sábado, 7 de julho de 2012

JBS-Friboi venderá até 40% da carne do McDonald’s



O frigorífico JBS-Friboi fechou um contrato para fornecer até 40% da carne usada pelo McDonald’s no Brasil. Para atender a demanda, o frigorífico reformou uma unidade em Campo Grande. De lá, atender 50 restaurantes. O Marfrig fornecia toda carne usada pela rede de lanchonetes. O contrato da Marfrig não será reduzido. O que o McDonald’s quer é diversificar os seus fornecedores e essa política será usada para todos os insumos comprados pela companhia.
Felipe Patury
FONTE: REVISTA ÉPOCA

Desplome de exportación en pie contribuyó a mantener a raya los precios ganaderos


En el mes de junio zarpó del puerto de Montevideo el primer barco del año con vacunos en pie destinados a faena o engorde. Fueron 7.488 animales que, según datos de Aduanas, formaron parte de un negocio de la firma exportadora Herbal Paradise. Los novillitos salieron a un precio FOB de US$ 733 por cabeza.
De acuerdo a los datos que maneja el Ministerio de Ganadería, Agricultura y Pesca, se trató de la primera exportación de este tipo de ganados en lo que va del año. Previamente habían salido algunos barcos con vaquillonas Holando para China, y también se había colocado algún centenar de reproductores en los países de la región. Pero en lo que tiene que ver con las razas carniceras y la exportación de ganado a Turquía, el de junio fue el primer barco.
A su vez, si se toma todo el ejercicio 2011/12 (julio a junio) la exportación de ganado en pie con destino a engorde o faena (exceptuando los reproductores y los embarques de ganado lechero) sumó sólo 43.699 animales, 82,8% menos que los 254.340 de 2010/11.
La suma total de ganado exportado en pie también muestra una contracción significativa en el ejercicio recién terminado, al pasar de 300.134 en 2010/11 a 75.651 en 2011/12, una caída de 75%.
La fuerte contracción de esta corriente comercial se basó en una decisión política de las autoridades ministeriales, quienes optaron por demorar la salida de los certificados para enlentecer un negocio con un país como Turquía que permite el ingreso de ganado con bajos aranceles y castiga a la carne con tasas de más de 200%. Luego se sumaron otros problemas, como el fuerte aumento de los precios de los animales de reposición, la competencia mediante la habilitación de Turquía de otros países proveedores (México) y la interrupción por algunas semanas de estas ventas debido a una decisión del país comprador.
Si se tiene en cuenta que la faena en ambos ejercicios fue prácticamente igual, 2,02 millones (5 mil vacunos más en el último), la caída de la exportación en pie tiene una incidencia clave sobre  la extracción. Sumando faena y exportación en pie, se pasa de 2,32 millones en 2010/11 a 2,095 millones en 2011/12. La baja es de casi 10%.
Una menor extracción significa una menor salida de animales, ya sea por una caída de la oferta como por una merma de la demanda. En este caso se trata de la segunda opción. Una menor demanda se refleja en precios más bajos. Entre otras muchas causas, la reducción de la exportación de ganado en pie es una de las que ha hecho que los precios ganaderos se ubiquen por debajo de los del año pasado.
FONTE: TARDÁGUILA AGROMERCADOS

sexta-feira, 6 de julho de 2012

CNA quer créditos de carbono a produtor por recuperação de áreas degradadas

Daniel Mello | São Paulo

A presidenta Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu (PSD-TO), defendeu nesta segunda-feira, 4,  que os produtores que recuperarem áreas degradadas possam vender créditos de carbono. Para a senadora, os agricultores que fizerem ações par reduzir as emissões de gases de efeito estufa poderiam conseguir compensações financeiras de empresas poluidoras.
 
“Nós estamos atrás desses fundos de investimento, dessas grandes corporações que pretendem compensar as suas emissões com a redução das emissões dos produtores do Brasil”, disse ao apresentar o espaço de divulgação da CNA na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20). Kátia Abreu acredita que esses recursos poderão ser usados para que os produtores absorvam parte dos custos relativos à recomposição florestal das áreas degradas nas propriedades.
 
Durante a Rio+20, que ocorre a partir da semana que vem, a CNA apresentará o conceito de área de preservação permanente (APP) mundial. Segundo a presidenta da entidade, será ressaltado que todos os países deveriam ter parâmetros para proteção das margens de rios, nascentes e encostas. “Não como uma imposição da lei brasileira, mas um conceito que é da maior importância em termos da preservação”, destacou.
 
De acordo com Kátia Abreu, a importância dessas áreas de preservação são reconhecidas mundialmente, mas é difícil remover as pessoas e propriedades que já ocupam essas terras. “O problema é que diante dessa constatação nós temos milhares de pessoas que habitam as margens desses rios no mundo inteiro”.
 
A senadora sustentou ainda que os agricultores brasileiros que forem atingidos pelas mudanças de tamanho das APPs ou pela criação de unidades de conservação sejam indenizados. Kátia Abreu admitiu, entretanto, que é difícil ter recursos para fazer todas as compensações necessárias. “Compatibilizar o direito da pessoa com a necessidade ambiental e o Tesouro Nacional não é tarefa para muitos, é difícil encontrar solução para isso”, ressaltou.

FONTE: 24HORASNEWS

RS: nota técnica do CemetRS prevê regularização das chuvas no trimestre


O Centro Estadual de Meteorologia (CemetRS) divulgou hoje (05) a nota técnica 11/2012, que descreve as condições meteorológicas observadas em junho e o prognóstico para os meses de julho, agosto e setembro.

Segundo o boletim, o trimestre será marcado pelo final do fenômeno La Niña e pela condição de neutralidade, o que favorece maior regularidade nas chuvas. Dessa forma, oEstado deve ter precipitações dentro do padrão nos próximos três meses. 

A menor demanda evaporativa da atmosfera no trimestre e o prognóstico de volumes de chuva próximos à normal climatológica indicam que haverá regularização dos níveis de água em rios, açudes e barragens. A nota aconselha ainda o planejamento do armazenamento de água nesse período, de modo a favorecer a implantação e desenvolvimento das culturas agrícolas. 

Segundo o boletim, os volumes de chuva acumulados em junho foram variáveis no Estado (entre 10 mm na região Central e 200 mm no Norte). No entanto, na maior parte do Rio Grande do Sul a precipitação ficou abaixo da normal climatológica. Confira a nota na íntegra no link:http://bit.ly/M7Eal2

Fonte: Seapa/RS 

quinta-feira, 5 de julho de 2012

RS: Sicadergs projeta queda de abates


O Sindicato das Indústrias de Carne e Derivados do Rio Grande do Sul (Sicadergs) alega que, principalmente por falta de matéria-prima, o abate deve cair 40% neste mês em relação a média mensal de 150 mil cabeças de gado abatidas entre os meses de janeiro e maio no Estado. 

