sábado, 12 de outubro de 2013

Parceiros do Campo - JBS

Granja 4 Irmãos - Rio grande RS




Estância Garupá - Dom Pedrito RS

Mercado de touros primavera 2013 - Consciência ! motivo para estes bons resultados da safra

        Foto ilustrativa


Quando ainda estava por começar o período de comercialização de touros desta primavera 2013, o que mais eu ouvia era a pergunta de qual a projeção de preços para esta temporada. Ao mesmo tempo, eu retrucava com outra pergunta: "qual é a tua expectativa?", e aí quase todos me respondiam: "Se conseguir vender pelos preços do ano passado, ficarei muito contente". 
Compreensível esta expectativa, até porque, em uma visão simplista e com um cenário de boi gordo nos menores preços do ano, terneiros que há pouco se vendiam em média a R$ 4,20 o Kg vivo, sendo vendidos a R$ 3,70  e ainda com poucos compradores ( volta, navio!!!! ), grandes áreas de campo usadas na pecuária destinadas a agricultura, além de tantas outras coisas, como por exemplo a relação de troca com  boi gordo ou terneiro ( histórico, meu avô já dizia... ), o que poderíamos esperar?
Mas a temporada começou e continua indo muito bem, ótimos preços para os touros e fêmeas com idade e capacidade reprodutiva, com valores em média 20% superiores ao ano passado.

Foi a partir daí que tentei entender  e responder àquelas indagações que cito ao começo de meu texto, e cheguei à conclusão de que a palavra chave deste resultado  é:

CONSCIÊNCIA (que no dicionario médico é definido como  Estado do sistema nervos
central que permite pensar, observar e interagir com o mundo exterior.)
Sim, nosso pecuarista está lúcido, observador, interagindo de bate pronto com o cenário que está se apresentando,  e acima de tudo, com consciência.

 - Consciência de que com a perda de grandes áreas da pecuária  para agricultura (diga-se soja como a principal), um dos caminhos para obtenção de bons resultados financeiros, (principalmente para pecuária ) passa pela integração lavoura/pecuária.

 - Consciência de que na busca por atender mercados alternativos, que não só simplesmente o do boi gordo, mas também o de exportação de gado em pé ( navio ), o de recria e venda de novilhos para outros estados do Brasil ( São Paulo, em especial ), ou mesmo de melhores preços obtidos através de bonificações através de programas de carne de qualidade e certificadas ( marcas de carnes, novilho jovem, restaurantes, gourmets, Mac Donalds, etc ) altamente exigentes em qualidade, precisa-se mais do que nunca de QUALIDADE GENÉTICA que começam pela compra de bons touros ou sêmen, além, é claro, de sanidade e nutrição.

- Consciência de que a reposição ano a ano vem se tornando mais cara, e a partir daí, muitos pecuaristas estão incrementando seus rebanhos de cria para produzirem um ciclo completo, ou mesmo tradicionais invernadores partindo para se auto abastecerem ( se não em 100%, pelo menos, boa parte), diminuindo, assim, a dependência da produção de terceiros.

Ou seja, a consciência, aliada à experiência, à determinação, à clareza de visão, à oxigenação de idéias e conceitos, estão e vão continuar fazendo esta transformação tão importante de paradigmas da nossa pecuária e vão mostrar que ela pode e deve ser rentável.
Com trabalho e inteligência eu acredito em uma pecuária viável !!!!!

Até mais...

Eduardo Lund
Médico Veterinário e Consultor da empresa Lund Negócios
site www.lundnegocios.com.br

Farsul divulga estudo sobre impacto dos impostos

Estudo do IBPT revela a carga tributária que incide sobre produtos do setor primário
Um estudo encomendado pela Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul) mostra a carga tributária inserida sobre o custo de produção do setor primário. O estudo foi realizado pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT). Segundo a Farsul, a tributação é o principal fator que faz com que os produtores brasileiros apresentem um dos maiores custos de produção do mundo tanto em grãos como na pecuária. O argumento da entidade é de que isso reduz a renda do produtor rural e compromete a competitividade dos produtos brasileiros no mercado internacional. 

O estudo aponta que bovinos prenhes ou com cria ao pé têm uma carga tributária média de 14,80%. Já ovinos prenhes ou com cria ao pé e aves linhas puras ou híbridas para reprodução tem uma carga de 16,11%. Um dos maiores índices de tributos incide sobre reprodutores de raça pura bovinos, equinos, ovinos e suínos, 26,75%. Porém, a peleteria de bovino, ovino, caprino, coelho ou de lebre, com carga tributária de 41,49%, é o produto campeão na agropecuária.
Sementes e maquinário
Com relação a sementes, a de soja apresenta uma carga tributária de 31,45%, juntamente com as sementes de trigo, azevém, alfafa, trevo, aveia, produtos hortícolas e cana-de-açúcar. Sementes de milho e de outros cereais têm carga de 20,11%. Nas sementes, a carga tributária campeã é a de lúpulo, com 34,12%.
(Carlos Sperotto, presidente do Sistema Farsul / FOTO: MARA STEFFENS / DM)

Conforme o estudo, fertilizantes e agroquímicos, como inseticidas, fungicidas e herbicidas, têm a mesma carga tributária, 20,11%. Com relação ao maquinário agrícola, arados, grades de discos semeadores-adubadores, distribuidores de adubos, colheitadeiras combinadas com debulhadoras, máquinas de ordenhar e tratores especiais para arrastar troncos possuem uma carga tributária de 26,75%.
Agropecuária Gaúcha
Na última sexta-feira (4), Carlos Sperotto, presidente do Sistema Farsul, participou da abertura oficial da ExpoCarazinho 2013 e do Painel Radiografia da Agropecuária Gaúcha, promovido pelo Grupo Diário da Manhã e pela Cotrijal com apoio do Sindicato Rural de Carazinho e da Assembleia Legislativa. Em entrevista, Sperotto comentou o que deve ser feito a partir dos resultados do estudo. “Estamos propondo discutir com os nossos parlamentares para ver quais procedimentos que poderemos alavancar juntos na busca de tentar reduzir essa carga tributária. Temos de ser objetivos e coesos”, destacou Sperotto.

