terça-feira, 9 de abril de 2013

Mais sete estados reconhecidos como livre de aftosa


DO PORTAL DO AGRONEGÓCIO


De acordo com o Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa) em todo o Brasil apenas Santa Catarina é zona livre de aftosa sem vacinação, desde 2007. Os dados oficiais apontam ainda que 15 estados brasileiros são reconhecidos como livres de febre aftosa com vacinação: Mato Grosso, Acre, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia, São Paulo, Sergipe, Tocantins e Distrito Federal. Sendo que em 2013 o Ministério prevê que mais 7 estados e a região Nordeste do Pará também sejam reconhecidas nacionalmente como livres da doença com vacinação. A expectativa é que haja também o reconhecimento desse status pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) em 2014.


A Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SDA/Mapa), juntamente com os serviços veterinários oficiais dos estados de Alagoas, Ceará, Maranhão, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte intensificaram as ações de estruturação e vigilância a partir de 2008, com um trabalho de estruturação feito ao longo dos últimos anos e investimentos de R$ 34,8 milhões. A Bahia e Sergipe são os únicos estados nordestinos reconhecidos como zonas livres da aftosa, até o momento. Na avaliação do o secretário de Defesa Agropecuária do Mapa, Ênio Marques, uma das exigências para obter o certificado da OIE é que os estados brasileiros passem por uma metodologia de amostragem. Onde é feita inspeção clínica e colheita sorológica em uma grande parte dos animais dessa região para avaliar a ausência da circulação viral. Segundo ele, desde o segundo semestre de 2012, foram monitoradas mais de 1,7 mil propriedades rurais e amostrados mais de 71 mil animais, selecionadas aleatoriamente, levando em consideração critérios científicos reconhecidos internacionalmente. O estudo está previsto para encerrar no início do mês de maio. 

Segundo Maria Auxiliadora Diniz, presidente do Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (Indea-MT), o fato do Mapa estar trabalhando de forma efetiva para que aqueles estados que ainda não possuem o status de livre da febre aftosa o tenham, é extremamente positivo. Isso porque vai contribuir tanto em termos comerciais a nível de exportação, como também gera economia e elimina determinadas burocracias. “Hoje há barreiras entre estados em função dessas questões, sabemos que para manter essas barreiras com funcionários e equipamentos há muitos custos. Além das formalidades que há no momento em que os animais têm que passar de um Estado para outro. O que acabaria se todos estivessem nas mesmas condições sanitárias”. 

No Brasil, 89% do rebanho de bovinos e bubalinos, ou 185 milhões de cabeças, está em zona livre de febre aftosa, que representa 60% do território nacional. Com a possibilidade de inclusão de mais 22 milhões de animais nos oito estados em análise, o percentual passaria a ser de 99%. Após esse processo, faltará apenas os estados do Amapá e Roraima e parte do estado do Amazonas serem reconhecidos como livre de febre aftosa. Na avaliação do diretor do Departamento de Saúde Animal do Mapa, Guilherme Marques, o Ministério da Agricultura vem trabalhando há anos para que o país tenha o maior rebanho do mundo livre da doença. Com esses avanços, seguramente vários mercados ainda inacessíveis serão abertos. Sendo que um importante passo foi dado nesta no final do mês de março, no avanço às ações de reconhecimento do país como livre da doença. Isso porque autoridades e técnicos do Ministério da Agricultura em Brasília e de sete estados do Nordeste e do Pará estiveram reunidos para avaliar os trabalhos realizados em 2012 e definir o cronograma de atividades para finalizar os trabalhos.
  
Na avaliação de Luciano Vacari, superintendente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), quanto mais estados com status de livre da febre aftosa com vacinação, melhor para a Cadeia como um todo, já que isso mostra que o Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa está dando resultados positivos. “Muitos países ao avaliarem se vão ou não comprar a carne de determinados países exportadores observam como critério se ainda há estados que não estão livres da aftosa com vacinação, dessa forma quanto mais estados alcançarem melhor para a cadeia de uma forma geral. Claro que nosso objetivo é que todos os estados brasileiros cheguem a este estágio para que em um futuro não muito distante consigamos o status de país livre da febre aftosa sem a vacinação. Daí a importância do pecuarista brasileiro continuar fazendo o seu trabalho de vacinar o seu gado nas datas previstas”. 

O Mapa pretende enviar um relatório à OIE até julho deste ano, mas solicitou às autoridades estaduais que seja finalizada a implementação das medidas estruturais e técnicas indicadas para fortalecimento dos serviços veterinários oficiais da região, que dependem dos governos estaduais. As iniciativas brasileiras de combate à aftosa vêm sendo implementadas de forma organizada desde a década de 1960. Em 1992, o Governo Federal lançou o Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (PNEFA), que tem como objetivo principal a implantação progressiva e manutenção de zonas livres da doença. A primeira zona livre foi conquistada em 1998. A execução do programa é compartilhada entre os diferentes níveis de hierarquia do serviço veterinário oficial e tem a participação do setor privado.

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