quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

CONSUMO DE CARNE

carne

Em média, cada brasileiro deve consumir em 2018 cerca de 90 kg de carne. A diferença é relativamente pequena para a média americana, que neste ano deve ultrapassar pela primeira vez a marca dos 100 kg por pessoa. As semelhanças, no entanto, param por aí.
- Em termos de carne bovina, a gente fala em um consumo médio de 35 kg por pessoa, por ano, no Brasil. Daria para cada brasileiro comer 100 gramas por dia. Mas sabemos que tem gente que passa mais de um mês sem comer carne vermelha, enquanto outros comem um quilo de picanha a R$ 50 o quilo apenas no churrasco do fim de semana – pondera Paulo Rossi, professor do Laboratório de Pesquisas em Bovinocultura da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Rossi conduziu uma pesquisa com alunos da pós-graduação da UFPR em 2016 que mostrou que o brasileiro decide que carne irá comer conforme o dinheiro que tem no bolso.
- Basta ir a um açougue de bairro na hora do almoço. Uma ou outra pessoa chega e diz: me dá meio quilo de alcatra para bife. A maioria chega e pede 5 reais de carne moída. Somos o segundo maior produtor de carne bovina no mundo, mas o povo não come por que não tem dinheiro – afirma o pesquisador.
Em termos absolutos, é o frango que faz o consumo per capita de carne do brasileiro se aproximar da média americana. E justamente por pesar menos no bolso. O consumo de frango no Brasil, em 2017, foi de 42 kg por pessoa (média mundial de 13,98 kg), contra 14,7 kg da carne suína (média mundial de 12,3 kg) e 33,2 kg da carne bovina (média mundial de 6,5 kg).
Bom momento nos EUA
Nos Estados Unidos, apesar de toda a conversa em torno de proteína de ervilha e hambúrgueres produzidos em laboratório, é o consumo de carne que domina os cardápios. Neste ano, o consumo médio de carne bovina, suína e de frango chegará a 100,7 kg per capita, segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, quebrando o recorde anterior, de 2004.
Ao mesmo tempo, a produção americana de proteína animal atingirá inéditas 45 milhões de toneladas, na medida em que os criadores de gado expandirem seus rebanhos aproveitando a baixa do preço da ração à base de grãos.
Os indicadores do USDA mostram que a demanda por ovos, igualmente, atingirá recorde absoluto em 2018. E derivados lácteos como queijo e manteiga também estão crescendo em popularidade. “Se olhar para os itens que os consumidores mais querem agregar às suas dietas, as proteínas lideram a lista”, diz David Portalatin, consultor de alimentos para o grupo NPD em Houston.
Muitos americanos estão deliberadamente substituindo os carboidratos por mais proteína, ainda que qualquer benefício à saúde seja questionável devido aos enormes volumes ingeridos de carne, ovos e derivados de leite. Enquanto o governo recomenda que adultos consumam entre 140 e 180 gramas de carne por dia, o USDA prevê que cada americano médio consumirá 280 gramas diárias em 2018 (contra uma média de 246 gramas no Brasil).
A realidade contrasta com o período entre 2007 e 2014, quando o consumo per capita de carne despencou 9% após a elevação do preço das commodities, em função das secas e do aumento da demanda de milho para produzir etanol. O fato do preço do bife estar bem abaixo do que o durante o pico de 2014 não garante que não haverá nova alta. As exportações de carne dos Estados Unidos vêm disparando conforme a economia mundial se recupera, superando o ritmo da demanda doméstica.
As cotações da carne na Bolsa de Chicago cresceram 4,7% em 2017, o primeiro ganho em três anos, enquanto a carne suína subiu ainda mais, 8,5%. Mas o preço pago ao produtor poderá cair em 2018, segundo o USDA.
O interesse por produtos para substituir a carne vem aumentando nos últimos anos, em meio à preocupação com o impacto de uma dieta carnívora na saúde humana, no bem-estar animal e no meio ambiente. A companhia Epic Burger, de Chicago, por exemplo, começou a vender no ano passado um pastel de carne vegetal. Proteínas obtidas a partir de plantas, insetos ou cultivadas em laboratório são uma tendência a ser acompanhada, ainda que esta categoria ainda não interfira significativamente nas vendas de produtos cárneos – segundo relatório de novembro do CoBank.
- Daqui a dez anos, haverá um consume maior de proteínas extraídas de vegetais, mas o bife continuará a reinar, prevê o fundador da Epic Burger, David Friedman. As pessoas sempre querem um pouco mais de carne em suas dietas, mas também exigem cada vez mais qualidade e transparência nas informações sobre a comida que vão ingerir. -
Fonte: GAZETA DO POVO