Creia irmão, a resposta está nos sumários


 
Foto: Divulgação/Assessoria
Sumários de Touros
 
 

Por Fernando Furtado Velloso

Anualmente são publicadas informações valiosas nos Sumários de Touros dos diversos programas de melhoramento genético de bovinos do Brasil. Entre eles estão o PROMEBO, NATURA, CONEXÃO DELTA G, PAMPA PLUS, PGMZ, ANCP, PAINT, etc. Nestes sumários são disponibilizadas as informações de desempenho dos filhos de touros nacionais e importados nas condições de produção de nosso país. Minha vivência e experiência são nas raças Britânicas e Sintéticas (Angus, Hereford, Brangus e Braford), mas a lógica os conceitos se aplicam da mesma forma para outras raças europeias e também para as zebuínas.

No Sumário de Touros está a verdadeira prova de campo, “a prova dos dez”, “a prova real”, pois no desempenho dos filhos de um touro não tem mais importância o preparo e o penteado usado no leilão ou na exposição. Se a genética do reprodutor foi distribuída em diferentes rebanhos e seus filhos foram avaliados em grupos contemporâneos bem montados o resultado é incontestável, pois em condições de produção medimos quem foi superior.

As características de importância econômica para o pecuarista estão consideradas e medidas nos diferentes Sumários de Touros. Com diferentes índices e pequenas variações nas metodologias, os programas de melhoramento buscam o mesmo: separar genética de ambiente e apresentar informações técnicas de características que afetam o bolso do pecuarista. As principais características são Peso ao Nascer (relacionado com facilidade de parto), Peso ao Desmame (de impacto direto ao produtor especializado na cria), Peso ao Ano (para aquele que faz ciclo completo ou compra animais para engorda), Perímetro Escrotal (para melhorias em precocidade sexual), Escores Visuais para Conformação, Precocidade, Musculosidade e Tamanho (para descrever o biótipo do animal), tipo do Pelame (para estimar adaptação) e Ultrassonografia de Carcaça para Área de Olho de Lombo (AOL), Espessura de Gordura Subcutânea (EGS) e Marmoreio. Mais recentemente alguns programas já possuem trabalhos para medir Eficiência Alimentar, mas ainda não como uma tecnologia usada amplamente. Este grande ferramental de informações nos permite escolher reprodutores alinhados com a necessidade de nosso rebanho e para sistemas produção específicos (à pasto, semi-intensivo, confinado, etc).

No Congresso Brasileiro de Angus, ocorrido em dezembro de 2012, fui convidado a falar sobre os diferenciais da genética Angus nacional. Pois bem, me dediquei revisar e tabular os dados de touros nacionais versus touros importado s (principalmente americanos e argentinos) em nosso sumário de touros. Apresentei no evento resultados que instigaram muitos dos presentes, pois em diversas características os pais nacionais (touros Angus nascidos e criados no Brasil) alcançaram através de seus filhos resultados similares ou superiores aos pais importados. Mesmo com menor participação em um universo de 756 touros (sendo aprox. 70% de touros importados e 30% de touros nacionais), os touros b
rasileiros estavam entre os Touros Líderes para Índice Final, Índice Desmama e para Pelame (característica relacionada à adaptação em regiões quentes).

Existem situações positivas que geram posturas negativas. No caso das raças Angus e Brangus temos disponibilidade de material genético de diversos países do mundo (Estados Unidos, Canadá, Austrália, Argentina, Uruguai, etc). Pois bem, esta situação positiva de ter ao alcance da mão a genética de diferentes lugares do mundo nos colocou em parte em posição de acomodação e conforto, usando sempre mais e mais o touro importado e dando menor atenção à seleção e desenvolvimento da genética nacional. No caso do zebuíno, a “dor ensina a gemer”, pois a seleção e o desenvolvimento da genética Nelore (e demais raças) tiveram de ser feitas pelo pecuarista brasileiro, pois não havia e não há ainda de onde buscar tecnologia e informação para o melhoramento genético da principal raça brasileira. Esta situação aparentemente negativa tornou-se um grande trunfo para o Zebuíno, pois geramos tecnologia, conhecimento e construímos valor ao nosso produto.

O desafio que ainda temos que vencer na avaliação genética de animais Britânicos e Sintéticos é gerar mais informações do desempenho destes animais em cruzamento com matrizes zebuínas. Já existem dados nos sumários Natura e Conexão Delta G, porém em pequeno volume. Normalmente são coletados dados em rebanhos que estão formando a raça sintética (Brangus e Braford) e o processo não tem continuidade quando o rebanho é estabilizado no “Puro Sintético” (3/8 – 5/8). A dimensão dos programas de cruzamento no Brasil, especialmente com o Angus, é muito grande e esta tecnologia está aprovada e consolidada no campo. Observem que o Angus vendeu praticamente 3 milhões de doses de sêmen em 2012 e a maioria deste material para uso em cruzamento. Os pecuaristas que fazem cruzamento nos pedem respostas de que touro produzirá melhor em cruzamento e ainda não temos esta resposta de “bate pronto”. Usamos das informações de biótipo, origem e pedigree como indicativos do provável desempenho. Na carência de mais dados comprovatórios da superioridade do touro A ou B em cruzamento no Brasil, os touros importados tem recebido preferência, pois estes tem mais apelo comercial, avaliação genética normalmente com maior acurácia (na raça pura) e o nosso velho hábito de valorizar mais o que vem de fora. Sabemos que um touro mediano já traz boa contribuição produtiva no cruzamento, pois a heterose nos entrega quilos extras muito valiosos na F1. De qualquer forma, estamos desperdiçando a oportunidade de ter mais ganhos adicionais com genética aditiva e touros realmente mais produtivos em cruzamento.

