quinta-feira, 1 de agosto de 2013

FAO mantém Brasil como um dos maiores exportadores de carne bovina




Anderson Viegas
Do Agrodebate 

A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) aponta que em 2012 o Brasil foi o segundo maior exportador mundial de carne bovina, com 1,46 milhão de toneladas e projeta que nos próximos nove anos o País assume o papel de grande protagonista no mercado internacional do alimento.

Os dados foram apresentados na manhã desta terça-feira (30), pelo médico veterinário Luciano Roppa, durante a palestra de abertura da etapa de Campo Grande do Circuito Feicorte NFT 2013, no Centro de Convenções Albano Franco.

Segundo o levantamento da FAO apresentado por Roppa, em 2022 o País deve exportar 1,88 milhão de toneladas do produto, contra 1,63 milhão da Índia e 1,59 milhão da Austrália, que no ano passado foi o principal vendedor de carne bovina no mercado internacional, com 1,50 milhão de toneladas.

O veterinário, que também é o coordenador do workshop do Circuito Feicorte, apontou ainda, fundamentado nas informações da organização, que nos próximos nove anos a produção brasileira de carne bovina deve crescer 13,9%, passando das 9,67 milhões de toneladas de 2010 para 11,02 milhões de toneladas.

O Brasil, conforme Roppa, faz parte do grupo de países formado pela China, Estados Unidos e pelos integrantes da União Europeia (UE), que em 2022 deve ser o responsável por 63% da produção mundial de proteína animal, em que se incluem, além da carne bovina, a suína e a de aves.

“Na China o crescimento de produção de proteína animal não se sustenta nestes próximos nove anos, porque cresce para atender a demanda interna. Na União Europeia praticamente não deve haver crescimento e nos Estados Unidos o incremento de produção ocorre com vistas a exportação. No Brasil, ele cresce para atender as exportações, mas também para abastecer o mercado interno”, comenta.

Fundamentado nessa perspectiva de crescimento de produção, na projeção de aumento da população mundial a média de 75 milhões de pessoas por ano (principalmente na Ásia e na África) e, ainda na elevação do consumo de proteína animal com a melhoria de renda nos países em desenvolvimento, Roppa aponta um grande mercado para a carne bovina brasileira.

Entretanto, ele aponta que a pecuária do País tem de superar uma série de gargalos para que as oportunidades sejam aproveitadas. “Temos de produzir mais, melhor, com menos recursos, com maior eficiência e técnica”, recomenda, lembrando que um dos aspectos que precisam ser aprimorados é o alimentação do rebanho.

“Dados de vários pesquisadores apontam que dos 105 milhões de hectares de pastagens do País, metade está degradada ou em um início do processo de degradação. Para os produtores que trabalham com o ciclo completo é preciso investir na recuperação dessas pastagens. A alimentação junto com a genética responde por 70% do custo de produção nesse sistema e pode possibilitar que a média de ocupação animal passe de 0,5 unidade animal por hectare passe para 4,7 unidade animal por hectare”, conclui.

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