sábado, 28 de junho de 2014

Na ‘Copa do churrasco’, venda de carnes dispara

Grandes frigoríficos reconhecem o aumento significativo durante a Copa do Mundo
A seleção brasileira pode até se despedir precocemente da Copa do Mundo amanhã, mas frigoríficos, supermercados e churrascarias já têm motivos para comemorar. Quando o juiz autorizar o início da partida contra o Chile, em confronto válido pelas oitavas-de-final, muitos brasileiros – e também estrangeiros – acompanharão a disputa com apreensão, mas também com muita cerveja e carne à mesa.
Ainda que não seja um movimento capaz de alterar a tendência estrutural de consumo de carne bovina no Brasil e provocar uma disparada nos preços, a Copa do Mundo estimulou de maneira significativa a demanda por carne bovina, reconhecem grandes frigoríficos consultados pelo Valor.
O saldo do torneio realizado pela Fifa também é positivo para as redes varejistas e churrascarias que trabalham com sistema de rodízio. Mas há também aqueles que se queixam, especialmente pelo menor movimento nos restaurantes do país durante os frequentes feriados.
Copa do Mundo estimulou de maneira significativa a demanda por carne bovina (Foto: reprodução)
“Houve uma melhora muito significativa nas vendas de carne bovina nas cidades-sede”, afirma o gerente-executivo de inteligência de mercado da Minerva Foods – terceira maior produtora de carne bovina do Brasil -, Leonardo Alencar.
De acordo com Alencar, as vendas de carne bovina a partir dos centros de distribuição que a Minerva tem em São Paulo e Belo Horizonte, cidades-sede da Copa do Mundo, cresceram “bastante” a ponto de “corrigir” a sazonalidade das vendas de carne bovina em junho, mais baixa.
“Historicamente, o consumo interno de carne bovina começa a melhorar em julho. Neste ano, corrigiu o período de consumo positivo para junho”, diz Alencar. Segundo ele, o atual período de Copa do Mundo fez com a empresa tivesse mais “quatro Dia das Mães” sob a ótica da demanda por carne bovina. Tradicionalmente, o Dia das Mães é o segundo principal de maior consumo de carne bovina do Brasil, atrás das festas de fim de ano, afirma Alencar. Ele afirma, ainda, não ter como “mensurar” o volume vendido no período.
Para a Marfrig (São Paulo/SP), segundo maior frigorífico brasileiro e patrocinadora da Copa do Mundo, o torneio também tem efeitos positivos, ainda que de maneira localizada. “Houve um aumento grande na demanda de carnes para o segmento de food service [alimentação fora do lar], principalmente das churrascarias”, afirma Rodrigo Vassimon, diretor comercial da divisão Marfrig Beef.
No varejo, diz ele, também houve uma evolução nas vendas de cortes de carne bovina para churrasco – picanha, contrafilé, maminha, entre outros. A avaliação é corroborada pela rede varejista Walmart. Segundo a companhia, as vendas dos cortes para churrasco da companhia cresceram 20% em junho, ante o mesmo período de 2013. Em véspera de jogos do Brasil, o efeito é ainda mais notável, e as vendas crescem 50%, de acordo com o Walmart. Amanhã, esse efeito deve ficar ainda mais claro. Será o primeiro jogo da seleção brasileira em um fim de semana.
Na rede de churrascarias Fogo de Chão, o entusiasmo é quase que incontido. “A Copa está sendo muito benéfica para o Fogo de Chão”, diz o presidente de operações da rede no Brasil, Jandir Dalberto, que também salienta o alto consumo de bebida alcóolica. A rede tem nove lojas no país, todas em cidades-sede – cinco em São Paulo, e uma nas cidades do Rio de Janeiro, em Brasília, Salvador e Belo Horizonte.
O presidente do Fogo de Chão diz que as vendas aumentaram, em média, 40% nas lojas da rede em São Paulo e mais de 60% nas outras lojas. “No dia anterior e no dia posterior de jogos, o aumento chega a dar 70%”, ressalta ele, que acrescenta ter se antecipado a forte demanda. Segundo Dalberto, a empresa firmou, em maio, um contrato de fornecimento de 350 toneladas de carne bovina para os meses de junho e junho. Normalmente, a empresa compraria 320 toneladas de carne.
O consumo peculiar de alguns estrangeiros também “impressionou” o Fogo de Chão. Na já célebre partida em que a Alemanha goleou o seleção portuguesa do melhor do mundo Cristiano Ronaldo, em Salvador, “o consumo de carne de porco foi coisa fora do normal”, diz Dalberto. Ele também destaca a predileção dos colombianos pela carne de frango. No último fim de semana, os jogadores da seleção da Colômbia comemoraram a conquista da vaga nas oitavas-de-final em um restaurante da rede em São Paulo.
De certa forma, o entusiasmo do Fogo de Chão, que atua no sistema de rodízio, contrasta com as avaliações de empresários ligados a restaurantes com serviço à la carte. De acordo com o presidente da Associação Nacional de Restaurantes, Cristiano Melles, muitos jogos ocorrem exatamente na hora do almoço, o que reduz a demanda.
“Tem incremento nos bares e o churrasco em casa deve ter aumentado, mas o movimento é menor nos restaurantes”, diz. A mesma avaliação é compartilhada por Belarmino Iglesias, presidente do conselho de administração da rede de restaurantes Rubayat. “O que notamos é o pico de consumo está concentrado, mas não houve aumento de demanda por causa da quantidade de feriados”, diz ele.
Entre os analistas do setor de carnes, também há alguma cautela, ainda que o preço médio da carne bovina tenha aumentado 2% em junho, segundo levantamento do Cepea (Piracicaba/SP). De acordo com o analista César Castro Alves, da consultoria MB Agro, o preço não subiu além do que era esperado.
Ele pondera que não é possível dizer que a Copa foi responsável pelo pequeno aumento do preço da carne bovina, uma vez que as exportações brasileiras, que representam cerca de 25% de produção nacional de carne bovina, seguem aquecidas. Já José Vicente Ferraz, da Informa FNP, diz que ainda que haja aumento nas vendas nesta época, é preciso observar que o efeito no volume total consumido no país é pequeno.
Mas analistas também reconhecem que essa demanda provocada pela Copa do Mundo tem pontos favoráveis, uma vez que a oferta de gado bovino é elevada, um fator de pressão sobre as cotações. No entanto, o que se viu recentemente foi um aumento, ainda que moderado, do preço da carne bovina.
 Fonte: Valor Econômico, adaptado pela equipe feed&food.