Neste período do ano nos dedicamos à escolha de reprodutores para uso em programas de inseminação e também para o trabalho de monta nos rebanhos de cria. A decisão que tomamos hoje (2013) vai ser colhida no desmame de 2015 ou no abate de 2016. Se porventura as fêmeas forem retidas no rebanho, muito mais longe vai à consequência de nossa escolha. Tempo e recursos dedicados nesta decisão são bem investidos. Observe que é de grande impacto a decisão tomada hoje e, creia irmão: a resposta está nos sumários.

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

O surgimento dos matadouros-frigoríficos no Brasil do início do século XX


Por Pedro Eduardo de Felício, médico-veterinário, professor da FEA – UNICAMP.
Nota importante: quase todos os fatos históricos apresentados neste texto foram obtidos de uma única fonte que é citada ao final. O autor é o Dr. Miguel Cione Pardi (1912 – 2005), o mais admirado inspetor de alimentos de origem animal do Ministério da Agricultura (1940 – 1970) do seu tempo. Dr. Pardi também foi professor titular da Faculdade de Veterinária da UFF (1961 – 1982).
Introdução
Até o surgimento da indústria frigorífica, no Brasil, na década de 1910, prevaleciam no país as charqueadas primitivas, e os matadouros municipais, que faziam o abastecimento local de modo bastante precário, exceto por alguns estabelecimentos que, no quesito instalações eram bastante atualizados relativamente aos seus similares franceses e alemães.  Matadouros municipais diferenciados como os de Manaus, Belém do Pará, Recife, Maceió e Aracajú foram instalados com base em projetos e equipamentos importados da Europa.
Há referências também ao matadouro Santa Cruz, do Rio de Janeiro, e o de Carapicuíba, em São Paulo, capital.
As charqueadas e matadouros municipais foram importantes no abastecimento das capitais, mas operavam em condições pouco higiênicas, sem inspeção sanitária, produzindo para consumo imediato, exceto pelas carnes salgadas, de maior tempo de conservação. Tais estabelecimentos aproveitavam muito mal os subprodutos, na verdade aproveitavam quase que exclusivamente o couro e o sebo, este último obtido por via úmida em autoclaves, resultando em produto de baixa qualidade, desperdício de resíduos protéicos e, irremediavelmente, em danos ambientais.
Médicos bacteriologistas e veterinários estrangeiros
As exportações de carne do Brasil tiveram início em 1914, com 200 toneladas de carne. Nos anos seguintes, até 1920, foram exportadas outras 51.799 t de carnes processadas – não foi possível encontrar registro quanto ao tipo de produto; e 286.900 t de carnes, a partir de 1915. Entretanto, naquele período, ainda não havia a figura do inspetor veterinário. Os primeiros veterinários brasileiros, contratados para os serviços de inspeção sanitária para atuar nas indústrias que começavam a ser instaladas, diplomaram-se pela Escola Superior de Agricultura e Medicina Veterinária, no Rio de Janeiro, a partir de 1917.
Até então os responsáveis pelos “Postos Veterinários” eram “médicos bacteriologistas”, dentre os quais se destacaria o Dr. Franklin de Almeida, que dedicou sua vida profissional ao ensino da inspeção de carnes e defendeu duas teses sobre o tema, uma de doutorado na Faculdade de Medicina, e outra de concurso na Escola de Veterinária, ambas no Rio de Janeiro. Houve também inspetores veterinários estrangeiros como o inglês Thomaz Wood e o belga Charles Conreur, em estabelecimentos exportadores.
Formação e aperfeiçoamento dos inspetores
Grandes nomes dessa época, até hoje reverenciados pelos inspetores federais, foram alunos de Maurice Piettre, professor francês que criou e lecionou no Rio, segundo ele próprio “pela primeira vez no mundo” a disciplina de Inspeção de Carnes e Alimentos de Origem Cárnea, a partir de 1920.
Dentre os inspetores desse período mais referidos na história da Inspeção Veterinária está o Dr. Otto de Magalhães Pecego, que, em 1925, defendeu tese de doutorado na França sobre diagnóstico bacteriológico do carbúnculo bacteridiano. Mais adiante foi designado para instalação de uma das quatro Inspetorias Regionais, a de São Paulo – as outras três foram implantadas em Belo Horizonte, MG, Curitiba, PR, e Porto Alegre, RS. Anos depois, Magalhães Pecego seria homenageado como patrono da cadeira número 15 da Academia Brasileira de Medicina Veterinária, com sede no Rio.
É interessante salientar a importância que já se dava naquele tempo ao aperfeiçoamento dos médicos veterinários e engenheiros agrônomos, pois, a partir de 1918, o ministro Eng. João Gonçalves Pereira Lima começou a enviar esses profissionais para cursos de especialização de até dois anos de duração no exterior. No triênio 1918, 1919 e 1920, 77 técnicos do governo federal foram estudar nos EUA e Europa.
Os primeiros matadouros-frigoríficos
Surgia assim, mais ou menos ao mesmo tempo, o Serviço de Inspeção de Fábricas de Produtos Animais, precursor do SIF (criado como Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Animal em 1921), no dia 11 de janeiro 1915; a Medicina Veterinária Brasileira com a criação da Escola Superior no Rio de Janeiro – a profissão seria regulamentada no dia 9 de setembro de 1933 -, e a indústria de produtos de origem animal, mais especificamente da carne bovina, com a construção do primeiro matadouro-frigorífico nacional, da Cia. Frigorífica Pastoril, instalado em Barretos, SP, em 1913.
Este frigorífico foi construído por iniciativa do conselheiro Antonio Prado, considerado pelo Dr. Franklin de Almeida como o pioneiro da “industrialização e exploração da pecuária de corte do Brasil Central”.
O conselheiro era presidente e grande acionista da Cia. Paulista de Estradas de Ferro e pretendia utilizar, como realmente aconteceu, a estrada de ferro para fazer o abastecimento parcial de São Paulo, capital, e alcançar o porto de Santos com carne daquele que era o maior mercado de bovinos do estado.
Consta que a construção foi iniciada em 1909 e que, no ano de sua inauguração, abateu pouco mais de 28 mil cabeças de bovinos e 1,8 mil suínos. Em 1923, a empresa foi adquirida pela Sociedade Frigorífico Anglo, da família britânica Vestey, que mais tarde, em 1927, passou a explorar também a Cia. Frigorífica de Santos. A partir de 1927, o Anglo passaria a exportar carne refrigerada denominada “chilled beef” para o mercado de Londres em navios da “Blue Star Line”, da mesma companhia. No início da década de 1990, os Vestey venderam a indústria, que hoje pertence ao JBS Friboi.
