sexta-feira, 12 de abril de 2013

Preço da terra sobe 240% em média no Estado em 10 anos


Índice chega a 1.531% na Serra e a 600% na Fronteira Oeste e na Metade Sul

Com grãos valorizados e dinheiro no mercado, o preço médio das terras disparou no Estado, atingindo cotações recordes. Em 10 anos, o hectare agrícola no Estado aumentou 240%, em média, conforme pesquisa da Informe Economics/FNP. No mesmo período, a inflação acumulada foi de 76,61%. Em regiões onde a soja avançou, na Metade Sul e na Fronteira Oeste, a valorização chegou a 600%.
Entusiasmados pelos resultados das últimas safras, produtores de médio e grande porte voltaram a investir, expandindo as áreas de produção e inflacionando o mercado de terras. Conforme o levantamento, realizado em 113 regiões brasileiras, as áreas mais caras no Estado estão concentradas no Norte, principal região produtora, onde um hectare pode passar de R$ 40 mil. Sem espaço para expandir as lavouras em áreas com valores exorbitantes e entusiasmados com a safra, produtores e empresários migraram os investimentos para regiões até então pouco exploradas para plantio de soja.
– Com preços no teto no Norte, houve uma corrida em busca de terras nas regiões da Campanha, Metade Sul e Fronteira. Esse movimento acabou inflacionando o mercado – explica Nilo de Souza Ourique, proprietário da Nilo Imóveis, imobiliária rural com sede em Santa Maria e atuação em todo o Estado.
Com características diferentes, as áreas rurais são avaliadas conforme o potencial. Nos bolsões produtores de soja, o preço do hectare é calculado de acordo com a cotação da saca.
– O grão dá valor à terra – explica Ourique.
Empresário e produtor rural em Tapejara, no norte do Estado, Norberto Dal'Olivo buscou uma nova região para aumentar a produção. Há dois meses, comprou uma área de 600 hectares, em São Borja, na Fronteira Oeste.
– Aqui (região Norte) o preço está muito alto, sem contar que há pouca oferta para venda – aponta o produtor.
A migração do Norte para Campanha e Fronteira é justificada pela diferença de preço. Enquanto na região de Passo Fundo Dal'Olivo teria de desembolsar mais de R$ 30 mil por hectare, em São Borja o valor do hectare pago ficou em torno de R$ 10 mil. No entanto, essa diferença tende a diminuir.
– O valor da terra nessas regiões (Central e Fronteira) deve continuar crescendo numa velocidade maior do que nas demais, em razão da procura – aponta Antônio da Luz, economista da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul).
A variação do preço da terra não chega a ser uma surpresa, pois segue uma tendência mundial de aumento da produção de alimentos e de matérias-primas.
– O elemento terra será cada vez mais valorizado. Com o esgotamento de recursos naturais, as áreas que tiveram potencial serão exploradas, mais cedo ou mais tarde – avalia o diretor técnico da Informa Economics FNP, José Vicente Ferraz.
Expansão das vinícolas elevou preços na Serra
Caracterizada por terrenos irregulares e de alta produtividade para viticultura, as terras da região de Caxias do Sul tiveram a maior alta de preço da década no Estado. A valorização no período – de 1.531%, seis vezes maior do que a variação do Estado – foi puxada especialmente pela expansão de vinícolas em municípios como Bento Gonçalves e Garibaldi.
Produtor de uva em Flores da Cunha, Celso Bernardi, 56 anos, nunca imaginou que desembolsaria R$ 120 mil para comprar três hectares de terra no distrito de Otávio Rocha, interior do município, onde nasceu, aprendeu a trabalhar, casou e criou três filhos.
– Paguei esse valor para não perder o negócio, se não outra pessoa compraria para fazer um sítio – conta.
Na nova área, Bernardi irá plantar alho, cebola e milho. O retorno do investimento, com o quilo do alho a R$ 7,06, virá após duas safras cheias de trabalho compartilhado com o filho Leonir, de 23 anos.
Enquanto houver demanda, ou seja, compradores dispostos a pagar caro, a tendência é de que o preço da terra se mantenha em curva ascendente. No entanto, o mercado exige cautela, orienta André Guidotti, chefe da Divisão de Obtenção de Terras do Instituto Nacional de Colonização de Reforma Agrária (Incra-RS).
– É preciso calcular em quanto tempo a rentabilidade da produção irá pagar o investimento. O endividamento no campo é um fator de preocupação – alerta Guidotti, acrescentando que terras mais valorizadas forçam os produtores a terem um produtividade maior.
Mapitoba, nova fronteira agrícola do país
Depois de consolidar a migração ao Centro-Oeste, os gaúchos ajudam a fortalecer um movimento em direção à chamada última fronteira agrícola do país: a região formada pelo Maranhão, Piauí, Tocantins e Bahia, Mapitoba.
– Essas regiões têm um potencial fabuloso. São locais com pouca infraestrutura ainda, mas os grandes investidores têm recursos para aplicar – diz o diretor técnico da Informa Economics FNP, José Vicente Ferraz.
Grandes grupos e produtores são atraídos pelo baixo preço da terra, e pela posição geográfica privilegiada.
– Nessas novas áreas de fronteira agrícola os investidores ganham com a valorização da terra a cada ano e com a atividade em si, fomentada pela elevação do preço das commodities agrícolas – destaca o consultor Breno Carvalho Pereira, da Correnteza Gestão e Investimentos Rurais.
Emeri Eugênio Tonial, 62 anos, pagou caro pelos 144 hectares adquiridos no ano passado em Passo Fundo, no norte do Estado – 750 sacas por hectare. Não se arrepende. A soja domina a paisagem na área de localização privilegiada, próxima à BR-285 e dos pontos para armazenagem. O produtor também investiu em outras três áreas, uma delas no Piauí, adquirida em 2001.
Confira vídeo com depoimento do produtor Emeri Tonial

