sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Industria brasileña presionada, “no hay demanda por un lado, ni oferta por otro”


Tito“La industria brasileña ha perdido 10 mil funcionarios y tiene paralizadas más de 40 plantas en este momento”, señaló Fabiano Tito Rosa de Minerva Foods durante su exposición en BeefExpo.
El zootecnista explicó que Brasil está llegando a los dos dígitos de desempleo y el PBI se coloca en -3%. “La salida debería ser el mercado externo, pero varios de nuestros principales compradores están pasando momentos difíciles también como es el caso de Rusia, Venezuela o Medio Oriente”, detalló.
De todos modos, según Tito Rosa  la debilidad en el mercado interno llevará a que en 2016 se deberá mirar mucho más hacia el mercado externo. Al mismo tiempo, a nivel interno se proyecta un escenario incierto a nivel político, económico e incluso climático. Según datos ofrecidos por el conferencista,  Minerva  exporta 70-75% de la producción que comercializa mientras que Brasil exporta el  20% de la carne que produce.
El representante de Minerva Foods también presentó información sobre la percepción que se tiene a nivel internacional sobre diferentes orígenes de la carne. En este sentido, la carne de Brasil se posiciona similar a la proveniente de India, como una carne categoría “ingrediente” y la proyección de Brasil es situarla como “culinaria” e igualar la posición de Estados Unidos. Mientras tanto, las carnes de Uruguay y Argentina  se colocan como categoría “gourmet” para este estudio.
fonte: Tardaguila Agromercados

“No futuro, a pecuária será questão de business, e não de boi”

“No futuro, a pecuária será questão de business, e não de boi”

Projeção é do consultor em gestão de projetos para a pecuária de corte, Francisco Vila
esta tarde, o painel BeefManagement recebeu Francisco Vila, consultor em gestão de projetos para a pecuária de corte e um dos diretores da Sociedade Rural Brasileira. Ele abriu a oratória falando sobre cogestão e que é preciso encontrar a adequada para cada personalidade do gestor. 
Afirmou também que a arte do gestor no futuro é a lavoura-pecuária, assim como fazer a integração dos processos no sistema produtivo. “É preciso integrar inteligências”, salientou Villa. Ele também apontou os três paradigmas para sobreviver na atividade: gestão, gestão e gestão. Sobre sucessão, ele disse que os mais velhos precisam usar o capital “experiência”, enquanto os mais jovens devem usar o “conhecimento”. “É preciso juntar esses pares e criar uma nova linguagem para dialogar, uma comunicação para dois modelos diferentes de pensar”, explicou.
fonte: BeefExpo

“Carne bovina representa 17% do total que o Uruguai exporta atualmente”

“Carne bovina representa 17% do total que o Uruguai exporta atualmente”

Afirmação é do uruguaio Patricio Cortabarria durante a BeefExpo 2015
Nesta tarde, o uruguaio Patricio Cortabarria, da Associação Rural do Uruguai, proferiu uma palestra sobre a pecuária em seu país durante a BeefExpo 2015. Cortabarria declarou que de 2000 a 2014 o ganho em eficiência por animal tem aumentado recorrentemente. “As exportações de carne tiveram incremento em 300% nos últimos 15 anos. A carne bovina representa 17% do total que o Uruguai exporta atualmente. Apesar de um país pequeno, em 2015 entraremos entre os 10 mais exportadores de carne do mundo e somos parte dos países que definem o negócio da carne”, comenta.
O Uruguaio aponta ainda que União Europeia e China são fortes destinos de envio da carne uruguaia e que a indústria local aposta nesse último mercado para vender cortes de maior valor. Sobre o valor agregado na produção, disse que o país tem um potencial de melhora e trabalha a eficiência da porteira para dentro. “Tem que ser mais eficiente em cada estabelecimento. O desafio está nas fazendas produtoras, apesar disso, os pecuaristas, com uso de tecnologias, estão melhorando suas produções a cada ano, tanto em termos de nutrição, processo de engorda, etc”, discorre.
Como projeção, garante que veem um futuro de oportunidade com a demanda crescente pela por proteína animal. “Nosso país ganhou prestigio no mercado com o trabalho de boas práticas de produção, agora o objetivo é melhorar os níveis de produção e atender a melhores mercados e diminuir impostos”, revela Cortabarria.
fonte: BeefExpo

