sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Selo Racial chega a faturamento de R$ 3,1 milhões

Leilão abriu as vendas na temporada de primavera da pecuária gaúcha

Abrindo as vendas da temporada de primavera da pecuária gaúcha, o tradicional leilão Selo Racial e Reserva Especial, realizado nesta sexta-feira, 25 de setembro, chegou a um faturamento de R$ 3,15 milhões. O remate, organizado pelas cabanhas Cia. Azul, Corticeira, Rincon Del Sarandy e Tradição Azul e realizado na sede da Cia.Azul, em Uruguaiana (RS), comercializou 369 lotes de touros e fêmeas das raças Angus, Brangus, Hereford e Braford. 

O leiloeiro e diretor da Trajano Silva Remates, Marcelo Silva, que foi o promotor das vendas no dia, comemorou o resultado do evento, especialmente pela média das fêmeas, o que sinaliza que a pecuária está aquecida e deve seguir a tônica ao longo da temporada de primavera. Destaca também a busca pela genética das cabanhas que compõem o Selo Racial com grande procura vinda de outros estados brasileiros, especialmente de compradores do Paraná. "Foi um resultado muito bom, especialmente pelos preços das fêmeas PO (Puras de Origem). Com estas médias poderemos ter uma perspectiva promissora para a continuação da temporada", salienta.

O remate teve média geral de R$ 8,54 mil por lote. O destaque foi a raça Braford, com R$ 7,97 mil de média, sendo R$ 10,41 mil nos touros e R$ 4,91 mil nas fêmeas, enquanto a raça Angus teve média de R$ 7,87 mil, com os machos em R$ 9,63 mil e as fêmeas em R$ 5,14 mil. Já a raça Brangus fechou com média de R$ 6,8 mil - R$ 8,92 mil nos machos e R$ 5,76 mil nos ventres e a raça Hereford com média a R$ 5,9 mil, sendo R$ 8,16 mil nos touros e R$ 4,2 mil nos ventres.
Fonte: Trajano Silva Remates  

Exportações de gado em pé do Uruguai poderão ser deslocadas pelo Brasil

As exportações de gado em pé do Uruguai ao Oriente Médio poderiam ser deslocadas pelo Brasil, devido principalmente a uma diferença de preço dos bezerros entre um país e outro, disseram operadores uruguaios. O gerente da Gladenur, Mauricio Diez, disse que o valor do bezerro no sul do Brasil está em US$ 1,50 a US$ 1,55/quilos, com um animal com características muito similares ao uruguaio. No norte do Brasil, os valores vão de US$ 1,40-US$ 1,45, “ainda que se trate de animal de outra qualidade”. Ele disse que a diferença de preços já era grande antes da desvalorização. No Uruguai, “o valor máximo dos bezerros com destino à exportação é de US$ 2,20” e há poucos operadores comprando. Diez disse que concretizar negócios nesse valor é inviável.
Quando o Brasil começar a exportar gado em pé para a Turquia, após abertura anunciada em agosto, o Uruguai terá que apelar para a qualidade, o status sanitário, e terá que ajustar seus valores, adequando-se ao que se faz na região. Já no Egito, essa diferença de preços entre os animais brasileiros e uruguaios não impactará tanto, já que o Egito paga preços inferiores e gera menor interesse dos exportadores brasileiros.
Nos oito primeiros meses do ano, o Uruguai exportou 139.263 animais em pé, sendo 92.853 animais para a Turquia, que voltou a ser o principal destino. A expectativa do governo uruguaio é que esse ano, as exportações de animais vivos ultrapassem 200.000 cabeças. O Brasil exportou 646.700 animais vivos em 2014, sendo que, do total, 79% foram para Venezuela, 12% para o Líbano, 4% para a Jordânia e 3,5% para o Egito.
Fonte: Blasina y Asociados, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Ganado brasileño con la ventana abierta