Em junho, a queda consolidada foi de 20% na comparação com maio, segundo dados do sindicato. Conforme o presidente Ronei Lauxen, pelo menos uma planta frigorífica concedeu férias coletivas a seus funcionários no último mês. Apesar de esboçar um cenário caótico para a indústria frigorífica gaúcha, Lauxen ainda não dispõe de dados sobre o número de funcionários em férias ou demitidos. 

Para o presidente da Federação da Agricultura do RioGrande do Sul (Farsul), Carlos Sperotto, também no comando da Comissão de Pecuária de Corte da federação, ainda que não sobre boi no mercado, o quadro traçado é um exagero. "Se alguma planta fechou ou deu férias coletivas foi estratégia de mercado dos frigoríficos para fomentar alteração no preço", acredita.

Fonte: Correio do Povo 

Pelé fará propaganda para mostrar sustentabilidade do agronegócio

Campanha será realizada até 2014 e quer mostrar ‘as práticas sustentáveis dos produtores rurais’

Venilson Ferreira, da Agência Estado
BRASÍLIA - O ex-jogador Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, será o astro de uma campanha que será lançada na próxima terça-feira (10), às 19h30, em Brasília, pela Confederação Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). O objetivo da campanha é "consolidar a imagem do agronegócio sustentável brasileiro no País e no exterior".
 - Ed Ferreira/AE
Ed Ferreira/AE
Segundo nota da CNA, a campanha será realizada até 2014, em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), "para divulgar as práticas sustentáveis adotadas pelos produtores rurais brasileiros, além de outras iniciativas que assegurem a boa qualidade do produto nacional".
A CNA explica que a campanha publicitária denominada "Time Agro Brasil" mostrará que o País tem uma das maiores, melhores e mais sustentáveis agropecuárias do mundo, utilizando apenas 27,7% do território nacional para produzir grãos, carnes, matéria-prima para biocombustíveis e plantar florestas.
Outro argumento apresentado pela CNA é que o Brasil mantém intactos 61% dos seus biomas, a partir de práticas e tecnologias que, além de conservar a qualidade da água, solo e biodiversidade, também proporcionam aumento de produtividade sem precisar desmatar novas áreas.
FONTE: ESTADAO.COM.BR

Relação entre frigorífico e pecuarista em debate

Encontro em Cuiabá prevê construção de agenda positiva para a pecuária nacional
Marcela Caetano

O debate sobre a relação comercial entre frigoríficos e pecuaristas voltará a ter destaque na próxima segunda-feira, 9, no 2º Encontro Nacional da Pecuária de Corte, em Cuiabá. Conforme o vice-presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Jorge Pires, todas as indústrias frigoríficas do País foram convidadas. Até o momento, JBS, Marfrig, Minerva e Grupo Rodopa confirmaram presença. O evento acontecerá às 14h, no Hotel Holiday Inn Express Cuiabá.
“Queremos debater uma agenda positiva para o setor, com relacionamento de confiança entre pecuarista e indústria. Temos certeza de que houve melhoria de qualidade genética  e não tivemos compensação financeira”, argumenta. A rentabilidade da carcaça e a valorização do produto de maior qualidade também serão alvo de discussão.
A reunião está sendo organizada pela Acrimat em conjunto com a Associação dos Criadores do Mato Grosso do Sul (Acrissul), União Democrática Ruralista (UDR), Sociedade Rural Brasileira (SRB), Associação Brasileira de Criadores de Zebu (ABCZ), Associação Nacional dos Produtores de Bovinos de Corte (ANPBC), Associação de Fazendeiros do Xingu (ASFAX),  Associação dos Proprietários Rurais de Mato Grosso (APR-MT) e Associação Brasileira de Exportadores de Gado (ABEG). Também estão envolvidos representantes do Senado Federal, da Câmara Federal, da Assembleia Legislativa de Mato Grosso e produtores de diversos estados.
Fonte: Portal DBO

Missão busca dados sobre rastreabilidade bovina


Representantes do RS vistam Austrália e Nova Zelândia para conhecer sistemas locais antes de implantar modelo no Estado
Mônica Costa
Missão formada por autoridades sanitárias, pesquisadores e produtores do Rio Grande do Sul embarca para a Austrália e a Nova Zelândia, no próximo dia 14, para conhecer os sistemas de rastreabilidades adotados por estes países. “O propósito é avaliar os erros e acertos do programa antes de implantá–lo no Rio Grande do Sul”, explica Ana Suñe, coordenadora da Câmara Setorial de Carne Bovina no Estado.
A Austrália é pioneira em rastreabilidade e já identifica o rebanho bovino há pelo menos 12 anos. Na Nova Zelândia a certificação de origem do gado tornou-se obrigatória no dia 1º de julho. A visita da comitiva é parte do projeto em andamento no Estado que visa a rastreabilidade de todo o rebanho gaúcho até 2018."Buscamos referências que possam nos ajudar a tornar o projeto exequível, bem delineado e que facilite a vida do produtor", disse Ana.
O processo, que será obrigatório e gratuito para o pecuarista, terá investimento de R$ 80 milhões. O valor foi garantido por meio de emenda conjunta da bancada gaúcha, que assegurou o aporte anual de R$ 20 milhões para a Câmara Setorial pelos próximos quatro anos.  Os recursos serão aplicados na compra e distribuição de dispositivos, como brincos e chips, além de equipamentos de leitura e identificação para as inspeções veterinárias e recursos humanos.
Segundo a coordenadora, a identificação deverá ter início em 2013 e começará pelos recém-nascidos. “Devemos identificar 2,5 milhões de bezerros por ano, a estimativa é ter todo o rebanho rastreado em cinco anos”, afirmou Ana.
Além de garantir a saúde animal e a segurança alimentar, o processo de identificação de todo o gado do Estado também beneficiará o mercado. Na União Europeia, por exemplo apenas a carne bovina de rebanhos rastreados pode ser adquirida.
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Fonte: Portal DBO