O segundo matadouro-frigorífico foi o “Continental do Brasil”, cujo nome também aparece em relatos históricos como “Salamaria Continental”, construído em Osasco, SP, pela empresa “Land Cattle”. Em 1918 essa companhia seria adquirida pelo Frigorífico Wilson, que nessa época também instalou um frigorífico em Santana do Livramento, RS.
Mais tarde, a Cia. Wilson também teve uma unidade de abate e industrialização de suínos em Ponta Grossa, PR. A companhia seria vendida, em 1971, para um grupo empresarial argentino passando a se chamar Comabra, que manteve a marca Wilson. No início dos anos 90, a empresa foi incorporada pela Sadia, que ainda é detentora da marca no Brasil.
Em 1917, surgiria mais uma unidade do Frigorífico Anglo em Mendes, RJ, em edificações dotadas de câmaras frias que pertenceram à cervejaria Teutônia, da Cia. Brahma. A indústria seria abastecida com gado do estado de Minas Gerais e faria exportação de carne congelada. Sua desativação ocorreu em 1966 após um incêndio, segundo Leopoldo Costa do blog Stravaganza.
Esta mesma fonte faz menção a uma empresa de nome Companhia Frigorífica Rio Grande, de Pelotas, RS, que havia sido construída por estancieiros da região, tendo funcionado por pouco tempo até ser adquirida, em 1921, pela empresa britânica da família Vestey, dando origem ao Anglo de Pelotas, que encerrou os abates em 1979. O antigo frigorífico Anglo, que operou durante cinco décadas, deu lugar ao campus da Universidade Federal de Pelotas.
Também no ano de 1917, duas empresas norte-americanas de Chicago, instalaram suas fábricas no Rio Grande do Sul. A Armour, em Santana do Livramento, e a Swift, em Rosário do Sul, que em 1918 fez a primeira exportação de carne congelada daquele estado.
Por último, tivemos a unidade industrial do Frigorífico Armour, em Vila Anastácio, na capital paulista, concebida em 1916, para exportar carne para a Europa em guerra, mas que só entrou em operação três anos depois quando o conflito já havia terminado. Foi considerado à época o maior frigorífico da América do Sul, com capacidade para abater 240 bovinos e 300 suínos por hora.
Considerações finais
Sou muito agradecido aos inspetores do SIF da Comabra, que me proporcionaram um estágio na rotina da Inspeção de Carnes e Derivados no mês de maio de 1972, onde me chamava muito a atenção a “Presuntaria”, que recebia a matéria prima, i.e., os pernis da unidade de Ponta Grossa, PR, preparados de modo a permitir a injeção de salmoura pela artéria femoral, antes de serem submetidos à cura por imersão; a qualidade dos presuntos elaborados por este processo era incomparavelmente superior aos atuais.
Em 1972, a Swift foi incorporada pela Armour passando a se chamar Swift-Armour, que foi vendida, em 1973, para o grupo Brascan/Antunes que, depois, vendeu a companhia para o Sr. Geraldo Bordon.
Ao final da década de 1970, início dos anos 80, o grupo criado pelo Sr. Geraldo Bordon foi considerado o maior do Brasil no setor em número de funcionários, gado abatido e carne exportada. A decadência da empresa se deu nos anos 90 e o pedido de concordata é de março de 2000, segundo o já citado Leopoldo Costa. O Grupo Bordon foi sucedido pela empresa Bertin, que mais recentemente foi incorporada pela JBS Friboi.
O Frigorífico Anglo de Barretos é lembrado por quem atua na Inspeção Sanitária ou leciona disciplinas correlatas como uma escola da indústria da carne bovina. Primeiro, porque lá foram feitas muitas pesquisas com bovinos ao longo de décadas, em que os nomes das fazendas e o tipo de gramíneas de suas pastagens, as distâncias, e a raça predominante, além da pesagem dos caminhões carregados e vazios para estimativa do rendimento de carcaça dos lotes eram anotados ao longo de 50 anos (1944-1994), para fins de estudos que foram publicados pelos professores Miguel Cione Pardi (1943-56) e seus colaboradores José Christovam Santos (1957-61), Elmo Rampini de Souza (1967-75) e Iacir Francisco dos Santos (1982-94) no livro “A Epopéia do Zebu: Estudo Zootécnico-Econômico, 1944/1994”.
Segundo, porque lá funcionava o Centro de Treinamento em Inspeção de Carnes onde eram preparados os novos inspetores veterinários e auxiliares técnicos contratados antes de assumirem seus postos em outros estabelecimentos. Além de ministrar treinamento em aulas teóricas e práticas, ali era feita a padronização da metodologia do Serviço de Inspeção em termos de critérios e procedimentos.
Por último, porque as faculdades de Medicina Veterinária, e mais tarde de outras profissões como a Engenharia de Alimentos, levavam seus alunos para visita ao Anglo em Barretos e lá eles viam a tecnologia da indústria da carne em inúmeras seções, que iam do pré-abate à fábrica de sabões e velas, passando pelo processamento de salsichas, carnes enlatadas das mais variadas, até a fábrica de gelatina. Foi numa dessas visitas de dois dias levando alunos da FEA – UNICAMP, que conheci a empresa em 1985, na companhia dos professores José Christovam Santos e Bento da Costa Carvalho Jr. Era inspetor-chefe do SIF na ocasião o Dr. Iacir Francisco dos Santos.
O Anglo era verdadeiramente a maior e mais completa escola de tecnologia de abate, inspeção e processamento da carne existente no país. E o que é melhor, não havia segredos relativos à tecnologia, todos que queriam aprender eram muito bem-vindos.
De resto, os inspetores federais que interagiram com as grandes companhias estrangeiras de frigoríficos, denominadas anglo-americanas, sempre reconheceram nelas a facilidade para transferência de tecnologia. É como se os seus diretores e gerentes praticassem uma filosofia de co-responsabilidade na evolução do ambiente competitivo nacional. Era preciso deixar para trás a era das charqueadas, matadouros municipais e a clandestinidade, e eles se dispunham a colaborar com esse propósito.
Antes de concluir, quero externar meus mais sinceros agradecimentos ao Dr. José Christovam Santos por tudo que me ensinou sobre a história dos frigoríficos no Brasil e, também, sobre a ética necessária aos inspetores de produtos de origem animal, mesmo não sendo eu um inspetor. Foi tudo muito válido.
Foto do Frigorífico Anglo de Pelotas:
Anglo de Pelotas
Fotos do Frigorífico Wilson:
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Fonte: Pardi, M.C. Memória da Inspeção Sanitária e Industrial de Produtos de Origem Animal no Brasil: O Serviço de Inspeção Federal – SIF. Depoimento para a História da Medicina Veterinária do Brasil, Tomo I. Conselho Federal de Medicina Veterinária, Brasília, DF, 1996.

