segunda-feira, 3 de outubro de 2016

PECUÁRIA DE CORTE Reportagem do Correio do Povo/Rural 03/10/2016 pag 26


Preços inalterados após primeiros embarques
Cotação interna deve reagir em breve com a retirada do gado do campo e com as festas do fim do ano
Os primeiros embarques de carne bovina in natura para os Estados Unidos, feitos há duas semanas por duas plantas localizadas em Mato Grosso do Sul, foram anunciados com entusiasmo, mas ainda não causaram impacto significativo no mercado do boi gordo. Provocado pela queda na demanda interna, o momento é de baixa nas cotações. Analistas afirmam, no entanto, que os preços devem voltar a reagir ainda neste mês. A cotação do quilo vivo do boi gordo está próxima de R$ 5,00, abaixo dos R$ 5,50 que alcançava até o início de julho no Estado. O consultor agropecuário Eduardo Lund considera que as vendas para os Estados Unidos tiveram um efeito mais simbólico do que prático. Se, por um lado, a quantidade embarcada é pouco representativa, por outro, segundo ele, a exportação pode representar um passaporte para outros mercados que utilizam os mesmos parâmetros de inspeção sanitária. Na avaliação de Lund, a crise é a principal responsável pela cotação atual do boi gordo. No entanto, o consultor aposta numa demanda maior a partir de novembro, com as festas de fim de ano e o 13˚ salário, com possível recuperação dos preços. Para o coordenador do Núcleo de Estudos em Sistemas de Produção de Bovinos de Corte e Cadeia Produtiva (Nespro) da Ufrgs, Júlio Barcellos, a estimativa é de que a “superoferta” de gado termina nos próximos dias. Um dos motivos apontados por ele é o clima favorável ao plantio do arroz, o que fez com que o gado seja retirado dos campos mais cedo. Com isso, segundo Barcellos, os preços poderão retornar aos patamares de julho. O professor destaca que os embarques para os Estados Unidos não devem provocar impacto neste momento. “Vai repercutir se o Brasil, a partir dessa exportação, for atraído para outros compradores e se a União Europeia mudar os parâmetros de exigência”, acredita.
fonte: Correio do Povo

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