CADE proíbe JBS de fechar plantas em três estados


O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) decidiu suspender hoje (04) a possibilidade de a JBS fechar plantas ou partes de três frigoríficos adquiridos pela empresa em três Estados. Para isso, o órgão antitruste assinou três Acordos de Preservação da Reversibilidade da Operação (Apros) com a empresa.
Um trato de aquisição da Jema Participações pela JBS em Rio Branco, no Acre, outro da MJE Administradora de Bens, em Ariquemes, Rondônia e FR participações, que está instalada nas cidades de São Miguel do Guaporé, Rondônia, e em Confresa, Mato Grosso.
A decisão de congelamento foi tomada depois que membros da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) se reuniram com membros do conselho e demonstraram preocupação com o aumento da concentração do setor no Brasil. “A preocupação que nos foi passada é a de que o JBS pudesse fechar frigoríficos”, explicou o presidente do Cade, Vinícius Carvalho.
Com o Apro, a empresa pode até ampliar as novas plantas que adquiriu, mas está proibida de encolhê-las. “Em todos os casos, a JBS se compromete a não alterar a estrutura de ativos até o julgamento final do Cade”, comentou o presidente.
Fonte: Agência Estado, adaptada pela Equipe BeefPoint

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Uruguai tem 40% menos gado confinado no primeiro semestre/12


Uma queda de 40% na produção de bovinos confinados foi registrada durante o primeiro semestre do ano, disse o diretor executivo da Associação Uruguaia de Produtores de Carne Intensiva Natural (AUPCIN), Álvaro Ferrés.
“Embora insumos como o sorgo hoje estejam a preços mais baixos que no ano passado, o que ajudaria, o valor dos animais de reposição e, sobretudo, o valor do gado gordo, são desfavoráveis”, disse Ferrés. “Com a atual relação grãos-gado, o preço do novilho deveria ficar em US$ 4 por quilo em segunda balança (hoje está em torno de US$ 3,50), para que os produtores voltem a engordar com grãos”.
Ferrés disse que essa situação ocorre tanto entre produtores quanto na indústria frigorífica. Embora o número que esteja nas mãos dos frigoríficos não seja elevado, ainda que difícil de quantificar, afirmou ele. O que poderia mudar essa situação é que a cota 620 para carnes de alta qualidade tenha um bom desenvolvimento, estimou Ferrés. Se caminhar bem, essa cota daria um impulso importante à produção em estabelecimentos de engorda para os produtores. A partir desse mês, a cota 620 – a União Europeia (UE) abriu a outros países a partir da disputa de carne com hormônios que teve com os Estados Unidos – permite entrar com carnes de alta qualidade ao velho continente com tarifa zero. O volume subirá de 20.000 para 45.700 toneladas e somente cinco países do mundo tem aceso a essa cota, entre eles, o Uruguai.
Essa cota, por suas características, necessitará de uma maior intensificação na produção de carne, para que os animais a serem confinados possam ganhar mais quilos em menos tempo e chegar ao abate com um peso de 500 quilos com menos de 27 meses. A rastreabilidade é a grande arma do Uruguai, já que é a ferramenta mediante a qual se garante a idade dos animais, de acordo com o protocolo de cumprimento da cota.
Para alguns especialistas, a cota 620 transformará o futuro da pecuária uruguaia, ainda que, para outros isso não ocorrerá. O certo é que hoje se deve partir de um recria mais eficiente para poder entrar nos currais com um bezerro mais pesado e de determinada qualidade que lhe permita ganhar quilos.
A reportagem é do El País Digital, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

GADO GORDO PELO MUNDO



FONTE: TARDÁGUILA AGROMERCADOS

Confinamento com margem larga em 2012


Milho, consumo interno, exportação e estiagem favorecem confinamento na comparação com 2011


Ivan Azevedo


O economista do Banco Original, Marcelo Cypriano, crê na elevação da margem de lucro dos confinamentos em 2012. Para ele, as grandes safras de milho, norte-americana e brasileira, somadas ao aumento do consumo interno, elevação da exportação de carne bovina e a previsão de forte estiagem, favorecem um cenário de alta da arroba em outubro e novembro.
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima crescimento de 20% da área plantada na segunda safra de milho, em relação a 2010/2011. Com isso, são 7,07 milhões de hectares destinados à produção do grão em 2012, que resultariam em 21,48 milhões de toneladas, ou seja, aumento 35,1% na produção.
Acompanhe a entrevista com o economista clicando em “Ver Vídeo”
Já a expectativa para as exportações brasileiras é de crescimento de 10% em quantidade e 20% em receita, segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec). Caso a expectativa se confirme, o Brasil exportará 1,206 milhão de toneladas, com faturamento de R$ 6 bilhões.

Fonte: Portal DBO

Parlamentares russos dizem que seu país deseja retomar importação de carne bovina do Brasil


O senador russo Gennady A. Gorbunov afirmou, nesta terça-feira (2), em reunião da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) do Senado que seu país tem grande interesse em suspender o embargo à importação de carne bovina do Brasil. O parlamentar e mais dois senadores russos vieram ao Brasil para tratar de temas do agronegócio, especialmente com relação ao mercado de carnes.
A suspensão das compras da carne do Brasil, decretada pela Rússia no início do ano passado, atingiu vários frigoríficos brasileiros, e foi justificada por aquele país sob a alegação da existência de problemas sanitários na carne importada do Brasil.
De acordo com Gorbunov, a Federação da Rússia tem um elevado déficit na produção de carne bovina, tendo, por essa razão, necessidade de suprir o mercado interno com importações. Com relação às compras de carne suína e de aves, também atingidas pelo embargo, ele observou, no entanto, que a Rússia nos últimos anos já está conseguindo abastecer sua população com esse produto.
— Infelizmente, para a Rússia, nós ainda enfrentamos um problema de déficit de abastecimento de carne bovina que gostaríamos muito de preencher com uma produção de alta qualidade do Brasil. Todos sabem que para aumentar a produção de carne de porco e de frango não é necessário muito tempo. Já com relação à carne de boi, a situação é diferente, pois uma elevação substancial da produção neste setor leva pelo menos dez anos — explicou Gorbunov.
Durante a reunião, presidida pelo senador Waldemir Moka (PMDB-MS), o coordenador-executivo da Comissão de Sanidade da Confederação Nacional de Agricultura (CNA), Décio Coutinho, fez uma apresentação aos parlamentares russos do novo sistema de rastreabilidade que o Brasil está implementando em todo o território nacional.
Respondendo a questionamento do senador Sergio Souza (PMDB-PR), Gorbunov garantiu que o embargo da Rússia à carne brasileira não foi decretado em razão de a Rússia ter passado a comprar o produto dos Estados Unidos ou da União Européia em troca de apoio político para sua entrada na Organização Mundial do Comércio (OMC).
Já o senador Antônio Russo (PR-MS) solicitou à comitiva de parlamentares russos sua interferência junto aos órgãos de comércio exterior daquele país, no sentido de permitir o acesso ao mercado russo da produção brasileira de carnes não apenas para grandes frigoríficos, mas também para médios e pequenos produtores.

