sexta-feira, 4 de agosto de 2017
FUNRURAL: E agora como proceder?
Em conversa informal como produtor e advogado Cesar Arrieche, o mesmo comentou que em realidade, ainda devemos aguardar a regulamentação do assunto pelos orgãos competentes e possíveis emendas que possam a ser acrescentadas quer no congresso , quer por solicitação de entidades de classe ligadas ao setor.
Deve ficar claro, comentou Arrieche, que seja qual for o caminho, o entendido é que não deverão serem cobradas contribuições de períodos anteriores a 5 anos.
No entender do produtor e advogado, as medidas dão um fôlego, mas não são totalmente satisfatórias pois possuem ainda um caráter de penalização ao produtor, haja visto que já era um assunto entendido como resolvido até com decisões judiciais favoráveis aos produtores.
Outro aspecto a considerar é que em muitos os casos os frigoríficos não estão discriminando em suas notas fiscais o desconto da contribuição. Com certeza esta questão vai necessitar da intervenção do judiciário para definir de quem será a competência de recolher o tributo, produtor ou frigorifico. Em qualquer das hipóteses é lamentável para o setor, pois o que existe de certo, é mais um custo na cadeia produtiva afirmou Arrieche.
fonte: Lund Negócios
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quinta-feira, 3 de agosto de 2017
Análise de Mercado GADO GORDO! por Rural Business
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Eduardo Lund / Lund Negócios
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Exportações em julho de carne bovina brasileira têm o melhor resultado de 2017, diz Abiec
Dados da Abiec revelam crescimento superior a 31%; embarque de carne bovina in natura registra alta de 38,5%
As exportações de carne bovina tiveram crescimento acima de 31% em julho, as negociações geraram um faturamento de US$ 540 milhões, segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec). No mês passado, foram embarcadas aprox. 129 mil toneladas, o que representa um incremento de 22,9% se comparado com os resultados obtidos em julho do ano passado.
Além disso, as exportações de carne bovina in natura tiveram aumento de 38,5% na comparação com julho de 2016, alcançando US$ 451 milhões em faturamento. Em volume foram mais de 106 mil toneladas, o que representa uma alta de 29,5% sobre o total dos embarques realizados no mesmo mês do ano passado. Os resultados comparativos com junho desse ano também foram positivos para essa categoria, crescimento acima de 7% em faturamento e 6,8% em volume. Nos sete primeiros meses deste ano, nas exportações de carne bovina in natura, o Brasil obteve um faturamento que ultrapassa US$ 2,6 bilhões, o que indica acréscimo de 3,1% sobre o faturado no mesmo período de 2016.
Além disso, as exportações de carne bovina in natura tiveram aumento de 38,5% na comparação com julho de 2016, alcançando US$ 451 milhões em faturamento. Em volume foram mais de 106 mil toneladas, o que representa uma alta de 29,5% sobre o total dos embarques realizados no mesmo mês do ano passado. Os resultados comparativos com junho desse ano também foram positivos para essa categoria, crescimento acima de 7% em faturamento e 6,8% em volume. Nos sete primeiros meses deste ano, nas exportações de carne bovina in natura, o Brasil obteve um faturamento que ultrapassa US$ 2,6 bilhões, o que indica acréscimo de 3,1% sobre o faturado no mesmo período de 2016.
fonte: Pagina Rural
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Eduardo Lund / Lund Negócios
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Primeiros animais Ultrablack são registrados no Brasil
O Brasil já tem seus primeiros exemplares da raça Ultrablack registrados. A raça, que teve autorização concedida pelo Ministério da Agricultura à Associação Brasileira de Angus, emitiu o primeiro certificado neste mês de julho. O registro número 1 foi para o terneiro de pelagem preta VPJ Ultra Black King IA 001, do criador Valdomiro Poliselli Junior, de Mococa (SP). O segundo e o terceiro são do Rio Grande do Sul: La Coxilha Ultra 1021 Chalten Jarau, da Cabanha La Coxilha, de Cacequi (RS) e São Xavier UB 6026, da Cabanha São Xavier, de Tupanciretã (RS), respectivamente.
