sábado, 10 de fevereiro de 2018

Abrafrigo: Mesmo sem a Rússia, exportações de carne bovina crescem em janeiro devido à China.


Mesmo com o boicote da Rússia, que em janeiro de 2017 comprou 11 mil toneladas do produto brasileiro, as exportações totais de carne bovina (in natura e processada) atingiram o seu melhor resultado dos últimos anos no mês passado graças a um crescimento expressivo das compras chinesas que somaram 60.414 toneladas. Hong Kong aumentou suas importações de 22.908 toneladas no primeiro mês de 2017 para 37.527 em 2018, crescimento de 64%, enquanto que pelo continente as importações chinesas subiram de 18.208 toneladas para 22.840 toneladas (+25,4%). Isso elevou a participação daquele país no total das exportações brasileiras para 38,8%. O segundo maior comprador em 2018 foi o Egito, com 12.918 toneladas (+ 102%). O Irã foi o terceiro, com 9.567 toneladas e o quarto o Chile, com 7.018 toneladas. Ressaltou também, neste resultado, o crescimento das importações de quase todos os países da União Europeia.

As informações são da Associação Brasileira de Frigoríficos(ABRAFRIGO) que compilou os dados finais de movimentação divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), através da SECEX/DECEX. No total, o Brasil exportou 123.801 toneladas em janeiro (+15% sobre 2017, quando foram 107.282 ton.), obtendo uma receita de US$ 517,9 milhões (+ 24% sobre 2017), com 61 países elevando suas aquisições do produto brasileiro, enquanto que outros 42 reduziram suas compras. O estado de São Paulo foi quem mais movimentou o produto, com 24,8% das exportações, vindo a seguir o Mato Grosso (18,9%); Goiás (13,8%); Mato Grosso do Sul (10,1%) e Rondônia (9,3%).

Fonte: Abrafrigo

Exportação de gado vivo, um nicho em que o Brasil ganha espaço

É um negócio que não pode ser ameaçado pela desinformação, mas deve ser regulada e fiscalizada à exaustão


Neto Sartor / divulgação
Navio com gado para ser exportado para a Turquia ficou retido por algum tempo em Santos por decisão liminar
A celeuma sobre a exportação de gado vivo teve como epicentro o porto de Santos (SP), mas o tema merece especial atenção no Rio Grande do Sul. Afinal, o Estado é o segundo que mais embarca carga em pé, atrás apenas do Pará. A grande demanda, especialmente da Turquia, garante aos produtores de terneiros remuneração melhor em uma época de mercado interno fraco.
Por sua importância cada vez maior, é um negócio que não pode ser ameaçado pela desinformação. Mas não significa que a atividade não deva ser regulada e fiscalizada à exaustão. Não existiam os maus-tratos alegados pela ONG que conseguiu temporariamente impedir na Justiça a partida de um navio carregado com 27 mil animais. A determinação de desembarque do gado e retorno às propriedades, depois revertida, era inexequível por questões logísticas e sanitárias.
Mas operações do gênero não estão imunes a problemas. Em 2015, por exemplo, uma embarcação que partia do Pará com 5 mil cabeças vendidas pelo Minerva (o mesmo do caso de Santos) naufragou. As imagens mostravam o desespero dos animais e, depois, centenas de carcaças nas praias.
O porto de Rio Grande passou a dar mais atenção a este tipo de embarque. Navios têm de comprovar que os currais estão limpos e há provisões necessárias à viagem. O ordenamento federal já determina a garantia do bem-estar animal, com a existência de alimentação, água, ventilação e espaços adequados. E que cliente gostaria de receber animais em estado precário? A carga pode, inclusive, ser rejeitada.
Por fim, a proibição da exportação em todo o país também caiu. A resolução rápida do caso também não arranhou a imagem nacional, em uma época em que o tema também é usado como barreira não tarifária. Há aperfeiçoamentos em discussão no Ministério da Agricultura. Se toda a crise traz ensinamentos, talvez esta também sirva para que se aprimore, se dê transparência e se conheça melhor mais um nicho de mercado em que o Brasil ganha cada vez mais espaço.
fonte: Zero Hora  Gisele Loeblein

José Roberto Pires Weber: por que vender gado vivo é um bom negócio?

O embarque de bovinos em pé é uma forma de financiar a produção, de garantir a manutenção da atividade agropecuária brasileira e a oferta de alimento farto e acessível na mesa do brasileiro. 

O impasse jurídico criado nas últimas semanas acerca da venda de gado em pé por via marítima pelo Brasil gerou indignação e revolta em pecuaristas de todo o país e várias dúvidas na população leiga que acompanhou o caso. E não poderia ser diferente. 
 O embarque de animais aos países do Oriente vem se consolidando como um excelente negócio para os produtores, que tiveram revés em 2017 com baixa nas aquisições pela indústria nacional e consequente queda de preços. Mais do que isso, é uma alternativa adicional fazer renda com animais magros em uma época em que muitas vezes é preciso capital para tocar as lavouras que ladeiam a criação de gado em nossas propriedades. Uma forma de financiar a produção, de garantir a manutenção da atividade agropecuária brasileira e a oferta de alimento farto e acessível na mesa do brasileiro. Porque esse é o objetivo fim do livre mercado: entregar produtos melhores e mais acessíveis à população em diferentes locais do planeta.
Mais do que aspectos econômicos, é preciso explicar à sociedade o porquê da importância de o Brasil manter seus mares abertos para a exportação de animais vivo. O Brasil é hoje berço de genética bovina. Além de produzirmos carne de alta qualidade e exportarmos cortes aos cinco continentes, temos um dos maiores rebanhos do mundo, com precocidade e potencial para acabamento de carcaça ímpares. Por outro lado, temos uma capacidade para abate desses animais limitada frente à pujança nos campos.
Sobre a questão do bem-estar animal – tema que gerou muita controvérsia – é preciso que se diga que a exportação de animais vivos cumpre rigorosamente a legislação em vigor e que é pressuposto essencial para comerciantes que querem continuar operando nesse mercado, já que a carga viva precisa ser entregue ao cliente em condições adequadas para uma terminação eficiente no destino. Para explicar tudo isso e marcar posição clara de contrariedade às decisões judiciais que trancaram uma carga de 25 mil cabeças da Minerva Foods no porto de Santos, a Associação Brasileira de Angus emitiu nota de repúdio para reforçar sua indignação com as decisões judiciais que limitaram o poder de ação da pecuária nacional. Entendemos que esse despacho impõe fortes prejuízos a importadores, empresas e produtores rurais, cidadãos estes que trabalham nos campos com recursos próprios, sem incentivos governamentais, estando à sorte do mercado e suas desventuras. 
Pior ainda é ver nossa produção ser atingida por minorias que se valem da falta de conhecimento da sociedade sobre os processos de transporte animal para manipular a opinião pública e fazer valer seus interesses, que em nada estão alinhados com o desenvolvimento do país. Porque mais do que atrapalhar o mercado, essas ações contribuem para denegrir a imagem da pecuária nacional no mercado internacional e levantar suspeita sobre a seriedade das instituições brasileiras.
José Roberto Pires Weber é presidente da Associação Brasileira de Angus