Valores em comercialização superam expectativa, aponta especialista

Negócios de primavera


A pecuária de corte gaúcha vive um momento especial. Mal começou a temporada de leilões de primavera e os valores alcançados comprovam que o ano de 2013 está além das expectativas dos produtores. Até o momento, diversos leilões estão alcançando a faixa dos R$ 9 mil de média por um touro.
Segundo o médico veterinário e técnico credenciado da Associação Brasileira de Angus, Fernando Velloso, uma média dessas não era esperada nem pelo mais otimista dos pecuaristas. “Baseado numa referência histórica do valor de três a quatro novilhos para um touro, estamos, neste ano, com alta valorização para os reprodutores, acima de cinco novilhos” ressalta Velloso, que aponta as raças Angus e Braford como as mais buscadas e valorizadas. “Como exceção, pode-se citar o remate GAP, onde a grande estrela foi o Brangus e, até o momento, com o recorde de valor para um touro: o reprodutor GAP Russo 1669 foi vendido por R$ 112,5 mil, para Jéferson Casagrande e Alceu Schefer, de Lavras do Sul. Dificilmente esta cifra será superada em algum outro leilão”, reitera o especialista.

Valorização por qualidade
Para Fernando Velloso, um fato marcante neste momento é a valorização por qualidade. Os touros superiores estão, segundo ele, valorizados em mais de R$ 10 mil, no entanto, o terço inferior das ofertas tem tido até dificuldade de liquidez. Comparando os valores com o ano passado, Fernando Velloso destaca que, em 2012, a média geral de quase cinco mil touros fechou em aproximadamente R$ 6,7 mil. Hoje, a média geral deve estar acima de R$ 8 mil. “De qualquer forma, estamos recém no primeiro terço da temporada de primavera. Ainda temos muito touro para passar em pista”, enfatiza.

101ª Expofeira
O especialista acredita que a Expofeira de Bagé deverá repetir o mesmo comportamento das demais exposições-feiras do interior do Estado, ou seja, apresentar boa valorização para os touros superiores: leia-se animais com boa apresentação (peso e condição corporal), índices técnicos disponíveis e superiores em suas raças. “Os compradores de touros estão mais exigentes, buscando os animais mais apropriados e completos para as sua criações, porém com disposição a investir mais por este produto”, conclui.

fonte: FOLHA DO SUL

Rússia libera compra de carne bovina de seis unidades do Brasil

 O Serviço Federal de Fiscalização Veterinária e Fitossanitária da Rússia (Rosselkhoznadzor) liberou seis unidades frigoríficas de carne bovina para importação, sem nenhuma restrição, da proteína brasileira in natura, intestino cru e miúdos. A decisão chega depois de nove dias do início das novas restrições temporárias a dez frigoríficos (nove de carne bovina e uma de suína), por conta de 'inconformidades com as normas sanitárias do País'. As vendas de intestino cru e tripas já estavam suspensas por ocasião do uso de ractopamina.
Conforme divulgado em seu site, as unidades são uma do Frigol (SIF 2960), de Lençóis Paulista (SP), que estava suspensa desde 12 de setembro de 2011; uma da Marfrig (SIF 2863), de Paranaíba (MS), interrompido desde 12 de novembro de 2012; e quatro da JBS. As da JBS ficam em Campo Grande (MS), de SIF 1662, suspenso desde 24 de agosto de 2010; em Lins (SP), de SIF 337, interrompido desde 12 de agosto de 2011; em Mozarlândia (GO), de SIF 4507, com restrições totais desde 29 de setembro de 2012 e a de Barra do Garças (MT), de SIF 42, suspenso desde 01 de junho de 2011.
Considerando a decisão recente dessas unidades e mais a retirada de 'maior controle laboratorial' de uma unidade da Bon-Mart, de São Paulo (SIF 2121), o Brasil possui, conforme informações do site russo, 37 unidades em regime de 'restrição temporária'; uma em regime de 'maior controle laboratorial' e 18 totalmente de vendas permitidas. Procurado pelo Broadcast, o Ministério da Agricultura deve se pronunciar ainda hoje sobre o assunto.
fonte: G1

Representantes do Programa Carne Angus Certificada participam da Anuga 2013

Com apoio do Senar/RS, representantes do Programa Carne Angus Certificada desembarcaram esta semana em Colonia, na Alemanha, para uma visita à Anuga, uma das mais importantes feiras de alimentos e bebidas do mundo, que este ano reúne mais de 6,7 mil expositores.
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Segundo o diretor do programa, Reynaldo Salvador, a Anuga é uma ótima oportunidade para levar ao mundo o conhecimento sobre a qualidade da carne Angus produzida no Brasil, visando à internacionalização desta carne.
Salvador ressalta que foi delineado uma série de mercados potenciais, uma vez que já estão em tratativas avançadas com importadores europeus que buscam a qualidade e sabor da Carne Angus Certificada, sendo preciso apenas alinhar algumas questões, especialmente relativas à rastreabilidade para que as exportações sejam iniciadas.
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Fotos: Fábio Medeiros, ABA.