A novidade, anunciada pelo presidente da Associação Brasileira de Angus, José Roberto Pires Weber, durante coletiva de imprensa nesta quarta-feira (2/8), em Porto Alegre, já desperta interesse de criadores em diferentes regiões do Brasil. Segundo o presidente da Associação Brasileira de Angus, José Roberto Pires Weber, a primeira comercialização de touros brasileiros está sendo programada para leilão previsto para 2020. “Vários criatórios estão começando a investir na raça no Sul, no Brasil Central e no Sudeste. A Ultrablack casa a qualidade do sangue Angus com a rusticidade necessária para os campos do Brasil Central, sendo uma excelente opção para cruzamento com as fêmeas F1 resultantes do casamento da Angus com zebuínos no Centro Oeste”, pontuou.
Composição genética
A Ultrablack é uma raça sintética que tem sua formação a partir do cruzamento de animais Angus e Brangus. Para ser Ultrablack o animal deve ter, no mínimo 80% e máximo de 85% de genética Angus e máximo de 20% de genética zebuína. O criador interessado em ter um rebanho Ultrablack tem dois caminhos: produzir seus próprios animais ou esperar pelos primeiros leilões. O gerente de Fomento da Angus, Mateus Pivato, explica que para obter um legítimo Ultrablack passível de registro é preciso estar atento aos critérios definidos pela Associação Brasileira de Angus e usar reprodutores para acasalamento que tenham registro definitivo. “Só assim, esses criatórios poderão obter o registro do animal Ultrablack”, ressalta Pivato. O regulamento e todos os formulários para registro da raça estão no site da Associação Brasileira de Angus (www.angus.org.br)
Julgamentos cada vez mais acirrados
Seguindo movimento de queda nas inscrições de animais de raça em exposições, a Associação Brasileira de Angus registrou 110 animais de argola de 19 criatórios (SP e RS) para a Expointer 2017. O número representa uma queda de 34% em relação aos 167 exemplares cadastrados para a feira de 2016. “Ano a ano, vemos que os criadores optam por trazer menos animais em função do alto custo de transporte e permanência nas exposições. Isso ocorre em diversas feiras no mundo e implica em uma maior seleção dos animais em julgamento. O que vem para as feiras é o melhor do melhor, uma apresentação cada vez mais padronizada que torna nossos julgamentos cada vez mais acirrados”, pontuou o presidente da Associação Brasileira de Angus, José Roberto Pires Weber. Neste ano, o Julgamento da Angus em Esteio ocorrerá nos dias 29/8 para as fêmeas e 30/8 para os machos. A avaliação ficará a cargo de um dos mais experientes conhecedores da raça: o veterinário gaúcho Flávio Montenegro Alves.
Com relação aos rústicos, a expectativa é contar com 35 trios. Os números devem ser fechados até o dia 7 de setembro, quando terminam as inscrições da categoria. O julgamento dos animais rústicos ocorrerá na segunda-feira (28/8).
Angus Jovem realiza concurso de Fotografia
Comemorando um ano de fundação neste Expointer, a Angus Jovem promove concurso de fotografias na feira de 2017. Seguindo temáticas referentes à raça, a disputa ocorrerá pela internet e vencerá a imagem que obtiver mais curtidas nas redes sociais. Além do grande prêmio de popularidade, a Angus escolherá 10 outras imagens, que também receberão prêmios. Tendo condições para uso, as fotos serão utilizadas nos canais de mídia da Associação Brasileira de Angus.
No seu primeiro ano, a Angus Jovem realizou dezenas de encontros em diferentes regionais. Os resultados desse trabalho serão apresentados em encontro no dia 26 de agosto. Entre as ações do ano destacaram-se giras técnicas e encontros em Pelotas, Cruz Alta, Bagé, Santa Maria, Uruguaiana e no Paraná.