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

Setor teme novos entraves à exportação de animais vivos

Entidades se mobilizam para evitar novos embates jurídicos; representantes consideram possíveis mudanças nas operações de embarque


Representantes do agronegócio temem novos entraves jurídicos à exportação de gado vivo pelo Brasil, após o imbróglio iniciado na semana passada no Porto de Santos, SP, com o embarque de 25.000 bovinos da Minerva Foods à Turquia.
A "briga" jurídica começou quando a exportação desses animais foi barrada na noite de sexta-feira, 2 de fevereiro, pelo juiz federal Djalma Moreira Gomes, da 25ª Vara Federal da Seção Judiciária de São Paulo, acatando pedido de liminar da ONG Fórum Nacional de Proteção Animal. Na decisão, o juiz havia proibido não só este embarque, como a exportação de animais vivos para abate a partir de qualquer porto do país.
A viagem dos bovinos, porém, acabou sendo autorizada no domingo, pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3), acatando pedido da Advocacia-Geral da União. Na noite de segunda-feira, o mesmo TRF-3 liberou o embarque de bovinos vivos em todo o país. No entanto, no entendimento do setor, os eventos recentes abriram brechas para que mais pedidos para barrar outros embarques sejam aceitos pela Justiça. A atividade é regulamentada pelo Ministério da Agricultura.
Para se precaver de novos bloqueios, entidades do agronegócio vêm se reunindo nos últimos dias, programando ações e discutindo possíveis mudanças. Representantes do setor propõem ações jurídicas, uma campanha de comunicação voltada ao público externo e possíveis mudanças nas operações de embarque.
"Queremos sanar dúvidas para termos um modelo seguro para a pecuária nacional, que não passe mais por acontecimentos desse tipo", afirmou o assessor jurídico Octávio Pereira Lima, da Associação Brasileira dos Exportadores de Animais Vivos (Abreav).
Lima participou nesta tarde de quarta-feira, 7, de reunião na sede da Federação da Agricultura de São Paulo (Faesp), em São Paulo, para tratar do assunto. Ele acrescentou que o setor está preparado "para corrigir algumas coisas". Um exemplo é o uso de caminhões-pipa para higienizar as vias nas cidades por onde os veículos passam transportando boiadas até chegar aos portos.
Segundo ele, essa medida já é adotada em alguns dos embarques pelo Porto de São Sebastião, também no litoral paulista. No caso do navio Nada, que seguiu para a Turquia a partir de Santos, a Minerva Foods chegou a ser multada pela prefeitura por poluição, "em virtude do forte cheiro gerado pela carga viva". "A batalha agora é jurídica, já que do ponto de vista administrativo o embarque atendeu a todos os requisitos", disse o coordenador da Comissão de Bovinocultura de Corte da Faesp, Cyro Penna Júnior.
O vice-presidente de Relações Internacionais do Conselho Nacional de Pecuária de Corte (CNPC), Sebastião Costa Guedes, reconhece que é "um equívoco" usar o Porto de Santos para esse tipo de carga. Para ele, os embarques no Estado de São Paulo deveriam ficar limitados a São Sebastião, pois Santos é um grande conglomerado "com outro tipo de tradição (no tipo de carga movimentada)".
A proibição de se usarem caminhões de grande porte na área portuária de Santos é outro entrave, na opinião dos representantes reunidos na Faesp, já que aumenta o número de veículos usados em uma operação, intensificando o tráfego e retardando o embarque, além de aumentar a quantidade de dejetos. Só para embarcar os 25 mil bois no navio Nada, foram necessários cerca de 500 caminhões.
Na terça-feira, a Sociedade Rural Brasileira (SRB) também promoveu um encontro para debater o tema. Foi uma reunião fechada à imprensa, mas, segundo uma fonte, ficou claro que há um receio de que novas suspensões podem acontecer a cada embarque, mesmo com o episódio de Santos solucionado.
 
Fonte: ESTADÃO CONTEÚDO

Normas para exportação de animais vivos serão atualizadas

Consulta pública realizada em 2017 recebeu 119 manifestações; relatório consolidado deve ser encaminhado para publicação em março

As normas que regulamentam as exportações de animais vivos devem receber atualização em breve. “É um aperfeiçoamento da Instrução Normativa (IN) 13, de 2010, que é eficiente e já traz os conceitos essenciais”, afirma Júdi Maria da Nóbrega, coordenadora nacional de Trânsito e Quarentena Animal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
De acordo com ela, o objetivo das alterações é facilitar a operacionalização do processo para o auditor fiscal ao colocar parâmetros em alguns pontos da normativa. “Temos previsão de finalizar os trabalhos de consolidação das manifestações e encaminhar para publicação até março”. Antes disso, o relatório ainda será apreciado na Comissão Técnica de Bem-Estar Animal para “enriquecer a norma” no aspecto técnico, diz Júdi. De acordo com ela, a mudança não tem relação direta com a suspensão recente dos embarques de gado vivo nos portos do país - e que já foi revertida - e essa programação do relatório está definida desde novembro do ano passado.
Para se chegar à versão final, uma consulta pública foi realizada em março de 2017. A coordenadora afirma que a divisão recebeu 119 manifestações, sendo 38 de colaboradores do próprio ministério e 81 de externos - entidades e individuais. Do total, 102 tinham sugestões em relação a conteúdo, com boa parte se concentrando nos artigos 8º e 14º da minuta. O 8º veda a exportação de fêmeas em idade reprodutiva quando destinadas ao abate. De acordo com Júdi, várias manifestações eram contrárias a essa proibição pelo ponto de vista econômico, enquanto algumas argumentavam que, como não se trata de uma norma sanitária, não caberia à normativa fazer essa limitação. A IN 13 não proíbe a venda para abate, apenas exige que as fêmeas estejam “acompanhadas de atestado negativo ao exame de prenhez, realizado nos sete dias anteriores à data de seleção para exportação e firmado por médico veterinário”. Ainda não está definido como ficará a redação final do artigo.
Em relação ao artigo 14º, parte das manifestações foi em relação aos parâmetros adicionados às condições exigidas para o Estabelecimento de Pré-embarque (EPE) e se os números eram os mais certos a serem adotados. Diferentemente da IN 13, a minuta da consulta pública apresenta referências, como a que determina a exigência de “piquetes de pastagem com drenagem adequada e cobertura forrageira em qualidade e quantidade para alimentação dos animais durante a quarentena e área de 10 a 40 m2/bovino ou bubalino e 5 a 10 m2/ovino ou caprino”.
Em relação ao transporte marítimo em si, Júdi afirma que foi sugerido que se adotasse na nova normativa a tabela de referência internacional no que diz respeito à densidade de animais na embarcação. “São recomendações de parâmetros, até para que os fiscais do Mapa tenham base mais concreta para a operacionalização”. A portaria e a minuta da consulta pública podem ser consultadas na íntegra em: http://bit.ly/2GWKm38.
Transporte rodoviário - Materiais de referência de boas práticas de transporte terrestre de animais de produção estão sendo preparados por uma equipe do Mapa para orientar e treinar os transportadores. A previsão é de que o lançamento seja feito no segundo semestre deste ano. O trabalho complementa a resolução nº 675 publicada pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran) no ano passado, que coloca algumas exigências, como abertura total da traseira e ventilação e controle de temperatura adequados, para o deslocamento terrestre de animais de produção e que entrará em vigor em 2019. “Vamos evoluir muito nos próximos três anos no transporte rodoviário”, afirma Liziè Pereira Buss, chefe da Divisão de Bem-estar Animal e Equideocultura da coordenação de Boas Práticas e Bem-Estar Animal. Segundo ela, há também conversas entre o ministério e o Contran para que seja estabelecido um programa nacional de capacitação de condutores que realizam esse transporte.
Fonte: Portal DBO