Peso de ouro
Nos últimos 10 anos, a alta no preço do hectare no Estado ficou acima do percentual nacional (valores em R$ por hectare):
No Brasil2003
Norte: 642
Nordeste: 930
Centro-Oeste: 1.897
Sul: 4.779
Sudeste: 3.723
Brasil: 2.280

2012
Norte: 2.228
Nordeste: 3.298
Centro-Oeste: 6,363
Sul: 15.020
Sudeste: 12.345
Brasil: 7.470
Valorização
Norte: 247%
Nordeste: 254%
Centro-Oeste: 235%
Sul: 214%
Sudeste: 231%
Brasil: 227%
Em solo gaúcho2003
Região, com tipo de terra
Serra, pastagem alto suporte (Vacaria/Lagoa Vermelha): 4.000
Norte, pastagem nativa (Santa Rosa/Três Passos): 5.558
Serra, terra para viticultura (Bento Gonçalves/Garibaldi): 1.900
Norte, terra agrícola de grãos (Santo Ângelo/Cruz Alta): 9.786
Sul, terra agrícola de arroz em várzea (Pelotas, Camaquã): 1.600
Fronteira, terra agrícola de arroz (São Borja/São Gabriel): 1.500
Rio Grande do Sul: 4.023

2012
Região, com tipo de terra
Serra, pastagem alto suporte (Vacaria/Lagoa Vermelha): 6.500
Norte, pastagem nativa (Santa Rosa/Três Passos): 7.000
Serra, terra para viticultura (Bento Gonçalves/Garibaldi): 31.000
Norte, terra agrícola de grãos (Santo Ângelo/Cruz Alta): 22.500
Sul, terra agrícola de arroz em várzea (Pelotas, Camaquã): 11.000
Fronteira, terra agrícola de arroz (São Borja/São Gabriel): 10.500
Rio Grande do Sul: 13.688
Valorização
Região, com tipo de terra
Serra, pastagem alto suporte (Vacaria/Lagoa Vermelha): 62,5%
Norte, pastagem nativa (Santa Rosa/Três Passos): 26%
Serra, terra para viticultura (Bento Gonçalves/Garibaldi): 1.531%
Norte, terra agrícola de grãos (Santo Ângelo/Cruz Alta): 129,9%
Sul, terra agrícola de arroz em várzea (Pelotas, Camaquã): 587,5%
Fronteira, terra agrícola de arroz (São Borja/São Gabriel): 600%
Rio Grande do Sul: 240,2%
Fonte: Informa Economics/FNP
ZERO HORA

Principais indicadores do mercado do boi – 12-04-2013


Tabela 1. Principais indicadores, Esalq/BM&F, margem bruta, câmbio
O indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista teve valorização de 0,01%, nessa quinta-feira (11) sendo cotado a R$99,79/@. O indicador a prazo foi cotado em R$100,00.
A partir de 2/jan/12 o Indicador do boi gordo ESALQ/BM&FBovespa deixou de considerar o Funrural.
Gráfico 1. Indicador Esalq/BM&FBovespa bezerro à vista x margem bruta
O indicador Esalq/BM&F Bezerro teve valorização de 0,12%, cotado a R$772,70/cabeça nessa quinta-feira (11). A margem bruta na reposição foi de R$873,84 e teve desvalorização de 0,09%.
Gráfico 2. Indicador de Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista em dólares e dólar
Na quinta-feira (11), o dólar foi cotado em R$1,97 com desvalorização de 0,37%. O boi gordo em dólares registrou valorização de 0,38% sendo cotado a US$50,58. Verifique as variações ocorridas no gráfico acima.
Tabela 2. Fechamento do mercado futuro em 11/04/13
O contrato futuro do boi gordo para Mai/13 teve valorização de R$0,26 e foi negociado a R$97,20.
Gráfico 3. Indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista x contratos futuros para mai/13
Acesse a tabela completa com as cotações de todas as praças levantadas na seçãocotações.
No atacado da carne bovina, o equivalente físico permaneceu estável, fechado a R$98,10. O spread (diferença) entre o índice do boi gordo e equivalente físico foi de R$1,69 e sua variação teve alta de R$0,01 no dia. Confira a tabela abaixo.
Tabela 3. Atacado da carne bovina
Gráfico 4. Spread Indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista x equivalente físico
OBS:
A partir de 25/jan/13, alteramos o cálculo do Spread* para facilitar sua leitura:
- Quanto menor o Spread, menor é a margem bruta do frigorífico.
- Quanto maior o Spread, maior é a margem bruta do frigorífico.
Desta forma, um Spread positivo significa que a carne vendida no atacado está com valor superior ao do boi comprado pela indústria, deixando assim esta margem bruta positiva e oferecendo suporte ou potencial de alta para o Indicador, por exemplo.
*Spread: é a diferença entre os valores da carne no atacado e do Indicador do boi gordo.
FONTE: BEEFPOINT