Circuito técnico marca ação no segundo semestre
O segundo semestre de 2017 marcará o início de nova fase da campanha Touro Angus Registrado, lançada em 2016. Nos próximos meses, uma equipe técnica percorrerá tradicionais regiões produtoras de gado para difundir in loco as vantagens de trabalhar com animais marcados. A ação terá início na semana de 7 a 11 de agosto por Rio Grande, Bagé e Santana do Livramento. Na sequência, será a vez de Alegrete, São Borja e São Francisco de Assis. A agenda do circuito deve seguir ao longo do semestre.
fonte: ABA
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O e-commerce chegou ao churrasco
Dono de uma construtora, com experiência também em varejo, Rodrigo Tragante fez do hobby um novo negócio, abrindo, em 2015, o Beef Club do Brasil
Rio de Janeiro – Até pouco tempo, o médico e empresário carioca Rodrigo Tragante, um “carnívoro irremediável”, era daquele tipo de cliente que dá prejuízo para as churrascarias. Nos últimos anos, porém, ele tornou-se mais seletivo.
O glutão deu lugar a um consumidor mais atento, que hoje diz preferir apenas carnes nobres, em menor quantidade. Mais do que isso.
Tragante identificou uma tendência, reforçada ainda mais com a Operação Carne Fraca, que revelou várias irregularidades em frigoríficos: a procura cada vez maior do consumidor brasileiro por carne de qualidade, mesmo em tempos de crise.
Dono de uma construtora, com experiência também em varejo, Tragante fez do hobby um novo negócio, abrindo, em 2015, o Beef Club do Brasil, um dos primeiros sites de carne premium do Brasil.
“As grandes redes de supermercados sempre ficaram restritas ao comércio dos chamados cortes primários de carne. Quem queria comprar carnes mais nobres simplesmente não tinha onde ir”, diz o Paulo Tadeu de Oliveira, consultor em gestão de carnes. Com o tempo, explica Oliveira, os açougues mais sofisticados ganharam espaço e hoje ocupam 20% do mercado.
Tragante viu nessa mudança uma oportunidade, e investiu em atendimento para tentar encontrar seu filão. A primeira ideia foi um clube de assinatura.
“Quebrei a cara. Em dois meses, consegui apenas meia dúzia de assinantes”. Como o investimento em e-commerce era baixo (com apenas 10.000 reais ele criou a marca, abriu um site e começou a operar), Tragante seguiu em frente, dessa vez apostando na venda de carnes nobres pela internet. Descobriu um filão de vendas poderoso, que abastece justamente esse cliente desgostoso com a falta de bom atendimento nas butiques.
Segundo o empresário, o Beef Club cresce 10% ao mês por aproveitar uma lacuna no mercado de carnes nobres, que não são encontradas nas redes de supermercado. “Somos um empresa primordialmente de e-commerce, em que os clientes fazem os pedidos pelo site e recebem em casa”, diz Tragante. Ele explica que existem cortes congelados e resfriados, acondicionados em embalagens térmicas. Quase 100% delas seguem via motoboy.
As entregas são todas feitas as sextas-feiras. A não quer que haja um pedido de urgência. “Concentramos as entregas para o mesmo dia com finalidade de enxugar os custos, já que os churrascos quase sempre são feitos aos fins de semana”. A dificuldade, neste caso, é que a internet não lhe dá a escala possível em outros produtos – fica difícil, por exemplo, entregar uma picanha a centenas de quilômetros de distância.
Em busca de mais crescimento, Tragante mudou de novo sua estratégia, e abriu um quiosque no Casa e Gourmet Shopping, em Botafogo, na zona sul do Rio. O plano é que os canais se misturem.