Brasil exportou 24.200 bois em janeiro

Embarques movimentaram US$ 18,9 milhões e tiveram como destino Egito, Líbano e Turquia

Após fechar 2017 com alta de 41,9% em relação ao ano anterior, a exportação de bovinos vivos iniciou 2018 com saldo positivo. Segundo dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, em janeiro foram exportadas 24.200 cabeças de bovinos vivos com faturamento total de US$ 18,9 milhões. No ano anterior, nenhum embarque do tipo foi realizado durante todo o mês.
Os animais foram enviados para o Egito, Líbano e Turquia. Vale destacar, que esse último foi o principal comprador do Brasil nos últimos dois anos.
A Turquia busca animais inteiros, principalmente cruzamento-industrial e que pesam entre 160kg e 280kg, o que vem movimentando o mercado de reposição em estados como Pará e Rio Grande do Sul. No estado gaúcho, os animais chegam a ser negociados de R$ 6/kg a R$6,50/kg.
Fonte: Scot Consultoria

O sensacionalismo contra a cadeia da agropecuária



Foto: Scot Consultoria


Comumente nos deparamos com propagandas negativas à produção rural brasileira. O marketing negativo contra a cadeia agropecuária existe, e pouquíssimas vezes as críticas têm embasamento científico, mas as propagandas "contra" ganham forças gradativamente.

Recentemente, a Scot Consultoria recebeu manifestações contrárias ao agronegócio. Essas críticas foram rebatidas. O que se percebeu foi a quantidade enorme de preconceitos e posicionamentos ideológicos. Com a intenção de trazer luz a esses posicionamentos a Scot Consultoria respondeu às manifestações.  Veja abaixo:

"Qual o ônus hídrico e ambiental de alimentar o mundo"? Até onde não levamos em consideração as secas para alimentar o mundo. Se o mundo quiser comer só pitáia, o Brasil vai produzir só pitáia? O ponto é que as pessoas pensam em números... apenas em dinheiro."

Não existe produção rural ou não rural sem água. A diferença entre os sistemas de produção rural e não rural é que a água consumida no campo é devolvida para o sistema. Trata-se do ciclo da água. Os sistemas urbanos e industriais precisam de estações de tratamento de esgoto para recuperar a água e os sistemas de produção de alimentos não.

O Brasil, através de um tremendo esforço, de importador evoluiu para exportador de alimentos. Certamente se o mercado nos procurar para a produção de pitáia, teremos condições de atendê-lo. Com qualidade e preço.

O esforço, o intelecto, o conhecimento e o uso da terra precisam ser remunerados. Como é impossível o escambo, o dinheiro tem sido uma fórmula racional de conduzir as relações comerciais. A remuneração em dinheiro é consequência e não há problema nisso.

"Alimentar o mundo significa ganhar dinheiro vendendo laranja para depois comprar celular americano, carro alemão e relógio suíço... O dinheiro deles nunca esteve em nossas mãos..."

O livre arbítrio determina o que cada um faz com o que ganha e, como vivemos numa comunidade global, comprar artigos de qualquer origem significa distribuir renda, gerar empregos, desenvolvimento e bem-estar. O dinheiro circula e isso é bom. Dinheiro parado é ruim.

"As pessoas que controlam o mercado brasileiro têm nojo de pobre e não se importam se um mendigo está bem alimentado. Alimentar o mundo significa criar políticas que os alimentos possam ser produzidos localmente, onde as pessoas moram, sendo complementado com o que o local não produz. Historicamente somos o quintal do mundo, o silo e o curral, mas temos potencial hídrico, mineral, etc... para sermos sala de estar e porta de entrada... Agro floresta alimenta o mundo... Jardins urbanos ajudem a produção nacional a alimentar o mundo..."

É inegável que o esforço das políticas públicas e privadas é a do aumento de consumidores e em consequência à expansão do mercado, nesse sentido, resgatar as pessoas da pobreza tem sido constante.

Esse esforço para ser bem-sucedido implica em uma série de ações, sendo a primordial uma boa alimentação e depois uma boa educação. Para uma boa alimentação é preciso ter um agronegócio pujante, forte e desenvolvido. 

Nada contra ser o quintal, o curral ou silo do mundo. É preciso ter competência para tanto. O Brasil detém a melhor tecnologia para a produção em clima tropical. Inigualável. Somos na verdade o celeiro do mundo.

Mas, o mundo mudou, a arquitetura mudou. Não existe sala da frente, de fundos ou o quintal, o mundo é espacial, cada um escolhe por onde entrar e por onde sair. As portas não existem mais, por antiquadas, assim como certas formas de pensamento.

"Só precisamos progredir muito mais numa Agricultura verdadeiramente Sustentável, Orgânica, com melhor produtividade integral, com balanço energético e de recursos naturais, sem esse consumo desnecessário e exagerado de agrotóxicos e adubos químicos. "

Estamos de acordo com o progresso através da agricultura (agricultura e pecuária) sustentável, e nesse sentido a produção orgânica tem o seu nicho de mercado, mas sem substância para prover de alimentos, fibras e energia a população do planeta. Os defensivos agrícolas são tão caros e a margem do fazendeiro tão estreita, que é difícil crer no uso exagerado da química agrícola e do excessivo uso de fertilizantes. Aliás, o Brasil consome pouco esses insumos diante do tamanho do agro nacional.