Ganado brasileño con la ventana abierta

“Con la oportunidad de este dólar todo se torna posible”, comentó en Tiempo de Cambio el consignatario brasileño Eduardo Lund, que opera en el estado de Río Grande do Sul. Contó que actualmente se desarrollan negocios con Turquía, Israel, Egipto y otros países de medio oriente, y que se cumplen con protocolos sanitarios no sólo para faena, sino también para engorde. Contó que en terneros se hacen negocios con precios del entorno de US$ 1,50, y de US$ 1,25 en ganado gordo, de acuerdo al actual valor del Real.
En cuanto a ovinos narró que en ocasiones se dificulta abastecer la demanda.
Ouça a entrevista de Eduardo Lund: http://radiorural.uy/ganado-brasileno-con-la-ventana-abierta/

Demanda de ganado en pie sin interrupción

Por su parte el gerente de Gladenur S.A., Mauricio Diez, sostuvo que la calidad del ganado uruguayo permitirá seguir “compitiendo firme” con Brasil, aunque “habrá que adaptarse a las circunstancias del momento”.
Ouça a entrevista de Mauricio Diez http://radiorural.uy/demanda-sin-interrupcion/
fonte: Radio Rural del Uruguay / Tiempo de Cambio / Eduardo Blasina

Carne bovina: preços sobem mesmo com consumo lento

A única via de escoamento que poderia justificar a alta nos preços é a exportação
Apesar do período do mês, entrada da segunda quinzena, quando as vendas no varejo tendem a desacelerar, o preço da carne bovina sem osso vendida pelos frigoríficos acumulou alta de 1,7% na semana passada. Para contrapor ainda mais o comportamento do mercado com o período atual do mercado interno, os cortes de traseiro, de maior valor agregado e que, normalmente, são mais vendidos no período em que a população está mais capitalizada, foram os itens que mais subiram, 2,3% contra 0,3% para a carne de dianteiro. Tudo isso em meio à grave crise econômica que o país atravessa. As vendas do varejo em julho foram as piores para o mês em quinze anos, segundo o IBGE. Considerando que, diante de tudo que foi exposto, não há possibilidade de que o consumo doméstico esteja puxando os preços, resta à exportação justificar tal comportamento. Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), até a segunda semana de setembro, o volume médio diário de carne bovina in natura exportado foi 19,0% maior que a média desse mês em 2014. Portanto, a única via de escoamento que poderia justificar a alta nos preços é a exportação, mas com ressalvas, já que absorve, historicamente, próximo de 20,0% da produção de carne nacional. Mesmo que os abates estejam em queda, com a readequação da capacidade estática das indústrias e menor oferta de gado, considerando ainda a margem atual dos frigoríficos, que é superior à do ano anterior, seria possível reduzir os preços da carne, a fim de estimular as vendas, já que a economia está cada vez pior e a população perdendo poder de compra. A carne vendida no atacado subiu 22,6% em um ano, enquanto a arroba acumula alta de 11,7%.
fonte: Scot Consultoria