O cliente vê as carnes no site e vai à loja fazer a compra. Ou vai na loja, vê os produtos e depois faz o pedido por e-mail ou Whatsapp. Também pode fazer o pedido por e-mail, acrescentar outros produtos pelo Whatsapp e efetuar o pagamento por via eletrônica no site.
Por enquanto, Tragante não tem concorrentes no Rio. As butiques que vendem carne contam com páginas nas redes sociais, mas não é possível fazer a compra utilizando apenas o e-commerce. Passo a passo: Aprenda com a Tray como montar um e-commerce do zero Patrocinado
Em São Paulo, existe a Sociedade da Carne, esse sim totalmente integrado ao sistema, mas restrita apenas a assinantes. Açougues como Feed e Debetti também têm entrega, mas ela funciona como um apoio ao negócio tradicional, e não o contrário.
Tragante quer aproveitar o ineditismo para crescer o mais rápido possível e estar pronto para disputar com os concorrentes que certamente surgirão.
“As pessoas estão se tornando chatas, no bom sentido. Foi-se o tempo em que o cliente queria apenas se empanturrar de comida. Agora a busca é pela qualidade”.
fonte: Exame
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quarta-feira, 2 de agosto de 2017
Frigorífico Famile, de Pelotas (RS), já bonifica primeiros animais Hereford e Braford no Estado
Aconteceu ontem (1/08) pela manhã o primeiro abate experimental certificado pela Associação Brasileira de Hereford e Braford do Frigorífico Famile, localizado em Pelotas (RS). O abate contou com carcaças de animais Hereford e Braford muito bem acabadas e conformadas, informou a Gerente do Programa Carne Pampa, Fabiana Freitas, que acompanhou todo o processo.
O próximo passo, segundo ela, será realizar a desossa dos animais, prevista para ocorrer na sexta-feira à tarde. Importante ressaltar que os criadores que direcionarem os seus rebanhos para a planta terão seus animais (machos e fêmeas) bonificados em até 5% acima do preço do mercado. Outro diferencial oferecido pelo Famile é o pagamento à vista de 90% do peso vivo dos animais, com o ressarcimento das bonificações sendo quitado em até 5 dias úteis.
Programa Carne Pampa
A ABHB é uma Associação de raça bovina sem fins lucrativos e tem como principal premissa a difusão das raças Hereford e Braford no Brasil. Para tanto, disponibiliza uma série de programas, entre eles o Programa Carne Pampa, responsável por acompanhar todo o processo de abate de animais Hereford, e Braford e de suas cruzas junto aos frigoríficos parceiros.
“A Associação mantém uma equipe treinada e independente dentro de cada planta frigorífica parceira. Nossos técnicos certificadores acompanham todo o processo desde a chegada dos animais para o abate até a expedição dos produtos já embalados, certificados e identificados com o nosso selo de certificação Carne Certificada Hereford”, explicou Fabiana.
Cabe exclusivamente ao setor comercial dos frigoríficos realizar a venda destes produtos cárneos. Portanto, para adquirir a Carne Certificada Hereford é necessário entrar em contato com o comercial dos frigoríficos parceiros ou encontrar um estabelecimento comercial que revenda estes produtos. Mais informações no site www.carnehereford.com.br
Serviço:
Frigorífico Famile
Av. Alfredo Theodoro Born, 6653
Sanga Funda – Pelotas – Rio Grande do Sul – 96070-380
Fone: (53)3274.3100
Por Tatiana Feldens, reg Prof. 13.654
Ascom ABHB
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MP do Funrural: veja o que muda com novo texto
Foi publicada no Diário Oficial da União a medida provisória sobre o Funrural – Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural. Produtores, frigoríficos, laticínios e cooperativas podem renegociar os débitos relativos ao fundo com o governo. O texto prevê desconto nas multas, mas obriga todos a desistirem de qualquer ação judicial.