Banco do Brasil atende pedido da Farsul para financiamento



Atendendo a solicitação da Farsul, o Banco do Brasil está disponibilizando recursos para aquisição de animais nas feiras de outono. Os R$ 100 milhões disponíveis para as feiras servirão para aquisição de animais para criação, recriação, recriação e engorda e engorda em confinamento. Além de bovinos, equinos, bubalinos, ovinos, caprinos, também podem ser financiados com recursos do programa sêmen de reprodutores de alta linhagem, embriões, reprodutores e matrizes de suínos. A participação do banco nas feiras reafirma o tradicional convênio celebrado com a Farsul que visa atender as necessidades dos produtores rurais através de linhas de crédito com limites e prazos variáveis.

O BB também divulgou recursos para financiamento de máquinas e equipamentos agrícolas e para nova linha que substitui o antigo Empréstimo do Governo Federal (EGF).

De acordo com o BB, a linha de investimento MCR 6.2 Compulsório para financiamento de máquinas e equipamentos agrícolas, possibilita financiar 100% do bem com prazo de 10 anos e juros entre 3% e 3,5% ao ano.
O banco também está disponibilizando R$ 600 milhões para comercialização agrícola durante o primeiro semestre de 2013. Os recursos fazem parte do Financiamento para Estocagem de Produtos Integrantes da Política de Garantia de Preços Mínimos, que substitui o antigo EGF.

Conforme o presidente do Sistema Farsul, Carlos Sperotto, a Federação repassou aos sindicatos os esclarecimentos sobre valores e taxas de juros de cada programa.

“O produtor poderá buscar nos sindicatos rurais detalhes dos programas para depois conversar com o gerente”, complementa Sperotto.

Sperotto acrescentou que permanece aberto o canal de negociação com o sistema financeiro para solicitar aumento no volume de recursos se houver necessidade em qualquer uma das linhas de crédito.

Agrolink com informações de assessoria

Cenário de preços firmes para o boi gordo


Os negócios acima da referência estão comuns, o que tem promovido reajustes frequentes no mercado do boi gordo na grande maioria das praças pecuárias pesquisadas.

Em São Paulo, o boi gordo está cotado em R$99,50/@, à vista, alta de R$2,00/@ nos últimos trinta dias, sendo que existem ofertas de compra acima de R$100,00/@, nas mesmas condições.

No mercado de reposição, a oferta não está curta, mas há forte resistência em vender a produção em valores abaixo da referência.

No mercado atacadista de carne bovina com osso os preços estão reagindo. O boi casado de animais castrados está cotado em R$6,39/kg, alta de 3,2% em relação ao mesmo período de março.


Frigoríficos que atendem a normas sanitárias no abate mostram cuidados necessários na produção de carne


No oeste do Paraná, abatedouros prezam pela higiene e pelo bem estar dos animais


Agência RBS
Foto: Agência RBS
Frigoríficos do oeste do Paraná atendem a normas fitossanitárias
Canal Rural mostrou, nesta semana, flagrantes de irregularidades em frigoríficos com inspeção estadual e municipal. Empresas que não respeitam as normas sanitárias, o bem estar animal e o meio ambiente. No oeste do Paraná, porém, existem abatedouros que seguem à risca todas as normas fitossanitárias.
O frigorífico BrasilFrig, que fica no no município de Toledo, tem licença estadual e toma todos os cuidados desde a chegada dos animais. Antes do abate, os animais ficam em bretes por pelo menos 12 horas em uma dieta à base de água e descansando.
 – Ele fica estressado, então vai ter que ficar descansando aqui para reconhecer o ambiente. Trabalha com o bem estar animal, para a qualidade do nosso produto ser a melhor possível para o nosso cliente final – diz Geciomar de Souza, gerente de produção.
Para o veterinário da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná René Flores, o bem estar animal “influi muito no resultado final da qualidade da carne”.
– A lei fala em 12 horas prévias ao sacrifício, depois descansar, e também em uma dieta hídrica apenas – explica.
René Flores acompanha o trabalho, que começa com a conferência da Guia de Transporte Animal. 
 