terça-feira, 2 de janeiro de 2018

História de amor na Campanha

fabio_azeredo
Bagé (RS), conhecida pela alcunha de “Rainha da Fronteira”, fica a 378 quilômetros da capital gaúcha, Porto Alegre. A região, por sua geografia, influencia muito na criação de gado e no trabalho no campo. Mas a história também é um forte elemento enraizado na cultura do local, e acaba mantendo a paixão pelo campo por gerações. Fábio da Silva Azeredo, de 39 anos, é um agente desse processo.
Quando criança, junto com o pai Tasso Paulo Azeredo, já falecido, e a mãe Sônia Maria da Silva Azeredo, de 67 anos, Fábio frequentava a propriedade da família, a Estância da Guarda, na cidade de Pedras Altas (RS), onde, segundo ele, pegou gosto pelo campo. Durante muito tempo, Azeredo fez essa viagem semanal entre sua cidade natal e a estância. “O momento mais aguardado do ano era nas férias, quando a gente podia ficar um bom tempo por lá”, lembra.
O colégio em Bagé era visto por Fábio apenas como um compromisso rápido a ser cumprido, já que a intenção dele era viver junto dos animais do campo. Lá, na Rainha da Fronteira, Azeredo ficou até concluir o ensino médio. Mais tarde, com o término da escola, partiu para o ensino superior na cidade de Pelotas (RS), onde cursou medicina veterinária na Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Na graduação, se aproximou das áreas que mais o interessava, como reprodução, criação e pastagem.
Posteriormente, quando formado, Fábio começou a trabalhar com reprodução bovina. Ainda em 2009, realizando um serviço com José Nei Corrêa Severo, de 37 anos, encontrou Luiz Walter Leal Ribeiro, de 55 anos, que o avisou sobre o processo de seleção para inspetor técnico da Angus. Para Azeredo, a conclusão do processo seletivo foi em 2010, quando ele começou a trabalhar na região de Pelotas. Hoje, oito anos depois, os três que estavam nesse encontro trabalham juntos como inspetores técnicos da Angus. “Participar desse processo com tanta gente boa é uma satisfação”, afirma.
Atualmente, Fábio é casado com a também médica veterinária Fernanda Nogueira Kuhl, de 34 anos, que já trabalhou na Associação Brasileira de Angus, no Programa Carne Angus Certificada. O fruto desse relacionamento foi uma filha, Manuela Kuhl Azeredo, com um ano de idade. Para não perder as raízes do campo, aos dois meses de idade, a menina já estava visitando a Estância da Guarda, com o apoio do pai. Para Fábio, seria um sonho a filha seguir os passos da família. “Vai partir dela seguir ou não, mas estaremos ao lado dela para as decisões”, afirma orgulhoso o técnico que nunca abandonou a região onde a sua história foi construída.
Formação: Medicina Veterinária na UFPel
Natural de: Bagé (RS)
Região de Atuação: Região da Campanha e Litoral Sul do Rio Grande do Sul
Qual foi a primeira vez que ouviu falar na raça Angus: Na infância, na fazenda da família
Há quanto tempo atua junto à Associação Brasileira de Angus: Desde 2010
Uma receita infalível com carne Angus: Costela em tiras
Um rebanho inesquecível: TE Mania (Nova Zelândia e Austrália) e o da Estância da Guarda, do seu pai, que criou três filhos e segue sendo sustento da família
Texto: Felipe Lopes

Turquia deverá garantir mais 30% nas exportações de boi em pé em 2018; Pará é líder, mas SP e RS sobem em mercados exigentes

Foram mais de 386 mil cabeças exportadas em 2017, 30% sobre 2016, que renderam mais de US$ 250 milhões. Novos mercados estão em negociação sanitária com o governo. Espera-se que a expansão continue para ocupar vácuo deixado pela Venezuela.
Confira a entrevista com Ricardo Barbosa - Presidente da Abreav
Por: Giovanni Lorenzon
Fonte: Notícias Agrícolas