Ao final da reunião, o senador Blairo Maggi (PR-MT) reclamou do excesso de rigor da fiscalização nos portos da Rússia sobre cargas de soja originárias do Brasil. De acordo com Blairo Maggi, a simples presença na soja, em quantidades mínimas, da impureza constituída por uma erva daninha brasileira, que tem o nome popular de picão-preto, é suficiente para os fiscais russos não darem permissão para o desembarque do produto brasileiro.

terça-feira, 3 de julho de 2012

Pecuaristas acionam Cade contra "monopólio" do JBS


Pecuaristas acionam Cade contra Foto: Edição/247

PRODUTORES AMEAÇAM INTERROMPER O FORNECIMENTO DE ANIMAIS PARA ABATE E PROMOVER TRATORAÇO NA PRAÇA DOS TRÊS PODERES, EM BRASÍLIA; CARTA ABERTA PARA UTILIZAÇÃO DE RECURSOS DO BNDES EM BENEFÍCIO DA CARTELIZAÇÃO DE PREÇOS; PRESIDENTE DO CADE PROMOVE INVESTIGAÇÃO APÓS REUNIÃO COM FRENTE PARLAMENTAR DA AGROPECUÁRIA; "JÁ TÍNHAMOS ESSA PREOCUPAÇÃO"
Realle Palazzo-Martini _247 - O Movimento Nacional contra o Monopólio dos Frigoríficos decidiu endurecer o jogo contra o chamado "Cartel da Carne". Com ameaças de interromper o fornecimento de animais para abate, lideranças ruralistas reuniram-se ontem na sede da Sociedade Goiana de Pecuária e Agricultura (SGPA) e divulgaram a Carta dos Pecuaristas Goianos. O documento traz seis reivindicações principais, entre elas a de que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) investigue suposto abuso de poder econômico nas aquisições de frigoríficos com a utilização de dinheiro público.

