terça-feira, 31 de julho de 2012

Expointer, o desafio de driblar a seca


Feira que será lançada hoje aposta na alta do investimento em irrigação

Enquanto boa parte dos produtores gaúchos tenta se recuperar do baque causado pela seca e espera solução federal para o endividamento, outra parcela comemora preços recordes de milho e soja e a queda no juro do crédito rural. É neste cenário que será lançada, nesta terça-feira (31), na Capital, a 35 Expointer. A feira, que ocorre de 25 de agosto a 2 de setembro, no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, terá o desafio de superar 2011, quando a receita foi de R$ 1,089 bilhão - resultado 4,4% inferior ao recorde de 2010. "A Expointer vai ser bastante superior em volume de negócios e participantes", prevê o secretário da Agricultura, Luiz Fernando Mainardi.

Responsável por 76,6% do faturamento do ano passado, a indústria de máquinas e implementos está menos confiante. De acordo com o presidente do Simers, Claudio Bier, a tendência é de repetição das vendas. Para que a feira drible as adversidades. Bier aposta no Feirão Mais Alimentos, de volta após três anos, e na alta de 5% a 10% na venda de equipamentos para irrigação, foco desta edição, sob o slogan "Rio Grande mais sustentável, economia mais forte".

Na pecuária, as expectativas são promissoras frente ao preço do boi gordo, de R$ 3,32 - 6,4% superior a média histórica, de 2007 a 2011. O presidente do Sindiler, Jarbas Knnor, prevê demanda aquecida por terneiros e animais de reposição. A redução na oferta, porém, é reflexo provocado pela estiagem. Na edição passada, a receita com animais fechou com recuo de 17,5%, em R$ 11,72 milhões, com liderança dos Crioulos. O presidente da Comissão de Exposições e Feiras da Farsul, Francisco Schardong, também está otimista com a pecuária, mas alerta: sem o equacionamento da dívida, a reposição de máquinas será difícil.

Cautela também entre lideranças do cooperativismo e da agricultura familiar. O presidente da Fecoagro, Rui Polidoro Pinto, cita como empecilho a escalada do custo dos insumos. Já o vice-presidente da Fetag, Carlos Joel da Silva, alerta que, apesar do juro menor no Pronaf, que vai de 0,5% a 4% ao ano, e dos bons preços do grãos, é melhor não dar o "passo maior que a perna", já que muitos estão com limite comprometido pelas dívidas. "O produtor tem que comprar o que ele realmente necessita." Silva espera que as agroindústrias familiares repitam a façanha de 2011, quando faturaram mais de R$ 1,1 milhão, alta de quase 40% frente ao ano anterior.

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