Carnes: setor comemora nova lei que esclarece questão tributária

 O setor de carnes comemorou a publicação da Lei 12.865, no artigo 33º, na edição desta quinta-feira, 10, do Diário Oficial da União (DOU), que corrigiu um problema de interpretação tributária ao setor referente a questão do crédito presumido de 60% sobre a incidência de PIS/Cofins nas compras de insumos de origem vegetal ou animal utilizados na ração.
Por uma interpretação errônea das superintendências da Receita Federal, os frigoríficos e as agroindústrias estavam sendo penalizados duplamente: pela concessão reduzida do crédito presumido, de apenas 35%, e pela aplicação de multas milionárias sobre as empresas. Com a publicação da Lei 12.865, no artigo 33º, fruto de Medida Provisória relatada pelo deputado Jerônimo Goergen, fica reconhecido esse crédito presumido de 60%.
'Empresas recebiam multas milionárias, e havia esse crédito presumido restrito a 35% do total. Por esse motivo, essa correção foi uma grande batalha que acompanhamos de perto e que comemoramos como uma grande vitória na busca pela melhoria da competitividade do setor', destacou o presidente da União Brasileira de Avicultura (Ubabef), Francisco Turra, em nota. Para o presidente da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), Péricles Salazar, também em comunicado, a publicação da lei é 'mais uma vitória expressiva dos frigoríficos brasileiros e traz tranquilidade ao setor'.
'O que havia era uma situação em que se criou uma possibilidade de interpretação dúbia na Instrução Normativa 660/2006, que trata sobre o crédito presumido na aquisição de produtos de origem animal e vegetal. A modificação na Legislação, através da Lei nº 12.865/2013, agora estabelece que o crédito presumido de 60% é o correto nas aquisições de insumos de origem vegetal e animal', explicou o presidente executivo da Abrafrigo.
A palavra 'produto' no lugar de 'insumo' na normativa é que provocava a interpretação equivocada por parte de algumas Superintendências da Receita Federal, penalizando os frigoríficos pela concessão menor do crédito presumido, de apenas 35%,o que deu origem a aplicação de multas.
fonte: Agencia Estado

Mais três unidades da Marfrig recebem o selo Rainforest Alliance Certified™

Mais alto nível de exigência internacional atesta processo de produção sustentável, produtos que respeitam o meio ambiente, as condições sociais e o bem-estar animal



Mais três unidades produtivas da Marfrig Beef, segmento de negócios de carne bovina do Grupo Marfrig, foram aprovadas para processar carnes e derivados com a certificação Rainforest Alliance Certified. O selo atesta que as unidades produtivas detêm processos que garantem a rastreabilidade da matéria-prima utilizada no processamento dos produtos, demonstrando que estes vêm de fazendas certificadas pela Rede de Agricultura Sustentável (RAS), que seguem rigorosas normas internacionais de conservação ambiental, de respeito aos trabalhadores e às comunidades locais e regras de bem-estar animal. A empresa continua sendo a única do setor, no mundo, a ter o selo.

As novas plantas certificadas são Pampiano (RS) e Promissão I e II (SP), além de Tangará da Serra (MT), que teve sua auditoria revalidada. Entre os produtos que podem ser vendidos com o selo estão carne bovina in natura, cozida congelada ou enlatada, cortes especiais e beef jerky.

Em 2012, a unidade produtiva da Marfrig Beef Tangará da Serra tornou-se a primeira indústria de alimentos do setor aprovada para produção de carne Rainforest Alliance Certified. Como naquela ocasião, a auditoria das plantas certificadas neste ano foi conduzida pelo Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Ima flora), única entidade credenciada oficialmente para outorgar o certificado no Brasil.

Os requisitos para a certificação foram estabelecidos pela RAS, entidade internacional que congrega organizações conservacionistas e independentes e detentora da norma de certificação que dá direito ao uso do selo Rainforest Alliance Certified.

Por enquanto, a matéria-prima utilizada para processar os produtos com o selo vem do Grupo de fazendas São Marcelo, em Tangará da Serra (MT), a primeira e única empresa agropecuária de produção de ciclo completo de gado a receber o certificado até o momento. Para isso, a fazenda atendeu aos 136 critérios socioambientais estabelecidos, que vão desde a redução da emissão de gases de efeito estufa até a implementação de práticas de bem-estar animal, passando pela garantia de boas condições sociais dos funcionários e suas famílias.

“Esperamos ter mais fornecedores certificados no futuro. Algumas propriedades que estão no nível mais alto do nosso programa de relacionamento Marfrig Club já cumprem os requisitos da certificação Rainforest Alliance Certified e vamos incentivá-los a obter o selo. Além do reconhecimento, este é um importante passo para capturarmos oportunidades de negócios em todo o mundo, já que clientes e consumidores estão cada vez mais preocupados em adquirir produtos que respeitam o meio ambiente, a sociedade e o bem-estar animal”, afirma Andrew Murchie, CEO da Marfrig Beef Brasil.

Os consumidores brasileiros já podem adquirir carne certificada. Em junho deste ano, o Carrefour tornou-se a primeira rede de hipermercados do mundo a comercializar carne bovina com o selo Rainforest Alliance Certified, produzida pela Marfrig Beef.