“Nossa carne é muito vendida, mas muito mal vendida” diz Sérgio De Zen

“Nossa carne é muito vendida, mas muito mal vendida” diz Sérgio De Zen

O pesquisador do CEPEA/Esalq-Usp está na BeefExpo 2015
O painel da BeefManagement da BeefExpo 2015 recebeu o pesquisador dos indicadores de produção, mercado e comercialização de carne bovina do Brasil, Sérgio De Zen, para uma palestra sobre desafios e perspectivas econômicas para a pecuária de corte. Ele disse que estamos vivendo um momento complexo, e que no mercado todos defendem seus próprios interesses. Afirmou também que “nossa carne é muito vendida, mas muito mal vendida”. 
Sobre as perspectivas, Sergio falou que esse é o momento de investir no que é necessário e sugeriu: “Verifique se sua genética é compatível com seu pasto, com seu pessoal, pois não tem receita. Cada empresário tem que fazer a sua análise Você é o responsável, o dono da propriedade”, frisou. Também alegou que não adianta o pecuarista sair da pecuária. Segundo ele, a longevidade da atividade é “imensa e ela perde produtividade porque falta investimento”.
fonte: BeefExpo

“Não basta produzir, tem que distribuir, ter logística e marketing”

“Não basta produzir, tem que distribuir, ter logística e marketing”
Orientação é de Osler Desouzart
Um dos maiores especialistas do mundo em mercado e marketing internacional de carnes, Osler Desouzart está na BeefExpo 2015 que ocorre hoje e amanhã, dia 22 de outubro, em Foz do Iguaçu (22). O especialista ministrou uma palestra no painel BeefManagement e iniciou sua oratória afirmando que o Brasil vencerá a crise e alertou que não basta produzir, tem que distribuir, ter logística e marketing. Salientou que o aumento do consumo da carne será crescente e que esse consumo se concentrará na Ásia (56%), América Latina (16,37%) e África. “Do total, 82% será destinado aos países em desenvolvimento”, reforçou. Osler disse ainda que “a carne de aves virou a Coca-Cola das carnes”, e que elas responderão por 489,7% do aumento do consumo mundial de carnes, seguida pela suína e bovina, que terá crescimento de 15,68%.
Em suas projeções, sugere que em 2024, o Brasil deverá seguir liderando as exportações de carne bovina com 20,3% do mercado. “Vocês querem ganhar dinheiro? Precisam vender cada corte para os países que pagam mais por eles”, apontou. Por fim, ressaltou que o setor da bovinocultura terá que se adaptar: “A carne bovina vai crescer e o Brasil seguirá sendo potência. Agora, do plantel de produtores que temos hoje, apenas 20% dos produtores vão sobreviver, é preciso ser eficiente”, conclui Osler.
Os debates, as apresentações e mesas redondas do Programa Beef Management destacam o mercado brasileiro e internacional de carnes, o futuro da comercialização de proteína bovina no mundo, as flutuações do câmbio e os modelos de sucesso de produção de carne dos criatórios brasileiros.
fonte:BeefExpo

STF pode decidir por inconstitucionalidade do Funrural

O julgamento da legalidade do Funrural ( INSS e RAT) pelo Supremo Tribunal Federal foi adiado. O tema não entrou na pauta desta quinta-feira, como estava previsto e deve ser discutido nas próximas semanas. Se o Funrural for considerado inconstitucional, a decisão do STF vai implicar em redução de carga tributária para produtores rurais.
A advogada Florence Haret, sócia do Instituto IDEA, ressalta que somente terá direito a essa redução da carga tributária imediata e restituição dos valores pagos indevidos, os produtores rurais pessoa física com empregados que entrarem com medidas judiciais (Mandado de segurança ou Ação Judicial).
“A inconstitucionalidade se for julgada hoje implica menor carga tributária, desoneração dos custos das vendas dos produtos agrícolas. É algo extremamente positivo para os produtores”, destaca Florence.
Em entrevista ao Mercado&Cia, a advogada especializada em tributação do agronegócio, chama a atenção para o direito, uma vez declarada a inconstitucionalidade, do produtor  parar de recolher e de pedir o que foi recolhido há cinco anos.
“É fundamental, para ter esses direitos, que entrem com a medida judicial. O tema ainda será objeto de análise novamente em ADI 4395, da ABfrigo. Se declarada ação de inconstitucionalidade, aí sim os efeitos serão imediatos e o produtor rural com empregados poderá deixar de recolher sem a necessidade de ingressar no Judiciário”.
Confira a conversa com a Florence Haret:
fonte: Canal Rural / Blog da Kellen Severo


quinta-feira, 22 de outubro de 2015

COMPRANDO PARA CLIENTE

ESTAMOS BUSCANDO PARA CLIENTE:
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Tipo idade: Anos
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Raça: Cruza Européia
Animal: Novilhos
Valor: R$ 5,20
Cidade: Hulha Negra
Estado: RS
País: Brasil
Observação: Carrapateados e conhecem mio-mio
Imagens do lote

