sábado, 18 de novembro de 2017

Brasil manda R$ 1 bilhão de carne para China



Um em cada três quilos de carne exportados atualmente pelo Brasil desembarca em Hong Kong ou na China. Na prática significa dizer que os chineses da antiga colônia britânica, que lidera as importações, e da China continental, em segundo lugar, compram todo mês mais de R$ 1 bilhão em carne bovina, suína e de frango do Brasil.

Hong Kong já gastou neste ano R$ 6,2 bilhões para comprar 687 mil toneladas de carne brasileira, segundo dados do Ministério da Agricultura. Os embarques diretos para a China, por sua vez, alcançaram R$ 4,73 bilhões e 539 mil toneladas.

“Essa concentração não é muito boa, porque se eles resolvem fechar o mercado da noite para o dia estaremos perdidos”, diz Paulo Rossi, coordenador do Laboratório de Pesquisas em Bovinocultura da Universidade Federal do Paraná. Por outro lado, observa Rossi, os chineses “ajudam muito” o Brasil num momento em que antigos compradores desapareceram, como a Venezuela, ou diminuíram significativamente as compras, como a Rússia.

“É bom mantermos uma relação comercial muito boa com os chineses, para não levar nenhum susto”, afirma o pesquisador. O que dá tranquilidade ao Brasil é o fato de não existir no mercado fornecedor melhor para a China. “Lá tem mais de um bilhão de pessoas, eles precisam da carne brasileira. Nós ainda oferecemos uma das carnes mais baratas para consumir, e com qualidade. Se fossem comprar dos americanos, os chineses pagariam muito mais caro”, sublinha Rossi.

Com apenas 7,3 milhões de habitantes, Hong Kong funciona como um hub de reexportações para a China, país ao qual se integrou em 1997, após 150 anos como colônia britânica, mas mantendo um elevado grau de autonomia econômica e legal. Foi considerada em 2015 a cidade mais livre do mundo pelo Índice de Liberdade Econômica, à frente de Cingapura.

Para o consultor Vlamir Brandalizze, a triangulação no caminho da carne – Brasil/Hong Kong/China – se explica pela política da boa vizinhança e preservação do parceiro comercial. Além de ter domínio regional e fácil acesso ao mercado chinês, Hong Kong é cliente assíduo da carne brasileira há mais de duas décadas, quando começou comprando carne suína e, depois, frango. “Alguns mercados asiáticos são cativos do pessoal de Hong Kong. Então, para não brigar com o teu cliente, é melhor deixar que ele faça a venda”, afirma Brandalizze. Ele aponta, contudo, um movimento crescente de instalação de escritórios de bancos, cooperativas e empresas brasileiras em Hong Kong que, a médio-longo prazo, vão acabar preenchendo os espaços ocupados hoje pelos traders anglo-chineses.

O Brasil faria bem em estudar a forma de atuação dos chineses de Hong Kong e dos americanos, dois grupos considerados “vendedores de verdade” no mercado internacional. “Nós somos apenas comprados. Na carne, e mesmo na soja, eles compram de nós e vendem lá fora. Ainda temos que aprender muito com os Estados Unidos, por exemplo, que vão, abrem mercado, fazem todo o transfer e entregam no local indicado. Aqui não. Saiu do porto, não temos nada a ver com a história”, critica Brandalizze.

Se fossem comer toda a carne que importam do Brasil para reexportar para a China e outros países asiáticos, os moradores de Hong Kong teriam de consumir pantagruélicos 3,5 quilos por dia, cada um. Em 25 dias, superariam o que os brasileiros comem num ano inteiro.
fonte: Cosas del Campo

Discutindo a exportação de gado em pé e se devemos castrar ou não castrar os terneiros!

Pelos recantos do Rio Grande do Sul, discutindo a exportação de gado em pé e se devemos castrar ou não castrar os terneiros! Nesta feita, em Piratini/RS.

