quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Alternativa a fechamento do frigorífico da Marfrig, em Alegrete



Com poucas esperanças de reverter a decisão de fechamento do frigorífico da Marfrig em Alegrete, por conta da retração do mercado interno, mobilização de lideranças do setor e de funcionários é para que a planta possa ser ocupada por outra indústria. Arrendada pelo Frigorífico do Mercosul até 2031, a unidade já teria interessados. A liberação da planta, porém, terá de passar por negociação com a Marfrig que poderá manter a unidade locada para evitar concorrência na Fronteira Oeste. 
– Não podemos aceitar que o frigorífico seja fechado dessa forma, 748 empregos sejam perdidos e que ainda a planta industrial não seja liberada ao mercado – afirma Marcos Rosse, presidente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Alimentação de Alegrete. 
A questão será discutida em reunião de conciliação prevista entre a empresa e o sindicato para a próxima quinta-feira no Ministério Público do Trabalho, em Porto Alegre. A intenção de liberar a unidade para outra indústria é justificada também pela disponibilidade de matéria-prima na região – ao contrário do alegado pelo Marfrig ao anunciar o encerramento das operações a partir de 3 de janeiro. Segundo o Sindicato Rural de Alegrete, o Rio Grande do Sul foi um dos únicos Estados a aumentar o número de abates em 2016. 
– Estamos prevendo incremento de 2% nos abates de bovinos neste ano, especialmente nos frigoríficos de inspeção federal, que é o caso do Marfrig. Oferta de gado existe na região – garante Pedro Píffero, presidente da entidade. 
O dirigente chama a atenção para a relevância da planta a ser fechada, habilitada para vender aos principais mercados importadores de carne. 
– Fazer reserva de mercado num frigorífico como esse não faz sentido – defende Píffero. 
Apenas comunicado sobre o fechamento da unidade, o governo do Estado alega que não houve espaço para negociação. 
– Há dois anos (no primeiro anúncio de fechamento), quando fizemos o apelo para que continuassem com a operação, o mercado estava em outra situação. A empresa não chegou a pedir agora, mas também não teríamos espaço para conceder incentivos fiscais nesse momento – disse Ernani Polo, secretário da Agricultura. 
Polo pretende reunir-se com diretores da empresa ainda nesta semana, para tentar negociar a liberação da planta para possíveis interessados.
fonte: ZH

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