– Sem este documento chamado GTA ele não pode ser abatido, é outra lei básica, porque a gente tem que conhecer a procedência, a propriedade, o dono e as condições que os animais são criados – fala.
A segunda etapa, ainda antes do abate, é conferir o estado em que chegaram os animais. Descansados e com a dieta finalizada, os animais são encaminhados para dentro do frigorífico. É o início de mais uma etapa, um processo delicado onde os cuidados são redobrados.
Nossa entrada só é permitida depois de realizar uma higiene completa. Na sala de abates, os funcionários que preparam os instrumentos também passam pelo processo de higienização.
– Higiene pessoal do funcionário que entra nos nossos controles, higienização da estrutura, instalação, equipamentos, utensílios também. É importante, por causa da contaminação cruzada. A gente não quer que saia contaminado do frigorífico – diz a veterinária Andressa Ramires.
O local é dividido em área suja e área limpa.
 – Até a esfola, onde a gente faz a retirada do couro, chamamos de área suja. Porque o couro tem contaminações externas, por isto a gente chama de área suja. E a área limpa é depois da retirada do couro. Já tem contaminação da carne, por isso tem que ser uma área mais limpa, por causa da contaminação – explica Andressa.
O objetivo é quem sabe um dia chegar ao nível dos frigoríficos com inspeção federal, onde os próprios fiscais do Ministério da Agricultura trabalham controlando toda a linha de produção.
Em São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba (PR), visitamos o frigorífico Argus, que abate 400 animais por dia e tem inspeção federal, a mais rígida do país, que obedece os critérios exigidos para exportação.
 – Nós temos, em nosso estabelecimento, hoje, um veterinário responsável mais um corpo técnico que trabalha junto ao Ministério da Agricultura para fazer este acompanhamento. O veterinário é uma pessoa que tem formação técnica para poder acompanhar, orientar e diagnosticar as possíveis falhas que venham a ocorrer durante o procedimento e corrigir para que se obtenha, desde a chegada do animal ao estabelecimento onde toda a operação é feita, a maior higiene possível. Isso para que se tenha uma carne de qualidade, respeitando todo o procedimento. Tanto ao modo como os operários fazem o trabalho, garantindo a segurança alimentar, quanto com a segurança das pessoas que também trabalham nestas áreas – fala o diretor executivo da Argus, Ângeli Setim.
Para chegar até a área onde desembarcam os animais, é preciso colocar a roupa adequada. Calça, botas, avental e touca. Os animais descansam e passam pela dieta hídrica. Antes de serem conduzidos à sala de abates, são banhados em um chuveiro que, além de acalmar, limpa o animal.
O início do abate é realizado com euma pistola pneumática, que deixa o novilho inconsciente para ser sangrado. Depois disso, os trabalhadores retiram o couro, as vísceras e os miúdos. Depois a carne passa por uma lavagem, recebe o carimbo do Ministério da Agricultura e em seguida é encaminhada para a sala de refrigeração.
A planta do frigorífico ainda conta com uma estrutura toda preparada para o tratamento dos resíduos. Todo processo é acompanhado pela equipe do Ministério da Agricultura que trabalha dentro do frigorífico.
– Nós temos a inspeção permanente formada por elementos, agentes de inspeção, médicos veterinários, que fazem a inspeção em regime permanente, inclusive aos sábados, animal por animal, víscera por víscera, carcaça por carcaça – fala o veterinário do Ministério da Agricultura, Luiz Augusto Gasparetto.
 Para o presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Antônio Camardelli, a inspeção é mais importante que apenas o carimbo.
– Inspeção não é carimbo, é uma coisa muito importante. As vísceras ficam alinhadas com a carcaça, qualquer vislumbre diferente nas vísceras, a carcaça vai para análise. Existe um controle absoluto e uma permanência perene a fiscalização federal – diz.
E para garantir que todos os abatedouros do Brasil sigam os mesmos padrões dos frigoríficos que mostrados, o secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Enio Marques Pereira, afirma que o governo está trabalhando para garantir a liberação de recursos para que os Estados e municípios tenham capacidade para realizar a inspeção.
FONTE: rural br

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Alguns lotes que irão a venda na FEIRA OFICIAL DE TERNEIROS, TERNEIRAS E VAQUILHONAS DE PELOTAS

Terça-feira dia 23.04 às 14 h

Lote de 20 terneiros Angus, castrados e desmamados e certificados, que estarão a venda na FEIRA OFICIAL DE TERNEIROS, TERNEIRAS E VAQUILHONAS DE PELOTAS dia 23.04 às 14 h
AGUARDE !!!









Lote de 12 terneiras Hereford, certificadas, mamando e carrapateadas, que estarão a venda na FEIRA OFICIAL DE TERNEIROS TERNEIRAS E VAQUILHONAS DE PELOTAS dia 23.04 às 14 h
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Lote de 12 terneiros Angus, certificados, mamando, castrados e carrapateados, que estarão a venda na FEIRA OFICIAL DE TERNEIROS, TERNEIRAS E VAQUILHONAS DE PELOTAS dia 23.04 às 14 h
AGUARDE !!!