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

CNA inicia gestão de Sistema de Rastreabilidade de raças bovinas

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) iniciou na prática a gestão dos protocolos de rastreabilidade de adesão voluntária de raças bovinas no país. A iniciativa se apoia em parcerias entre a entidade, como gestora, e as associações de criadores, que devem comprovar a origem da raça, repassando aos frigoríficos as garantias de origem necessárias para os serviços de inspeção federal. Assim, a CNA lançou um endereço eletrônico que constarão todas as informações necessárias para consulta sobre os protocolos, disponível: http://www.canaldoprodutor.com.br/frigorificos.
pagina_frigorificos
Desta forma, a CNA vai disponibilizar informações atualizadas sobre todos os protocolos de rastreabilidade aprovados, de maneira a dar aos produtores e frigoríficos dados detalhados sobre os protocolos aprovados. Quem acessar o endereço eletrônico encontrará as associações de raças responsáveis pelos protocolos, telefones, meios de contato, requisitos necessários para a classificação, indicação racial para cada raça e inteiro teor do protocolo e, ainda, a lista de frigoríficos participantes.
Os protocolos, viabilizados após a implementação da Plataforma de Gestão Agropecuária (PGA), desenvolvida pela CNA com o objetivo de formar uma base unificada de dados sobre o rebanho bovino no país, são resultados de anos de negociação e implicam em uma revolução na gestão e identificação das raças bovinas no Brasil. Dois protocolos já foram formalizados sob a gestão da CNA, com as raças Angus e Hereford.
Fonte: CNA, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

Mercado do boi: mudança nas oscilações de preços no RS

O cenário atual, de expansão de área agrícola, tem provocado algumas mudanças nas variações de preços no mercado do boi gordo.
Abaixo temos o gráfico destas variações de 2003 a 2014.
Variação do preço do boi no RS
Fonte: Scot Consultoria / Lance Agronegócios
Temos 2 períodos de alta, de novembro a fevereiro e de maio a julho, e 2 de baixa, março e abril e de agosto a setembro. Em função da oferta de gado, que varia devido à disponibilidade comida.
No gráfico abaixo temos os mesmo dados de 2011 a 2014.
Variação do preço do boi no RS de 2011 a 2014
Fonte: Scot Consultoria / Lance Agronegócios
Percebemos claramente a maior amplitude da variação na época da safra de bois de pastagens, principalmente em função do aumento da área de soja, bem como uma retomada mais vigorosa nos preços após este período.
Em 2015 esta queda foi ainda maior, veja abaixo.
Preço do boi no RS em 2015
Fonte: Lance Agronegócios
Será que em 2015 a retomada de preços de novembro e dezembro terá a mesma amplitude que a queda dos meses anteriores? Acompanhemos nas próximas semanas.
Por Renato Bittencourt

COMO ESCOLHER O TOURO CERTO PARA A TEMPORADA?