A MP prevê cobrança de 0,8% sobre o passivo. Para 2018, a alíquota a ser cobrada vai ser de 1,2% a partir de janeiro. O advogado Eduardo Diamantino participou da edição de Mercado&Cia desta terça-feira e esclareceu os principais pontos da medida. Veja no vídeo:
Veja no vídeo:
http://blogs.canalrural.com.br/kellensevero/2017/08/01/mp-do-funrural-veja-o-que-muda-com-novo-texto/?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed%3A+kellen-severo+%28Kellen+Severo%29
fonte: Blog da Kellen Severo
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terça-feira, 1 de agosto de 2017
Concorrência com a carne da região central do Brasil faz preço da arroba do boi recuar R$20,00 em menos de 60 dias no RS
Expectativa é que o fim das pastagens e menor volume de animais em confinamento reduza oferta na região central e com isso, preços do boi gaúcho fiquem mais competitivos nas próximas semanas
Confira a entrevista com Gedeão Pereira - Vice-Presidente da Farsul
Gedeão Pereira, vice-presidente da Farsul, conta que, no Rio Grande do Sul, os preços do boi ainda não pararam de cair. O estado não possui frigoríficos da JBS, mas acabou sentindo os efeitos da crise no Brasil Central.
A diferença entre os preços da arroba - que chegou a ser praticada a R$150/@ no Rio Grande do Sul, fez com que as indústrias buscassem produto em outras regiões, o que consequentemente provocou a queda de cerca de R$20/@ nos últimos dois meses.
Como conta Pereira, o estado tem, tradicionalmente, um mercado mais gourmet, que remunera mais os produtores. Entretanto, a diferença vem afetando bastante.
Os meses de setembro e outubro contam com uma oferta maior. No momento, menos gado vem sendo abatido. O período seria de preços em alta, o que não ocorreu por conta das estratégias das indústrias. Atualmente, os preços giram em torno de R$135/@.
O mercado, como destaca o vice-presidente, deve buscar nivelamento de acordo com o país, puxado também por fatores como a diminuição da produção no Brasil central, o que pode trazer um novo panorama para as negociações.
Por: Aleksander Horta e Izadora Pimenta
Fonte: Notícias Agrícolas
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segunda-feira, 31 de julho de 2017
TERNEIROS A BORDO
Com preços
competitivos no
mercado
internacional,
exportação gaúcha
de gado em pé
ganha espaço em
tempos de menor
demanda interna e
ajuda a frear a queda
da cotação do quilo
vivo no Estado
Um comboio de 50 caminhões vindos
de Capão do Leão e Cristal
chega ao Porto de Rio Grande
carregado com 9,3 mil terneiros.
No terminal, os animais sobem, um
a um, uma rampa que dá acesso ao navio,
em procedimento que pode levar até
48 horas. Finalizado o embarque, o navio
está pronto para atravessar o Oceano
Atlântico e, após 23 dias de viagem, atracar
no Porto de Bandirma, na Turquia.
Embarques como o descrito acima,
ocorrido no último final de semana, tornaram-se
frequentes. Segundo a Superintendência
do Porto de Rio Grande, o Estado
exportou 23.908 bovinos vivos no primeiro
semestre de 2017, quantidade superior às
19.762 cabeças do mesmo período no ano
passado — sempre tendo como destino o
mercado turco. Na mesma comparação, o
faturamento caiu 5,4% e ficou em 11,07 milhões
de dólares. A carga exportada é
composta basicamente por terneiros machos
inteiros (não castrados), de raças
britânicas.
Em 2016, o Rio Grande do Sul exportou
46,4 mil terneiros. O volume pode ser considerado
pequeno frente ao total do rebanho
gaúcho. Mas, em um cenário de crise
na pecuária de corte, influenciado pela
queda no consumo, pela operação Carne
Fraca e pelo escândalo da JBS, exportadores
e analistas do setor afirmam que os
embarques ajudaram a conter a queda no
preço do terneiro. A cotação do quilo vivo,
que há um ano ficava perto dos R$ 6, agora
está próxima de R$ 5 e é semelhante à
do boi gordo, quando, historicamente, costumava
ficar de 15% a 20% acima desta.
