Espera no porto de Vila do Conde, em Barcarena, é longa.
Administração do local afirma que tudo ocorre conforme previsto.
O embarque de gado vivo pelo porto de Vila do Conde, em Barcarena, no nordeste do estado, tem provocado reclamações. Os caminhoneiros, que transportam os animais, dizem que o tempo de espera para a carga entrar nos navios é muito longa e que eles têm prejuízos.
O Pará é o maior exportador de boi vivo do Brasil. No ano passado 673.823 cabeças de gado deixaram as fazendas do estado, de acordo com a Associação Brasileira de Exportadores de Gado. O rebanho é embarcado pelo porto de Vila do Conde, em Barcarena, mas a longa fila de caminhões para entrar no porto cansa os animais.
A demora para despachar a carga irrita os caminhoneiros. “Em 12 horas a gente colocava dois mil bois em um navio. E agora nós estamos com 24 horas e ainda não acabou”, relatou Vagner Oliveira.
“Demora às vezes quatro horas para chegar aqui e quando chega, a gente fica oito horas esperando para poder entrar. Quando entra espera duas ou três horas para descarregar. Então, isso leva o dia todo e o boi dentro da gaiola”, disse César Alessandro, caminhoneiro.
A longa espera do lado de fora e debaixo de um sol forte maltrata os animais. Sem comer e beber água, os bois perdem peso, ficam estressados e podem até morrer.
A longa espera do lado de fora e debaixo de um sol forte maltrata os animais. Sem comer e beber água, os bois perdem peso, ficam estressados e podem até morrer.
“Tem um amigo nosso que já faleceram dois bois no carro dele. E morreu tem que pagar. São R$ 2 mil. Aí a gente paga para trabalhar se morrer”, disse Bruno Lopes, motorista.
Para os exportadores de gado, o embarque da carga viva não seria prioridade para o porto de Vila do Conde. Falta também um local adequado para os caminhões. De acordo com a administração do porto, o plano de controle ambiental só permite a entrada de quatro caminhões de bois de cada vez.
Para os exportadores de gado, o embarque da carga viva não seria prioridade para o porto de Vila do Conde. Falta também um local adequado para os caminhões. De acordo com a administração do porto, o plano de controle ambiental só permite a entrada de quatro caminhões de bois de cada vez.
“O problema da quantidade de caminhões é que são caminhões que deveriam estar no ponto de espera e não estão. Eles ficam na frete do porto, contrariando o plano de controle ambiental”, explicou Ronei Nogueira, administrador do porto.
Ele diz que os exportadores têm que construir um local adequado para manter o gado até que a entrada dos caminhões seja liberada. O superintendente da Associação dos Exportadores fala que o espaço está quase pronto, mas que ainda depende de uma autorização dos órgãos ambientais para funcionar.
“Nós já cumprimos as etapas da prévia da instalação. Falta liberar a licença de operação”, explicou Gil Reis, da associação dos exportadores.
Exportadores e despachantes reclamam que o porto de Vila do Conde não acompanhou a evolução das exportações de gado. “De quatro que era em 2011, nós temos mais ou menos, nós temos agora 13 exportadores de boi vivo”, disse Roberto Oliveira, sindicato dos Despachantes.
“Vila do Conde é um dos poucos portos desse país que não prioriza carga viva. porque carga viva, no mundo inteiro, é prioridade”, afirmou Gil Reis.
“O embarque continua normal. O navio chega aqui com data para entrar e para sair. Nesse prazo o gado está sendo embarcado”, informou Ronei Nogueira.
O porto de Vila do Conde também movimenta o minério produzido no Pará, mas só há uma balança para pesar todas as cargas que chegam ao local, todos os dias.
“Às vezes tem 20 caminhões de minério lá. A gente fica duas horas atrás de um caminhão de minério para pesar. É isso que está acontecendo”, disse Ananias Alves, caminhoneiro
fonte: G1 Pará