"Senão ficaremos na propaganda mentirosa de "alimentar o mundo", quando só alimentamos os especuladores selvagens de "commodities" e quando muito os porcos, frangos e gado em geral da Europa e China, ficando no atraso "terceiro-mundista" de fornecedores de produtos primários e matérias primas, quando deveríamos agregar valor e empregar nossos trabalhadores melhor capacitados, exportando produtos transformados (rações prontas, por exemplo) e alimentos de melhor qualidade e valor. "

O fato é que o Brasil contribui com o combate à fome, no Brasil, na China, no Oriente Médio e em demais regiões do planeta onde os produtos agrícolas brasileiros são consumidos. Quanto a produzir produtos primários ser um atraso, pior seria nada produzir, como da década de 50 para trás.

Estamos passo a passo construindo uma nação extraordinária e dado o tamanho do Brasil, com várias geografias para serem administradas, o passo a passo é inexorável.

O processamento dessas matérias-primas exige conhecimento e domínio de tecnologias de transformação, que a formação de profissionais argutos, com o tempo solucionará e já está solucionando. Por exemplo, para ocuparmos posição atual na produção no agro global, foi preciso investimento em conhecimento, semente que foi plantada com a fundação da Embrapa, no governo Geisel, e a formação de doutores nos assuntos agrários. Para a fundação das universidades tivemos que importar professores. Se essas atitudes não tivessem sido tomadas, ainda estaríamos de tanga e tocando apito, como diria o jornalista Paulo Francis.

 "O agronegócio e a pecuária destroem nossos ecossistemas e alimentam grandes corporações corruptas. Proteína animal = Exploração e sofrimento animal!"

O agronegócio vai além das fronteiras rurais, recomendo a leitura da definição de agronegócio disponível na internet.

O agro usufrui dos ecossistemas, num esforço contínuo de conservação, pois a sobrevivência da humanidade em última análise depende do cultivo de 20cm de solo, da conversão da energia solar e da reposição de nutrientes. Proteínas de origem vegetal ou de origem animal são alimentos. Precisamos dos dois para o progresso humano.
fonte:Scot Consultoria

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

A verdade sobre a exportação de Gado Vivo


Direito Agrário - foto do navio NV NADA extraída de http://www.shipspotting.com

A verdade sobre a exportação de Gado Vivo

por Alexandre Valente Selistre.