Segundo o veterinário e consultor
Eduardo Lund, que atua na intermediação
de negócios voltados à exportação, os embarques
ajudaram a dar sustentação ao
preço num momento de queda na demanda
interna. “Se não houvesse a exportação de gado em pé, estaríamos num
caos”, analisa. A estimativa é de que o número de animais exportados chegue a 50
mil cabeças até o final deste ano.
Conforme Lund, a demanda do mercado
turco deve-se principalmente à qualidade
dos bovinos gaúchos somada aos
preços mais competitivos do que o do gado
criado na Europa. Grande concorrente
do Rio Grande do Sul, o Uruguai — com
características de rebanho semelhante —
exportou 98 mil cabeças no primeiro semestre.
A Argentina, por sua vez, encontra-se
em fase de recomposição do rebanho
e, portanto, não está focada no mercado
externo neste momento. “O mundo
é carente (de gado) e quem tem preços
competitivos somos nós”, afirma Lund.
Os animais destinados à Turquia pesam
de 180 a 250 kg e, após chegarem ao destino,
vão para a engorda, para serem vendidos
futuramente.
O crescimento do volume de exportações neste semestre coincide com momento
de baixa demanda dentro do Brasil. A
zootecnista e consultora de mercado da
Scot Consultoria, Isabella Camargo, observa
que está sobrando oferta no mercado interno.
Por isso, não acredita que as exportações
tenham impacto negativo para o setor.
“O mercado interno nem está conseguindo
consumir o que tem”, comenta.
As notícias de navios carregados com
gado, no entanto, não agradam aos frigoríficos. O presidente do Sindicato da Indústria
de Carnes e Derivados do RS (Sicadergs),
Ronei Lauxen, afirma que, diante
de uma ociosidade de 30% nos abatedouros,
os embarques provocam um impacto
negativo na oferta de animais — ainda que
representem cerca de 3% do total de abates.
“Quando tu já não tens matéria-prima
suficiente para abastecer todas as indústrias,
qualquer quantidade retirada dessa
oferta já mexe com o mercado”, afirma.
Lauxen ressalta que os frigoríficos gaúchos trazem bovinos de fora do Estado,
porém diz que isso só ocorre na entressafra,
em especial em junho e julho.
Também defende a exportação de carne,
que é uma forma de agregar mais
valor à produção do que o gado vivo.
O coordenador do Núcleo de Estudos
em Sistemas de Produção de Bovinos de
Corte e Cadeia Produtiva (Nespro), da
Ufrgs, Júlio Barcellos, ressalta que os
23 mil animais embarcados neste ano representam
um volume pequeno perto da
produção gaúcha, que é de 2,9 milhões
de cabeças por ano. No entanto, sustenta
que a exportação tem efeito sobre o
preço do terneiro, não pela quantidade,
mas por um aspecto “psicológico”. Explica,
ainda, que isso não altera oferta e
demanda, mas provoca outra percepção
dos pecuaristas e dos compradores de
gado, que também ficam preocupados.
“De certa forma, gera um pouco de reação de mercado”, acrescenta.
OFERTA CONTIDA
NAS FEIRAS
A opção de criadores pelo mercado
externo vem sendo apontada como
uma das causas da redução da oferta
ocorrida nas feiras de terneiros nos últimos
anos. O presidente do Sindicato
dos Leiloeiros Rurais e Empresas de
Leilão Rural do RS (Sindiler), Jarbas
Knorr, considera que trata-se de um
mercado interessante para o produtor
e, ao mesmo tempo, lembra que a quantidade
exportada é quase idêntica à do
número de terneiros machos arrematados
durante as feiras do último outono
(25 mil). “Muitos deixam o terneiro inteiro
para vendê-lo para o exterior”, observa.
Knorr, no entanto, não acredita
que as exportações tenham contribuído
para sustentar o preço do terneiro.