Foi-se o tempo em que a escolha nos leilões se resumia ao maior touro da pista. Os critérios para a aquisição de reprodutores evoluíram junto com o próprio melhoramento genético da pecuária nacional, e hoje vão muito além das características fenotípicas, aquelas visíveis ao olho do comprador.
São os dados detalhados de desempenho e produtividade de cada animal que devem estar na ponta do lápis do pecuarista na hora de adquirir um touro melhorador para o rebanho. Uma escolha criteriosa e nada fácil, com mais de 100 opções de eventos durante a tradicional temporada de remates de primavera no Rio Grande do Sul. Comprar de acordo com os objetivos específicos de cada criação é o primeiro passo para o acerto.
Na Wolf Genética, de Dom Pedrito (RS), empresa com 22 anos de seleção da raça Hereford, a pressão de seleção é rigorosa para oferecer animais de ponta ao mercado. De um total de 350 machos produzidos a cada geração, somente os 150 melhores ficam no criatório, divididos em quatro lotes. Os animais com melhores índices e padrão racial mais apurado ficam nos dois primeiros, sendo que metade é usada no próprio rebanho e a outra metade vai à venda.
Em 2014, a média dos touros no Remate Wolf Genética e Pitangueira ficou em R$ 11,9 mil, entre as maiores da raça Hereford na temporada. Para este ano, foram selecionados 45 touros (mais 18 Braford do Grupo Pitangueira). Além de todos os exemplares serem registrados, 90% levam dupla marca e CEIP, o Certificado Especial de Identificação e Produção, emitido pelo MAPA.
A empresa prioriza a produção de animais rústicos e adaptados a diferentes pastagens,  com equilíbrio e consistência genética, segundo a veterinária reponsável, Patricia Wolf:
- Nossa genética é focada em resultados produtivos. Trabalhamos para ter um padrão, sabendo que dentro desse padrão há tipos diferentes, específicos para cada necessidade de criação.
TECNOLOGIA A FAVOR DA SELEÇÃO
A Wolf Genética é uma das pioneiras em terras gaúchas a utilizar a ultrassonografia para avaliação de carcaça do rebanho. Há 17 anos, a ferramenta é usada para a avaliação precisa da área do olho de lombo (AOL), relacionada à quantidade de carne e a espessura de gordura sub-cutânea (EGS) do animal – características fundamentais para a qualidade da carne.
- Além disso, há três anos estamos trabalhando com o Plano de Acasalamento Dirigido (PAD), que serve para determinar o melhor cruzamento para índices específicos, como peso ao nascimento, peso ao desmame e circunferência escrotal – reforça Patricia.
Os dados de cada animal são disponibilizados no catálogo, assim como o resultado da ultrassonografia, realizada poucos dias antes do remate.
A 14ª edição do Remate Wolf Genética e Pitangueira está marcada para o dia 23 de outubro (sexta-feira), a partir das 15h30min, no Sindicato Rural de Dom Pedrito. Os negócios estarão a cargo da Orelhano Agronegócios e Parceria Leilões, com Fábio Crespo no martelo, e a transmissão ao vivo será da Z5 Produções (www.z5tv.com.br).


Fonte: Estela Facchin

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terça-feira, 20 de outubro de 2015

Bom reprodutor = Satisfação (por João Paulo Schneider da Silva)

Por João Paulo Schneider da Silva - "Kaju" (Diretor Comecial da GAP Genética)

Não há o melhor touro, existe o animal mais adequado à fazenda

Quando se desenvolve a seleção genética, cuja missão é comercializar ou disponibilizar produtos agropecuários com diferencial em tecnologia e qualidade, objetivando, além da satisfação do pecuarista, o incremento da produtividade do setor, sempre com respeito ao meio ambiente, fica clara a atenção dada às expectativas do consumidor de touros. 

O touro requer um investimento razoável e, portanto, precisa gerar bons resultados econômicos ao pecuarista. Para que isso aconteça na plenitude, alguns cuidados e preocupações são considerados antes de se recomendar ou adquirir este ou aquele animal, raça ou o número de animais para cobrir uma vacada. 

É imperativo descobrir os objetivos de produção junto ao pecuarista que deseja o reprodutor, conhecer seu sistema de produção, considerar o ambiente onde está localizado, em termos de solo e clima, recursos de infraestrutura e mão de obra disponível. É como um médico quando escuta o paciente, sempre atento a todos os detalhes fornecidos para o diagnóstico, para apenas depois receitar, sem chances de erro, o melhor remédio. 

A diferença é que o médico trata a saúde humana. Transcreve um remédio e a doença logo sara, dependo da complexidade do problema, mas os resultados de um touro só aparecerão depois de muito tempo, nas crias geradas pelo animal. Também é muito importante se colocar no lugar do comprador. Um bom selecionador sempre terá muitos produtos na prateleira, mas nem sempre possui aquela solução buscada pelo invernista. Nesse caso, seria prudente não “forçar” a venda de produtos que apresentem limitações fisiológicas óbvias para determinadas regiões. 