O recente impasse judicial ambiental que complicou com o transporte internacional de gado em pé para o Oriente Médio, além de trazer insegurança jurídica para os pecuaristas brasileiros, também atinge ecologistas, exportadores e, até mesmo, você!
No litoral paulista, no Ecoporto Santos, estava ancorado o navio de transporte ganadeiro panamenho NV Nada, carregado com aproximadamente 25 mil bois, com destino à Turquia que foi retido pela Marinha do Brasil, mediante liminares da Justiça Federal determinando: a proibição de completar a lotação estimada; a suspensão das exportações navais de bovinos vivos em todo o território brasileiro; assim como decretando o desembarque e retorno destes animais às fazendas de procedência; diante de denúncias de supostos maus-tratos provenientes de entidades conservacionistas, de ativistas ligados à proteção animal.
No início de 2018, o Porto de Santos interrompeu temporariamente os embarques de bovinos, por intervenção da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), empresa estatal brasileira, constituída na forma de sociedade de economia mista, entidade pública privada, que administra o terminal. A pressão foi exercida por militantes da causa animal e pela Secretaria do Meio Ambiente de Santos, alegando que o transporte rodoviário e naval desconsiderariam preceitos de bem-estar animal e também causariam danos ecológicos.
Não é mistério que empreender no Brasil é extremamente difícil, não é segredo que o agronegócio não admite amadores. A pecuária brasileira tampouco é exceção. Mesmo assim, elevou o Brasil à posição de maior rebanho comercial do planeta, perdendo tão só em quantidade para a Índia, que não abate bovinos. Conforme estatísticas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, publicada em 2016, se alcançou o número recorde de quase 215.200.000 (duzentas e quinze milhões e duzentas mil) cabeças, indicando um acréscimo de 1,3% em relação a 2014, em curva ascendente.
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (United States Department of Agriculture – USDA) confirma esta pesquisa, afirmando corresponder a 22,5% do efetivo global, firmando o Brasil como o segundo maior produtor de carne bovina, participando com 16,3% da produção mundial. A pecuária brasileira movimenta mais de 13 bilhões de dólares anuais, exportando para mais de 160 países, ocupando a terceira posição do ranking internacional desde 2015! A abertura de mercado exterior consolidou estrategicamente o agronegócio do país como um importante e promissor player no cenário internacional, tornando-o alternativa promissora diante da previsão da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE, de potencialização da produção de alimentos em 40% até 2020, porque para atender o crescimento da demanda, a geração de comida no mundo deverá aumentar em 20%.
Ao findar 2016, a agropecuária nacional era festejada por ser responsável pela balança positiva no PIB brasileiro, tendo aquecido a economia interna e aumentado exportações.
As exportações de gado vivo recentemente, se tornaram uma possibilidade atrativa para a pecuária porque gera valor, rendendo até 25% a mais do que no mercado interno, mesmo diante das exigências impostas. Conforme o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços – MDIC o país encerrou 2017 totalizando 400,66 mil cabeças exportadas vivas, volume 41,9% aumentado em relação ao registrado em 2016.
Diferentemente daquilo que é pregado por ambientalistas fanáticos, não só as viagens de navios, respeitam os protocolos de bem-estar animal, ditados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA, o órgão brasileiro competente para tanto, quanto o deslocamento rodoviário, é realizado nos mesmos caminhões inspecionados que transportam os 40 milhões de bovinos para abate doméstico, obedecendo ao Código Sanitário de Animais Terrestres, prescrito pela Organização Mundial da Saúde Animal, também conhecida pela sigla OIE!
Para que um produtor rural possa vender animais para exportação, sua fazenda é auditada. Os novilhos exportados são rastreados individualmente. São inspecionados previamente, recebem brinco próprio, com chip, que servirá para informar sua procedência (fazenda de origem), sua alimentação (qual o tipo ingerida e por quanto tempo), o peso, a idade e a raça (ou cruzamento) de cada um! Passam por quarentena impecável. Os caminhões possuem piso antistress, são inspecionados, pesados e lacrados após a conferência de carregamento, e no navio há acompanhamento de fiscais e veterinários desde o embarque, durante a viagem, até o descarregamento no destino, para assegurar a qualidade da exportação brasileira.
Por questão de civilidade, o Direito e o Poder Judiciário não podem deixar de se envolver e analisar a questão do bem-estar animal. A Declaração Universal dos Direitos dos Animais, a Constituição Federal, e a penalização pela Lei dos Crimes Ambientais conscientizou o homem de que os bichos são sencientes, dotados de sensibilidade, podendo sofrer física e mentalmente, e, consequentemente, passíveis de proteção jurídica, não podendo ser entendidos como objetos, merecendo vivenciarem dignamente uma boa vida. Já a pretensão de tentar configurá-los como sujeitos de direito, detentores de prerrogativas legais, não passa de idealismo, despegado completamente da realidade e da vida prática. Uma tolice, um disparate…
Em uma análise jurídica, é elementar compreender que os animais não têm personalidade, não podem figurar como sujeitos de direito, entretanto, pertençam a uma espécie de regime intermediário. E merecem proteção legítima e ambiental quanto à crueldade, naturalmente! Temos que fortalecer o amparo jurídico e a tutela jurisdicional em caso de violação, representando a evolução da sociedade.
É elementar que, seja qual for a atividade, até mesmo a exposição de animais em zoológicos, livres em seu habitat natural, só se justifica se houver interesse econômico que possa sustentar todo o aparato, espaço físico e geográfico, mão de obra e alimentação necessários à própria existência. Em uma situação hipotética, pressupor liberdade ampla e irrestrita aos animais, desprovida de qualquer valoração financeira, em uma simples progressão do desdobramento temporal redundaria na sua extinção, pois não teriam como alimentarem-se (morrendo de inanição e sede), porque os produtores de alimentos (então exclusivamente de origem vegetal), necessariamente teriam que cercar as áreas agricultáveis para a produção, restando somente áreas remanescentes, obviamente pobres nutricionalmente, insatisfatórias e escassas para o volume de herbívoros soltos, que, por evolução natural, se tornariam nômades e sazonais, destruindo a Natureza, assim como acontece atualmente na savana africana, sem controle populacional de elefantes, ou até mesmo aqui, com a praga que se tornaram os javalis.
Porém, submeter estas específicas reses a maus tratos, crueldade, ferimentos, más acomodações, exaustão, sede, fome, estresse ou medo, a que alegam seriam expostos, além de ser moralmente questionável, em termos financeiros, seria antieconômico!
A principal prova de que estes animais são bem tratados é até singela, durante a viagem, eles ganham peso. Ora um boi maltratado jamais engordaria se estivesse mau cuidado. Mitigar o estresse por um manejo calmo e consciente é fundamental para o sucesso desta empreitada. A exigência do transporte dos animais vivos é, de fato, elemento complicador, ao invés das carcaças refrigeradas, o que facilitaria muito, e diminuiria custos consideravelmente.
Além disto, a crença islâmica preconiza a compra de gado vivo por questões religiosas, os garrotes devem ser mortos, mediante degola, determinada pelos rituais islâmicos pertinentes, o abate halal, ditado pelo Alcorão e pela Jurisprudência Islâmica, estipula o sacrifício sem sofrimento, para deixar a carne pura para o consumo humano. Não são aceitos animais jovens demais (antes do segundo dente definitivo, a partir de 18 a 20 meses de idade), se tiverem sido acometidos de qualquer doença (rigorosa sanidade), ou qualquer espécie de sofrimento (não aceitam nem ao menos novilhos castrados). Certamente, se os protocolos de bem-estar animal não fossem rigorosamente respeitados, seria totalmente incongruente e sem sentido, se se permitisse qualquer flagelo durante a travessia marítima.
Alertar, noticiar e tentar diminuir ocorrências de maus-tratos aos bovinos é relevante. Até mesmo promover manifestações públicas seria. Outrossim, deturpar fatos irresponsavelmente, escondendo os verdadeiros motivos pelos quais criam uma polêmica é outro, bem diferente. Quebra de contratos de comércio internacional reflete na imagem e economia de todo o país, e no bolso dos cidadãos.
Basta analisar os motivos e a quem interessa o término das exportações de gado vivo, camuflados pelo viés ambiental:
Primeiramente veganos e vegetarianos extremistas, representados por ONG’s, que de fato pretendem impor à população uma dieta esdrúxula, diminuindo o consumo de proteína animal, sem comprovação científica suficiente e não somente impedirem supostos maus-tratos, usados como massa de manobra, financiados veladamente por frigoríficos e organismos internacionais.
Em segundo, os frigoríficos que atuam como concorrentes diretos, ditando o mercado e determinando o preço da arroba, pois não querem que haja expansão deste tipo de comercialização, em que os pecuaristas se empoderam na questão negocial, remunerando melhor e adquirindo maior poder de barganha, principalmente na entressafra, podendo transacionar livre e diretamente com os corretores dos navios, deixando de ficar a sua mercê.
Além de ressentirem-se com a diminuição de matéria prima de melhor qualidade, porque a criação de raças europeias para a produção de carnes premium, gera reflexos, inclusive por reservar animais inteiros (não castrados) para a exportação. Esta é, também, a razão do lobby da União Nacional da Indústria e Empresas de Carne (Uniec), formada por grandes empreendimentos frigoríficos como a JBS, Mafrinorte e Frigol, apoiada pela Associação Brasileira da Indústria da Carne (Abiec) e da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), reivindicando maior taxação e impostos na exportação de gado vivo!
