O Brasil é um grande produtor e exportador de produtos de origem animal, destacando-se principalmente na produção de carnes. Em um mercado competitivo, no qual a margem de lucro é pequena, a eficiência na produção animal é um fator predominante para o sucesso na atividade. Dentro deste cenário, pesquisas para aumentar a eficiência dos animais, reduzindo a quantidade de alimento consumida para a produção de carne, e ainda com efeitos sobre o meio ambiente, com a redução na produção de dejetos e gases do efeito estufa, estão sendo realizadas em grande proporção.
Existem vários tipos de aditivos para o consumo animal, podendo estes serem antibióticos, probióticos e óleos essenciais e funcionais. Nesse artigo discutiremos a classe de aditivos denominada antibióticos para bovinos, mais especificamente um ionóforo, em particular a monensina sódica.
Os aditivos normalmente são inseridos nas rações de animais confinados, semi-confinados e/ou em suplementos fornecidos no pasto. A adição da monensina sódica não altera a palatabilidade da ração ou suplemento, portanto não influência o consumo voluntário do animal (sempre respeitando um período de adaptação), apenas melhora as condições para as bactérias digestoras de alimentos presentes no rúmem do animal.
Os aditivos normalmente são inseridos nas rações de animais confinados, semi-confinados e/ou em suplementos fornecidos no pasto. A adição da monensina sódica não altera a palatabilidade da ração ou suplemento, portanto não influência o consumo voluntário do animal (sempre respeitando um período de adaptação), apenas melhora as condições para as bactérias digestoras de alimentos presentes no rúmem do animal.
A monensina sódica é um antibiótico que altera a população de microrganismos ruminais. No começo ela era usada para combater coccidiose, doença que pode diminuir drasticamente a produção em aves. Porém, em ruminantes, os experimentos estudando os efeitos dessas substâncias no rúmen foram iniciados nas décadas de 70-80, com a posterior liberação para o uso comercial.
Existem dois tipos de bactérias no rúmen, as chamadas gram-positivas e as gram-negativas. São chamadas assim, pois o teste utilizado para identificá-las é chamado teste de gram. A diferença principal entre elas é a presença de uma camada externa nas gram-negativas que impede a ação dos ionóforos. Portanto, a monensina sódica diminui a população de bactérias gram-positivas no rúmen em favor das gram-negativas, resultando numa série de alterações na digestão ruminal, melhorando assim a digestão dos alimentos ingeridos pelo bovino (dentro de certos limites).
Primeiramente, a proporção dos ácidos graxos de cadeia curta (AGCC), ou ácidos graxos voláteis (AGV), produzidos no rúmen, é alterada. Os AGCC ou AGV são a principal fonte de energia para os animais ruminantes. Os principais AGCC produzidos são o acetato, o propionato e o butirato, sendo que o mais eficiente para o metabolismo do animal é o propionato, pois é prontamente transformado em glicose no fígado, fornecendo energia ao animal. Já os outros precisam passar por um série de mudanças antes de serem aproveitados, demandando mais tempo e energia. A maior população de bactérias gram-negativas resulta proporcionalmente numa maior produção de propionato e menor produção de acetato e butirato. A maior produção de propionato em relação aos outros AGCC também resulta na redução da produção de metano, gás que é responsável pelo efeito estufa
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Em segundo lugar, a degradação de proteína pelos microrganismos no rúmen é reduzida, proporcionando que uma maior quantidade da proteína ingerida seja digerida depois do rúmen, pelas próprias enzimas do animal. Isso é vantajoso quando a dieta do animal contém proteínas de alto valor biológico, ou seja, que o animal pode utilizar sem precisar transformá-la, pois as bactérias proteolíticas (que são gram-positivas) muitas vezes mudam o arranjo da proteína, atrapalhando a digestão pelo animal. Além disso, a menor digestão de proteína no rúmen reduz a produção de amônia.