Lote de 12 terneiros hereford, certificados, mamando, inteiros e carrapateados, que estarão a venda na FEIRA OFICIAL DE TERNEIROS, TERNEIRAS E VAQUILHONAS DE PELOTAS dia 23.04 às 14 h
AGUARDE !!!

terça-feira, 9 de abril de 2013

Precariedade em frigoríficos do país expõe falhas na inspeção sanitária de Estados e municípios


Reportagem do Canal Rural visitou estabelecimentos de abate que não cumprem as normas fitossanitárias

João Henrique Bosco | São Paulo (SP)

Marcos Porto / BD JSC

O Brasil tem um rebanho que cresce a cada ano. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o país possui o maior rebanho comercial do mundo, com mais de 200 milhões de cabeças. O que deveria ser motivo de orgulho, no entanto, fica, em parte, comprometido por um número assustador. Pelo menos 30% dos abates realizados em território nacional são clandestinos, ou seja, não passam por nenhum tipo de inspeção e sem controle algum de qualidade.

– No Brasil, estamos acostumados a ver e lei e não obedecer. É preciso que as leis sejam obedecidas, acatadas e fiscalizadas – afirma o presidente da Associação Brasileira de Frigorifícos (Abrafrigo), Péricles Salazar. Se os abates clandestinos assustam, um outro tipo de abate representa uma armadilha ainda mais perigosa para os consumidores. São os chamados "abates clandestinos oficializados", aqueles que, pelo menos no papel, cumprem todas as exigências fitossanitárias e têm como garantia o Selo de Inspeção Municipal, o chamado SIM, ou o Selo de Inspeção Estadual, o SIE.

>> Série de reportagens do Canal Rural mostra situação precária de abatedouros no paísEm muitos casos espalhados pelo Brasil, os abates clandestinos representam uma armadilha perigosa para os consumidores. No município de Canguçu, na região sul do Rio Grande do Sul, o frigorífico JB tem licença municipal para funcionar. Já na chegada, a quantidade de cachorros chama a atenção. O veterinário responsável autoriza a entrada da equipe sem a roupa de proteção. Nas paredes, faltam azulejos, e os resíduos estão espalhados pelo solo.

– Só não foi fechado ainda por uma caridade minha, mas já reduziu bastante. Só autorizo cinco abates por semana. Isto aqui tinha que estar com água e desinfetante para cada vez que entrar lavar os pés – diz o veterinário.

Um dos funcionários arrasta o animal para dentro da sala e corta o boi ainda no chão, o que é totalmente contra as normas fitossanitárias. O próprio veterinário admite a ausência no dia-a-dia do frigorífico.

– Fazia quase um mês que eu não vinha aqui – afirma.

Já no município de Taquara, na Região Metropolitana de Porto Alegre, o frigorífico Henrique de Lar Lauck tem a licença estadual para funcionar. Mesmo com o acompanhamento do veterinário, no entanto, as normas sanitárias não são respeitadas. O funcionário sai da sala do abate, passa pelo tanque de desinfecção, circula pela área interna e pelo posto de atordoamento do animal, sem que haja nenhuma preocupação com a contaminação. Dentro da sala, ninguém usa luvas e poucos estão com a máscara de proteção.

Os dois casos apresentados nesta reportagem representam os tipos de inspeção que não funcionam no país: a estadual e a municipal. Vários fatores são apontados para incompetência na administração destas duas esferas, entre eles uma questão cultural. A lei existe, mas não é cumprida, o veterinário assina como responsável mas não aparece, o bem estar animal é totalmente ignorado e, na última ponta, o consumidor fica exposto a própria sorte. 

– Nós temos três tipos de inspeção no país: federal, estadual e municipal. A federal funciona bem, o problema está na estadual e, principalmente, na municipal – classifica o presidente da Abrafrigo.

No Brasil, existem 211 abatedouros com inspeção federal, 600 com inspeção estadual e 1.334 com inspeção municipal.

– É uma conta na ponta do lápis. Se você pegar os 28 milhões de abates oficiais entre inspeção federal, estadual e municipal, você vê que sete milhões são estaduais e municipais, e nossa amostra diz que 80% desse segmento é feito sem inspeção de fato – analisa o presidente da ONG Amigos da Terra, Roberto Smeraldi.

No Centro-Oeste, a mesma realidade
Do Rio Grande do Sul até Mato Grosso do Sul, são 1,3 mil quilômetros, quase 17 horas de viagem. A distância, porém, não muda a realidade. No município de Eldorado, um funcionário sem camisa aplica vários choques no animal. Sangue e resíduos estão jogados no chão. Em Bela Vista, os abates são manuais, a quantidade de moscas impressiona e o funcionário admite a irregularidade. "A gente não é liberado, mas a gente abate", diz.