A exportação de gado em pé põe em embate dois elos da cadeia da carne, os produtores e os abatedouros. Conquanto o consultor e veterinário, que presta assessoria pecuária, Fernando Furtado Velloso esclarece que a atividade não canibaliza os frigoríficos. Cita a Austrália como grande vendedora de carne e de bovinos vivos para outros países, assim como o Uruguai e afirma “– Se o criador produz um terneiro que tem boa colocação no mercado, vai investir mais em genética, adubação, ampliar sua escala. Gerando inclusive excedente para o processamento nacional”. Ele também considera salutar a discussão sobre bem-estar, entendendo que, com o tempo, as práticas serão aperfeiçoadas, mas vê exagero. Lembra que submeter os animais a maus-tratos seria contraproducente. Observa que: “– Se os animais não forem transportados com os devidos cuidados no trajeto, chegam ao destino pesando menos. Isso é antieconômico”.
Por último, outros países, exportadores de gado em pé, tais como França, Canadá e Austrália, mas não só estes, certamente estão atentos, antevêm a ascensão progressiva brasileira e quiçá também promovam este impasse, pois serão amplamente beneficiados com a exclusão do Brasil do panorama comercial global.
Em que pesem as preocupações ambientais, assim como as considerações quanto ao bem-estar animal, não poderia deixar de analisar as decisões judiciais liminares.
Após suspender o prosseguimento no embarque da lotação de gado no navio ganadeiro panamenho, foi proferida decisão pelo juiz da 2ª Vara da Fazenda Pública de Santos, que ordenou o desembarque dos quase 27 mil bois, sob a multa de cinco milhões pelo descumprimento, demonstrando o quanto alguns magistrados “não têm o pé no chão”, são cidadãos urbanos, que pouco entendem do campo, da atividade agropecuária e do agronegócio. O desembarque de um número tão grande de animais precisaria de uma extensão enorme de currais para contenção, até a decisão definitiva, algo que não existe na cidade de Santos. Posteriormente, sob pena de multa diária de um milhão de reais, cedeu o prazo até 06 de fevereiro para que a Minerva Foods S.A. apresentasse plano de desembarcamento, que deveria atentar para planejamento responsável, indo além do desembarque, exigindo identificação de destino e logística de transporte.
Entrementes, estarrecedoramente, na ação civil pública n° 5000325-94.2017.4.03.6135, processada na 25ª Vara Cível Federal paulista, por decisão liminar, restou proibido o transporte marítimo de gado vivo em todo o território nacional! Preceituou também que a suspensão remanesça até que o país de destino se comprometesse a adotar práticas de abate compatíveis com o preconizado no ordenamento jurídico brasileiro, além de ter que observar normas concretas e verificáveis para garantir condições de manejo e bem- estar dos animais. Tal despacho extrapolou sua jurisdição, ferindo a soberania e a religião de outros países, além de interferir em negociações de comércio exterior e abertura de mercado.
O referido magistrado ordenou, concomitantemente, o desembarque de todos os 27 mil bois carregados, com retorno à origem, estabelecendo que o MAPA deveria organizar plano de saída a expensas do frigorífico Minerva Foods S.A., tido como proprietário dos bovinos. Ora, isto demonstrou, novamente, o quanto tais decisões estavam fora da realidade, porque novo transporte rodoviário até qualquer estabelecimento que pudesse alocar este volume de gado geraria mais sofrimento, conforme alegado, pois se originam de local que dista 500 quilômetros do litoral.
Ambas as decisões estavam desprovidas de suporte técnico suficiente e completamente despegadas da realidade rural! Desafortunadamente, Desembargadora do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, manteve a liminar em 2ª instância, no agravo de instrumento n° 5001499-79.2018.4.03.0000 ratificando o descabido laudo… Não bastasse sustentar a proibição de exportações de gado vivo de qualquer porto brasileiro, reinterou imenso problema, porque decretou o retorno às fazendas originárias, para que estes bois crescessem e recebessem abates humanizados, segundo a legislação pátria, impedindo de serem reencaminhados à Turquia. Atingiu os princípios básicos de Livre Mercado e interrompeu o negócio destas fazendas, porque, muito provavelmente, os potreiros já estivessem com a reposição efetivada.
Posteriormente, a mesma Desembargadora, em novo agravo, de n° 5001513-63.2018.4.03.0000, coerentemente voltou atrás e concedeu liminar para permitir que o navio boiadeiro iniciasse a viagem à Turquia, reconhecendo a alegação de risco de dano reverso à integridade e saúde dos bovinos, e impraticável a higienização da embarcação enquanto aportada, por prováveis danos ambientais.
Em consonância a esta última decisão, nos autos do processo n° 5001511-93.2018.4.03.0000, o Presidente do referido Tribunal determinou a suspensão da liminar deferida, que impossibilitava, em todo o território pátrio, a exportação de animais vivos para abate no exterior, por dano à ordem administrativa, gerando quebra de confiança no país, com reflexos como perda de mercado.
Em relação ao relatório técnico de inspeção apresentado por médica veterinária, naquela ação civil pública, que tramita na 25ª Vara Cível Federal de São Paulo, é evidente a parcialidade na sua apresentação, descrevendo fatos inclusive precedentes ao ingresso a bordo do navio (descrição dos caminhões em blitz anteriores, o “parêntesis” dos itens d.1 e d.2), acontecidas antes mesmo de sua nomeação!
É um relatório muito genérico, carente de dados técnicos específicos, fundamentado em meras impressões pessoais, e que se demonstra, evidentemente tendencioso, ao dar relevância exagerada à estória e aos pontos negativos, aparentemente mais convenientes a um militante do abolicionismo animal do que a um perito veterinário isento e imparcial.
Outro fator relevante, que poderia passar despercebido, a quem não conhece a rotina de um navio, é o de que a limpeza, a lavagem dos pisos, mormente nos andares inferiores (abaixo do nível do mar), enquanto ancorado, fica prejudicada, porque os dejetos são largados em alto-mar (fato advertido pela tripulação). O navio é carregado de baixo para cima, do porão ao convés, sem esquecer que houve a suspensão do embarque (referida no próprio relatório), situação que fez com que aqueles bovinos ficassem em situação precária, sem imisção da exportadora, durante uma semana. Este, sim, é o motivo da sujeira e forte odor, quando a poluição sonora dos ventiladores registrada, tentavam mitigar a situação, circulando ar para diminuir cheiro e temperatura.
Neste ponto específico, a imundície dos decks inferiores (1, 2 e 5), dada como regra pela expert, embora haja outros 10 andares, reconhece que a área estimulada a visitas (deck 8), da qual ela própria, maliciosamente, denomina de showroom, reconhece que possuía condições de iluminação, ventilação, piso e lotação animal, bem como da oferta de alimento e água, encontrando-se “aparentemente moderadas”!
A alegação de que os caminhões possuíam fitas adesivas para dificultar a inspeção de terceiros não procede, servem, sim, para evitar que as luzes de faróis incomodem os bovinos à noite, para resguardá-los, e não para obstaculizar averiguações, já que, como asseverado, vêm lacrados pelo MAPA, o órgão competente para fiscalização.
A lotação, tanto em caminhões, quanto no navio, obedece aos ditames do Código Sanitário de Animais Terrestres, instituído pela OIE, bem como o protocolo de sanidade animal estabelecido com a Turquia pelo Departamento de Saúde Animal – DSA, criticar o transporte por espaço, movimento ou balanço chega a ser anedótico.
Os bovinos são alimentados e dessedentados regularmente, havendo quantidade de ração suficiente a bordo por segurança, pois a margem de lucro depende do peso, obviamente. Os cochos são dimensionados segundo os preceitos legais e a profissional mesmo relata a dessalinização da água para consumo em alto-mar, embora reconheça que estivessem adquirindo água durante a ancoragem.
Ao finalizar o parecer a firmatária elenca as Cinco Liberdades do Bem-estar Animal, preconizadas pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária – CFMV para então concluir que o transporte, qualquer transporte de animais vivos, rodoviário ou marítimo, causariam crueldade e sofrimento aos novilhos. Diante deste desfecho radical, é de se indagar como será que ela imagina que a carne chegue às gôndolas dos supermercados? A solução, decerto, seria o retorno das tropeadas, mas disto a signatária sequer deve tomar conhecimento do que seja.
Há notícias de que ONG’s digladiam-se para ingressarem com uma enxurrada de ações análogas, distribuídas nas comarcas dos portos em que embarcam cargueiros de gado, infelizmente.
Realmente a preocupação ética com o bem-estar animal tem sido crescente e recorrente, tanto para ecologistas, quanto para pecuaristas conscientes, como para a sociedade civil. Na onda do que seria política e ambientalmente correto os criadores de gado têm sido apontados, equivocadamente, como malfeitores, quando, em verdade, vencem diariamente diversos desafios, recebendo um passivo ambiental que não promoveram.
A exportação de gado em pé, o transporte marítimo em navios boiadeiros, é uma excelente alternativa para os fazendeiros, contudo a intervenção do Judiciário, sem embasamento técnico capacitado, autêntico e imparcial, causou interrupção e alarde desnecessário em atividade exercida há quinze anos, considerado erro grosseiro, que só pode ser atribuído ao desconhecimento, pela formação urbana de alguns operadores do Direito, não conseguindo dimensionar a verdade do campo.
Discutir a padronização de normas operacionais e protocolos para esta atividade deveria ser um compromisso de parte a parte, dando transparência e desburocratizando a exportação de gado vivo, respeitando o bem-estar animal, incentivando o produtor rural e amplificando o agronegócio do Brasil, no caminho para prosperar e transformar o país no tão almejado “celeiro mundial”!