A monensina ainda contribui para manter o pH ruminal estabilizado numa faixa adequada, que evita problemas como a acidose, pois as bactérias gram-positivas são as principais produtoras de ácido lático.
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Em segundo lugar, a degradação de proteína pelos microrganismos no rúmen é reduzida, proporcionando que uma maior quantidade da proteína ingerida seja digerida depois do rúmen, pelas próprias enzimas do animal. Isso é vantajoso quando a dieta do animal contém proteínas de alto valor biológico, ou seja, que o animal pode utilizar sem precisar transformá-la, pois as bactérias proteolíticas (que são gram-positivas) muitas vezes mudam o arranjo da proteína, atrapalhando a digestão pelo animal. Além disso, a menor digestão de proteína no rúmen reduz a produção de amônia.
A monensina ainda contribui para manter o pH ruminal estabilizado numa faixa adequada, que evita problemas como a acidose, pois as bactérias gram-positivas são as principais produtoras de ácido lático.
Devido aos efeitos citados, quando fornecida a monensina para os animais podemos observar uma série de mudanças no comportamento alimentar deles. A taxa de passagem do alimento é reduzida em cerca de 44% no rúmen e 10% em todo o trato digestivo, o que proporciona um maior tempo para os microrganismos ruminais digerirem as fibras do alimento, assim como para os animais digerirem a proteína da dieta.
Podemos notar ainda uma ligeira redução no consumo de matéria seca, porém como a digestão se torna mais eficiente também é observado um aumento na conversão alimentar, que acaba tornando o uso dos recursos mais eficiente. O aditivo, no geral, não apresenta diferença no acabamento de carcaça dos animais, sendo observada pouca variação em relação aos animais que não consumiram a monensina na dieta.
Podemos notar ainda uma ligeira redução no consumo de matéria seca, porém como a digestão se torna mais eficiente também é observado um aumento na conversão alimentar, que acaba tornando o uso dos recursos mais eficiente. O aditivo, no geral, não apresenta diferença no acabamento de carcaça dos animais, sendo observada pouca variação em relação aos animais que não consumiram a monensina na dieta.
Para obtermos os efeitos desejados devemos respeitar as doses recomendadas pelos fabricantes, tendo em mente que é necessário um período de adaptação. Em animais confinados é recomendado começar com 5 a 10 gramas para cada tonelada de ração, estabilizando em 25 a 30 gramas. No fornecimento de monensina via suplemento em animais a pasto, o recomendado é fornecer 50 a 100 miligramas diários por cabeça no período de adaptação (cinco a sete dias) e 200 miligramas diários por cabeça, a cada 450 gramas de suplemento. Respeitando a dose correta não existem evidências de resíduos de monensina na carcaça dos animais, não havendo assim período de carência para o produto.
O uso da monensina sódica é, portanto, uma boa alternativa para aumentarmos a eficiência da atividade, levando ao uso mais racional dos recursos disponíveis. Porém, a utilização desse recurso no rebanho deve ser acompanhada por um experiente formulador de ração, no caso de confinamentos, e em animais a pasto suplementados, o suplemento deve ser comprado de uma empresa competente e idônea.
ÉTORE MASCHIO
Engenharia Agronômica – ESALQ/USP
ARARIPE CONSULTORIA AGROPECUÁRIA
Engenharia Agronômica – ESALQ/USP
ARARIPE CONSULTORIA AGROPECUÁRIA
GABRIEL RIALTO
Engenharia Agronômica – ESALQ/USP
ARARIPE CONSULTORIA AGROPECUÁRIA
Engenharia Agronômica – ESALQ/USP
ARARIPE CONSULTORIA AGROPECUÁRIA
PAULO ARARIPE
Engenheiro Agrônomo – ESALQ/USP
ARARIPE CONSULTORIA AGROPECUÁRIA
Engenheiro Agrônomo – ESALQ/USP
ARARIPE CONSULTORIA AGROPECUÁRIA
FONTE: PORTAL KLFF