Curso de seleção e julgamento para raça ANGUS


Carne é foco na feira Anuga, na Alemanha







A feira é considerada a maior do mundo no setor de alimentos e bebidas
A indústria da carne tem sofrido algumas mudanças a nível mundial. As empresas foram se consolidando e se fundindo para se tornarem mais fortes e mostrado que este é também um setor preparado para o crescimento.
                                          Nos últimos 50 anos, a produção mundial de carne quadruplicou. A OCDE (Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico) e a FAO (Food and Agriculture Organization) esperam que a produção mundial de carne aumente de 297 milhões de toneladas (mt), registrados em 2001, para 350 mt até o ano de 2021.
Para a carne de frango, é esperado um aumento mais significativo (+ 2,2%) do que para a carne bovina (+ 1,8%) e para a carne de porco (+ 1,4%). A produção mundial de carne de frango aumentará até 37%. A carne de porco também será responsável ​​por 37% da quota de mercado em 2021.
A produção de carne bovina também foi positiva em toda a Europa e, segundo estimativas da Comissão Europeia, deve crescer ainda mais em 2015 e 2016. Ainda em 2015, a UE espera que sejam produzidas 45.1mt de carne no total, 1,3% a mais que em 2014.
Com todas as mudanças e otimismo do mercado, é importante estar atento ao que ocorre com o setor. E um dos melhores lugares para fazer isso é em Anuga, a maior feira voltada para o segmento de Alimentação e Bebidas.
O evento acontece entre os dias 10 e 14 outubro, em Colônia, na Alemanha, e o tema deste ano, “Taste the Future”, permitirá que os participantes adquiram uma visão para o futuro da indústria global de alimentos, incluindo as tendências gastronômicas, formatos de embalagens e novos conceitos de conveniência.
A área de carne deste ano abordará as tendências no setor, especialmente na área de conveniência, regionalismo e rastreabilidade entre os produtos. Também serão analisados assuntos, como bem-estar e proteção dos animais.
Entre as empresas expositoras estão: 2 Sisters Storteboom, ABP Group, AJC International, Amadori, Bell, Beretta, Borg Meier, Campofrio, Citterio, Danish Crown, Inalca, JBS, LDC, MHP, Nippon Ham Foods, Plukon Poultry, Rügenwalder Mill, Smithfield, Tönnies, Tyson Foods, Vion, Westfleisch, Wiesenhof e Wiltmann.
Grandes representantes e investidores da Argentina, Austrália, Bélgica, Brasil, Alemanha, França, Itália, Canadá, Áustria, Espanha, África do Sul, Turquia e EUA também estarão presentes.
Para os apreciadores de carne, vários expositores irão agradar o paladar, como a Samex Australian Meat Company, que estará oferecendo sua carne de camelo e, para ajudar a tirar proveito do crescimento do mercado, Ager lançou o pacote “Trio of Game” que será apresentado na Anuga. Voltado para o negócio do restaurante, ele inclui um medalhão de cervo, carnes de javali e escalope de cervo, congelados, embalados a vácuo e vêm em quatro embalagens com quatro porções.
fonte: porkworld

Primavera: estação sob influência do El Niño


Primavera: estação sob influência do El Niño 
Nesta quarta-feira, seguindo o horário oficial de Brasília, inicia às 5h20 do dia 23 de setembro de 2015 e termina dia 22 de dezembro de 2015 a Primavera. A estação que marca a transição para o verão, neste ano, está sob a influência do fenômeno El Niño, que deixa a temperatura acima do normal e a estação promete ser quente especialmente no Sudeste e no Centro-Oeste.

A chuva deverá ficar muito acima da média no Sul do Brasil. Áreas de São Paulo e de Mato Grosso do Sul também serão beneficiadas com muita chuva, mas outras partes do país, como o norte de Minas Gerais e a Região Nordeste ainda vão enfrentar meses de seca ou de chuva escassa.

No Sul do país podem ser verificadas chuvas constantes acompanhadas de granizo, o que acabam por causar prejuízos, principalmente, ao fruticultor e ao olericultor. Além do excesso de chuvas podem ser verificadas geadas tardias também no Sudeste, bem como má distribuição de chuvas na região Centro-Oeste e Sudeste.

A primavera é a estação em que os agricultores colhem as lavouras de inverno na região Sul e Sudeste, além de realizar o preparo e o plantio das culturas de verão. Este ano o El Niño esta influenciando de forma muito significativa - o fenômeno deste ano está sendo considerado pelos Meteorolistas como um dos mais fortes dos últimos anos, podendo promover atrasos no plantio e prejuízos às culturas de verão.

O Engenheiro Agrônomo e Doutor em Fitotecnia , José Luis da Silva Nunes, destaca que este é o período em que a maioria das pragas (insetos) estão saindo do período de diapausa ou aumentando o número de gerações (diminuição de ciclo) em função do aumento da temperatura. Com isso, as doenças passam a incidir de forma mais incisiva e de forma mais rápida, em função da umidade e da temperatura. Por outro lado, ao mesmo tempo em que se estabelecem as culturas de verão, também ocorre um aumento da germinação de plantas espontâneas.