Alexandre Valente Selistre – Advogado agrarista, Especialista em Direito Agrário e Ambiental aplicado ao Agronegócio pelo I-UMA e produtor rural. É membro da União Brasileira dos Agraristas Universitários – UBAU.

Direito Agrário

Produtores minimizam riscos para embarque de gado em pé no Rio Grande do Sul

Podem respirar aliviados os produtores gaúchos e exportadores que hoje contam com 13 mil cabeças de gado em quarentena e sendo preparados para o embarque em cidades próximas ao porto do Rio Grande. A ordem da Justiça, emitida no dia 2, que impedia um navio com mais de 25 mil animais da Minerva Foods de deixar o porto de Santos, foi desfeita e não deverá se repetir. O sinal verde, obtido por meio do Ministério da Agricultura na segunda-feira, permitiu a viagem. O navio já deixou o porto, mas ficaram prejuízos no caminho e preocupação no mercado. Ainda que representantes do setor assegurem que a decisão judicial obtida pela ONG Fórum Nacional de Proteção Animal determinando o desembarque dos bovinos destinados à Turquia tenha sido um caso isolado, os danos causados não foram poucos. "Para o Brasil, fica mais um prejuízo à imagem do País, assim como ocorreu com a Operação Carne Fraca. Mas ainda maiores são os prejuízos da Minerva Foods. Apenas um dia a mais de navio ancorado custa cerca de US$ 100 mil para a empresa. Sem contar multas por atrasos na entrega e outras penalidades", alerta o presidente da Associação Brasileira de Exportadores de Animais Vivos (Abreav), Ricardo Barbosa. O executivo estima que cerca de 30 mil bovinos estão prestes a serem embarcados no Brasil com destino a outros países nos próximos dias, especialmente à Turquia. Atualmente, o mercado turco é o maior destino do gado em pé vendido no Brasil. No Rio Grande do Sul, segundo o diretor do Departamento de Defesa Agropecuária (DDA) da Secretaria da Agricultura, Antônio Carlos de Quadros Ferreira Neto, o trabalho segue normal nos cinco pontos de realização de quarentena de bovinos que serão exportados nos próximos dias em Rio Grande. "Temos mais de 13 mil animais em observação. No ano passado, o Estado embarcou cerca de 60 mil bovinos, quase todos para o Turquia, um volume recorde", afirma. Presidente da Federação da Agricultura do Estado (Farsul), Gedeão Pereira classifica o caso ocorrido em Santos como um absurdo e minimiza os riscos de que possa ocorrer algo semelhante novamente. "Mas nosso departamento jurídico está atento a qualquer coisa que por ventura ocorra para evitar problemas", assegura o dirigente. 
fonte: - Jornal do Comércio 

terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

Brasil como principal fornecedor de carne bovina para o mundo nos próximos 10 anos

Oferta de carne bovina cresce mais que demanda em 2018, mas margens para pecuária seguem positivas
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Adolfo Fontes, analista do Rabobank, conversou com o Notícias Agrícolas nesta terça-feira (06) para destacar que, assim como apontavam as expectativas, o ano de 2018 tende a ser mais positivo para o mercado de boi no Brasil.
Em janeiro deste ano, as exportações tiveram um salto de 15% em relação ao mesmo período de 2017, fruto de uma necessidade de aquisição dos compradores internacionais, sobretudo a China, Hong Kong e o Egito, este último que teve uma recuperação no segundo semestre e dobrou as compras.
A Rússia, contudo, ainda é um problema relevante para o mercado de proteína animal do país como um todo. Segundo Fontes, por este fator se tratar de uma questão geopolítica, é difícil traçar com certeza o momento no qual este ponto sofrerá uma alteração, mas o Brasil deve receber uma Comissão Sanitária do país para buscar uma resolução para o caso.
Tudo indica que o crescimento das exportações pode ser de mais de 10% no ano. Juntamente com o crescimento da produção mais lento, a representatividade brasileira no mercado exportador também pode ser ampliada. Ainda há negócios pendentes a serem firmados com os Estados Unidos, bem como o acordo entre o Mercosul e a União Europeia.
No mercado interno, a inversão do ciclo pecuário fará com que a oferta continue a crescer ao mesmo tempo em que a demanda por carnes também aumenta , refletindo a recuperação econômica presente no país. Nos últimos anos, o consumo per capita teve uma queda de 3kg, resultando em 36kg per capita. 2018, juntamente com 2019, deve ser fundamental para fazer com que os patamares voltem a estar próximos de 39kg per capita.
Os frigoríficos reabrem plantas e aumentam a sua capacidade de abate porque a oferta não é só uma previsão: ela ocorre no mercado de fato. Do lado dos produtores, por mais que os preços da arroba se mostrem mais baixos do que foram vistos anteriormente, o poder de compra é maior.
Por: Aleksander Horta e Izadora Pimenta
Fonte: Notícias Agrícolas

