quinta-feira, 26 de junho de 2014

Leilões certificados, modelo a ser consolidado

Fernando F. Velloso 
  • Crédito: Reprodução/FS
    Foi realizado em 21 de maio, o Leilão Certificado Nº1 com a oferta de 3.700 bovinos. Este evento tem grande valor simbólico e histórico, pois marca o início de um trabalho na busca de novas modalidades de comercialização de bovinos no RS e no Brasil. Costumamos citar diversos exemplos da pecuária do Uruguai que poderiam ser usados no Rio Grande do Sul, mas muitas vezes temos dificuldade de sair do campo das discussões e seminários para aplicação prática. Pois bem, a realização deste modelo de leilão liderado pelo Canal Rural é uma ação real de tentativa de mudança e melhoria para nossa pecuária. Os leilões certificados não têm somente o propósito de vender animais em leilões virtuais, mas sim de explorar a diferenciação entre os produtos (bovinos), compreender melhor as características realmente valorizadas pelo mercado e disponibilizar informações contínuas dos resultados e cotações dos animais para os pecuaristas. Os pilares destes negócios são a confiança e transparência nas relações comerciais  e a disponibilidade de informações claras para o setor.
    Neste primeiro leilão foi comercializada 40% da oferta. Pode-se achar que é um resultado ruim. Porém, se observarmos que foram vendidos 1.500 bovinos em um modelo comercial totalmente novo concluiremos que o evento foi exitoso e demonstrou que existe aceitação do mercado por esta ferramenta.
    Já estão programados até o final de 2014 mais quatro leilões certificados e os próximos ocorrerão em 27 de julho (Nº2) e 5 de setembro (Nº3) na Expointer. O nosso desafio agora é dar continuidade a realização destes leilões, pois assim faremos os ajustes necessários, desenvolveremos uma rotina de geração de informações e tornaremos esta ação um fato verdadeiramente transformador em nossa pecuária. A informação tem grande potencial transformador e por vezes duvidamos da sua força. Os leilões certificados serão uma grande fonte de informação para todos envolvidos com pecuária: vendedores, compradores, pecuaristas em geral, indústria frigorífica, agentes comerciais, etc. Este trabalho não pertence a uma leiloeira ou escritório rural, mas sim a um grupo de empresas com disposição para trabalhar de forma integrada. Este é mais um fato positivo e necessário para nossa pecuária: desenvolver o aprendizado de realizar trabalhos integrados e de cooperação.
    O Uruguai desenvolveu esta modalidade comercial com sucesso nos últimos 15 anos e hoje a validade dos leilões certificados já está fora de discussão. O Rio Grande do Sul tem plenas condições de ser pioneiro no Brasil e saltar na frente mais uma vez.

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