sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Seminário Carne Angus na Expointer: "O boi que o mercado quer"

Desafio é abrir mercados e manter qualidade de fornecimento

Foto: Carolina Jardine
Desafio é abrir mercados e manter qualidade de fornecimento 
No momento em que conquista novos clientes no mercado externo, o principal desafio da agropecuária nos próximos anos será oferecer constância no abastecimento e, com isso, galgar mercados melhores e mais rentáveis. “Não é difícil abrir mercado, o desafio é a regularidade para manter a entrega. Quem prova e aprova quer mais”, disse o diretor de Originação do JBS, Eduardo Pedroso, durante o seminário "O boi que o mercado quer", realizado na Expointer na tarde desta quinta-feira (3/9). Segundo ele, apesar de a pecuária de ciclo curto com uso de alta tecnologia ser tendência, ainda há muitos criadores fora dessa vertente. "O produtor precisa saber o que produzir para atender o consumo. Além do volume, deve ter atenção à qualidade. A indústria é o elo da pecuária com o mercado”, indica.

Segundo ele, a carne brasileira tem espaço para crescer no mercado gourmet, que é mais lucrativo, mas também mais rigoroso na seleção dos ingredientes. O diretor do JBS desafiou os criadores a anteciparem tendências para atender “ao consumidor, que é quem faz a roda girar”.  Para isso, indica ele, a indústria tem que assumir o seu papel e dar feedback à produção para que a agropecuária tenha mais competitividade e produtividade. No mesmo sentido, o presidente da Angus, José Roberto Pires Weber, conclamou os produtores a rastrearem seus rebanhos para obter maior participação em cotas internacionais, como a Cota Hilton.  

A carcaça foi comparada à embalagem da pecuária, e a terminação foi debatida em detalhes. Os representantes dos frigoríficos detalharam especificidades necessárias para produzir uma carne suculenta e com percentual de gordura ideal para maximizar sabor. “O produtor é remunerado pela carcaça e tem que encher essa embalagem”, citou Pedroso, referindo-se à necessidade de acabamento ideal de gordura. 

O diretor de Originação do Marfrig, José Pedro Crespo, complementou, lembrando que o Brasil precisa trocar de cliente, conquistar mercados melhores, mais constantes para colocar a carne de dianteiro, além dos cortes especiais. “Nosso desafio é vender dianteiro. E nesse objetivo, o mercado saudita é importante. O selo Angus é sinônimo de qualidade no mundo todo”, completou. Para elevar rentabilidade, o diretor do Marfrig recomendou que os pecuaristas terminem mais animais voltados para o mercado Europeu no primeiro semestre, uma vez que, mesmo as cargas exportadas, perdem valorização com o excesso de oferta na segunda metade do ano.

Representantes da indústria frigorífica, produtores e varejo  avaliaram a situação do mercado e fizeram projeções. O proprietário da Churrascaria Fogo de Chão, Jandir Dalberto, falou sobre a necessidade de surpreender os clientes. O criador Fernando Costabeber relatou conquistas obtidas a campo e como a bonificação fornecida pelo Programa Carne Angus eleva a rentabilidade da criação.

O diretor do Programa Carne Angus Certificada, Reynaldo Titoff Salvador, comemorou o fato de o evento integrar todos os elos da cadeia produtiva, unindo pecuaristas, frigoríficos e varejo. “Há 14 anos, era difícil juntar todos. Conseguimos alinhar a cadeia e conversar sobre a produção por meio do Programa Carne Angus. Afinal, o sucesso do produtor depende do sucesso da indústria e do consumidor final".

Fonte: ABA 

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