Por outro lado, o comprador de touros deve conhecer claramente as necessidades de sua fazenda. Há pecuaristas que decidem mudar do sistema de recria para a cria do dia para a noite, ignorando os manejos sanitários e nutricionais e a quantidade de mão de obra que a atividade requer. Independentemente da qualidade de touro ou raça, não é preciso ser um expert para saber que essa história não vai ter um final feliz. Inúmeras vezes isso ocorre com produtores desavisados, que procuram touros ótimos para o cruzamento industrial sem ter qualquer conhecimento sobre tal sistema produtivo. Alguns teimosos ainda vão bater na porta de outro fornecedor menos cuidadoso e conseguir os animais. O problema é que o insucesso gerado recairá sempre sobre a raça utilizada, a qual fica taxada de ruim ou que não se adapta ao Brasil. Touros britânicos, por exemplo, não resolvem todos os problemas de uma fazenda pecuária. Há situações em que é prudente optar por um touro sintético ou um zebuíno, dependendo de quão desafiador seja o ambiente. 

Então, apenas após um sério e detalhado diagnóstico seria sábio sugerir o biotipo animal que mais se adapta ao interessado, entrando aí várias nuances da pecuária como subespécie do bovino (britânico, sintético, zebuíno), raça, idade, época de aquisição, quantidade necessária (relação touro/vaca) e até mesmo o padrão de preço do animal (se comercial ou adquirido em leilão). 

Assim como acontece nas invernadas, não existe a melhor raça e sim o indivíduo com a mais perfeita capacidade de transmitir as características desejadas. Seja qual for o animal, preto, branco ou colorido, não existe o melhor touro, o que há é o reprodutor mais adequado à propriedade, em termos de custo e benefício.
Qualidade espermática, bom perímetro escrotal, bons cascos, aprumos e libido são características indispensáveis e observadas por ocasião do exame andrológico. Mas até esse exame, o animal prova-se apenas quanto a sua capacidade de produzir terneiros. E como ficaria a qualidade esperada dos produtos? Nos dias de hoje, felizmente, os programas de melhoramento e avaliação genética já são bem difundidos e os criatórios mais procurados são aqueles que oferecem dados de desempenho de cada animal e assessoram os pecuaristas a interpretar o reprodutor corretamente para usá-lo em seu benefício particular. Com base nessas informações, podemos estimar com bastante acurácia o rendimento superior de touros avaliados em detrimento dos animais sem avaliação ou controle.
Essa maior qualidade será expressa nos bezerros que vão apresentar mais quilos de peso no desmame e no sobreano, maior precocidade na terminação, melhor conformação na carcaça, área de lombo superior (região do contrafilé), marmoreio intramuscular. Enfim, uma série de atributos de importânciaeconômica será extraída de um rigoroso trabalho de seleção, no qual grupos de animais são submetidos a oportunidades idênticas, com as diferenças ambientais isoladas. 

A garantia de qualidade de um reprodutor e a probabilidade de o mesmo transmitir seus genes passam necessariamente pelo rigor com que o selecionador atende as exigências do programa de avaliação genética do qual participa. Outro aspecto a considerar é o tamanho do rebanho submetido ao programa de seleção, pois quanto maior for a base, maiores serão a variabilidade genética e as possibilidades da seleção. Além disso, o tempo de seleção conduz a gerações mais avançadas e mais consistentes geneticamente. 

Resumindo a conversa, a credibilidade e a reputação da empresa que oferece touros é primordial, pois, mesmo com todos esses cuidados prévios, tratam-se de seres vivos, que são parecidos - mas não iguais - e estão sujeitos a quebrar qualquer previsão e estatística. Ganha relevância a compreensão e a parceria entre cliente e vendedor para ajustar acidentes e eventuais prejuízos. 

Antes de escolher um reprodutor no catálogo do leilão ou no shopping da fazenda, é essencial ser criterioso na interpretação das DEPs (diferenças esperadas na progênie), afinal, já é sabido que DEP de desmama é importante para quem produz bezerros, DEPs de peso ao sobreano são boas para quem quer produzir novilhos, assim como habilidade materna e perímetro escrotal são indicadores de fertilidade nas novilhas. Conhecer essas diferenças ajuda a acertar na compra. 