Em 20 anos, 30% das propriedades rurais devem mudar de mãos, diz SRB

Análise foi feita no lançamento da etapa de MS do Circuito Expocorte.
Para fazer sucessores, produtor deve fazer reengenharia no negócio


Consultor em gestão de projetos para a pecuária de corte da SRB, Francisco Custodio Vila (Foto: Anderson Viegas/Do Agrodebate)Consultor em gestão de projetos para a pecuária de corte da SRB, Francisco Custodio Vila
(Foto: Anderson Viegas/Do Agrodebate)
Em um período de 15 a 20 anos, por conta da falta de sucessores e por opção econômica, cerca de 30% das propriedades rurais brasileiras devem mudar de mãos. A disponibilização dessas áreas no mercado vai provocar uma verdadeira revolução no agronegócio do país, que tem de começar a se preparar para lidar com esse panorama e ainda com a pressão por melhorar sua qualidade, ampliar sua preocupação ambiental e com a redução da oferta de mão de obra.
Segundo Vila, para que o produtor rural brasileiro mostre a seus filhos e netos que sua propriedade rural pode ser um bom negócio, fazendo com que se tornem seus sucessores em vez de abandonar o campo, é preciso que ele faça uma reengenharia em seu empreendimento rural.A avaliação da perspectiva futura do agronegócio brasileiro foi feita na manhã desta quinta-feira (26), na sede da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul(Famasul), em Campo Grande, no lançamento da etapa estadual do Circuito Expocorte. O autor foi o consultor em gestão de projetos para a pecuária de corte da Sociedade Rural Brasileira (SRB), Francisco Custodio Vila. Ele responde também pela coordenação de conteúdo do evento.
“No passado a disponibilidade de terra era a principal questão para a agricultura e a pecuária. Hoje a terra se tornou um importante ativo, mas também existem fatores econômicos, sociais e ambientais. Devemos produzir mais, com a mesma ou até com a redução de áreas e, para isso, a incorporação de tecnologias ao processo produtivo é fundamental”, avaliou.
Coordenador do Circuito Expocorte, Moacyr Seródio (Foto: Anderson Viegas/Do Agrodebate)Coordenador do Circuito Expocorte, Moacyr Seródio
(Foto: Anderson Viegas/Do Agrodebate)
Neste contexto de transformações, para preparar o pecuarista para este novo cenário, é que Vila comenta que está sendo realizado o Circuito Expocorte, evento que com cinco etapas realizadas nos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Roraima, Tocantins e Minas Gerais, quer levar tecnologia e discussão para polos de produção pecuária.
Em Mato Grosso do Sul, o evento será realizado no Centro de Convenções Albano Franco, entre os dias 30 e 31 de julho. Segundo o coordenador do circuito, Moacyr Seródio, além de uma programação básica realizada em todas as etapas que discutirá temas como cenários e tendências do mercado, desafios da cadeia produtiva, gestão, sucessão, mão de obra, aspectos jurídicos, genética, nutrição e pastagens, o evento contará também com debates de questões locais, como, por exemplo, a implantação do Cadastro Ambiental Rural (CAR), entre outras.
“O evento é focado no negócio, porque o produtor tendo informações sobre como gerenciar melhor seu negócio, vai ter ferramentas para buscar a inovação e a tecnologia, que são fundamentais para que ele permaneça e evolua na atividade”, comenta Seródio.