Mercado ainda instável
Fluxo das vendas
não é constante e,
por isso, há
recomendações para
que Brasil encontre
mais caminhos para
colocar seus
bovinos no
exterior
C
om 12% das exportações brasileiras
de gado vivo, o Rio Grande
do Sul está atrás apenas do Pará,
que domina o ranking com
participação de 79%. Para que esse fluxo
continue a crescer, no entanto, ainda
é necessário abrir novos mercados, segundo
a zootecnista e consultora de mercado
da Scot Consultoria, Isabella Camargo.
Até abril de 2016, a Venezuela
era o destino de mais de 50% das exportações
brasileiras de gado vivo. Em
2015, chegou a receber 9 mil animais
provenientes do Rio Grande do Sul. Mas
com a crise econômica que atingiu o
país sul-americano, as operações para
lá cessaram.
Hoje as exportações brasileiras concentram-se
no Oriente Médio, porém os
países daquela região ainda não alcançaram
a demanda do antigo comprador.
“Ainda é um mercado muito instável”,
analisa Isabella. “O Líbano faz dois meses
que não compra e a Turquia ficou janeiro
e fevereiro sem comprar”, exemplifica.
A volatilidade desse mercado pode
ser vista pelos números das exporta-
ções dos últimos anos, fornecidos pela
Superintendência do Porto de Rio Grande
(SUPRG). Em 2012, o Estado chegou
a embarcar 47,4 mil cabeças. Dois anos
depois, o volume caiu para 8,6 mil unidades.
No ano passado, as operações
ganharam novo fôlego, com o embarque
de 46,4 mil terneiros.
Entre os exportadores, há a expectativa
de que o Egito retome as compras
nos próximos meses. Segundo o veterinário
e consultor Eduardo Lund, o país
- que importou gado do Rio Grande do
Sul pela última vez em 2014 — costumava
comprar animais da Colômbia, onde
recentemente foram detectados focos de
febre aftosa. “O da Colômbia pode vir parar
aqui no Brasil”, espera Lund. Entre
os anos de 2010 e 2014, o Rio Grande do
Sul também exportou gado vivo para o
Líbano, Líbia e Jordânia.
O economista-chefe da Farsul, Antonio
da Luz, concorda com a importância
das exportações na regulação de preço
do mercado interno, especialmente diante
da crise atual vivida pela pecuária de
corte em função da Operação Carne Fraca
e do escândalo da JBS. De acordo
com ele, os frigoríficos não têm com o
que se preocupar, uma vez que o volume
de gado nos navios é pequeno diante
do total de abates. Mas, na opinião dele,
estes mercados devem continuar existindo,
porém como nicho. “A tendência de
vender carne processada para a Ásia é
cada vez maior”, observa.
O professor Júlio Barcellos, do Nespro/Ufrgs,
alerta para a elaboração de
uma nova normativa do Ministério da
Agricultura que deve tornar mais rígida
a fiscalização sobre os locais de quarentena
e certificações dos locais de embarque.
“Isso, de certa forma, também vai
começar a causar algumas dificuldades
para o Brasil comercializar”, acredita.
EMPRESÁRIO ACREDITA QUE VOLUME
DE OPERAÇÕES TENDE A CRESCER
Criada há um ano e meio, em Pelotas,
a Brasil Beef é uma das quatro empresas
do Rio Grande do Sul autorizadas a exportar
gado vivo. Durante este período,
foram realizados seis embarques — o último
deles há uma semana, com 5 mil cabeças.
O diretor da empresa, Rodrigo
Crespo, que também é produtor e leiloeiro,
acredita que o volume de operações
tende a crescer. “Há uma falta de animais
no mundo para suprir esses mercados
(como a Turquia). Se tivermos um
câmbio favorável, é um mercado que
não tem como não seguir”, acredita.