– O que mais nos chamou a atenção é que o veterinário não aparece. E isso, além do desvio de função, o que mais chama a atenção é que é sistêmico. É normal que ele não esteja lá. A exceção é o veterinário que aparece. E ele incomoda, é um intruso... um estranho no ninho – diz o presidente da ONG Amigos da Terra.

Em Goiás, o festival de irregularidades continua. Na cidade de Mara Rosa, no frigorífico Frigomar, um rapaz de 15 anos trabalha dentro da sala de abates. O animal ainda vivo é abatido no chão e chega a ser chutado pelo funcionário. Depois de receber vários golpes com uma marreta, instrumento já banido, o animal continua vivo. Em Bom Jesus de Goiás, no abatedouro São José, um funcionário carrega a carne sem luvas, a buchada fica depositada no chão, os instrumentos são acomodados sobre a mureta, sem qualquer cuidado com a higiene.

– Falta fiscalizar, existe lei, existem regras, é uma questão política, o prefeito conhece o proprietário... É preciso que a União preste atenção nos municípios e em muitas inspeções estaduais e fiscalize com mais rigor para evitar todos estes crimes cometidos – considera Péricles Salazar, presidente da Abrafrigo.

Em São Paulo, violência nos abates
Nem mesmo no interior do Estado mais rico do Brasil as condições são melhores. Na cidade paulista de Jeriquara, no Abatedouro Municipal, o novilho está agitado no curral. O funcionário sem camisa se aproxima e chuta o boi várias vezes. O outro usa a bateria do caminhão para ligar a vara de choque e aplica várias descargas no animal. Sem conseguir retirá-lo do curral, resolvem abater o animal ali mesmo, de uma maneira nada convencional.

De acordo com o presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Antônio Camardelli, a questão passa por uma mudança de cultura e por uma discussão interna de responsabilidade.

– Muitas vezes, não adianta o Mapa delegar para os Estados. Nós precisamos dar garantias ao consumidor e trazer estas pessoas que estão interessadas em reorganizar, que estejam conosco. mas volto a dizer, o grande desafio é mudarmos esta versão simplória da responsabilidade profissional.

O assunto foi tema de uma audiência pública no Senado nesta terça, dia 9. Além de parlamentares, representantes do Ministério da Agricultura, do Conselho Federal de Medicina Veterinária e secretários estaduais participaram do debate.


CANAL RURAL

Mais sete estados reconhecidos como livre de aftosa


DO PORTAL DO AGRONEGÓCIO


De acordo com o Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa) em todo o Brasil apenas Santa Catarina é zona livre de aftosa sem vacinação, desde 2007. Os dados oficiais apontam ainda que 15 estados brasileiros são reconhecidos como livres de febre aftosa com vacinação: Mato Grosso, Acre, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia, São Paulo, Sergipe, Tocantins e Distrito Federal. Sendo que em 2013 o Ministério prevê que mais 7 estados e a região Nordeste do Pará também sejam reconhecidas nacionalmente como livres da doença com vacinação. A expectativa é que haja também o reconhecimento desse status pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) em 2014.


A Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SDA/Mapa), juntamente com os serviços veterinários oficiais dos estados de Alagoas, Ceará, Maranhão, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte intensificaram as ações de estruturação e vigilância a partir de 2008, com um trabalho de estruturação feito ao longo dos últimos anos e investimentos de R$ 34,8 milhões. A Bahia e Sergipe são os únicos estados nordestinos reconhecidos como zonas livres da aftosa, até o momento. Na avaliação do o secretário de Defesa Agropecuária do Mapa, Ênio Marques, uma das exigências para obter o certificado da OIE é que os estados brasileiros passem por uma metodologia de amostragem. Onde é feita inspeção clínica e colheita sorológica em uma grande parte dos animais dessa região para avaliar a ausência da circulação viral. Segundo ele, desde o segundo semestre de 2012, foram monitoradas mais de 1,7 mil propriedades rurais e amostrados mais de 71 mil animais, selecionadas aleatoriamente, levando em consideração critérios científicos reconhecidos internacionalmente. O estudo está previsto para encerrar no início do mês de maio. 

Segundo Maria Auxiliadora Diniz, presidente do Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (Indea-MT), o fato do Mapa estar trabalhando de forma efetiva para que aqueles estados que ainda não possuem o status de livre da febre aftosa o tenham, é extremamente positivo. Isso porque vai contribuir tanto em termos comerciais a nível de exportação, como também gera economia e elimina determinadas burocracias. “Hoje há barreiras entre estados em função dessas questões, sabemos que para manter essas barreiras com funcionários e equipamentos há muitos custos. Além das formalidades que há no momento em que os animais têm que passar de um Estado para outro. O que acabaria se todos estivessem nas mesmas condições sanitárias”. 