O secretário estadual de Desenvolvimento Agrário, da Produção, da Indústria, do Comércio e do Turismo (Seprotur), Paulo Engel, destacou durante o evento a importância da pecuária para o crescimento de Mato Grosso do Sul e lembrou de iniciativas de sucesso no desenvolvimento da atividade, como o projeto novilho precoce, que conseguiu reduzir o tempo médio de abate dos animais.
Presidente da Famasul, Eduardo Riedel, no lançamento do Circuito Expocorte em MS (Foto: Anderson Viegas/Do Agrodebate)Presidente da Famasul, Eduardo Riedel, no lançamento do Circuito Expocorte em MS
(Foto: Anderson Viegas/Do Agrodebate)
Por sua vez, o presidente da Famasul, Eduardo Riedel, lembrou que a pecuária é um legado do agronegócio para Mato Grosso do Sul, pela importância que teve e tem no crescimento do local, mas ressaltou que os produtores não podem abrir mão dos investimentos em inovação e tecnologia, para assegurarem que a atividade esteja sempre na vanguarda entre as cadeias produtivas do estado e do país.
fonte: G1

Resultados da Pesquisa: qual será preço do boi gordo de junho a outubro de 2014?

Começamos há duas semanas, no dia 11 de junho, uma enquete sobre qual será o preço do boi gordo SP nos meses junho-julho-agosto-setembro-outubro de 2014? Até segunda-feira recebemos mais de 270 respostas de 21 estados do Brasil. Confira os resultados.
Vale lembrar que ao publicar essa enquete, nos baseamos nos valores dos preços do mercado futuro de cada mês, criamos uma série de faixas acima e abaixo desse valor, para os meses de junho-julho-agosto-setembro-outubro.
Gráfico 1. Qual sua sensação / sentimento para o preço do boi gordo no final de junho de 2014 (preço em SP)?
Captura de Tela 2014-06-26 às 12.53.42
Para junho de 2014, a expectativa foi de manutenção da arroba nos patamares de hoje, entre R$120 e R$124 com 48% das respostas (133 respostas). Com 27% de escolha, 76 leitores acreditam que a arroba tem espaço para subir e ficar entre R$125 e R$130. Observa-se que 31% dos leitores indicaram uma faixa de preço acima do que apontava hoje o indicador do mês de junho, de R$ 122,13/@.
Gráfico 2. Qual sua sensação / sentimento para o preço do boi gordo no final de julho de 2014 (preço em SP)?
Captura de Tela 2014-06-26 às 12.54.33
As perspectivas para julho são de alta comparadas às de junho. A faixa do valor da arroba escolhida pela maioria foi a de R$125 a R$129, 36% (ou seja 99 respostas), vale ressaltar que uma parcela considerável também acredita que o preço irá  se manter em entre R$120 e R$124 – assim como o mês de junho-  29% (ou 81 respostas) prevêm essa faixa de preço. Vale ressaltar que 53% dos leitores apontaram uma faixa de preço acima da que indica o contrato futuro desse mês. Hoje o contrato de julho vale R$123,81/@.
Gráfico 3. Qual sua sensação / sentimento para o preço do boi gordo no final de agosto de 2014 (preço em SP)?
Captura de Tela 2014-06-26 às 12.56.11
As expectativas dos leitores para agosto são que 39% (ou 106 respostas) acreditam em uma faixa de preço da arroba nos patamares de R$125 e R$129. Hoje o contrato futuro do boi gordo para agosto foi negociado a R$125,10/@, ou seja, 25% dos leitores esperam uma faixa de preço mais alta que o valor atual do contrato.
Gráfico 4. Qual sua sensação / sentimento para o preço do boi gordo no final de setembro de 2014 (preço em SP)?