Para o produtor, a exportação pode
representar um ganho de preço. Segundo
Crespo, os animais destinados ao navio
são comprados por R$ 5,30 a R$ 5,40
o quilo vivo. E há a vantagem de não precisar
castrar o terneiro, já que a Turquia só
compra animais inteiros. Fora o custo da
mão de obra, a castração implica perda
de peso. “Um animal inteiro tem um ganho
de peso de 10% em cima do mesmo
animal castrado”, compara Crespo. Além
disso, os turcos dão preferência ao animal
inteiro por ter menos gordura.
Embora o volume exportado não seja
expressivo, Crespo afirma que as vendas
para o exterior servem como reguladoras
de mercado. “Também é uma forma
de ‘desovar’ o que pode ter de excesso
(na oferta interna)”, analisa. Observa,
ainda, que o volume de gado vendido
para outros estados, dentro do Brasil,
é superior ao das exportações.
Cuidados em toda a travessia
Deslocamento do
gado pelo oceano
exige quarentena
prévia e
acomodações
adequadas
no navio
Antes de subir ao navio, os terneiros
destinados à exportação passam
por uma quarentena em
um dos cinco Estabelecimentos
de Pré-Embarque credenciados no Rio
Grande do Sul. Dois estão localizados
em Rio Grande e os demais em Capão
do Leão, Cristal e Eldorado do Sul. No
caso das exportações para a Turquia, o
protocolo sanitário exige que o período
seja de 21 dias. Durante a quarentena,
os animais - que normalmente são originários
de criação a pasto -, alimentam-se
de ração e silagem.
A quarentena serve para a verificação do status sanitário dos terneiros. Se
houver manifestação de doenças durante
esse período, o animal fica impedido de
embarcar. Cinco exames obrigatórios
são realizados ao longo destes 21 dias:
brucelose, tuberculose, leucose, paratuberculose
e diarreia viral bovina (DVB).
Além do controle de doenças, a quarentena
serve também para que o animal
se prepare para a longa viagem a
bordo do navio. O veterinário Toni Machado,
responsável técnico da Brasil
Beef, considera que o debate sobre o
bem-estar animal na exportação de gado
vivo já está superado. “Os animais demonstram
sinais de conforto ao chegar
dentro do navio. Eles deitam, ficam ruminando,
descansam, é um ambiente com
fluxo de ar”, descreve. Além disso, segundo
Machado, o embarque é feito com
a utilização de bandeiras e chocalhos,
evitando os choques e objetos pontiagudos
para “tocar” o gado.
A maioria das embarcações conta
com até dez andares. Dentro deles, as
baias são organizadas com quatro a oito
animais, em média. A bordo do navio, os
terneiros alimentam-se à base de ração
e feno. Machado diz que isso garante a
manutenção do peso. Se algum animal
apresentar problemas durante a travessia
será encaminhado à enfermaria e
atendido por um veterinário.
CONFORTO É
EXIGÊNCIA DA OIE
O transporte internacional de terneiros
segue regras estabelecidos pela Organização
Mundial da Saúde Animal (OIE).
Para o veterinário Leonardo de la Vega,
do Comitê Permanente de Bem-Estar Animal
da Associação Brasileira de Proteína
Animal (ABPA), o deslocamento de cargas
vivas deve obedecer cinco itens principais:
o animal deve estar sadio, não sentir
medo, viajar em condições de conforto,
receber alimentação e hidratação adequadas
e manter a capacidade de expressar
seu comportamento natural. Vega afirma
que a exportação não é incompatível com
o bem-estar dos animais.
Durante a viagem, que
começa no porto de
Rio Grande, os animais
são alimentados com
ração e feno e
acompanhados por
veterinário
fonte: Correio do Povo Rural
Coordenação: Elder Ogliari | rural@correiodopovo.com.br
Reportagem: Danton Júnior
Fotos Angelica Barcellos Chaves Silveira
Ano: 34 Número: 1.777 de 30.07.2017
Postado por
Eduardo Lund / Lund Negócios
às
12:38
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