No Brasil, 89% do rebanho de bovinos e bubalinos, ou 185 milhões de cabeças, está em zona livre de febre aftosa, que representa 60% do território nacional. Com a possibilidade de inclusão de mais 22 milhões de animais nos oito estados em análise, o percentual passaria a ser de 99%. Após esse processo, faltará apenas os estados do Amapá e Roraima e parte do estado do Amazonas serem reconhecidos como livre de febre aftosa. Na avaliação do diretor do Departamento de Saúde Animal do Mapa, Guilherme Marques, o Ministério da Agricultura vem trabalhando há anos para que o país tenha o maior rebanho do mundo livre da doença. Com esses avanços, seguramente vários mercados ainda inacessíveis serão abertos. Sendo que um importante passo foi dado nesta no final do mês de março, no avanço às ações de reconhecimento do país como livre da doença. Isso porque autoridades e técnicos do Ministério da Agricultura em Brasília e de sete estados do Nordeste e do Pará estiveram reunidos para avaliar os trabalhos realizados em 2012 e definir o cronograma de atividades para finalizar os trabalhos.
  
Na avaliação de Luciano Vacari, superintendente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), quanto mais estados com status de livre da febre aftosa com vacinação, melhor para a Cadeia como um todo, já que isso mostra que o Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa está dando resultados positivos. “Muitos países ao avaliarem se vão ou não comprar a carne de determinados países exportadores observam como critério se ainda há estados que não estão livres da aftosa com vacinação, dessa forma quanto mais estados alcançarem melhor para a cadeia de uma forma geral. Claro que nosso objetivo é que todos os estados brasileiros cheguem a este estágio para que em um futuro não muito distante consigamos o status de país livre da febre aftosa sem a vacinação. Daí a importância do pecuarista brasileiro continuar fazendo o seu trabalho de vacinar o seu gado nas datas previstas”. 

O Mapa pretende enviar um relatório à OIE até julho deste ano, mas solicitou às autoridades estaduais que seja finalizada a implementação das medidas estruturais e técnicas indicadas para fortalecimento dos serviços veterinários oficiais da região, que dependem dos governos estaduais. As iniciativas brasileiras de combate à aftosa vêm sendo implementadas de forma organizada desde a década de 1960. Em 1992, o Governo Federal lançou o Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (PNEFA), que tem como objetivo principal a implantação progressiva e manutenção de zonas livres da doença. A primeira zona livre foi conquistada em 1998. A execução do programa é compartilhada entre os diferentes níveis de hierarquia do serviço veterinário oficial e tem a participação do setor privado.

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Grupo Pão de Açúcar introduz novo projeto de rastreabilidade da carne bovina


O Grupo Pão de Açúcar, a maior empresa varejista do Brasil, anunciou na última quinta-feira (4) a extensão do programa "Qualidade Desde a Origem" a 100% da carne bovina comercializada em todas as suas lojas no País. Dessa forma, a empresa oferecerá aos consumidores o nome da fazenda onde o gado bovino foi criado, a sua localização, assim como o nome do fornecedor da carne.
A iniciativa do Grupo Pão de Açúcar adotou uma estratégia semelhante àquela lançada nas últimas duas semanas por varejistas nacionais, frigorificos e pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras). As entidades buscam fortalecer programas de rastreabilidade da carne bovina, além dos esforços em sustentabilidade.
A rastreabilidade da carne bovina tornou-se um tema importante para clientes após o recente escândalo de carne de cavalo da União Europeia, disse um porta-voz da Pão de Açúcar na última sexta-feira (5).
A Marfrig Alimentos, junto com a Walmart, lançaram um novo programa que terá como foco 20 fazendas de gado de corte. Por enquanto, através de um novo acordo assinado pelo Ministério Público Federal (MPF) e a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), supermercados brasileiros comprometaram-se a não comercializar carne bovina procedente de "áreas desmatadas da Amazônia ou vinculadas às violações ambientais e legais."
O programa de Pão de Açúcar envolve monitoramento, análise microbiológica, análise de resíduos e auditorias externas, assim como uma análise sobre a maciez de carne para uniformizar a qualidade do produto.
Normalmente, os lotes de carne bovina chegam ao Grupo Pão de Açúcar em caminhões procedentes de abatedouros. Anteriormente, uma não conformidade encontrada em um carregamento de carne bovina era inteiramente devolvido.
Mas, através do novo programa, os lotes passam a ser contemplados individualmente.
Em 2009, o Grupo Pão de Açúcar desenvolveu o programa "Qualidade desde a Origem", incluindo o setor de frutas e legumes. Em 2011, a rede varejista incluiu produtos cárneos da sua marca, Taeq.
Daqui a dois anos, o Grupo prevê que a carne de ave e suína façam parte do programa.
fonte: CarneTec

