A JBS/Friboi deve fechar o ano com equilíbrio na receita devido a melhora do mercado brasileiro e a ligeira desvalorização do dólar, que garantiu maior competitividade das carnes nacionais no exterior. A avaliação é do membro do conselho consultivo da empresa, José Batista Júnior, que foi homenageado como a "Personalidade de Visão Global" pela Associação dos Dirigentes de Vendas de Marketing do Brasil (ADVB), durante esta semana.
Para Júnior, o ano de 2011 foi bom para a JBS. "Consolidamos nossas aquisições [compras e incorporações] de anos anteriores e conseguimos colocar nossa receita dentro do esperado, apesar de problemas tanto no Brasil como nos Estados Unidos, onde temos grande parte de nossa operação", disse Júnior ao DCI.
Segundo o executivo, o grande problema nos Estados Unidos foi a elevação no preço do milho. "Isso afetou principalmente a produção de frangos, que têm no grão a base de sua alimentação", disse. Já no Brasil, a crítica fica com a cotação do dólar. "A supervalorização do real frente a moeda americana atinge em cheio a nossa competitividade no mercado internacional. Tanto que, quando o governo decidiu por uma desvalorização pequena, o resultado positivo veio imediatamente. Se a política de câmbio nossa seguisse nessa trilha, nossas exportações cresceriam muito."
Júnior lembra que o foco principal da JBS é a exportação. "Temos uma estrutura e um quadro funcional de alto custo o que remete nossa atuação para o mercado externo", explica. Mas este ano, segundo o executivo, o mercado interno teve um peso significativo reduzindo a pressão na redução das exportações.
Para Júnior, a JBS fechará o ano em equilíbrio. Para ele, o terceiro trimestre será melhor que os demais. A empresa encerrou o terceiro trimestre de 2011 com uma receita líquida de R$ 15,6 bilhões, desempenho 10,6% superior ao mesmo período do ano passado. Em moeda local, todas as unidades de negócio da companhia registraram crescimento superior a dois dígitos em relação ao mesmo período ano anterior. As vendas de carne de frango da JBS USA totalizaram US$ 1,9 bilhão e avançaram 10%. Já as divisões de suínos e bovinos (incluindo a Austrália), também da subsidiária americana, tiveram faturamento de US$ 867,1 milhões e US$ 4,2 bilhões, com crescimento de 12,3% e 25,4%. No caso do Mercosul, as vendas foram 11,9% maiores e atingiram R$ 3,9 bilhões no terceiro trimestre.
2012 - Para o ano que vem, Júnior acredita que o mercado internacional de carnes continuará aquecido e com preços elevados. "Se a crise persistir ou até mesmo piorar, a tendência é que as pessoas cortem coisas supérfluas, mas não a alimentação", calcula. "A demanda por alimentos é crescente e isso deve permanecer. Mas, na hipótese de haver uma queda na procura teremos redução nos preços mas os volumes continuarão em alta."
O executivo lembra também que a economia dos EUA tem apresentado melhoras neste final de ano. E, na sua opinião, deve evoluir ainda mais no próximo ano. "Os sinais são de que os americanos vão avançar na recuperação econômica e isso irá refletir nos resultados da JBS", acredita.
Já a Ásia, embora reconheça ser um mercado promissor, não é o foco da JBS, de acordo com Júnior. "Nosso foco é quem tem melhor rentabilidade", disse. "A Ásia, sem dúvida, é um grande mercado, mas como não tem uma cultura de consumo de carne, os preços pagos são menores. Ao contrário da Europa e da Rússia, que têm a melhor remuneração."
Com relação aos russos, Júnior garante que não houve surpresa. "A política russa é de conveniência e sempre foi assim", afirma. "O fato de um ou outro frigorífico nosso ser barrado nunca foi problema, pois temos outras plantas que são autorizadas a exportar para o país e continuamos embarcando normalmente."
Novo presidente - A JBS informou ontem a nomeação de José Augusto de Carvalho Júnior como novo presidente das operações da empresa no Mercosul. Ontem mesmo ele assumiu o cargo. O novo presidente da companhia no cone sul do continente americano está na empresa há seis anos e ocupava a presidência da Piligrim's Pride, no México, antes de assumir a nova posição. Carvalho é formado pelo Instituto Militar de Engenharia e tem uma experiência de 15 anos em empresas do setor petroquímico, como Shell e Esso, além de cinco anos no setor de siderurgia, como a CSN.
"A nova presidência é mais um passo importante no contínuo processo de profissionalização da JBS e trará uma oportunidade para que a companhia siga com o objetivo de obter ganhos de sinergias e aumentar sua eficiência, oferecendo assim melhores resultados para seus acionista", afirmou a empresa em uma nota.
FONTE: AVICULTURA INDUSTRIAL