A ação tem como endereço o Grupo JBS. Segundo a análise dos pecuaristas, a empresa detém em alguns estados mais de 50% do mercado. Em Goiás, JBS, Marfrig e Minerva controlam 40% dos abates. O movimento denuncia que os financiamentos concedidos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Nacional (BNDES), que serviriam na teoria para o JBS melhorar a sua competitividade no mercado global, tem sido utilizado para aquisições, fusões e arrendamentos de frigoríficos Brasil adentro. Os produtores exigem que o banco democratize o crédito às pequenas e médias empresas do setor.
Resultado quase que imediato da reunião em Goiânia e de uma audiência com membros da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), o presidente do Cade, Vinícius Carvalho, informou que o órgão vai realizar estudo detalhado sobre o setor de frigoríficos. "Nós também já tínhamos essa preocupação. Sempre que um determinado setor apresenta muitas operações de concentração, o Cade fica alerta", disse Carvalho em entrevista à Agência Estado. O presidente do organismo antitruste se comprometeu a buscar a assinatura de Acordos de Preservação da Reversibilidade da Operação (Apros) nos processos onde houver riscos de prejuízo à ordem econômica.
A Carta dos Pecuaristas Goianos denuncia que o dinheiro recebido do BNDES é utilizado no arrendamento de frigoríficos e na estruturação de confinamentos. Tais estruturas, acusam, com centenas de milhares de cabeças de gado, servem a uma regulação artificial dos preços pagos aos produtores. Atualmente, a arroba está cotada em Goiás a R$ 83, mas os pecuaristas sustentam que o valor mínimo necessário à manutenção da atividade seria de R$ 90.
Com a vaca a caminho do brejo, as lideranças ruralistas decidiram na reunião da SGPA em Goiânia que as atividades do movimento nacional contra o monopólio dos frigoríficos serão intensificadas. Além da paralisação alternada e temporária do abate de animais, não está descartado um "tratoraço" ou um "caminhonaço" na Praça dos Três Poderes, em Brasília. Adesivos do movimento serão distribuídos aos simpatizantes da causa ruralistas em diversos estados.
Retórica da crise
O presidente do Sindicato da Carne em Goiás, José Magno Pato, disse ontem ao jornal goianiense Diário da Manhã que a pecuária de corte está em declínio e que a margem de lucro dos frigoríficos é irrisória. Segundo ele, o frigorífico vende para o supermercado a carcaça a R$ 7 o quilo, o que dá aproximadamente R$ 1.600. Ele reclama que a atividade é inglória também para as empresas. "A remuneração média de um frigorífico é de no máximo 5% ao ano, bem abaixo do que qualquer aplicação financeira". Magno Pato alega que há 10 anos o consumo per capta de carne bovina no Brasil era de 37 quilos por ano. Hoje, diz, esse consumo caiu para 30 quilos/ano.
Em oposição às alegações de que a atividade pecuária está em declínio no Brasil, o diretor-técnico da Informa Economics FNP, José Vicente Ferraz, disse à Agência BeefPoint que o Brasil deverá voltar à primeira posição no ranking dos maiores exportadores de carne bovina no mundo este ano. Na estimativa da consultoria, o Brasil vai embarcar 1,465 milhão de toneladas equivalente carcaça, à frente da Austrália (1,38 milhão de toneladas) e dos Estados Unidos (1,25 milhão de toneladas). No ano passado, o Brasil ficou em segundo lugar, com 1,322 milhão de toneladas embarcadas, atrás da Austrália (1,35 milhão de toneladas), mas ainda um pouco à frente dos Estados Unidos (1,24 milhão de toneladas).
Leia abaixo a íntegra da reportagem do jornal Diário da Manhã
CARTEL DA CARNE
Pecuaristas contra-atacam
Mobilização contra o monopólio terá medidas de enfrentamento como reclamação no CADE e cooperativas para abate
Hélmiton Prateado
Os produtores de carne bovina de Goiás decidiram adotar uma postura de enfrentamento ao que classificam de "monopólio dos frigoríficos" e da cartelização dos produtos da cadeia produtiva da carne. Reunidos na manhã de ontem na sede da Sociedade Goiana de Pecuária e Agricultura (SGPA) eles reafirmaram a disposição de encarar o cartel dos frigoríficos.
Segundo o presidente da SGPA, Ricardo Yano, há uma estrutura poderosa financiada com recursos públicos através do BNDES que oprime os produtores de carne bovina com baixas remunerações e por uma cartelização que concentra renda nos frigoríficos. "Os pecuaristas estão sendo sacrificados com apoio do governo e os milhões de financiamento público. Decidimos reagir e mudar essa situação", frisou Yano.
A reunião na SGPA marcou o início de uma campanha de adesivaço intitulada "Movimento Nacional Contra o Monopólio dos Frigoríficos". A intenção, de acordo com Ricardo Yano, é difundir a insatisfação dos produtores e concentrar os esforços na luta contra as empresas de abate e venda de carnes. "Goiás tem expressão nacional na produção de pecuária de corte, o maior rebanho confinado, excelência na qualidade de produto, pecuaristas conscientes com a sanidade e com as boas práticas de produção, mas mesmo assim um preço irrisório pago pelo gado entregue aos frigoríficos".
Lideranças dentre os produtores de pecuária de corte compareceram ao evento na sede da SGPA e firmaram compromisso de esclarecer a sociedade sobre o que consideram "opressão dos frigoríficos" sobre os pecuaristas e lutar para mudar essa realidade.
Carcaça limpa, restos lucrativos
De acordo com o diretor da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu, Carlos Alberto Guimarães, os frigoríficos tratam de forma desrespeitosa os pecuaristas por dominarem o capital, enquanto os produtores não sabem usar suas armas. "O maior ator desse cenário dentre os frigoríficos é o grupo JBS, que se internacionalizou com dinheiro do BNDES. O Governo Federal criou um monstro incontrolável com dinheiro público que está comendo os pecuaristas".
Carlito Guimarães, como é conhecido, preside também uma associação de criadores do Araguaia e Xingu expõe dados atualizados da cadeia produtiva da carne bovina para justificar que a balança está mais para os frigoríficos e muito pouco para os pecuaristas. Ele explica que um boi entregue pelo produtor para o frigorífico é morto, retiram-lhe as patas, couro, cabeça e vísceras e pesam somente a carcaça, ou os "quartos" dianteiros e traseiros. Sobre esse peso líquido é que é pago para o produtor.
"O frigorífico fica com tudo isto fora a carne, ou seja, do boi só não se aproveita o berro e o rastro e o pecuarista só não quebra por teimosia", alfineta o produtor. Ele explica que a cotação do boi em Goiás atualmente está em R$ 83,00 a arroba (15 quilos). Um boi pesa em média, depois de morto e eviscerado, cerca de 15 arrobas, o que dá aproximadamente R$ 1.245,00. O que resta, como couro e outros, o frigorífico vende bem, o que aumenta seu rendimento.
Custos altos e decadência
O presidente do Sindicato da Carne, José Magno Pato, defende os frigoríficos justificando que a margem de lucro é irrisória. "O frigorífico vende para o supermercado a carcaça em média a R$ 7,00 o quilo, o que dá aproximadamente R$ 1.600,00".
Para Magno Pato a atividade é também inglória para as empresas. Ele ressalta que a indústria frigorífica é a que mais emprega e a de menor índice de industrialização. "Para matar 1.000 bois por dia um frigorífico precisa ter no mínimo 600 funcionários, que custam em média R$ 1.500,00 por mês, cada um, mais os encargos. A remuneração média de um frigorífico é de no máximo 5% ao ano, bem abaixo do que qualquer aplicação financeira".
José Magno Pato, que também é produtor, tem na ponta dos dedos dados para justificar o declínio da pecuária de corte. Ele mostra que há 10 anos o consumo per capta de carne bovina no Brasil era de 37 quilos por ano e de frango chegava a 12 quilos. Hoje essa realidade se inverteu de forma brutal, com um consumo de carne bovina de 30 quilos/ano e de frango subiu para 50 quilos.
Prospectiva
Segundo o pecuarista Gilberto Santana a solução passa por uma organização de moldes empresariais para congregar os produtores. "Creio que nossa solução será a formação de cooperativas para gerenciar a cadeia produtiva da carne e talvez até pequenos frigoríficos espalhados pelo Estado com uma central de beneficiamento e comercialização. Só assim poderemos contrapor o poderio dos frigoríficos".
Sua alternativa é endossada por Carlitos Guimarães. "Se temos competência para criar e engordar o boi temos também para colocar carne na porta dos supermercados com preço competitivo e justa remuneração para quem produz", finaliza.
FONTE: brasil247.com

Para McDonald’s, Brasil é a bola da vez – entrevista com Celso Cruz, diretor de supply-chain da Arcos Dourados


