quinta-feira, 25 de julho de 2013

Farsul declara-se contra a identificação do rebanho


Passado mais de um mês do prazo previsto pela Secretaria de Agricultura (Seapa) para remessa do PL da Rastreabilidade à Assembleia Legislativa, o governo se detém em questões legais sobre o programa, que busca rastrear 100% do rebanho gaúcho de forma obrigatória. Apesar da contrariedade declarada pela Farsul, o governo barganha apoio dos pecuaristas e garante que o PL será enviado para a assembleia independente da reação dos criadores. Segundo o secretário da Agricultura, Luiz Fernando Mainardi, construiu-se essa proposta nos últimos dois anos no âmbito da Câmara Setorial da Carne. Mainardi estranhou que produtores sejam contra um sistema que tem trazido ganhos em outras regiões do mundo.
Um dos focos de oposição ao PL é a Fronteira-Oeste. Reunidos por seis horas com a coordenadora da Câmara Setorial da Carne, Ana Suñe, em Alegrete, representantes de 15 sindicatos rurais rechaçaram a proposta. Além de críticas à compulsoriedade, eles alegam que, primeiro, o governo deve cuidar de questões básicas como fiscalização, segurança e estrutura das inspetorias para depois pensar em rastreabilidade. Segundo o presidente do Sindicato Rural de Uruguaiana, João Schneider da Silva, falta infraestrutura para controle de trânsito de animais. De acordo com ele, a rastreabilidade será um grande negócio para o Estado, mas primeiro é preciso superar as questões básicas. Outro ponto que preocupa é o aumento de custos.
Apesar de o governo garantir o armazenamento das informações, o presidente do Sindicato Rural de Alegrete, Pedro Piffero, alega que a identificação gera mais desembolso com mão de obra. O encontro resultou em um documento que será encaminhado à Comissão de Agricultura da AL, à Farsul e à Seapa. No texto, os sindicatos admitem que a identificação bovina é uma tendência, mas reivindicam que o debate seja interiorizado. Conforme o presidente da Farsul, Carlos Sperotto, não adianta o governo querer atropelar o assunto. A ideia é buscar um entendimento, mas ele não descarta tratar a questão judicialmente. De acordo com Sperotto, quando as pessoas não se entendem, a Justiça decide.
Fonte: jornal Correio do Povo, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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