Captura de Tela 2014-06-26 às 12.57.10
As perspectivas para agosto se mantém em setembro, ou seja a faixa do valor da arroba escolhida pela maioria foi a de R$125 a R$129, 38% (ou 105 respostas). O sentimento de 34% dos leitores para o mês de setembro foi acima da faixa apontada hoje pelo contrato futuro para o mês de setembro que foi negociado a R$ 126,05/@.
Gráfico 5. Qual sua sensação / sentimento para o preço do boi gordo no final de outubro de 2014 (preço em SP)?
Captura de Tela 2014-06-26 às 12.59.48

A expectativa para outubro é de alta comparada à dos meses anteriores. A faixa do valor da arroba escolhida pela maioria foi a de R$130 a R$134, 38% (107 respostas). Hoje o contrato futuro para o mês de outubro foi negociado a R$ 127,77, valor abaixo da expectativa de 58% dos leitores.
Comentário BeefPoint sobre a enquete: Interessante notar que há bastante gente otimista em relação aos preços do boi gordo para os próximos meses. Há muita gente que acredita que os preços da arroba do boi gordo subirão em relação aos valores hoje negociados no mercado futuro.
Veja a opinião dos leitores
O preço vai oscilar em função da entressafra, a escassez e oferta dos confinamentos, além da oscilação do valor do dólar. Jair da Costa de Gurupi-TO.
Acho que haverá uma variação de preço enorme entre Pará e São Paulo, afinal as boiadas começarão sair agora no Pará, pois as estradas estavam intransitáveis e agora haverá um fluxo de saída muito grande  de bois e o preço vai despencar tanto que já está em R$ 110,00, 30 dias  e R$ 108,00  à vista para embarque em exportação no navio. Creio que no fim de julho estará entre 96,00 e R$ 100,00 ou menos ainda, pois houve muito represamento e acúmulo de boi no interior do PA e as exportadoras vão se aproveitar disso”. Eduardo Bonetti de Goianésia do Pará-PA.
O mercado poderá até diminuir a demanda, mas a oferta de boi terminado será bem menor e os confinamentos não sustentam o mercado interno e as exportações. José Carlos Teixira de Xinguara- PA.
Sou pecuarista em MT e GO e acho que tem muito pouco boi gordo e o custo do bezerro e insumos estão muito altos. Aparecido Dias.
Junho teve ligeira alta motivada pelo consumo dos eventos da copa do mundo. Julho ainda terá um pequeno reflexo do baixo estoque, porém agosto, setembro teremos uma “ressaca brava”, e uma queda históriaca em outubro. Osvaldo de Moraes.
Com a estiagem o boi de pasto retardou sua saída. O boi magro que está sendo confinado está bem no início, com poucas semanas de trato. Outros confinadores estão com seus espaços em aberto devido ao alto custo de reposição. Os insumos estão em alta, mas a demanda interna e externa está ótima, acredito que isso se mantenha até a eleição, porque o governo está disfarçando a verdadeira situação da economia, para não perder o poder. Marcos Rovesta.
A pecuária passou por anos difíceis com isso o pecuarista vendeu mais para pagar as contas. Com a lavoura entrando nas áreas de pastagem os grandes grupos e frigoríficos poderão não aguentar confinar. O boi perdeu pela metade seu poder de barganha, sem falar que desde 2009 só agora o boi corrigiu um pouco, acredito que mercadoria na entressafra vai ficar difícil demais e ano que vem pior. Silvio Busnardo de Novas Crixás-GO.
Irá haver escassez de bois terminados no mês de agosto e setembro, voltando a normalidade nos meses de outubro e novembro. Aloísio Otávio, de Unaí-MG.
Talvez este ano seja atípico, pelo advento da copa do mundo, e sem restrições à exportação de carne bovina brasileira, considero que em 2014 seja um ano muito satisfatório para o mercado. Gustavo Álvares de Machados-PE.