No início do ano, entrevistamos o Celso Cruz (diretor cadeia de suprimentos da Arcos Dourados, representante do McDonald’s na América Latina) e publicamos no BeefPointum artigo sobre o lançamento dos hambúrgueres Angus pelo McDonald’s. Recentemente, conversamos novamente com o diretor para verificar como estão as vendas dos novos produtos e conhecer mais sobre a estratégia da companhia, como oferta de produtos premium e acessíveis, mix de produtos e potencial brasileiro frente ao McDonald’s mundial.
Hambúrguer Angus: planejado e executado
No segundo semestre de 2011, o McDonald’s lançou dois novos sanduíches com hambúrguer de carne Angus após alguns meses de testes no Distrito Federal. Em out/11, o novo produto foi lançado em São Paulo e em Santa Catarina e em mai/2012 a empresa aumentou suas vendas para mais nove estados, abrangendo 85% de todos restaurantes do Brasil.
Cruz diz que comparando o que foi planejado em 2011 sobre as vendas e abertura de novos mercados, os resultados estão dentro do esperado, com mínima margem de erro, “diferenças muito pequenas”. Ele comenta que no fim de 2011 e início de 2012 alguns aspectos relevantes influenciaram a economia de forma geral, complicando o ambiente de negócios como um todo. Citou medidas tomadas pelo governo para incentivar o consumo, como a redução do IPI para carros, que têm relação com todos os negócios. ”Mas, no geral, houve pequena variação do que foi planejado pelo McDonald’s”, comenta o executivo.
Sobre o hambúrguer Angus neste contexto, Cruz diz que as vendas destes sanduíches estão promissoras, os clientes continuam satisfeitos e o feedback dos mercados originais e recentes é positivo. ”Estamos no caminho certo de fortalecer a linhapremium dentro do McDonalds”. Confirmando o argumento, ele diz que o volume de vendas nos nove estados iniciadas este ano são equivalentes às do estado de SP no período de lançamento, em 2011. “Nesta fase de lançamento, o poder de compra dos clientes destes estados está o mesmo do que em São Paulo”, comenta Celso.
Ele explica que qualquer lançamento que se faça, sempre existe uma demanda inicial bem elevada. Desde o planejamento, toda a cadeia de suprimento é abastecida, desde os fornecedores, operador logístico até os restaurantes para garantir que não haja nenhuma falta de produto após o lançamento. De forma geral, esse período dura em torno de 45 a 60 dias, e é quando pode-se identificar o cliente que experimentou o novo produto, gostou, e voltou pra comer de novo. “É a fotografia do Angus, os clientes estão voltando…”, Cruz complementa.
Questionado sobre o volume de carne Angus processada, Cruz não pôde divulgar, porém afirma que são volumes bastante interessantes. Enfatiza que tanto a ABA (Associação Brasileira de Angus), o McDonald’s e o frigorífico Marfrig estão satisfeitos com o projeto. A demanda tem crescido de forma muito significativa, visto pelo início das vendas em 350 restaurantes e em maio são mais de 500 lojas com a linha Angus. Cruz chama a atenção para o planejamento bem organizado e um trabalho de forma próxima com a ABA e o Marfrig, e relembra que todo o processo é certificado e auditado desde o abate até a produção final do hambúrguer, garantindo a origem do produto.
Fortalecimento dos produtos premium
De forma geral, nos últimos dois anos, a classe C passou a consumir o que originalmente era consumido somente pelas classes A e B. “A classe C passou a consumir nos restaurantes McDonald’s e está ajudando a consolidar estratégia de diversificação” explica Celso Cruz. Esta diversificação significa variação de produtos no cardápio e variação de preços. Há perfis de consumidores diferentes e ao mesmo tempo, há clientes que têm consumo variado: em um dia quer gastar pouco, ou comer uma salada; em outro, pode gastar mais e deseja comer mais, como um McAngus por exemplo. ”A nossa estratégia de administração do cardápio em termos de valores oferecidos tem se mostrado absolutamente acertada. Produtos acessíveis tem saído muito bem e não estão fazendo com que as vendas dos produtos premium sejam prejudicadas. Ao contrário, está evidente que estamos consolidando a linha premium”.
Abordando com mais detalhes a estratégia da empresa em relação à diferenciação entre os produtos premium e acessiveis, Celso explica que  estes são complementares, tendo o posicionamento de oferecer aos clientes tanto variedade de produto como variedade de preço. “Queremos que qualquer pessoa possa entrar em nossos restaurantes” comenta o executivo, demonstrando que os restaurantes oferecem salada ou hambúrgueres Angus, promovendo acessibilidade a preços e variedade de produtos.
A participação destas duas linhas de cardápio no faturamento da empresa é muito variável. Segundo Cruz, é impossível calcular uma média, pois não teria significado algum. Por exemplo, comparando somente dentro da cidade de São Paulo, na zona leste e Avenida Paulista: o volume de clientes é enorme, chegando a mais de 2 milhões de transações em 2011 em cada uma das lojas, porém, o publico é “completamente diferente”. O faturamento pode ser parecido, mas o público e o mix de produtos é diverso.
A participação de cada produto varia com o mercado, e Cruz explica que varia até ao longo do mês. Nos primeiros quinze dias, a disposição para gastar é maior devido ao recebimento do salário e o valor do ticket médio é superior à da segunda metade do mês. Interessante também é o ocorrido no mês de dezembro. O perfil de vendas é distinto de todos os meses do ano, e Celso argumenta que nesta época as pessoas estão mais dispostas a gastar e consumir.
O Brasil na visão do McDonald’s
Na terceira e última parte da conversa, perguntamos sobre como está o Brasil em relação aos demais países onde o McDonald’s tem restaurantes. Celso Cruz disse que a operação brasileira está entre as dez maiores do mundo em número de clientes atendidos e em número de restaurantes. Em certas épocas do ano, o Brasil tem a melhor operação em atendimento ao cliente, segundo uma medida interna da empresa, o CSO – Customer Satisfaction Optimization (Otimização da Satisfação do Cliente). Este índice mede o quanto o cliente está satisfeito ao comparacer a uma loja McDonald’s, abrangendo a limpeza do ambiente, atendimento, rapidez, temperatura do alimento e cordialidade dos funcionários por exemplo. Cruz comenta que o Brasil tem um dos melhores índices do mundo e recebe visitas por ser considerado um benchmark.
Sobre o consumo de carnes diante a experiência mundial do McDonald’s, as carnes bovina e de frango têm representatividade equivalentes, variando de país para país, e Celso enfatiza a importância mundial da carne de frango para o McDonald’s. No Brasil, a carne bovina tem 82% de participação nas vendas de seus produtos, a carne de frango tem 16% e o peixe 2%. Sendo que o consumo de carne de frango está crescente nos últimos anos e Cruz diz que os clientes têm aceitado a oferta destes produtos. Já o consumo de carne de peixe em produtos McDonald’s no Brasil é estável.
No entanto, na América Latina a proporção do consumo de carnes é inversa, segundo Celso. O consumo de carne bovina é menor e a de frango é maior, por fatores culturais e habituais destes países. Cruz explica que por isso o McDonald’s é atrativo em locais de culturas diferentes, pois além dos produtos padrão (core e emerging-core) servidos nas 34 mil lojas em 120 países, a empresa oferece produtos locais com temas culturais e aproveita a preferência da região, como o hambúrguer Angus.
Outro ponto bastante interesante abordado por Celso foi que o Brasil é “visto com muito carinho e com muito cuidado” por diversos elos da cadeia produtiva mundial de alimentos. Com carinho, a própria companhia analisa o país devido ao elevado potencial de crescimento da produção de proteína animal, sabendo da importância desta produção no futuro, como grande fornecedor para toda a rede.
Do ponto de vista dos fornecedores ao redor do mundo, o Brasil é olhado com cuidado, tanto por causa da concorrência quanto pelas oportunidades de trazerem seus negócios ao país. Cruz comenta que atualmente já acontecem visitas ao Brasil para conhecimento de mercado e análise do potencial produtivo e de exportação.
O McDonald’s também olha o país com cuidado, pois todo esse crescimento precisa ser sustentável, “é preciso crescer preservando o que existe” comenta Celso. Ele comenta também que todos os grandes fornecedores devem e estão alinhados com a companhia. O JBS, o Marfrig e a BRF estrão cientes desta proposta e o assunto está  ”sobre a mesa, discutido praticamente todos os dias”, diz Celso. Concluindo a conversa, o executivo encerra dizendo que “francamente, o Brasil é a bola de vez para muitas coisas.”
Artigo escrito por Marcelo Whately, analista da Equipe BeefPoint.