Reprodutores: fechamento SINDILER da Temporada de Primavera RS 2017


O Sindicato dos Leiloeiros Rurais do RS (SINDILER) divulgou no início de novembro o fechamento da temporada de leilões primavera no estado. A entidade tem trabalhado na organização e divulgação destes importantes dados para o mercado gaúcho.
A temporada primavera/2017 faturou R$ 51 milhões com a venda de 9.069 animais (machos e fêmeas).
Alguns dados do levantamento da venda de reprodutores em leilões em 2017:
  • Ocorreu importante retração no número de animais e consequente faturamento.
    Foram vendidos 27% menos machos e 20% menos fêmeas em relação à temporada de leilões 2016;
  • Os grupos raciais Angus/Brangus e Braford/Hereford seguem sendo os mais representativos, ofertando praticamente 99% da venda de touros;
  • O grupo Angus/Brangus é o mais numeroso e representa 59% da venda de machos, somando 2.191 touros em um total de 3.720 animais;
  • A raça Braford obteve as melhores médias para touros, alcançando o valor de R$ 9,5 mil;
  • As fêmeas Angus PO foram as mais valorizadas, com média superior a R$ 6,7 mil;
Fonte: Informações do Sindiler, adaptado pela Assessoria Agropecuária 


Vendas curam tudo,Salve a exportação de terneiros!

Vendas curam tudo. Salve a exportação de terneiros!

Foto: Divulgação/Assessoria
Por Fernando Furtado VellosoAssessoria Agropecuária FFVelloso & Dimas Rocha

Acredito muito nessa expressão do marketing (desconheço o autor e o Google não soube me responder). Quando os negócios estão ocorrendo e os produtos sendo demandados, até algumas falhas de gestão e de falta de produtividade são contornadas. Porém, quando as vendas param, não há boa gestão e qualidade total que resistam. As vendas estão para os negócios como o sangue circulante sendo bombeado com força e sem interrupção, para a manutenção da vida. Não é diferente na pecuária.

Pois bem, em um momento muito crítico da pecuária brasileira e, em especial, da pecuária gaúcha que vivemos e conhecemos mais, é retomada com boa força a exportação de terneiros do RS para a Turquia. Em um período tão deprimido de preços para todas as categorias animais (boi gordo, reposição, gado de cria) o “navio” iniciou compras na faixa de R$ 5,80/kg para terneiros inteiros, praticamente 15 a 20% de sobrepreço ao boi gordo. Essa cotação está acima da média das vendas de terneiros na temporada de outono (desmame) e bastante superior aos negócios praticados para gado de reposição até a recente retomada de exportações de gado vivo no RS. A presença no Sul de raças europeias, preços de gado atrativos e cambio favorável fizeram a combinação para que as exportações de gado vivo voltassem à ativa. Esse fato foi muito importante para manter o pecuarista com confiança na cria, realizando investimento em reprodutores e melhoramento genético. Na largada da temporada de touros no Sul, o fato teve feliz sincronia com a nossa necessidade de alguma sinalização real e positiva no mercado.

A nossa indústria frigorífica (e até algumas federações de produtores) vem, há anos, batendo firme no discurso contrário à exportação de bovinos no Brasil, com um discurso já batido (e saturado): “estamos exportando divisas, matéria-prima que deveria ser processada no País para gerar mais riquezas”. A mesma indústria da Carne Fraca, Batista Brothers e tantos outros escândalos que derreteram o nosso mercado, sem se preocupar se o produtor teria canal de venda para o seu produto. 

A exportação de bovinos vivos movimenta mais de 5 milhões de bovinos anualmente em todo o mundo, sendo equivalente a 2,5 vezes o abate do RS. Essa atividade existe por motivos religiosos, culturais ou até mesmo por questões puramente econômicas. A Austrália é um dos protagonistas, sendo o líder em exportações marítimas. Esse mesmo país é um dos maiores exportadores de carne do mundo e para mercados de alto valor. Logo, dizer que a exportação de boi vivo é uma atividade de países subdesenvolvidos ou que é algo incompatível com o desenvolvimento do mercado da carne de qualidade é desconhecimento ou falta de honestidade intelectual. Como dizia o finado Leonel Brizola: os “interésses” são muitos.

A exportação de bovinos no Brasil ainda atende aos mercados do “segundo grupo” em termos de qualidade e preços praticados, mas o setor vem se preparando e trabalhando para acessar mercados mais especializados e de valor agregado (terneiras e novilhas europeias para reprodução, matrizes leiteiras, reprodutores, etc.). Esse avanço será muito positivo para os produtores do Sul do Brasil, pois nos oportunizará mais um canal de comercialização e trará mais uma força geradora de demanda e formadora de preço a nosso produto. Com o gado valorizado, investiremos mais em produção, intensificação dos sistemas, melhoramento genético, sanidade dos rebanhos, e tudo mais que for necessário para produzir mais e melhor. O pecuarista responde às demandas do mercado e investe em sua atividade, mas precisa da confiança de que o produto será absorvido e com valor justo. Com demanda forte, a velha discussão de preços perde o seu sentido. 