A agropecuária é arriscada já que, no caso da agricultura, os custos de produção apresentaram elevação em função da alta do dólar, principalmente fertilizantes e defensivos. Porém, quando bem planejada e conduzida, a atividade agropecuária é muito gratificante e rentável. A atividade prática agropecuária merece planejamento por parte dos agricultores, com atenção especial ao calendário agrícola de atividades, de acordo com a cultura ou criação, zoneamento e levando em consideração os custos envolvidos na formação da lavoura ou manejo do rebanho, conclui o Eng. Agrônomo Dr. José Luis.
fonte : Agrolink

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Expofeira de São Lourenço do Sul acontece de 30 de setembro a 04 de outubro

 b_180_140_16777215_00_images_EXPKLJK.jpgChegando em sua 37ª edição, a Expofeira de São Lourenço do Sul já tem atrações confirmadas para os cinco dias de Feira. O Parque Coronel Antônio Cândido Ferreira será mais uma vez o local para a realização do evento que já está consolidado na região sul do Estado e que movimenta o setor agropecuário, industrial e comercial do município, além de trazer atrações variadas para os visitantes.

Do dia 30 de setembro a 4 de outubro além de atrações já tradicionais da Feira, como a exposição morfológica da raça crioula, remate de touros, mostra de artesanato e produção ovina, exposição ranqueada do gado leiteiro, exposições de animais, feira de máquinas e implementos agrícolas, feira de artesanato regional e da economia solidária, feira da agroindústria e agricultura familiar, mostra da indústria e comércio, 9º Coma Arroz, brinquedos infláveis, vários shows e atrações artísticas estão confirmadas.

Dentre as atrações já confirmadas para acontecerem durante a Expofeira estão o Tchêatro do Bebé, com entrada gratuita, durante os cinco dias da Feira. Na quinta-feira (dia 1º) o show será com Os Serranos, na sexta-feira (02) show com Mano Lima e no domingo (05) o show será com Jefferson e Maicon, além de atrações locais. O acesso ao Parque será cobrado apenas no domingo (05) no valor de 5 reais, onde crianças menores de 10 anos e idosos com mais de 65 anos não pagam entrada e estudantes com a apresentação da carteira estudantil pagam 3 reais.

Assim como nas últimas edições da Feira, a expectativa é de que mais de 20 mil pessoas circulem pelo Parque durante os dias de realização da Feira. A 37ª Expofeira de São Lourenço do Sul é uma realização do Sindicato Rural de São Lourenço do Sul, Sindicato dos Trabalhadores Rurais e Associação Comercial e Industrial de São Lourenço do Sul (ACI/CDL) com o apoio da Prefeitura Municipal. (Assessoria de Imprensa Expofeira)
fonte: O Lorenciano

Com boi valorizado, pecuaristas projetam negócios 20% maiores durante os remates de primavera

Temporada de leilões começa nesta semana embalada pelos bons resultados obtidos pelo setor na Expointer


Com boi valorizado, pecuaristas projetam negócios 20% maiores durante os remates de primavera Anderson Petroceli/Especial
Cia Azul, uma das cinco promotoras do Selo Racial, projeta alta de 5% na média dos animais para este anoFoto: Anderson Petroceli / Especial