Garantir os resultados através de uma seleção objetiva e criteriosa leva a um vínculo indissolúvel de confiança. Com isso, é possível atender a verdadeira função social do negócio de touros: o incremento da produtividade do setor e a maior produção de carne de qualidade.
Dica essencial para acertar na compra de um bom reprodutor
Vistorie o animal sempre de baixo para cima e de trás para frente. No posterior, estão as carnes nobres do animal. Boa profundidade e arqueamento de costelas são qualidades essenciais para a funcionalidade do reprodutor. Se o animal tem pouco quarto traseiro, aprumo ou umbigo ruins, não é boa coisa. O formato da cabeça é o que menos importa!
UM BOM TOURO PRECISA TER:
  • Exame andrológico completo – bom perímetro escrotal, acima de 32 cm para raças britânicas e maior que 30 cm para raças sintéticas, além de boa libido.
  • Qualidade espermática – concentração, motilidade e vigor dos gametas. O touro precisa ter as melhores notas nos três quesitos. Não adianta ter motilidade e vigor e não ter concentração, ou seja, ter mais líquido espermático do que os espermatozoides propriamente ditos.
  • Bons aprumos – o touro caminha demais atrás da fêmea e quando faz a cópula, todo aquele peso é apoiado apenas sobre os membros traseiros, ele não se apoia na vaca. Então, uma dica ao comprar touros é olhar sempre de baixo para cima, assim já se avalia aprumo, carne e perímetro escrotal. Ainda tem gente que nota a cabeça do animal.
  • Casco – bom é o casco resistente, normalmente os mais escuros. Branco é ruim, por ser mais suscetível à umidade. Não pode ser encastelado nem achinelado. Precisa ter inclinação normal. Animais excessivamente nutridos sofrem deformações no casco por desequilíbrio na dieta, entre as quantidades recomendadas de proteína e energia.
  • Peso adequado – o touro não pode estar excessivamente gordo (acima de 500 kg aos dois anos de idade ou acima de 650 kg aos três anos).
  • Registro Genealógico – é o selo de certificação que o touro é puro e foi inscrito e controlado em associações de raça.
  • Dados de performance positivos – é a garantia de maior produtividade. Exceção é a DEP negativa para peso ao nascimento, que está relacionada com a facilidade de parto.
  • Resistência a ectoparasitas e a plantas tóxicas – no RS, por exemplo, há um capim chamado mio-mio (Baccharis coridifolia), fatal ao animal que não esteja acostumado a ele. O reprodutor também precisa ter nascido em uma zona que tenha carrapato, pois quando adulto adoece na primeira infestação ou contato com o parasita. Compradores e, principalmente, selecionadores devem pensar nesses detalhes.
  • “Educação do touro” – isso está relacionado com o temperamento calmo e pouco reativo quando vai para a propriedade de destino. Reduz a probabilidade de acidentes.
  • Vida útil no rodeio (longevidade) – um reprodutor precisa ter uma longa vida produtiva no rebanho, pois resulta em uma menor taxa de reposição. O tamanho exagerado do prepúcio é comprometedor nesse aspecto.
  • Baixo custo de manutenção – um touro adaptado, com características morfológicas adequadas ao ambiente (ex.: menor comprimento de pelo), tem menos problemas físicos e doenças, mantém o estado corporal ao longo do ano e o resultado reflete-se em gastos reduzidos para mantê-lo.
  • Maior adaptação – prepúcio pesado arrasta no pasto, machuca o touro, que precisa ser curado. Recomenda-se que seja mais recolhido. Nos zebuínos, apresentam-se mais pendulares, britânicos quase não têm. Nas raças sintéticas, no sentido de cruzamento, animais de pelo fino, boa genética e pouco prepúcio são metas. É importante que o ambiente de seleção seja palco de todas as possibilidades e desafios que o reprodutor enfrentará, que não seja de fartura nem de restrição total de alimentos.
  • Raça – touros britânicos são recomendados até certo paralelo (Trópico de Capricórnio), acima dele, o melhor é usar sêmen ou raças mais adaptadas.

Fonte: Publicado na Revista AG

Portal DBO revela os segredos do confinamento do Marfrig em Porto Feliz


Denis Cardoso
O Portal DBO visitou um dos confinamentos da Marfrig, o de Porto Feliz, interior de São Paulo, que tem capacidade estática para 8.000 animais. Conversamos com o diretor de Compras do frigorífico, José Pedro Crespo, que nos revelou a estratégia de engorda intensiva de animais cruzados, voltados para o mercado de carne de alta qualidade.