Vejo duas situações contraditórias: Uma pressão de alta em função do maior abate de matrizes nos últimos anos que se reflete em menor oferta no presente. Pelo lado da contenção dos preços temos: - economia brasileira em declínio, refletindo no poder aquisitivo; -pressão sobre o câmbio para conter a inflação; - concorrência com carnes de suínos e aves, que terão menor pressão de custos com alimentação. Jaime Bunge de São Paulo-SP.
Existe uma escassez muito grande de bois terminados no mercado, associado ao grande e elevado número de abate de fêmeas, portanto a arroba do boi alcançará bons preços. Claúdio José de Fernandópolis.
A pouca oferta segurou os preços para os produtores em níveis elevados neste período de safra, ao ponto de nos permitir acreditar em preços ainda melhores nos meses seguintes, na entressafra. Outro aspecto que deve ser observado é a fraca concorrência e a forte demanda frente ao preços de gôndola, permitindo, ainda, pequenos ajustes para os consumidores finais. Aparecido Pereira.
Com as chuvas que ocorreram no centro oeste brasileiro, os pecuaristas já estão segurando o boi porque suas invernadas estão todas verdes. E se o Brasil continuar indo bem na copa, haverá uma demanda forte e aí vai funcionar a lei da oferta e da procura. Após à copa, o movimento das eleições tende à aumentar, e consequentemente teremos mais dinheiro em circulação, aquecendo ainda mais o mercado. Daniel Bertonci de Arapongas-PR.
Se o preço da arroba estiver estável, até o mês de outubro, entrará em 2015 com preço relativamente igual ou em alta. Devido a estacionalidade do ano de 2014. Fernando de Sousa Pires de Gurupi-TO.
Não acredito em alta expressiva no preço do boi, já que nos dias de hoje praticamente não tem entressafra. O grande números de animais suplementados durante o inverno, seja, semi-confinado ou confinado, não faltam animais para abate e o número de confinamento cada dia é maior. O mercado consumidor é quem vai ditar as regras. Luiz Fernando, de Presidente Prudente-SP.
O preço da carne vai subir sob influência do capital derramado no período da copa e depois pelo dinheiro liberado durante as campanhas políticas, isso vai cegar a realidade do poder de compra antes limitado pelo valor do salário mínimo. A baixa percepção da realidade, pelo lado da população, e o alto custo do confinamento vão alavancar os preços, são fatores internos que justificarão os fatos. Adolfo Carneiro de Frutal-MG.
Em Rondônia o mercado de boi gordo caiu no mês passado, mas permanece estável, desde então. A oferta está restrita, e o produtor ainda consegue segurar os animais no pasto, pois houve bom volume de chuvas até o momento. O mercado de reposição teve aumento de 30% desde o começo do ano, batendo R$ 930-950, nesse mês, diminuindo o poder de troca do pecuarista. No ano de 2013 tivemos altos índices de abates de fêmeas, chegando a ser superior ao abate de machos no município de Novo Horizonte, a oferta segue restrita, pois as áreas ocupadas com bovinos vem perdendo espaço para agricultura em todo estado, como consequência o rebanho bovino diminuiu cerca de 100 mil cabeças comparado com o mesmo período do ano passado. Jasson Frank de Novo Horizonte do Oeste, Rondônia.
Comentário BeefPoint: Muito Obrigado a todos que participaram da Enquete BeefPoint, obrigado por contribuirem com sua percepção e ajudar a tornar a informação de mercado mais consistente.
fonte: Beefpoint