Com o país em recessão, diversas atividades econômicas atravessam um período de forte turbulência, mas esse não é o caso da pecuária, que navega em céu de brigadeiro. A abertura de novos mercados para a carne brasileira, como a China e os Estados Unidos, e o preço do boi gordo valorizado são alguns dos fatores que contribuem para o momento favorável, contrapondo o recuo nas exportações e no consumo interno.
Às vésperas da largada nos remates de primavera no Estado, o atual cenário leva criadores e leiloeiros a projetarem uma temporada de liquidez, com aumento nos negócios.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Leiloeiros Rurais do Estado (Sindler), Jarbas Knorr, devido ao avanço da soja em áreas de pecuária, o número de animais colocados em pista deve ser 15% menor do que no ano passado. Assim, com o produtor disposto a investir, a expectativa é de que as médias possam ser até 20% superiores às praticadas em 2014, acrescenta Knorr.
Presidente da Comissão de Exposições e Feiras da Federação da Agricultura do Estado (Farsul), Francisco Schardong também está otimista, mas discorda da queda na oferta:
– Nossa expectativa para a temporada é altamente positiva. É um momento em que pecuária vem despontando, e os compradores de fora do Estado, principalmente do Centro-Oeste, estão bastante ansiosos para investir na genética produzida aqui, para fazer cruzamento.
Segundo Schardong, os remates de primavera deverão acompanhar a tendência de alta já registrada na Expointer, onde a receita obtida com a venda de animais fechou com incremento de 23,8% em relação ao ano passado. Outra razão para a atividade estar driblando a crise, conforme ele, é o fato de não depender tanto de insumos e, desta forma, escapar do aumento dos custos de produção provocado pela desvalorização do real frente ao dólar.
Compradores paranaenses na mira
O leiloeiro Marcelo Silva, da Trajano Silva Remates, calcula que as médias deverão girar em torno de R$ 4 mil e R$ 6 mil para as fêmeas e de R$ 8 mil a R$ 10 mil para os machos. Na temporada passada, esses valores foram R$ 2,96 mil e R$ 8,49 mil, respectivamente, segundo o Sindiler-RS. Silva acredita que haverá manutenção na oferta de touros e recuo de 10% na quantidade de ventres, de olho na produção de machos, em função do preço valorizado.
Há, ainda, a expectativa de que os leilões em solo gaúcho atraiam, neste ano, um número maior de pecuaristas do Paraná, que trabalha para ser o segundo Estado a conquistar o status de área livre de aftosa sem vacinação, conferido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).
A imunização do rebanho pode ser suspensa a partir do ano que vem. Presidente da Associação Brasileira de Angus (ABA), José Roberto Pires Weber afirma que a tendência é de os produtores paranaenses se precaverem para um eventual fechamento de fronteiras.
Mas a confiança do setor está embasada, principalmente, na curva ascendente da cotação do boi gordo. Dados da Emater indicam que a média do preço pago pelo quilo vivo na primeira semana deste mês foi de R$ 4,87 – alta de 14,3% em relação ao mesmo período de 2014. Em agosto, esse valor chegou a R$ 5,28.
– O momento da pecuária é relativamente bom para se trabalhar, e o produtor tem de aproveitar. O preço deve seguir firme, com tendência de aumento para o final do ano, o que deixa os produtores mais tranquilos para investir – afirma Fernando Lopa, CEO da Associação Brasileira de Hereford e Braford (ABHB).
Apesar da queda nas exportações e no consumo interno, a pecuária deve encerrar 2015 com uma alta real nos preços, pelo terceiro ano consecutivo, conforme o zootecnista Gustavo Aguiar, da Scot Consultoria.
– O que vem colaborando para este cenário de firmeza é a fase do ciclo em que a pecuária está, com oferta bastante restrita, reflexo de um abate crescente de fêmeas a partir de 2010. Até o ano passado, presenciamos um abate significativo de fêmeas como consequência de desestímulos, e o que vem ocorrendo desde 2014 é um processo de recomposição do rebanho.
Desconto à vista e prêmio são trunfos
Foto Anderson Petroceli, Especial
Os dois remates de primavera que movimentaram as maiores cifras da temporada passada adotaram estratégias para atrair clientes e estimular pecuaristas a investir. Com o maior faturamento em 2014, chegando a R$ 4,05 milhões, o leilão da GAP Genética, de Uruguaiana, vai ampliar a oferta em 20% neste ano, além de premiar com animais os maiores compradores de touros e ventres.
Já as cabanhas que promovem o Selo Racial, que obteve receita de R$ 2,93 milhões na edição passada, optaram por fazer dois leilões de reprodutores em 2015: um no outono, em abril, e outro na primavera. Com isso, a quantidade de animais colocados em pista mais que dobrou em relação ao ano passado.
Segundo João Paulo Schneider da Silva, o Kaju, diretor-comercial da GAP, como a oferta será maior, a preocupação não é com a média dos animais, mas com a liquidez. Se o resultado for de pista limpa, a expectativa é de bater o total em vendas do ano passado. Ele evita, no entanto, fazer projeções e pondera que a valorização do preço do boi gordo não costuma ser repassada automaticamente para os reprodutores.
– Estamos apostando que, no nosso negócio, não tem crise. É o momento de investir em qualidade. Temos de ter uma pecuária mais produtiva, e isso passa pela genética. Aumentamos a oferta para atrair mais clientes, pois, em um momento desses, a gente tem de intervir positivamente, para que as pessoas se sintam seguras.
Já Reynaldo Salvador, diretor-comercial da Cia Azul, uma das cinco promotoras do Selo Racial, espera alta de 5% na média dos animais, que, em 2014, foi de R$ 6,22 mil. As condições de frete e pagamento diferenciadas, com financiamento próprio, em até 15 vezes, e desconto de 10% à vista, também são apostas:
– Em um ano de recessão e falta de crédito, aumentar o faturamento em 5% vai ser um grande desafio.
Os diretores concordam que características da pecuária, como o baixo risco, contribuem para o cenário favorável. Segundo Kaju, em meio à turbulência, o capital é direcionado para onde há segurança e liquidez.
– A pecuária de corte, embora tenha baixa rentabilidade, é segura e com ganhos constantes. Você ganha pouco, mas ganha sempre – resume Salvador.
fonte: ZH