Demanda fraca pode pressionar preços

Desempenho do atacadista segue abaixo do esperado. Frigoríficos testam novas quedas na arroba
Mônica Costa

A primeira semana de julho começa com o mercado parado. O volume reduzido de negócios é reflexo da falta de apetite das indústrias que aguardam melhor definição sobre o mercado de boi gordo.
De acordo com a Scot Consultoria, no mercado atacadista de carne com osso as cotações estão estáveis, apesar disso as vendas nos últimos dias ficarm abaixo do esperado, o que deve aumentar a pressão de baixa no mercado de boi gordo.
Em São Paulo, as escalas de abate atendem entre quatro e cinco dias, em média. O indicador Esalq fechou em R$ 93,46/@, reajuste de 0,13% a prazo.
Na BM&FBovespa, os contratos com vencimento em julho estão no mesmo patamar do mercado físico e encerraram o pregão desta segunda-feira a R$ 93,41/@, queda de 0,73%. Os contratos para outubro terminaram o dia cotados a R$ 97,98/@, recuo de 0,65%.
Fonte: Portal DBO

segunda-feira, 2 de julho de 2012

PROCURAMOS CAMPO PARA ARRENDAR



*ESTAMOS PROCURANDO CAMPO DE PECUÁRIA PARA ARRENDAMENTO                                             


*BUSCAMOS ÀREA COM ATÉ 1.500 Ha                                                                                                                                                                                                                                                              


*PAGAMENTO DO ARRENDAMENTO ANTECIPADO                                                                                    


TRATAR COM LUND PELOS FONES             (053) 81113550       ou 99941513                                                    

ESTAMOS COMPRANDO GADO PARA EXPORTAÇÃO


ESTAMOS COMPRANDO PARA CLIENTES


BOI - Entrevista com Caio Junqueira


Boi: Mercado se mantém estável, com expectativa de maior consumo da carne em decorrência do início do mês. No entanto, estabilidade nos preços exerce pressão negativa sob as cotações da arroba na BM&F, que já opera em sequência de perdas.
FONTE: NOTICIAS AGRICOLAS

Mercado do Boi: A dificuldade de manter a vaca no pasto


Vocês têm acompanhado pela televisão os leilões de gado? Têm reparado na quantidade de fêmeas ofertadas e arrematadas Brasil a fora? Eu tenho, não é pouca coisa, não. Bom, como sempre gosto de colocar números acima dos “achismos”, vamos acompanhar o que tem acontecido com o abate de fêmeas nos últimos meses:

Observem o que aconteceu com o primeiro trimestre de 2012. Normalmente, os primeiros trimestres do ano refletem naturalmente uma taxa alta de fêmeas abatidas, resultado do descarte das fêmeas que repetiram o cio após a estação de monta.

Entretanto, os últimos meses têm sido um pouco diferentes. Vamos colocar uma lente de aumento nisso, basta observarmos juntos a tabela 1. 

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Notem que tanto em fases de baixa de ciclo pecuário como em fases de alta, temos uma alta taxa de fêmeas abatidas no primeiro trimestre do ano. Como eu disse anteriormente, é um movimento natural. 

Clique aqui para ampliar!
Mas observem mais atentamente o que tem acontecido ao longo de 2011 e agora, em 2012. Na tabela, dei destaque ao fundo do poço do último ciclo pecuário, ou seja, 2006. Naquele período os preços estavam ruins há bastante tempo e na tentativa de fazer caixa, o pessoal saiu liquidando o plantel, inclusive as fêmeas.

É o que ocorre hoje? Não. É claro que as margens estão mais apertadas. Do ano passado pra cá, a arroba já recuou 5%. Faço a comparação ano-a-ano para analisarmos períodos semelhantes. Se eu usar janeiro contra junho, seria natural esperar queda de preços, pois é o movimento normal que a safra traz. Agora, estamos indo para o mesmo caminho, basta acompanhar os números da tabela! Mas mesmo com esse cenário mais difícil, ainda não é liquidação. Pelo menos não é o que nosso indicador de custos indica.

Seria por causa do clima? Acho que o clima certamente teve uma forte influência, pois piora a qualidade das pastagens e diminui a taxa de concepção nas propriedades. Mas acho que tem mais alguma coisa escondida nessa conta.

Vejam no gráfico 2 como o diferencial do preço pago pela vaca e pelo boi gordo tem diminuído nos últimos tempos. Usei a praça de Cuiabá-MT por ser uma boa referência de diferentes sistemas de pecuária: ciclo completo, cria, recria e engorda. Lá tem de tudo.

Clique aqui para ampliar!
Observem a linha verde. Hoje a diferença está em -8%, enquanto a média dos últimos 10 anos gira em torno de -11% e já chegou abaixo de -20%. Isso significa que o custo de oportunidade de manter a vaca no pasto está alto!

Ouvi há alguns dias que, de acordo com o movimento PIB (produto interno bruto) do setor
de insumos para a pecuária, os investimentos na pecuária continuam, e que por isso o ciclo ainda
não virou. Mas pessoal, pensem bem, o fundo do ciclo anterior ocorreu há 6 anos! Além disso,
paramos de investir a partir do momento em que aplicamos capital na atividade e não somos
remunerados por isso. 

Portanto, considerando o comportamento atual dos preços pecuários, podemos dizer que se
continuar assim, certamente os investimentos deixarão de acontecer. Mas aí já terá sido tarde
demais praqueles que só então decidem encarar que o ciclo pecuário atingiu sua fase de baixa. Aí é
tarde demais pra virar o leme do navio.

A notícia boa é que apesar de aparentemente já estarmos inseridos na fase de baixa do ciclo pecuário desde o ano passado, o clima e a proximidade do preço da vaca com o do boi poderão encurtar a fase de baixa, pois esses fatores exacerbaram o movimento antes da hora. Outra boa notícia é que, como já comentamos aqui, ainda temos seca e chuvas, safra e entressafra. Então não é o fim do mundo, ainda teremos oportunidade de fazer bons negócios.

