sábado, 11 de abril de 2015

Selo "Pampa Gaúcho" poderá ter carne comercializada ainda no primeiro semestre

Guatambu participa do projeto
Guatambu participa do projeto
Crédito: Eduardo Rocha/Especial FS
Previsto para iniciar no mês de julho, o selo de origem “Pampa Gaúcho” pretende ressaltar a qualidade da carne produzida em propriedades que conservem pelo menos 50% de seus campos nativos. A iniciativa é uma ação da Alianza Del Pastizal – organização que trabalha para a preservação ambiental em países como o sul do Brasil, a Argentina, o Uruguai e o sul do Paraguai. A empresa parceira da Alianza nesse projeto é o grupo Marfrig e o foco das raças que participarão está no Angus e no Hereford.
A Alianza del Pastizal, atualmente, conta com mais de 100 propriedades certificadas, sendo que, dentro do acordo entre a Marfrig e a organização, estarão presentes 24 estabelecimentos, em municípios como Bagé, Dom Pedrito, Lavras do Sul, Pedras Altas e Quaraí. Essas propriedades que foram habilitadas para o projeto irão fornecer 15 toneladas de carne por mês. O processo de certificação encerrou no final do mês de fevereiro. A expectativa é de que essa carne passe a ser comercializada ainda no primeiro semestre de 2015.

Valorização da origem do produto
O engenheiro agrônomo e representante da Alianza del Pastizal no Rio Grande do Sul, Marcelo Fett Pinto, declara que o programa de certificação da Alianza é um modelo de valorização, tanto do produtor que promove boas práticas de conservação na sua propriedade, “como para o consumidor final de carne e couro, que saberá que sua compra estará incentivando a conservação de um bioma tão importante e ameaçado como o pampa”, aponta.
Opinião dividida pelo gerente de sustentabilidade do grupo Marfrig, Mathias Almeida, que avalia de forma muito positiva o acordo, pois possibilita a oportunidade de promover um produto com garantia de origem, valorizando o trabalho e a tradição do pampa. Almeida informa que os abates dos animais irão ocorrer na planta de Bagé.
O gerente também ressalta que está sendo feito um trabalho para que a venda de carne no mercado nacional ocorra através de parceria com grande rede varejista. Além disso, serão desenvolvidas opções de uso do couro certificado para marcas de luxo na Europa, o que poderá, segundo Almeida, trazer ainda mais visibilidade ao projeto. O público alvo consumidor serão pessoas que valorizam a origem do produto, como práticas sustentáveis de produção. “Assim, esperamos aproximar o consumidor do produtor, mostrando a importância da conservação dos campos nativos no fornecimento de carne responsável e de alta qualidade”, destaca.
Já Pinto aponta também como tendência cada vez maior entre os consumidores aspectos ecológicos e estilo de vida, associados aos manejos de inocuidade alimentar. "Nossa carne tem excelentes propriedades nutracêuticas, é produzida em ambientes com alta biodiversidade e com eficiente e convergente eficiência produtiva e sustentabilidade ambiental, uma feliz coincidência, característica dos sistemas produzidos em pastizales naturales do Cone Sul.

Propriedade apoia certificação
Uma das propriedades que integra o programa pertence à Estância Guatambu, de Dom Pedrito. No caso, a propriedade certificada é a Estância Leões, com 1,7 mil bovinos em sistema de cria e recria, resultando em engorda de 800 bovinos precoces que são enviados ao mercado todos os anos.
O proprietário da Guatambu, Valter José Pötter, reitera a importância do projeto para a empresa. “Sem dúvida, de grande valia para a Guatambu, ainda mais que estamos participando de um outro grande projeto, também na questão ambiental, que se chama Biomas do Brasil. No nosso caso,  a Embrapa recebeu, por nove anos, 32 hectares de terra para desenvolver vários testes e ensaios de produção e conservação sustentáveis. Quanto à certificação, deve-se ressaltar que os animais podem ser manejados, em parte da vida, em campos enriquecidos com espécies invernais cultivadas, mas conservando um mínimo de 50% de campo nativo. Assim, torna-se possível intensificar e produzir animais jovens gordos conservando grande parte do campo nativo”, explica o produtor.
fonte: Folha do Sul

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