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Tenho dito: muitas respostas estão no Sumário!

Por Fernando Furtado Velloso Assessoria Agropecuária FFVelloso & Dimas Rocha 

Estamos ingressando na safra de “Sumários de Touros” e dos leilões de reprodutores taurinos, especialmente no RS, a chamada Temporada de Primavera. Para mim (e para nossa empresa) esta é uma época muito atribulada e ao mesmo tempo muito entusiasmante, pois o assunto “touros” desde a sua seleção (genética) até a venda (leilões) é o nosso chão. E que “baita chão”, como dizem na fronteira oeste do RS.
Neste artigo vamos avaliar algumas informações do recém-lançado SUMÁRIO DE TOUROS ANGUS – PROMEBO 2015/2016. Faz exatos dois anos que escrevi neste espaço o artigo intitulado “Creia irmão: a resposta está no sumário” (Set/2013). Hoje, ao revisar este assunto com informações novas vejo que a afirmativa não foi exagerada e que encontraremos muitas respostas nas linhas e colunas deste novo sumário de touros.
A edição 2015/2016 do Sumário de Touros Angus Promebo traz informações de mais de 540 touros pais com progênie avaliada no Brasil, contemplando touros importados e nacionais. Entre os importados a predominância é de genética dos Estados Unidos, Argentina e Canadá. Temos então a informação de que touros pais produziram os melhores filhos nas condições de produção do Brasil. Outra informação muito importante é a publicação dos “Touros Jovens S.A.” (Superiores para Acasalamento), onde são listados os melhores touros DECA 1, os animais com melhor desempenho e genética disponível no mercado neste ano. Fique atento nos nomes desta relação para aquisição de touros e sêmen.
“Contra fatos não há argumentos” diz o provérbio português e por aqui segue valendo. Vamos fazer uma análise rápida dos 10 touros melhores para Índice Final no Sumário Angus 2015/2016:
SUMÁRIO ANGUS – TOUROS ORDENADOS POR ÍNDICE FINAL
     

