quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Exigências para exportação de gado em pé


Com a abertura do mercado boliviano, produtores precisam se preparar para atender normas técnicas, legais e sanitárias

Recentemente os governos brasileiro e boliviano assinaram um novo Certificado Zoossanitário Internacional (CZI) para exportação de bovinos para reprodução do Brasil para a Bolívia. Com a validação dessa normativa, a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) orienta os produtores do Estado quanto aos procedimentos necessários para a aprovação de propriedades rurais para a exportação e a emissão do CZI.
Nesse sentido a Famato, por meio do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), realizou um estudo que aponta os custos das exigências para a exportação de gado bovino vivo do Brasil à Bolívia, elencando também as principais normas.
No Brasil, os principais estados exportadores são Pará e Rio Grande do Sul, sendo que os dois juntos embarcam 97,9% de todo o rebanho exportado em 2014. Historicamente, em Mato Grosso, apesar de possuir o maior rebanho brasileiro, não há registro de comercialização de bovinos para o exterior. 
Baseado em dados do Imea, o veterinário e analista de pecuária da Famato, Marcos Carvalho, aponta quatro aspectos importantes que devem ser levados em consideração pelo produtor que tem interesse em iniciar as atividades de exportação para o país vizinho, são eles: sanitário, tributário, legal e técnico.
Sanidade - Das fêmeas acima de 30 meses é exigido exame de brucelose. Os exames devem estar em dia e, se necessário, serem repetidos antes da transação. Segundo o veterinário, se forem identificados animais com brucelose na propriedade durante o processo, a pena para a fazenda é de seis meses de interdição. O proprietário que preferir também pode exportar fêmeas com menos 30 meses, das quais é exigido apenas atestado de vacinação.
Custo - O cálculo de custo médio de exames por animal, vacinas e medicamentos em vacas acima de 30 meses, ou touros que já realizaram monta, chega a R$ 309,11. Para as fêmeas jovens, entre oito e 29 meses, o custo é de R$ 175,86 e para os tourinhos de R$ 200,74.
Aspectos legais - O primeiro passo para estar apto a exportar é fazer a inscrição da fazenda no Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (Indea). Na sequência, o Indea faz um check list da propriedade que, quando aprovada, entra na lista do Departamento de Saúde Animal (SDA). Em relação à parte burocrática, outro detalhe importante é que o produtor tenha o contato do possível comprador (telefone, endereço e dados pessoais para preenchimento do cadastro).
Exigências técnicas-operacionais - Entre as principais estão: alimentação de qualidade e em quantidade suficiente; currais, brete e tronco de contenção adequados; instalações individuais ou coletivas, estábulos ou pastos em boas condições; pastos com drenagem e ventilação; comedouros para os animais; local e equipamentos para armazenamento de medicamentos e de alimentos; instalações para o fornecimento de água; acesso controlado para veículos e pessoas, e médico veterinário com anotação de responsabilidade técnica homologada no Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV-MT)  para o exercício profissional na Unidade da Federação onde se situa o estabelecimento.
Mais informações sobre o Certificado Zoossanitário Internacional (CZI) podem ser obtidas com o analista de pecuária da Famato, Marcos Carvalho, pelo telefone (65) 3928- 4467 ou e-mail pecuaria@famato.org.br.
Fonte: Famato

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