas de que o produto irá ter procura.  “Havendo necessidade outras plantas devem ser certificadas. Vamos aguardar a resposta dos pecuaristas.”
A fazenda São Marcelo, também pioneira na obtenção do certificado da Rainforest, será a fornecedora inicial do frigorífico.  A propriedade produz 20 mil cabeças/ano. De acordo com o proprietário, Arnaldo Eijsink, haverá um prêmio por animal, que também contempla o valor pago pelo fato de o gado ser rastreado e uma eventual bonificação conforme o peso, de acordo com os critérios do Marfrig Club. “Não vou dizer que é excelente, mas também há benefícios da porteira para dentro. Com os cuidados de bem estar animal há menos hematomas, por exemplo, e isso se inclui na premiação indiretamente”, destaca.
Conforme Eduardo Gonçalves, da Imaflora, a pecuária passou a ser considerada passível de certificação em março deste ano e outras propriedades já buscam informações sobre o assunto.  “Há fazendas interessadas na Amazônia e no Cerrado”, diz. Segundo ele, o período de adaptação às normas, que incluem critérios de sustentabilidade, gestão e sociais, leva entre quatro meses e um ano, de acordo com a situação da propriedade.

Fonte: Portal DBO

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