NOME DO TOURO
REGISTRO
ANO NASC
PEL
CAT
INDICE FINAL
DECA   Ind F
Origem
1
GAP N435
C219936
2004
V
PC
26,30
1
BR
2
SAV BRAND NAME 9115
IA-1235
2009
P
PO
24,82
1
EUA
3
SANTA JOANA 1023
C279582
2007
P
PC
23,74
1
BR
4
TRADICAO 1754
C328449
2010
P
PC
22,46
1
BR
5
TRADICAO 1110
C227038
2004
P
PC
21,82
1
BR
6
SANTA JOANA 5545
C260518
2006
P
PC
21,26
1
BR
7
SANTA JOANA 714
C192751
2001
P
PC
21,26
1
BR
8
GAR GRID MAKER
IA-729
1998
P
PO
21,24
1
EUA
9
LORENZEN FIELD DAY 7455
IA-1076
2007
V
PO
21,18
1
EUA
10
BARRAGEM TE16 WESTWIND LIDER TE198 (BRUTO)
O132409
2008
P
PO
21,00
1
BR
 Fonte: Sumário de Touros Angus – PROMEBO 2015/2016, adaptado pela Assessoria Agropecuária


Genética Nacional 
Nos touros TOP 10 do sumário estão 7 nacionais, comprovando a importância de avaliar os produtos em nosso ambiente para identificar os melhores pais. A lógica de muito valorizar tecnologia (ex: marcadores), e informações (ex: sumários de outros países ou “consolidados”) importados nos leva a menor valorização dos touros nacionais. A liderança dos touros brasileiros no sumário nos indica que temos muito bom material para ser usado e bons rebanhos a serem observados. A adaptação ao ambiente é um tema muito importante e os pais nacionais estão correndo bem esta carreira.

Puros de Origem (PO) x Puros Controlados (PC)
Os touros PC costumam ser menos valorizados pelo mercado e até rejeitados por alguns produtores e regiões. O sumário novamente nos traz uma resposta importante, pois 06 dos 10 touros TOP são PC. No campo já sabemos da grande qualidade e do bom trabalho nos rebanhos PC, mas os dados da avaliação genética servem como prova dos nove, pois mostram objetivamente que os touros PC igualam e até superam o desempenho de muitos pais renomados, grandes campeões e importados.

Rebanhos 

Os criadores nacionais que figuram nesta listagem (GAP, Santa Joana, Tradição e Barragem) tem grande identificação e convicção no uso da seleção objetiva, da avaliação genética e dos critérios objetivos para tomadas de decisão em seus plantéis.  Não é surpresa encontrá-los por aqui. Se ampliarmos a pesquisa para os TOP 20 ou TOP 30 neste sumário identificaremos outros plantéis conhecidos nossos pelo bom trabalho de seleção, tais como Cia Azul, Querência (afixo Inhanduí), S2, Quiri, etc. O pretexto de citá-los não é somente para parabenizá-los, mas para demonstrar através do sumário que aqueles que acreditam e praticam a seleção objetiva melhoram verdadeiramente os seus rebanhos e os reprodutores ofertados no mercado.

Idade e touros que “já foram sucesso”
 A idade media dos destes touros TOP 10 é de 10 anos: sinal vermelho! Alguns já não estão ativos (produzindo sêmen) ou talvez nem vivos mais. Produzimos os melhores touros em nosso sumário, mas demoramos muito para identificá-los: aí o “cavalo passou encilhado”, pois não estamos conseguindo aproveitar amplamente este recurso genético e nem alcançar os possíveis ganhos comerciais com esta informação.

Neste ano é a retomada do TESTE DE PROGÊNIE ANGUS - ALTA/PROGEN, trabalho técnico que havia sido interrompido em 2009. Esta iniciativa deve ser comemorada, pois será um grande reforço para identificarmos e avaliarmos touros jovens selecionados através do PROMEBO. Estamos muito orgulhosos de participar desta empreitada, pois a Assessoria Agropecuária foi convidada a assumir a Coordenação Técnica deste projeto. Vamos então para o alto e avante!



* Publicado na Revista AG, Coluna "Do Pasto ao Prato" (Setembro, 2015)