Sustentabilidade e qualidade Marfrig

As unidades produtivas do Grupo Marfrig que receberam a certificação Rainforest Alliance Certified são referência mundial em produção sustentável de carne bovina. As plantas dispõem da mais alta tecnologia em processos e equipamentos, além de serem habilitadas para exportação para o mercado europeu.

Além da certificação Rainforest Alliance Certified, elas são certificadas nas normas ISO 14001 (Ambiental), ISO 22000 (Segurança dos Alimentos), OHSAS 18001 (Saúde e Segurança) e SA 8000 (Responsabilidade Social). Essas certificações são a base do Sistema Integrado de Gestão (SGI) da Marfrig Beef, implantado de forma pioneira em todas as suas unidades industriais no Brasil. É um modelo único no mundo, pois contempla os principais processos monitoráveis na indústria de alimentos: garantia de qualidade e segurança do alimento, relações com o meio ambiente e a sociedade, integridade física e mental dos trabalhadores e melhoria contínua dos processos, projetos, serviços e produtos.

Comprometida em estimular a adoção das melhores práticas de sustentabilidade em toda a cadeia produtiva da carne, a Marfrig também realiza o avaliação dos fornecedores de gado de acordo com critérios socioambientais. O sistema de compras da companhia só permite aquisições de gado após verificação de licenças ambientais, conferência de CNPJ e CPF do produtor na lista de embargos do IBAMA e trabalho escravo do Ministério do Trabalho e imagens de satélite das propriedades dos fornecedores no bioma Amazônia, onde é verificados a ocorrência de novos desmatamentos e sobreposição com terras indígenas e unidades de conservação.

Sobre o Grupo Marfrig

O Grupo Marfrig é uma das maiores empresas globais de alimentos à base de carnes de aves, bovina, suína, ovina e de peixes. Sua plataforma operacional diversificada e flexível é composta por unidades produtivas, comerciais e de distribuição instaladas em 15 países. Considerada uma das companhias brasileiras de alimentos mais internacionalizadas e diversificadas, seus produtos estão presentes hoje em 110 países. Com mais de 46 mil colaboradores, o Grupo Marfrig é o maior produtor de ovinos na América do Sul, o maior produtor de aves do Reino Unido e a maior companhia privada no Uruguai e na Irlanda do Norte.

Para mais informações sobre o Grupo Marfrig, acesse www.marfrig.com.br.

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Leilões no RS


Braford fatura alto em Rosário

O leilão Criadores de Braford, ontem em Rosário do Sul, faturou R$ 1,54 milhão para 80 touros e 500 fêmeas. As médias foram de R$ 8,75 mil nos touros 3 anos, R$ 7,43 nos touros 2 anos e R$ 1,56 mil nos ventres. A média geral foi de R$ 2,57 mil.

Montana brilha em Pelotas e soma R$328 mil 
 





Montana soma R$ 328,23 mil
R$ 328,23 mil em Pelotas. Os touros renderam R$ 200,06 mil para 32 animais (média de R$ 6.251,88). As fêmeas somaram R$ 128,17 mil para 91 exemplares
(média de R$ 1.408,46). O preço top foi para Novo Século da Gruta, vendido por R$ 14 mil para Regina Simões Lopes Chaves


Capanegra é destaque em Bagé

O leilão da Cabanha Capanegra, ontem em Bagé (08 out), movimentou R$ 510.750,00, média de R$ 4.152,00. Saíram 26 machos Angus (R$ 6.992,31), 11 Brangus
(R$ 8.168,18) e quatro Red Angus (R$ 7.612,50). As 49 fêmeas Angus obtiveram média de R$ 2.739,80,
as 27 Brangus, de R$ 2.172,22, e as seis Red Angus, de R$ 2.625,00. O Remate Premium São Jorge e Rio Negro, na segunda, somou R$ 396,5 mil.

Fonte: Correio do Povo

Inovação em alimentos


Feira de anuga traz inovações nos alimentos
Anuga, maior feira de alimentos do mundo, pode ser resumida em uma palavra: inovação. A feira apresenta as tendências para o setor alimentício em todas as áreas. O Rio Grande do Sul esta presente com uma comitiva de 54 pessoas que se somaram a de outros estados para conhecer as novidades. E são muitas. Os produtos orgânicos se fortaleceram desde a edição de 2011. Os energéticos tomaram conta de todos os pavilhões. As embalagens merecem destaque especial porque estão na linha sustentável e visualmente mais limpas: contem a marca e os ingredientes. Mas, as tradicionais não foram abandonadas porque o consumidor decide a compra em grande parte com os olhos.

Os empresários gaúchos também estão visitando empresas e supermercados para verificar tendências e aprender novas formas de utilização da matéria-prima. O mi de sucos e um exemplo. Na Europa e comum misturar frutas, ao contrario do Brasil que costuma fazer suco de um único sabor.
Além dos visitantes, tem os expositores. No espaço da Apex-Brasil estão alguns produtos, como o energético a base de açaí, erva-mate e guaraná e caldinho de feijão. Dois produtos típicos do Estado. Frango e carne do RS também estão na feira.
A linha de congelados e muito valorizada. Os alemães estão em segundo lugar no consumo mundial de congelados, atrás dos norte-americanos.
Entre as novidades, um sucesso e a pizza no formato de picolé. A massa fica por fora e a cobertura vira recheio. 
Anuga acontece em um pavilhão de 284.000 metros quadrados divididos em 11 pavilhões. São 6.777 expositores de 98 países. Ate esta quarta-feira, 9-10, são esperados 155.000 visitantes de 180 países.
O quinto maior espaço de exposições e feiras do mundo fica na cidade mais antiga da Alemanha, Colônia, distante 40 km de Dusseldorf. E conhecida pela forte indústria automotiva, pelo turismo e pelo carnaval mais animado da Alemanha.