Fonte: Portal DBO

Marfrig Bagé recebe 88 autos de infração


A MFB Marfrig Frigoríficos Brasil S.A., em Bagé, recebeu, sexta-feira, 88 autos de infração. O documento foi entregue por auditores-fiscais do Trabalho do novo Ministério do Trabalho e da Previdência Social (MTPS).
As autuações correspondem às irregularidades constatadas na empresa, durante a força-tarefa realizada em maio. A planta, que abate bovinos, foi a que ficou mais tempo interditada dentre as vistoriadas pelo MPT. Os problemas referem-se às Normas Regulamentadoras - NRs (três da NR-10: segurança em instalações e serviços em eletricidade, 15 da NR-12: segurança no trabalho em máquinas e equipamentos, 10 da NR-13: caldeiras e vasos de pressão, 1 da NR-35: trabalho em altura, e 46 da NR-36: segurança e saúde no trabalho em empresas de abate de processamento de carnes e derivados) e à Consolidação das Leis do Trabalho - CLT (oito por jornada de trabalho e descanso - intervalos, e cinco por falta de pagamento integral de salários).

Conforme o coordenador do Projeto Frigoríficos do MTPS, Mauro Marques Müller, além da falta de cumprimento de inúmeros dispositivos das normas regulamentadoras de segurança e saúde do trabalhador, foram constados outros aspectos. “Excesso de jornada, intervalos interjornadas abaixo do limite legal; não concessão de descanso semanal; não contabilização, na jornada, das horas de deslocamento para o trabalho; e atuação extraordinária em atividade insalubre, sem autorização do ministério", salienta.

Müller comenta que algumas irregularidades de jornada e descanso geraram cinco autuações por falta de pagamento de salários no prazo legal, prejudicando até 757 trabalhadores. “No conjunto, as autuações poderão gerar a aplicação de R$ 800 mil em multas, após o regular processo administrativo dos autos de infração, através do qual a empresa pode realizar a sua defesa”, enfatiza.

O coordenador informa que a ação não implica em fechamento e paralisação. “Aquela parte da força-tarefa já se resolveu. Daqui para frente, a empresa tem um prazo para se defender. Após, será julgado em Porto Alegre, e, caso seja comprovado, haverá a aplicação da multa”, relata.

A MFB Marfrig Frigoríficos Brasil S.A. se manifestou através de nota, enviada por sua assessoria de imprensa: "A empresa analisará o teor de cada auto de infração e, se cabível, apresentará, tempestivamente, defesa", relata.
fonte: Folha do Sul

Preços médios de gado no Uruguai




fonte: Tardaguila Agromercados

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Cabanha Recalada ANGUS

Balcão de Negócios: é safra de Touros!

Por Fernando F. Velloso 
É chegada a primavera e com ela uma agenda cheia de leilões de reprodutores (especialmente no RS) e de decisões a serem tomadas na renovação dos reprodutores para uso em plantéis (gado registrado) ou em rebanhos comerciais. As rodas de conversa e agora os populares grupos no WhatsApp e Telegram falam das expectativas dos preços, das velhas pressões de compradores e vendedores, etc. 

Em 2014, a nossa empresa foi procurada para desenvolvermos um curso a distância (os populares EAD) sobre “Comercialização de Reprodutores Angus”. Trabalhamos o assunto, reunimos material, discutimos a abordagem, redigimos módulos e capítulos, porém, infelizmente, o interesse do público foi pequeno e o projeto não vingou. Já que o assunto “comprar touros” renova-se a cada ano, trago agora alguns dos itens que são básicos e merecem atenção de quem compra ou vende esse produto.

Origem - Rebanho
Item de primeiro nível de importância na escolha do fornecedor de touros. A compra do reprodutor é a decisão de trazer o resultado de um programa de seleção para a sua casa. Todos os critérios de seleção resultam no touro que ele oferece ao mercado. O investimento em sêmen de qualidade superior, o descarte de animais menos produtivos, o cuidado com o temperamento, a dedicação em tabular corretamente os dados de desempenho e avaliação genética, a incorporação de novas tecnologias em seleção e tantas outras características estão sendo entregues no animal que buscamos anualmente. É até um pouco constrangedor falar na “idoneidade” e da “integridade” do rebanho produtor de genética, pois essas características deveriam ser obrigações de todo produtor rural, mas fique atento (infelizmente) a indícios de animais com “idade adulterada” (a velha caderneta de nascimento) e animais com pais diferentes do registro genealógico. Fala-se até em animais que sofreram cirurgias “estéticas”, fotos trabalhadas em editores de imagem (tal qual as musas das revistas masculinas), etc. Nada disso é muito bonito e buscar reprodutores nessas fontes tão “criativas” é com certeza mal negócio.
Registrados ou selecionados
Somente ter registro genealógico já não é mais suficiente para garantir uma produção eficiente e para atender as expectativas dos compradores. É necessário possuir um programa de seleção, oferecer animais resultantes desse processo e disponibilizar informações de desempenho e avaliação genética (DEPs). Os compradores de touros já perceberam muito bem essas diferenças e dão preferência, corretamente, a fornecedores que participam de programas de melhoramento genético, aplicam as informações em seus plantéis e oferecem animais superiores. A compra de produtos denominados “sem avaliação”, ou seja, sem informações de avaliação genética deve ser desencorajada. Puro de Origem (PO) ou Puro Controlado (PC) Os animais PO costumam ter a preferência de muitos criadores porque têm mais gerações conhecidas e convencionou-se classificá-los como superiores
aos PC. Com o avanço dos programas de melhoramento genético, foi possível verificar que nem sempre os animais PO são superiores aos PC, pois os dados nos mostram que o mais importante é o mérito genético do que o “livro” de registro ao qual pertencem. Sendo assim, muitos touros PC, hoje, estão liderando os sumários, ou seja, com progênies
comprovadamente superiores na raça. As centrais de inseminação também já perceberam muito bem essa situação e incorporam touros PC nas baterias. Sendo assim, fica claro entender que a maior atenção deve ser dada aos dados técnicos dos animais. 