Somos o que vivemos, lemos e também o que escrevemos. Aproveite tantos meios possíveis de informação para formar opinião baseada em boas e honestas informações. Em tantas conversas e encontros com amigos por nosso estado agradeço a sugestão do tocaio Fernando Petruzzi (Rédea Remates) para redigir este artigo e provocar esta discussão. 

As vendas curam tudo
A nossa pecuária vinha doente e fragilizada. A retomada das exportações de terneiros no RS foi o primeiro medicamento para nos ajudar a levantar. Como dizia um senhor francês muito experiente com quem trabalhei com exportação de boi: “Fernando, at the end of the day (no fim do dia): o importante é vender”.

* Publicado na coluna Do Pasto ao Prato, Revista AG (Novembro, 2017)

terça-feira, 14 de novembro de 2017

URUGUAY - Mercado de Reposição - semana de 04 a 11 / 11/ 2017

fonte: ACG

MERCADO DE REPOSICION

Semana No 45
Del 2017-11-05 al 2017-11-11. Precios promedios para razas carniceras y sus cruzas. A levantar del establecimiento con pagos contado hasta 90 días. Destare promedio del 5% al 7% s/ condiciones carga estipuladas.

Comentario

CON BUENA DEMANDA Y MAYOR OFERTA MAS FLEXIBLE. SE DINAMIZAN LOS NEGOCIOS. 
INDICE FLACO GORDO ACGSEM. ANTERIORACTUAL
1.2531.2803

Semana AnteriorSemana Actual
MinMáxPromedioMinMáxPromedio
Terneros *hasta 140 kgUSD / Kg2.102.252.182.102.202.16
Terneros *141 a 180 kgUSD / Kg2.082.302.142.052.252.13
Terneros *más 180 kgUSD / Kg1.852.202.021.852.282.05
Terneros enterosmás 160 kgUSD / Kg2.002.202.132.002.182.11
Novillitos201 a 240 kgUSD / Kg1.782.001.891.752.001.88
Novillos241 a 300 kgUSD / Kg1.701.821.771.701.901.77
Novillos301 a 360 kgUSD / Kg1.511.701.611.501.701.62
Novillosmás 360 kgUSD / Kg1.501.621.561.481.601.54
NovillosHQB 481USD / Kg1.741.801.771.731.801.77
Ternerashasta 140 kgUSD / Kg1.802.021.921.801.951.89
Terneras141 a 200 kgUSD / Kg1.751.951.841.751.871.81
Vaquillonas201 a 240 kgUSD / Kg1.601.901.711.501.801.62
Vaquillonasmás 240 kgUSD / Kg1.501.851.641.471.701.56
Vaquillonas y Vacas PreñadasUSD / Kg520580545.00520590548.00
Vacas de InvernadaUSD / Kg1.161.301.251.171.321.24
Piezas de CríaUSD / Kg320350342.00300375340.00

Operaciones realizadas por asociados de la A.C.G.


EN PIEA LA CARNE
SEM. ANTACTUAL%SEM. ANTACTUAL%
NOVILLOS GORDOS1.691.653.103.04
VACAS GORDAS1.481.442.902.82
VAQUILLONAS GORDAS1.611.583.012.96

China responde por quase 40% da exportação de carne bovina do Brasil em 2017, diz Abrafrigo

© Reuters.  China responde por quase 40% da exportação de carne bovina do Brasil em 2017, diz Abrafrigo
As exportações brasileiras de carne bovina para a China cresceram 16,5 por cento no acumulado do ano até outubro, para 449,18 mil toneladas, e já representam 37,5 por cento do total embarcado pelo país no período, informou a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo) nesta segunda-feira, com base em dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
Conforme a Abrafrigo, as importações chinesas de carne bovina brasileira significavam 25 por cento do total comercializado pelo Brasil em 2014 e apenas 4 por cento em 2005.
"Essas importações têm potencial de crescimento ainda maior porque calcula-se que o crescimento da demanda por carnes bovina, suína e de aves na China devido ao recente movimento de urbanização do país e a mudança nos hábitos alimentares é superior a 300 mil toneladas por ano", citou a Abrafrigo.
O Brasil recebeu recentemente autorização para que 22 novas plantas frigoríficas possam exportar para a China, sendo que há ainda outras 36 em processo de habilitação, lembrou a associação.
Por José Roberto Gomes
Reuters