quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Abrafrigo prevê perda de US$ 20 milhões por mês com vaca louca


Seis países já suspenderam compras de carne bovina brasileira

 
Editora Globo
Caso não clássico de vaca louca ocorreu há dois anos em Sertanópolis, no Paraná
Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo) disse nesta quarta-feira (19/12) que os embargos à carne bovina brasileira anunciados até o momento - Japão, África do Sul, Arábia Saudita, China, Egito (somente para o Paraná) e Coreia do Sul - podem gerar perdas em receita cambial deUS$ 20 milhões ao mês. O presidente da Abrafrigo, Péricles Salazar, disse em comunicado que, de janeiro a outubro de 2012, o País exportou 1,029 milhão de toneladas de carne bovina, com negócios de US$ 4,75 bilhões. 

Desde o anúncio do caso não clássico de vaca louca que ocorreu há dois anos em uma fazenda localizada no município em Sertanópolis, no Paraná, vários países suspenderam a compra de carne bovina do Brasil para tentar baixar o preço. A vaca morreu há dois anos por outras causas e não por EEB (Encefalopatia Espongiforme Bovina, nome científico da doença), mas o Ministério da Agriculturademorou a divulgar o exame. Além dos seis países que já suspenderam as importações de carne bovina, na Venezuela, os fazendeiros pediram a suspensão da compra de carne bovina congelada e de gado em pé do Brasil até que haja um estudo sobre os riscos de contaminação da vaca louca 
"Os volumes exportados pelos seis países, considerando-se que o Egito restringiu apenas o Estado do Paraná, é de 44,4 mil toneladas, representando um faturamento de US$ 198,3 milhões, o que corresponde a uma participação porcentual de 4,32% no volume e 4,17% no valor das vendas", explicou Salazar na nota.
Boa receptividade 

O comunicado divulgado pela Abrafrigo vem apesar de o Ministério da Agricultura ter dado boas notícias sobre o assunto, também nesta quarta-feira. Após reunião de técnicos do governo com representantes de 25 países, na sede da Organização Mundial de Comércio (OMC), em Genebra, na Suíça, os brasileiros relataram que ficaram satisfeitoscom a receptividade dos diplomatas às explicações sobre o caso. 

O diretor do Departamento de Saúde Animal do Ministério da Agricultura, Guilherme Marques, apresentou aos diplomatas o relato sobre a confirmação da presença da proteína responsável pela EEB numa matriz que teve morte súbita em dezembro de 2010, sem apresentar sintomas da enfermidade. 

No encontro, Marques relatou que o serviço brasileiro de defesa agropecuária atua conforme as exigências das normas internacionais de saúde animal e está capacitado para responder ao desafio que a questão sanitária exige". OMinistério da Agricultura informou que os diplomatas "gostaram da transparência e franqueza". 

Entre os representantes das 25 nações que participaram do encontro estavam diplomatas de países que suspenderam as importações de carne bovina por temores em relação ao caso da vaca louca, como China, Coreia do Sul e Japão, além de Rússia, Estados Unidos, Austrália, Argentina e Indonésia, importantes países importadores carne bovina brasileira.
FONTE:Globo Rural On-line, com informações de agências de notícias

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