Carga viva: Brasil tem 100 mil animais em quarentena para exportação

Segundo o ministro Blairo Maggi, lote deve ser embarcado nos próximos dias e tem como destino países islâmicos


boi_gado_pecuaria_bovino_criacao (Foto: Robispierre Giuliani/Ed. Globo)
Os terminais portuários brasileiros devem embarcar nos próximos dias 100 mil animais vivos rumo a destinos estrangeiros. Em entrevista à Globo Rural, o ministro da Agricultura e Pecuária, Blairo Maggi, disse que esse é o tamanho do lote atual que está em quarentena em diversas fazendas do país. O ministro não deu detalhes sobre data nem locais de embarque dos animais, mas ressaltou que a operação é regulamentada pelo governo há anos. Na semana passada, a Justiça de São Paulo atendeu a um pedido de organizações de proteção e defesa animal e suspendeu as exportações de animais vivos em todo o território nacional. O caso ganhou força depois que o navio NADA atracou no Porto de Santos e embarcou mais de 25 mil animais vivos, com destino à Turquia, principal país comprador deste tipo de carga.
Segundo Maggi, o mercado de animais vivos no Brasil gira em torno de 600 mil cabeças por ano. “Nós procuramos esses mercados [no exterior], abrimos e são mercados importantes para a pecuária brasileira. Temos aí mais de 100 mil bois em confinamentos e estações de quarentena para serem exportados nos próximos dias. São navios que vão chegar e não podemos parar com tudo isso”, disse.
O mercado de animais vivos é disputado no exterior por Brasil, Argentina, Uruguai, Estados Unidos, Austrália e Nova Zelândia. Os compradores, segundo Maggi, são os países islâmicos, que fazem o abate halal, respeitando algumas regras. A pessoa que mata o animal, por exemplo, precisa ser muçulmana. Além disso, lembra o ministro, há também países que não tem estrutura para receber carne congelada.
“Existem dois mercados que compram assim, é o halal, que, no caso a Turquia, prefere fazer o abate deles lá e não comprar a carne já pronta, congelada. E também alguns outros países que não têm uma cadeia de frio ainda completa, não conseguem guardar essa carne. Então eles compram os animais vivos e interiorizam os animais, levam para a zona de consumo e lá vão abatendo. Esses dois mercados são importantes”, explica Maggi.
Dados do Agrostat, sistema do governo com estatísticas de exportações, mostram que no ano passado o Brasil faturou 32% mais com as vendas de animais vivos. O negócio gerou ao país US$ 276 milhões (cerca de R$ 890 milhões).
fonte: Globo Rural

Principais indicadores do mercado do boi –05-02-2018

Tabela 1. Principais indicadores, Esalq/BM&F, margem bruta, câmbio
02/02/18Diferença
01/Fev26/Jan02/Jan/18
Boi Gordo – Esalq/BM&F à vistaR$ 146,000,33%0,55%0,07%
Bezerro – Esalq/BM&F à vistaR$ 1.142,40-0,33%-1,40%-0,55%
Margem bruta na reposiçãoR$ 1.266,600,93%2,38%0,64%
Boi Gordo – em dólaresUS$ 45,55-0,70%-1,36%2,06%
DólarR$ 3,211,04%1,94%-1,95%
Fonte: Esalq/BM&F, Bacen, elaboração BeefPoint
O indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo apresentou alta de 0,33%, nessa sexta-feira (02) sendo cotado a R$ 146,00/@. O indicador a prazo foi fechado em R$ 147,22.
Gráfico 1. Indicador Esalq/BM&FBovespa bezerro à vista x margem bruta
O indicador Esalq/BM&F Bezerro apresentou baixa 0,33%, cotado a R$ 1142,40/cabeça nessa sexta-feira (02). A margem bruta na reposição foi de R$ 1266,60 e apresentou alta de 0,93%.
Gráfico 2. Indicador de Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista em dólares e dólar
Na quinta-feira (02), o dólar apresentou alta de 1,04% e foi cotado em R$ 3,21. O boi gordo em dólares registrou desvalorização de 0,70%, sendo cotado a US$ 45,55. Verifique as variações ocorridas no gráfico acima.
Tabela 2. Fechamento do mercado futuro em 02/02/18
Vencimento Fechamento Diferença do dia anteriorContratos em abertoContratos negociados 
Fev/18144,55-0,151.323959 
Mar/18143,90-0,102195 
Abr/18143,65-0,1030 
Mai/18143,70-0,101.673127 
Jun/18144,80-0,1000 
Jul/18147,50-0,8500 
Ago/18148,65-0,8500 
Set/18149,20-0,8500
Out/18150,65-0,851.59579 
Nov/18150,25-0,05100 
Dez/18150,25-0,05800 
Jan/19150,25-0,05150 
Indicador de Preço Disponível do Boi Gordo Esalq/BM&F – Estado de SPIndicador de Preço Disponível do Bezerro Esalq/BM&F – Estado de MS
DataÀ vista
R$/@
A prazo
R$/@
DataÀ vista
R$/cabeça
A prazo
R$/cabeça
25/01/18145,20146,2925/01/181172,531178,13
26/01/18145,20145,5926/01/181158,641158,45
29/01/18146,35147,4329/01/181143,091125,73
30/01/18145,65147,0130/01/181144,801158,58
31/01/18146,00146,2731/01/181144,331172,30
01/02/18145,52144,7901/02/181146,151188,23
02/02/18146,00147,2202/02/181142,401171,03
Fonte: Esalq/BM&F, elaboração BeefPoint.
O contrato futuro do boi gordo para fev/18 apresentou baixa de R$ 0,15 e foi negociado a R$ 144,55 em relação ao dia anterior.
Gráfico 3. Indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista x contratos futuros para fev/18
Acesse a tabela completa com as cotações de todas as praças levantadas na seção cotações.
Tabela 3. Atacado da carne bovina
02/02/18Diferença
01/Fev26/Jan02/Jan/18
Traseiro (1×1)R$ 11,802,61%2,61%-10,61%
Dianteiro (1×1)R$ 6,801,49%3,03%0,00%
Ponta AgulhaR$ 6,603,12%3,12%-13,16%
Equiv. FísicoR$ 137,612,33%2,78%-8,04%
Spread Eq. Físico/EsalqR$ 146,0024,07%25,85%-324,33%
Fonte: Boletim Intercarnes, elaboração BeefPoint
No atacado da carne bovina, o equivalente físico foi fechado a R$ 137,61. O spread (diferença) entre os valores da carne no atacado e do indicador do boi gordo foi de -R$ 8,39 e apresentou alta de R$ 2,66 em relação ao dia anterior. Conforme mostra a tabela acima.
Gráfico 4. Spread Indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista x equivalente físico
O Spread é a diferença entre os valores da carne no atacado e do Indicador do boi gordo. Desta forma, um Spread positivo significa que a carne vendida no atacado está com valor superior ao do boi comprado pela indústria, deixando assim esta margem bruta positiva e oferecendo suporte ou potencial de alta para o Indicador, por exemplo.
fonte: BeefPoint