quinta-feira, 26 de junho de 2014

Leve pressão de baixa no gado gordo no Rio Grande do Sul

O preço do boi gordo teve compras em média R$0,10/kg abaixo do que se via na semana passada, mas ainda há pouca oferta e o volume de negócios a preços menores é pequeno.
Na semana anterior, as cotações variavam entre R$8,80 e R$9,10/kg de carcaça, a prazo. Já esta semana, giram entre R$8,70 e R$9,00, nas mesmas condições.
A situação de pouca capacidade de carga de boa parte das pastagens ainda é o principal causador da pouca oferta de animais terminados. Onde estas já têm boas condições, na maioria dos casos, os animais ainda não estão prontos para o abate.
A disponibilidade de alimento para o gado nestas pastagens deve melhorar nas próximas semanas.
A vaca gorda gira entre R$8,40 e R$8,60/kg de carcaça, também R$0,10/kg a menos que na semana anterior.
A maioria das escalas está entre 2 e 4 dias úteis.
A expectativa é de que esse padrão de preços se mantenha até meados de julho, quando a oferta de animais terminados tende a aumentar.
Reposição
O gado magro (ou gado de reposição) continua com pouca oferta, com exceção de terneiros machos. A categoria está com as cotações pressionadas (entre R$4,30 a R$4,70kg), em função da boa oferta e pouca procura.
A demanda por vaca de invernar está maior que a disponibilidade para negociação. Os preços estão entre R$3,30 e R$3,50/kg.
As cotações dos novilhos giram entre R$4,10 e R$4,40/kg. Sendo os preços maiores mais praticados na região de Pelotas, devido às compras de grandes frigoríficos do Brasil Central, com o intuito de confinar os animais, para produção de cortes nobres e de alto valor agregado.
No restante das regiões do estado, as negociações para esta categoria estão na faixa de preços mais baixa citada acima.
Por Renato Bittencourt

Leilões certificados, modelo a ser consolidado

Fernando F. Velloso 
  • Crédito: Reprodução/FS
    Foi realizado em 21 de maio, o Leilão Certificado Nº1 com a oferta de 3.700 bovinos. Este evento tem grande valor simbólico e histórico, pois marca o início de um trabalho na busca de novas modalidades de comercialização de bovinos no RS e no Brasil. Costumamos citar diversos exemplos da pecuária do Uruguai que poderiam ser usados no Rio Grande do Sul, mas muitas vezes temos dificuldade de sair do campo das discussões e seminários para aplicação prática. Pois bem, a realização deste modelo de leilão liderado pelo Canal Rural é uma ação real de tentativa de mudança e melhoria para nossa pecuária. Os leilões certificados não têm somente o propósito de vender animais em leilões virtuais, mas sim de explorar a diferenciação entre os produtos (bovinos), compreender melhor as características realmente valorizadas pelo mercado e disponibilizar informações contínuas dos resultados e cotações dos animais para os pecuaristas. Os pilares destes negócios são a confiança e transparência nas relações comerciais  e a disponibilidade de informações claras para o setor.
    Neste primeiro leilão foi comercializada 40% da oferta. Pode-se achar que é um resultado ruim. Porém, se observarmos que foram vendidos 1.500 bovinos em um modelo comercial totalmente novo concluiremos que o evento foi exitoso e demonstrou que existe aceitação do mercado por esta ferramenta.
    Já estão programados até o final de 2014 mais quatro leilões certificados e os próximos ocorrerão em 27 de julho (Nº2) e 5 de setembro (Nº3) na Expointer. O nosso desafio agora é dar continuidade a realização destes leilões, pois assim faremos os ajustes necessários, desenvolveremos uma rotina de geração de informações e tornaremos esta ação um fato verdadeiramente transformador em nossa pecuária. A informação tem grande potencial transformador e por vezes duvidamos da sua força. Os leilões certificados serão uma grande fonte de informação para todos envolvidos com pecuária: vendedores, compradores, pecuaristas em geral, indústria frigorífica, agentes comerciais, etc. Este trabalho não pertence a uma leiloeira ou escritório rural, mas sim a um grupo de empresas com disposição para trabalhar de forma integrada. Este é mais um fato positivo e necessário para nossa pecuária: desenvolver o aprendizado de realizar trabalhos integrados e de cooperação.
    O Uruguai desenvolveu esta modalidade comercial com sucesso nos últimos 15 anos e hoje a validade dos leilões certificados já está fora de discussão. O Rio Grande do Sul tem plenas condições de ser pioneiro no Brasil e saltar na frente mais uma vez.

