sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Forte demanda mundial por carne bovina do Brasil vai continuar em 2015 e compras pela China podem decolar, diz Rabobank

Por Bob Moser 
A forte demanda internacional pela carne bovina brasileira provavelmente vai se manter em 2015 devido a estoques globais apertados, demanda da Rússia e reabertura do mercado chinês para o Brasil, de acordo com um relatório do quarto trimestre sobre o mercado global de carne bovina, divulgado esta semana pelo grupo financeiro Rabobank. 
O mercado de futuros indica um cenário forte para os preços do gado brasileiro. No início de novembro, os contratos de fevereiro 2015 estavam acima de R$ 140 por 15 kg. Um fator-chave para ganhos de preços no Brasil tem sido a escassez de boi gordo, resultado da maior seca registrada em décadas em regiões produtoras importantes do Brasil.
O Rabobank espera que os preços para os produtores brasileiros mantenham-se fortes no primeiro trimestre, mas o espaço para novos níveis recordes é limitado, apesar da perspectiva positiva para as exportações brasileiras no ano que vem. No mercado interno, a indústria da carne teve de manter os preços por atacado dentro do orçamento dos consumidores para evitar que eles se afastassem da carne bovina em prol de opções de proteína mais baratas.
O relatório elaborado pelo Rabobank destacou que a oferta apertada global de gado e carne bovina continuou no último trimestre de 2014, embora os preços em todo o mundo tenham diminuído um pouco em relação aos picos do 3T. Os Estados Unidos permanecem como o principal impulsionador dos preços globais de carne bovina, com sua demanda de importação que afeta os preços e volumes de muitos outros países.
Uma questão-chave para 2015, com um mercado que está finamente equilibrado, é se as taxas de exportação australianas diminuírem e rebanhos no México e no Canadá continuarem a ser reduzidos pela demanda dos EUA, os preços globais de carne bovina ainda terão espaço para subir mais.
“Os EUA continuam a ser o condutor no mercado global de carne bovina com oferta restrita e forte demanda para manutenção de preços elevados”, escreveu Angus Gidley-Baird, analista do Rabobank. “O recente reforço da economia dos EUA e o dólar vão continuar a apoiar as importações dos EUA, no entanto, estamos assistindo a uma queda no preço do petróleo e desvalorização do rublo russo, dado o status da Rússia como maior importador de carne bovina do mundo.”
Em outros mercados, a Austrália continua a ver níveis de abate recordes, com exportações de carne bovina para 2014 posicionadas para estabelecer um novo recorde. Com a previsão de um verão seco à frente, os números de abate deverão manter-se elevados, mantendo os preços baixos.
O mercado de carne bovina na União Europeia está se distinguindo mais a cada mês como um mercado de carne premium e de carne moída, com a evolução dos preços divergentes, de acordo com o Rabobank.
Os preços da carne no varejo na China deverão manter-se estáveis neste fim de ano e no 1T de 2015,  enquanto o consumo não é forte o suficiente para empurrar os preços para além dos atuais níveis historicamente elevados, apesar de um abastecimento interno apertado e crescimento contínuo das importações.
A China abalou o mercado global de carne bovina em 2013 quando aumentou suas importações oficiais em 380%. Seus anúncios este ano sobre um acordo de livre comércio com a Austrália e a reabertura do comércio de carne bovina com o Brasil levantaram a questão de saber se isso vai desencadear mais um ano de bonança para as importações chinesas oficiais em 2015.
fonte: Carne Tec

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