RS: Sindicato da Alimentação pressiona Grupo Marfrig pelas demissões massivas

Por Andre Sulluchuco

O vice-presidente do Sindicato da Alimentação, Darci Pires da Rocha, se reuniu na semana passada com o deputado estadual Catarina (PSB), na Assembléia Legislativa. O encontro teve como pauta principal o pedido de uma Audiência Pública para abordar o financiamento público do Grupo Marfrig e as demissões em massa de trabalhadores no município de São Gabriel (RS), além do fechamento da unidade frigorífica no Capão do Leão.
A notícia foi comunicada em nota pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias e Cooperativas da Alimentação de Pelotas-RS (Sticap).
Com este encontro na Assembléia Legislativa, o Sindicato mais uma vez firma seu compromisso com o trabalhador exigindo uma discussão da empresa que consiga dialogar com o Sindicato sobre a maneira unilateral e sem discussão concretizada na  demissão em massa dos trabalhadores do Grupo Marfrig.
"É compromisso e obrigação do Sindicato defender os direitos dos trabalhadores. O Grupo Marfig teve uma decisão arbitrária e não discutiu com o Sindicato em nenhum momento. Queremos um diálogo para que o trabalhador não saia prejudicado", disse Darci Rocha.
O deputado Catarina o recebeu em seu gabinete, após participar da reunião semanal da Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Assembléia Legislativa, protocolando o pedido junto à Comissão de Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul.
fonte: CarneTec

domingo, 7 de abril de 2013

Remates de outono terão menos terneiros nas pistas gaúchas


Redução nas pastagens contribuiu para a queda na oferta do Estado

Remates de outono terão menos terneiros nas pistas gaúchas Anderson Petroceli/Especial
Com isso, a projeção é de que o preço do quilo dos animais deva crescer de 12% a 25%Foto: Anderson Petroceli / Especial
Com o número reduzido de animais no campo, os remates de outono se iniciam com projeção de alta de até 25% no preço. O clima favorável ao pasto também deixou o gado mais gordo, o que anima pecuaristas e leiloeiros.

O principal motivo da queda na oferta é a redução das áreas de pastagens e criação para dar espaço aos grãos, conforme o presidente do Sindicato dos Leiloeiros Rurais do Estado (Sindiler), Jarbas Knorr. A alta do preço da soja fez com que alguns pecuaristas passassem a cultivar lavouras do grão, reduzindo o rebanho:

— Muitos criadores migraram ou arrendaram terras de pastagens para o grão, que se tornou muito rentável nesta safra — explica.

A estimativa do sindicato é que a oferta de bovinos caia 20% no Estado. Com isso, a projeção da entidade é de que o preço do quilo dos animais deva crescer de 12% a 25%, passando de R$ 4 para R$ 4,50 ou R$ 5.

Nas feiras de outono, as principais atrações são as novilhas e os terneiros — machos e fêmeas — comercializados para recria e engorda. Na última temporada, foram vendidos mais de 50 mil animais no Estado.

— Com a oferta menor, a procura aumenta e as vendas serão mais rápidas este ano — comenta Knorr.

Setor se recupera da estiagem
A melhora na condição dos bovinos também deve impulsionar o setor. A seca da última temporada prejudicou as pastagens, o que emagreceu o gado. Este ano, o cenário é diferente. As chuvas constantes deixaram as forrageiras de verão em boas condições para a alimentação dos animais, o que aumenta a qualidade dos lotes. 

É o caso do pecuarista Angelo Antonio Martins Bastos, da Estância Itapitocai, de Uruguaiana, que prepara mil animais para serem comercializados em remate nesta temporada. A estância ofertará exemplares em melhores condições do que o ano passado, quando o tempo seco devastou as pastagens. Com isso, a projeção do pecuarista é conseguir um preço cerca de 10% maior em relação ao último outono, quando a média dos animais comercializados ficou em R$ 4,29 o quilo.

Conforme Bastos, se o inverno tiver um clima favorável às pastagens, assim como foi o verão, o rebanho da estância estará ainda mais preparado para a temporada de primavera, quando serão ofertados reprodutores e matrizes.

Mesmo com a projeção de alta no preço do quilo dos bovinos comercializados nos remates de outono, o preço da carne não deve subir nesta temporada, segundo Knorr.

— Ofertamos agora os terneiros que serão criados e abatidos mais tarde, o que não deve afetar o preço da carne ao consumidor no momento.

Pecuaristas precisam investir em tecnologia
A qualidade do gado exposto nos leilões desta temporada deve contribuir para o aumento da rentabilidade dos pecuaristas e, ainda, impulsionar a temporada de outono de 2014, avalia Marcelo Silva, da Trajano Silva Remates.

— A melhor condição corporal das vacas nesta temporada reflete em terneiros mais desenvolvidos no próximo ano — afirma Silva.

Mais capitalizados, os pecuaristas podem investir em tecnologia e genética. Segundo o leiloeiro, com a constante redução das áreas para pasto, os pecuaristas têm de aplicar mais tecnologia para criar um volume maior de gado com os mesmos hectares.

— Tecnologia é a saída para manter o número de animais estável com áreas menores — comenta.

A opinião de Silva é compartilhada pelo proprietário da Agenda Remates, Homero Tarragô Filho. Ele afirma que a qualidade da oferta desta temporada auxiliará na valorização dos lotes e se refletirá nos investimentos dos criadores para os remates de primavera, que dependem do desempenho das pastagens de inverno.
FONTE: ZERO HORA