    terça-feira, 24 de junho de 2014

    Empresa agrícola não é obrigada a pagar Funrural, decide TRF-1

    Só é possível tributar o resultado da venda da produção por meio de lei complementar, e não por lei ordinária. Com esse entendimento, a 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região avaliou que empresas agrícolas e agropecuárias estão liberadas de recolher o Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (Funrural), contribuição social fixada a empresas que atuam no campo. A corte condenou a União a restituir todos os valores pagos durante cinco anos por cinco empresas que questionavam a forma como a cobrança foi fixada.
    O Funrural para pessoas jurídicas foi instituído em 1994, pela Lei 8.870, e consiste em 2,5% do valor arrecadado por empregadores rurais na venda de sua produção. Até então, a contribuição social incidia sobre a folha de salários de trabalhadores. O advogado Júlio César Soares, membro da Advocacia Dias de Souza e um dos profissionais que atuaram no caso, sustentou que o resultado da comercialização não é nem faturamento, nem receita. Por isso, seria necessária uma lei complementar para instituir novas fontes de receita para a seguridade social, conforme dispositivos dos artigos 195 e 154 da Constituição.
    A sentença em primeira instância havia julgado o pedido das empresas improcedente, declarando que “a contribuição previdenciária incidente sobre a receita bruta proveniente da comercialização da produção rural tem fundamento de validade no artigo 195, I, da Constituição Federal, pois se insere no conceito de faturamento ali previsto”. A 8ª Turma do TRF-1, porém, reformou a decisão.
    No STF
    Na prática, as autoras conseguiram estender duas decisões do Supremo Tribunal Federal que já haviam considerado inconstitucional a cobrança do Funrural: uma valia apenas para pessoas físicas (RE 363.852, apresentado por fornecedores de bovinos para abate ao frigorífico Mataboi) e outra para agroindústrias (ADI 1.103). Apesar disso, tribunais regionais federais e o Superior Tribunal de Justiça vinham declarando legítima a incidência no caso das agrícolas e agropecuárias, pois o STF tratou sobre outras leis, sem afastar o artigo 25 da Lei 8.870/94.
    O juiz federal Alexandre Buck Sampaio, relator do caso e convocado para compor a Turma, avaliou que o contribuinte — incluindo-se empregadores rurais e cooperativas — “está desobrigado da retenção e do recolhimento da contribuição social, incidente sobre a receita bruta da comercialização da sua produção rural (Funrural), até que legislação superveniente, de natureza complementar, (...) a substitua”.
    “Não estamos, aqui, declarando a inconstitucionalidade [da lei], estamos declarando que [é] aplicável o entendimento do Supremo Tribunal Federal à espécie”, afirmou a desembargadora federal Maria do Carmo Cardoso, autora de voto-vogal. A decisão foi unânime.
    * Texto atualizado às 19h46 do dia 24/6/2014 para correção de informações.
    Clique aqui para ler o acórdão.
    Apelação 0028998-46.2010.4.01.3400
    fonte: Revista Consultor Juridico

    A falta não é só por aqui no RS!!!!

    Baixa oferta do boi gordo eleva preço da arroba
    RURAL BR
     
    Foto: Divulgação
    As cotações da arroba do boi gordo acumulam alta em junho, devido a pouca oferta no mercado. O Indicador Esalq/BM&FBovespa do boi gordo no Estado de São Paulo fechou a semana anterior a R$ 122,46, aumento de 1,33% em relação ao dia 30 de maio. Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), na expectativa de preços maiores, os pecuaristas têm certa resistência em realizar novas efetivações.
    Já os frigoríficos relatam dificuldade para preencher as escalas de abate. Segundo o Cepea, o ritmo de negócios segue lento, reforçado pelos feriados e pelos jogos da Copa, que encerram o expediente do comércio mais cedo em muitas cidades. Essa baixa liquidez resultou em pequenas quedas de preços em alguns dias deste mês.

    CEPEA

    Uruguay tiene que exportar 300 mil cabezas en pie


    La exportación de ganado en pie y su impacto en la ganadería local continúan centrando las mesas de discusión de las principales gremiales agropecuarias.
    Tal es el caso de la federación rural, donde la viabilidad actual de esta herramienta fue analizada en la última sesión. 

    En diálogo con Tardáguila Agromercados, el presidente de la institución, Carlos María Uriarte reconoció que la meta para el país debe ser de exportar 300 mil cabezas de ganado en pie por año, ya que a su juicio "garantizará una agilidad importante al mercado " agregando que "esto se logra con políticas que apunten a fomentar esta práctica que ha demostrado su validez para el productor uruguayo "
    Por otra parte, Uriarte se refirió al precio del dólar, haciendo hincapié en que las autoridades del ministerio de economía deben buscar herramientas que permitan llegar a una cotización de $25, lo que a su juicio es satisfactorio.
    "Tenemos las mejores señales del mercado, y ofrecemos seguridad, pero no somos competitivos con la región" finalizó. 

    fonte: Tardaguila Agromercados