Touros de 1, 2 ou 3 anos 
O produto padrão oferecido nos leilões de reprodutores é o touro de dois anos. Em um passado recente, o padrão era o de três anos, por ser mais rústico e apropriado à maioria dos pecuaristas. No futuro, espera-se que mais touros de um ano sejam comercializados, pois essa já é realidade em países de pecuária mais intensiva como os Estados Unidos. As condições da fazenda do comprador é que definirão a melhor idade do produto a ser comprado, pois atualmente os vendedores já preparam animais com bom desenvolvimento com um, dois ou três anos. Para os que dão preferência por touros de três anos, fica a recomendação de buscar animais usados pelos plantéis na cria do gado de seleção. Esses são, normalmente, os melhores de cada geração. 

Touros tosadosOs vendedores empenham-se em apresentar o melhor possível os animais e alguns adotaram a prática a “tosa”. Esteticamente, pode parecer bem para algumas pessoas, mas essa situação acaba por omitir informações relacionadas à saúde do pelo e ao tipo de pelame (fino, curto, grosso, lanudo), e essas são informações valorizadas pelos compradores, especialmente para os que desejam animais para uso em regiões onde a maior tolerância ao calor é necessária. Prefiro ver nos leilões animais com variações na apresentação dopelo (com “roupa de trabalho”) do que todos uniformizados por uma situação artificial de tosa. Na primeira situação está sendo dada preferência à transparência nas relações.
Dupla marca
Na raça Angus, os touros superiores geneticamente são identificados com a dupla marca (PP ou CACA). Da mesma forma, ocorre em outras raças em que os animais positivos (DECA 1 a 4, o mesmo que TOP 40%), são marcados com uma marca especial para diferenciá-los. Uma decisão muito simples e efetiva é sempre dar preferência para touros dupla marca. Já é uma garantia de desempenho superior conferida pela ciência. Junto a esse critério deve ser combinado o biótipo apropriado e a correção funcional, garantia que precisa ser dada pelo olho do selecionador e comprador. 

Particular ou leilões 
Alguns produtores têm resistência à compra em leilões, pois não se sentem confortáveis com a pressão do pregão. Consideram onerosas as comissões pagas e até possuem algum tipo de temor em relação ao funcionamento dos leilões. Os motivos são compreensíveis, porém, deve ficar claro que os melhores animais são ofertados nos leilões, pois o vendedor busca a melhor possiblidade comercial para esses animais. Sendo assim, a compra direta (fora de leilões) é uma opção, mas deve se admitir que se está optando por um grupo
inferior geneticamente.

Tecnologia embarcada
Já abordei neste espaço o crescente número de tecnologias disponíveis para a seleção de reprodutores (Avaliação Genética, Ultrassonografia de Carcaças, Marcadores Moleculares, Testes para Eficiência Alimentar, etc.). Dessa forma, os touros passaram à categoria de produtos com muita “tecnologia embarcada”. Avalie se seu fornecedor está atualizado em relação à tecnologia e se a propriedade dele detém condições de utilizar essas técnicas, e faça a saudável comparação dos reprodutores disponíveis no mercado.

* Publicado na Revista AG, Coluna do Pasto ao Prato (Edição Outubro/2015)