RS - Expo Uruguaiana vendeu mais de R$ 6 milhões

A qualidade da génitica de Uruguaina sempre se confirma nos julgamentos morfológicos de qualquer raça, mas também nas pistas de remate. Na noite de quinta-feira, 3 de outubro, ocorreu o Remate Anual Nova Aurora e Anjo da Guarda no Parque Agrícola e Pastoril de Uruguaiana. Onde foram vendidos 117 animais, entre touros e ventres Polled Hereford e Braford, comercializando um total de R$ 646.950,00.

O animal que alcançou maior valor foi o touro Braford TAT 10586, vendido por R$ 12.750,00. A média dos touros Braford 3 anos foi de R$ 8.257,89 e Braford 2 anos foi de R$ 7.050,00. Os touros Polled Hereford tiveram média de R$ 6.196,88.Até o momento o valor total comercializado nos Remates de Primavera, Cabanha Umbu Negocia, Remate GAP 2013 – O Show da Genética, e Remate Anual Nova Aurora e Anjo da Guarda foi de R$ 6.776,425,00.


Nesta sexta-feira, às 20h ocorre o 9º Remate Tradição e Futuro na Pastoril. No sábado, acontece o 3º Remate Itapitocai às 21h na Sede da Estância.

Frigoríficos devem manter as margens no último trimestre do ano


Apesar da menor oferta de animais prontos para o abate, os frigoríficos brasileiros de bovinos, suínos e aves tendem a sustentar boas margens operacionais no último trimestre do ano. No caso da carne bovina, a forte demanda externa é ainda mais favorecida pelo dólar em patamar mais atrativo, enquanto que a carne de frango bate recorde de preço no mercado doméstico.
Mesmo no horizonte das empresas de carne suína, que têm dificuldades para repassar os preços para o consumidor e vêm registrando queda nas exportações, a expectativa é que a demanda cresça com o consumo típico das festas de fim de ano.
No mês de setembro, o indicador Esalq/BM&FBovespa para o boi gordo em São Paulo, principal referência de preço da pecuária brasileira, registrou média de R$ 110 por arroba, valorização de 11,9% ante a média de igual mês de 2012. Do ponto de vista de preços do boi, assim, as margens de JBS, Marfrig e Minerva, que lideram os abates de bovinos no país, estão mais pressionadas.
Mas, a despeito dos preços mais elevados do gado bovino, a demanda pela carne bovina brasileira é "forte", conforme relatório do Bank o America (BofA), divulgado no fim de setembro. Maior exportador global de carne bovina, o Brasil vem batendo recorde nas vendas externas do produto, crescendo 20%. Além disso, o dólar na casa dos R$ 2,20 é benéfico para as exportadoras, uma vez que amplia a rentabilidade dos frigoríficos em moeda brasileira.
Mas há riscos no caminho dos exportadores. Outubro mostrará o real impacto do embargo da Rússia a nove frigoríficos, seis da JBS, dois da Minerva e um da Marfrig. O veto, que teve início no dia 2, pode ter impacto relevante, uma vez que a Rússia é a o segundo principal destino das exportações do país. Os frigoríficos afirmam, porém, que poderão exportar para a Rússia a partir de outras unidades que permanecem aprovadas para exportação aos russos.
Ainda no segmento de carne bovina, as próprias avaliações de que a oferta de boi é restrita podem ser relativizadas, uma vez que os abates da gado no Brasil caminham para bater o recorde em 2013, conforme indicam os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Mas é importante ressaltar que a atual entressafra da pecuária, que vai de maio a novembro, foi mais difícil do que esperavam os frigoríficos. A razão é que a oferta de gado criado em confinamento, que responde por 10% dos abates no Brasil, deve cair mais de 10% neste ano, segundo projeções da Associação Nacional dos Confinadores (Assocon).
No que diz respeito à carne de frango, o cenário é de preços elevados devido ao crescimento tímido no alojamento de pintos de corte. Entre janeiro e julho (último dado disponível), o alojamento aumentou 1,82% sobre igual período de 2012, para 3,585 bilhões de cabeças.
Nesse cenário, o preço médio do frango congelado no atacado da Grande São Paulo, foi de R$ 4 por quilo em setembro, valorização de 18,6% ante a cotação média de R$ 3,37 por quilo apurada em setembro do ano passado, conforme o Cepea. Trata-se do maior valor para o ano de 2013, em termos nominais. Além disso, é a maior cotação, inclusive em termos reais, para qualquer mês de setembro desde o início da série histórica do Cepea, em 2004.
Os preços elevados refletem a pisada no freio dada pelos frigoríficos após o recorde de abates registrado no segundo trimestre. Em entrevista ao Valor na semana passada, a analista do Cepea, Camila Ortelan, disse que a redução dos alojamentos de pintos que agora se reflete na escassa oferta de frango é uma consequência do ritmo fraco verificado no início do ano tanto nas exportações brasileiras do produto quanto na demanda interna.
Não bastasse a fraca demanda dos mercados interno e externo no início do ano, a indústria avícola também teve de lidar com uma produção elevada. No segundo trimestre, os abates de frango no Brasil somaram 1,4 bilhão de cabeças, o maior nível da história, de acordo com o IBGE. A estratégia, então, foi reduzir a produção, explicou a analista do Cepea. O problema - ou a boa notícia para os frigoríficos -, é que a demanda ganhou fôlego.
No caso da carne suína, a situação é um pouco mais difícil. Apesar de registrar um cenário parecido com o do frango, com maior produção no primeiro semestre e pisada no freio desde então, há resistência aos preços mais altos para o produto, de acordo com a analista do Cepea.
"O atacado tem resistido um pouco. É preciso ver se o consumidor vai absorver esses aumentos", disse Camila. Além disso, as exportações de carne suína, que esboçaram uma recuperação após o fim do embargo da Ucrânia em junho, voltaram a cair nos últimos dois meses. Em setembro, as exportações de carne suína in natura recuaram 26,8% na comparação anual, para 39,9 mil toneladas.
 
Fonte:  Valor Econômico