sábado, 17 de janeiro de 2015

Governo do RS pode ampliar benefícios para Marfrig não fechar frigorífico


Gabriela Lara, correspondente 
O governo do Rio Grande do Sul está disposto a ampliar o pacote de benefícios oferecido para a Marfrig na tentativa de evitar o fechamento do frigorífico localizado na cidade de Alegrete, no oeste do Estado. Nesta semana a empresa comunicou a decisão - sinalizada no ano passado - de interromper as atividades na unidade de Alegrete. Dessa forma, a operação no RS ficaria concentrada nas plantas de Bagé, São Gabriel e Pampeano. "Estamos preocupados principalmente com o aspecto social. O fechamento da unidade vai gerar um problema grande para o município", disse ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, o secretário da Agricultura do Rio Grande do Sul, Ernani Polo (PP), lembrando que hoje mais de 600 pessoas trabalham no frigorífico da Marfrig em Alegrete.

Em nota, a Marfrig explicou que, apesar dos esforços feitos nos últimos meses, a planta de Alegrete permanece deficitária e "sem perspectivas de mudança no curto e médio prazo", considerando as atuais variáveis de mercado. Entre as dificuldades alegadas estão a falta de matéria-prima e a necessidade de um alto investimento em melhorias estruturais. Por isso, a empresa prefere priorizar as outras três plantas localizadas no RS, o que, de acordo com a companhia, geraria economias de escala e benefícios importantes para o Estado.

Polo recebeu na quinta-feira, 15, em Porto Alegre o diretor da Marfrig para a região sul, Rui Mendonça, para fazer um último apelo. "Pedimos que fosse levado à direção da Marfrig o nosso desejo (de manter o frigorífico aberto), e deixamos claro que estamos abertos ao diálogo", disse o secretário. 

O governo anterior já havia manifestado à Marfrig a disposição de fazer concessões para garantir a manutenção da planta em Alegrete. Entre as ações discutidas pelo então secretário Claudio Fioreze estavam a redução do ICMS e a implantação de um programa de identificação de origem do rebanho, o que agregaria valor ao produto comercializado pela Marfrig. "Estamos dispostos a manter aquilo que foi lá atrás discutido e ver se tem alguma outra possibilidade que possa ser trabalhada", disse Polo.

O secretário não antecipou que outras medidas poderiam ser adotadas, além das já colocadas pelo governo anterior. Segundo ele, primeiro é preciso saber se há de fato o interesse da Marfrig em reverter a decisão de interromper as atividades em Alegrete. No entanto, Polo afirmou que qualquer pedido da Marfrig seria estudado, apesar da difícil situação financeira vivida pelo Estado. "Queremos discutir, se eles tiverem uma proposta."

Se a Marfrig não voltar atrás, o governo gostaria que outra empresa assumisse a operação em Alegrete. Fontes do setor garantem que há interessados. De acordo com Polo, o diretor regional da Marfrig sinalizou que esta possibilidade não está descartada.

O secretário também lembrou a mudança na presidência da companhia que ocorrerá em fevereiro - com a saída de Sérgio Rial e a entrada de Martin Secco Arias. "Isso também pode influenciar." O governo gaúcho espera ter um retorno da Marfrig na próxima semana. 


fonte: GuarulhosWeb

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