sábado, 11 de outubro de 2014

Rússia acusa Brasil de sobrepreço no fornecimento de carnes

Primeira rusga nesse (reconhecidamente temporário) casamento: de acordo com o site globalmeatnews.com, o Rosselkhoznadzor, órgão de vigilância veterinária da Rússia, está preocupado com o aumento acentuado dos preços das carnes fornecidas pelo Brasil.

A notícia cita, especificamente, o dirigente do órgão, Sergei Dankvert, para quem os preços [do Brasil] subiram significativamente nos últimos meses, criando uma situação que pode afetar as exportações brasileiras para o mercado russo.

“O Brasil precisa reduzir os preços de seus produtos porque o mercado russo interessa a outros grandes fornecedores, como Índia e China, países que podem se transformar em sérios competidores do produto brasileiro”, afirma Dankvert.

De acordo ainda com o Global Meat News, Dankvert já transmitiu a Marcelo Junqueira Ferraz, titular da Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio do Ministério da Agricultura, a necessidade de redução dos preços dos produtos fornecidos para os países integrantes da união aduaneira integrada por Rússia, Belarus e Cazaquistão.

“A despeito de as carnes brasileiras terem obtido acesso ao mercado russo, as exportações do Brasil para a Rússia não apresentaram substancial acréscimo”, menciona Dankvert, concluindo que “isso pode ser devido, em parte, à política de preços dos fornecedores”. Por outro lado, concorda que o baixo volume exportado pode ser devido, também, ao fato de as empresas brasileiras habilitadas ainda não terem firmado contrato com os importadores russos.

De toda forma, há um reconhecimento de que a Rússia aumentou sensivelmente as importações de carne de frango do Brasil. Assim, dados preliminares apontam que em setembro essas importações aumentaram 2,5 vezes, subindo de 8 mil toneladas (agosto) para 20 mil toneladas.

É revelado, porém, que o maior interesse da Rússia se concentra nas carnes bovina e suína, já que o grande lapso de abastecimento no mercado russo envolve exatamente esses dois produtos. Mesmo assim, o Rosselkhoznadzor demonstra preocupação com a qualidade do produto brasileiro e observa que no final de setembro o órgão embargou 54 toneladas de carnes, devido a violações dos regulamentos veterinários da união aduaneira.

A Global Meat News também entrevistou técnicos da agência Agroru, especializada no acompanhamento econômico da agropecuária russa. Sem citar que o episódio envolveu apenas remessas específicas, eles generalizaram ao citar que em 2011 a Rússia embargou “a importação de carnes do Brasil devido à detecção do promotor de crescimento ractopamina em vários dos lotes importados”. Seguem afirmando que, de lá para cá, “não há indícios de que a indústria de carnes brasileira se absteve de usar o produto ou tenha adotado sistemática capaz de garantir que nenhuma carne contendo esse hormônio seja exportada para a Rússia”.

A esse comentário segue-se, somente, a informação de que o Rosselkhoznadzor suspendeu as restrições à carne brasileira no dia 6 de agosto de 2014, “quase imediatamente após ter imposto sanções comerciais ao fornecimento de carnes da União Europeia, Estados Unidos, Canadá e diversos outros países”.
fonte:AviSite

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