Bom, por último, gostaria de avisar os amigos de Minas Gerais que estarei em Ponte Nova 
na próxima quinta-feira para falar sobre o mercado de carnes. Espero encontrar mais alguns amigos que puderem comparecer. Abraços!
Fonte: Agrifatto

Controle sanitário é fundamental no confinamento




Controle sanitário é fundamental no confinamento

A produção de carne bovina a partir dos confinamentos tem crescido significativamente no Brasil, a expectativa é que este ano se atinja uma marca em torno de 4,5 milhões de bovinos engordados e terminados. Segundo balanço apresentado pela Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) o Estado está em uma posição privilegiada em termos de crescimento de animais confinados. Já que em 2011 houve um aumento de 29% com relação a 2010, com o crescimento do rebanho confinado nos últimos 6 anos de 548%. Segundo este balanço, o número de animais criados sob engorda intensiva saiu de 117.879 cabeças em 2005 para 763.947 bovinos em 2011, os dados são do Instituto Matogrossense de Economia Agropecuária (Imea).

Desta forma os cuidados relativos ao controle sanitário e bem estar dos rebanhos são premissas de grande importância para os pecuaristas. O ritmo intensivo da operação confere ao confinamento um caráter de produção em escala industrial, onde nutrição e sanidade são fundamentais na garantia do sucesso do negócio. De acordo com o médico veterinário Marcos Malacco, a alimentação corresponde ao segundo item de maior importância nos custos do confinamento, só perdendo para os valores pagos na aquisição dos animais. Com relação às principais verminoses, em geral, os bovinos terminados sob confinamento são afetados por doenças subclínicas, que podem afetar a conversão alimentar, daí a necessidade de cuidados com a prevenção.

Na região Oeste de Mato Grosso e, principalmente, na Médio-Norte, grandes produtoras de grãos, houve uma maior participação de machos confinados de 91,0% e 94,2%, respectivamente. Na avaliação do superintendente da Acrimat, Luciano Vacari, muitas vezes, em função da falta de pasto o pecuarista tem que buscar alternativas para engordar o gado, encontrando saídas no confinamento, suplementação alimentar e no semiconfinamento, considerado por ele uma das grandes alternativas de ganho para os pecuaristas. A Acrimat observa ainda que o confinamento avançou em 2011, apesar de a variação do preço da arroba do boi gordo, entre julho e novembro, ter sido de 7,2%, bem inferior à valorização de 37,2% registrada em igual período de 2010.

Estava previsto pelos especialistas que este ano os animais começariam a ser confinados no final do mês de abril em Mato Grosso, contudo o grande volume de chuvas retardou um pouco estas expectativas. O pecuarista Guilherme Nolasco, que tem propriedade em Chapada dos Guimarães, disse que normalmente nessa época do ano já havia confinado boa parte do seu rebanho. “O que se vê este ano é algo diferente, pois terminamos o mês de junho e ainda temos bons pastos em praticamente todas as regiões do Estado, ainda não vejo a necessidade de prender o meu gado”.

Qual impacto é mais relevante sobre os preços das Commodities? Produção ou Demanda?

Por: Alberto Pessina


Hoje pretendo fazer uma breve revisão de um trabalho muito interessante que tive a oportunidade de estudar. Este trabalho, apresentado pela equipe do FMI (Fundo Monetário Internacional), mostra o efeito dos movimentos dos preços das commodities sobre os países que são importantes exportadores destas.
Através deste estudo, o FMI mostra que os efeitos de choques de demanda são mais relevantes para o crescimento dos países exportadores, do que os choques de produção.
O primeiro ponto interessante, demonstrado na Figura 1, é a participação das exportações de commodities nas exportações totais do país. Nela podemos observar a importância das commodities para os países emergentes e, começarmos a nos perguntar: Qual seria a importância das oscilações dos preços das mesmas para o crescimento destes países?
Figura 1 – Participação das exportações de Commodities nas Exportações Totais. 
Alguns destes países têm mais de 50% das suas receitas de exportações provenientes das commodities. O Brasil possui entre 20 e 30% das suas receitas de exportações, relacionadas às commodities.
O segundo ponto interessante desse trabalho, é que os alimentos são muito menos voláteis que as commodities energéticas e metálicas. A Figura 2 nos mostra que a oscilação de preço destas últimas, é muito maior que a de alimentos e matérias primas.
Outro ponto, é que de 1980 a 2000, as commodities mundiais sofreram reduções de preços e, a partir de 2000, houve uma mudança nesta tendência, sendo muito mais relevante para as commodities energéticas e metálicas.
Figura 2 – Preços das commodities do mundo, 1970-2011
No último Gráfico, Figura 3, os autores focam em algumas commodities para representar os seus grupos: petróleo (energia), cobre (metais), café (alimentos) e algodão (matéria prima). A partir destas, eles demonstram os efeitos de choques de produção e de demanda, sobre o crescimento dos países que possuem suas matrizes de exportações focadas em cada uma destas commodities. Com isso, observa-se que os choques de demanda, provocaram efeitos maiores de crescimento para todas as commodities. Já os choques de produção apresentaram efeitos diferentes sobre as commodities estudadas.
Figura 3. Efeito dos choques nos mercados de commodities sobre o Produto Real dos países Exportadores.
O lado interessante deste trabalho e que vem de encontro com os que tenho defendido neste blog, é que no Brasil, damos muita ênfase ao lado da oferta (ciclos pecuários, oferta de confinamentos, etc..) e temos poucos trabalhos avaliando a demanda de carnes. Nos últimos anos (desde 2009), temos enfrentado crises mundiais, e mesmo com oferta reduzida em relação aos anos de 2002 a 2007, as reações de preços não foram tão significativas como nos anos de forte demanda global (2007, 2008 e 2010).
O Trabalho vem de encontro com algumas das minhas publicações neste blog e com o que temos apresentado em nossos seminários, vide os trabalhos abaixo:
A mudança no foco das análises, a melhor interpretação desse complexo sistema de oferta/demanda e a antecipação destes movimentos de mercado, permite aos elos das cadeias estruturem melhor suas estratégias de produção e de comercialização.
Aqui encerro este artigo e aproveito para convidá-los para o Seminário do Mercado do Boi Gordo em 2012 no Dia 17 de Julho. Nele iremos debater e revisar os principais fundamentos que estão afetando e irão afetar o Mercado do Boi Gordo em 2012 e poderemos abordar mais detalhes deste trabalho.
Vamos discutir questões como:
• Qual a importância do mercado interno no nosso consumo hoje e como a demanda está reagindo em relação a 2011?
• O que podemos esperar dos preços da entressafra 2012?
• Qual a importância da atividade global e da produção para os países exportadores de commodities?
FONTE: BEEFPOINT