quinta-feira, 4 de julho de 2013

Tarso anuncia envio do projeto da rastreabilidade à Assembléia

Fonte: Assessoria de Imprensa Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio
O projeto vem sendo elaborado há dois anos na Câmara Setorial da Carne e enriquecido por visitas técnicas feitas a países como a Austrália, Nova Zelândia e Uruguai
O projeto vem sendo elaborado há dois anos na Câmara Setorial da Carne e enriquecido por visitas técnicas feitas a países como a Austrália, Nova Zelândia e Uruguai - Foto: Caroline Bicocchi/Palácio Piratini
O Governo do Estado encaminhará à Assembléia Legislativa, até a próxima semana, o projeto de lei que institui a identificação individual do rebanho bovino gaúcho. A rastreabilidade será obrigatória e gratuita para os pecuaristas. A medida foi anunciada pelo governador Tarso Genro, na manhã desta quinta-feira, no Sindicato Rural de Lavras do Sul, na abertura da quinta edição do Seminário “O Pampa e o Gado”.
O projeto vem sendo elaborado há dois anos na Câmara Setorial da Carne e enriquecido por visitas técnicas feitas a países como a Austrália, Nova Zelândia e Uruguai. Inicialmente, seria custeado por recursos do Governo Federal, alocados no orçamento da União através de uma emenda coletiva da bancada gaúcha no Congresso Nacional. Mas, a verba acabou sendo contingenciada e não foi liberada.
Agora, o governador Tarso decidiu que o Estado custeará a iniciativa que pretende, ao fim de cinco anos, identificar todo o rebanho bovino do Rio Grande do Sul. Conforme o governador, a implantação da rastreabilidade, além dos benefícios diretos para o produtor e para o consumidor, também produzirá resultados positivos para os cofres estaduais, com a redução da sonegação, do abigeato e do abate clandestino. “Aqueles que agem à sombra, que se beneficiam com aquelas práticas irregulares, ficarão perplexos”, comentou o governador.
De acordo com o secretário da Agricultura, Luiz Fernando Mainardi, o Rio Grande do Sul deixa de arrecadar cerca de R$ 60 milhões ao ano com a sonegação no setor da carne bovina. “Pelo menos 500 mil cabeças simplesmente desaparecem a cada ano”, justificou o secretário, ao informar que, no ano passado, por exemplo, no ano passado foram registrados cerca de dois milhões de nascimentos de bovinos no Estado, mas há indicadores de que nasceram entre 2,5 e 2,6 milhões de cabeças.
Mainardi disse que a medida trará benefícios para todos. “O produtor ganhará uma importante ferramenta para melhor a gestão de sua propriedade e mecanismo de valorização do seu produto”, explicou o secretário. O consumidor, disse, saberá o que está consumindo, onde foi produzido e em que condições. E o Estado, acrescentou, poderá melhorar consideravelmente seus controles sanitários. O secretário qualificou a data como “histórica para o desenvolvimento da pecuária gaúcha”.
O diretor-executivo do Sicadergs, Zulmar Moussale, saudou a medida. “Há pelo menos 15 anos ouço falar em rastreabilidade, sem avanços concretos”, apontou, para logo em seguida dizer que a adoção do sistema vai colocar a pecuária gaúcha num patamar de maior valorização. “Em Santa Catarina, por exemplo, não só a bovinocultura de corte se beneficiou com a identificação, pois o frango se valorizou e, agora, eles estão exportando suínos para o Japão, o mercado mais cobiça no mundo”, comentou Moussale, que acredita, ainda, na possibilidade de ocorrer redução na ociosidade média da indústria, que hoje gira em torno de 35%.
O vice-presidente da Farsul, Gedeão Pereira, depois de elogiar o “diálogo muito franco” que o governo estadual mantém com as representações do setor primário, frisou que há algumas divergências de posicionamento em questões como a criação dos fundos para o desenvolvimento das cadeias produtivas e na rastreabilidade.

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