Previsão é de que, em uma década, 12,5 milhões de hectares de pastagens deverão ser transferidos para atividades de grãos, cana-de-açúcar e florestas
Nos próximos dez anos, para cada 10 quilos de aumento no consumo mundial de carne, 3 quilos deverão ser produzidos no Brasil. Além de garantir o suficiente para atender essa demanda, a pecuária terá que disponibilizar área para a expansão da agricultura. No ritmo atual de uso de tecnologia e crescimento de produtividade, a pecuária destinaria 8,6 milhões de hectares de pastagens para a agricultura. No entanto, projeções da Agroconsult apontam que, até 2022, as atividades de grãos, cana-de-açúcar e florestas plantadas exigirão 15,3 milhões de hectares novos. A expectativa da Agroconsult é de que 82% dessa área – 12,5 milhões de hectares – venham de pastagens e apenas 18% - 2,8 milhões de hectares – de supressão de vegetação nativa, ficando clara a necessidade de a pecuária aumentar o ritmo com que vem agregando tecnologia e incremento de produtividade.
A integração lavoura–pecuária–florestas é uma tendência que vem se confirmando na amostragem do Rally da Pecuária, expedição técnica que percorreu, entre agosto e outubro de 2012, 52 mil quilômetros por nove Estados, que representam 75% do rebanho bovino e 85% da produção de carne. O levantamento identificou que 11% das áreas visitadas já estão cobertas com agricultura ou reflorestamento. Nas entrevistas, 86% dos produtores querem reformar 14,5% das pastagens ao ano; desses, 34,7% pretendem usar agricultura no processo de reforma.
Mesmo assim é importante ressaltar algumas limitações técnicas de produtividade em grande parte das pastagens. Essas considerações precisam ser apontadas aos produtores para evitar que frustrações acabem por gerar desconfiança quanto aos benefícios da integração. Um dos fatores limitantes para a produtividade agrícola de alta performance – a altitude – indica que somente 17,8% das pastagens amostradas estão em altitudes elevadas. Isso indica que a produtividade nessas regiões da integração lavoura-pecuária pode ficar aquém das expectativas dos produtores.
Apesar dos inquestionáveis benefícios da integração, as alternativas de melhorar diretamente as pastagens são viáveis e desejáveis. No entanto, o levantamento do Rally da Pecuária 2012 identificou que apenas de 3% a 7% dos pastos precisariam de reforma imediata. Entre 16% e 20% da área podem passar por recuperação (sem revolvimento do solo) que, em média, custa aproximadamente 60% do valor de uma reforma. Essa observação permite concluir que há um espaço enorme de oportunidades para o produtor economizar adotando técnicas economicamente mais eficientes para lidar com as pastagens.
A maneira como o pecuarista lida com o pasto, conforme a amostragem, já aponta a propensão para adotar mais tecnologia. Dos produtores entrevistados, 42% fazem fertilização, das pastagens em superfície, em alguma medida. Essa é uma das razões que tornam o confinamento uma ferramenta necessária, pois permite o aumento de tecnologia nas pastagens. Na amostra foram identificadas 549 mil cabeças confinadas, que representam um aumento de 6% em relação ao confinado pelos mesmos produtores no ano passado. Desse total, 88,5% são usados como estratégia de terminação nas propriedades.
Com relação aos índices zootécnicos, os dados de 2012 ficaram bem próximos aos observados em 2011, porém um pouco inferiores. Isso não deve ser interpretado como piora nos níveis tecnológicos, mas sim como uma melhora na amostragem e no rigor estatístico da formulação dos questionários aplicados no Rally da Pecuária.
Além dos avanços no uso de confinamento e de IATF (Inseminação Artificial em Tempo Fixo), o Rally constatou que 64% dos produtores entrevistados usam sal proteinado na seca e 44,5% no período chuvoso. A propensão dos pecuaristas em implementar tecnologias como essas confirma o cenário traçado pela Agroconsult para os próximos dez anos. O suporte das áreas de pastagens deverá aumentar na ordem de 12% a 15%, enquanto a produtividade por área aumentará na ordem de 40% a 45% no mesmo período. A intensificação zootécnica será mais rápida do que a agronômica.
“O Rally da Pecuária 2012 atingiu uma amostragem melhor, se comparado a de 2011. Mesmo assim não é possível diagnosticar a pecuária nacional, estimando uma média. A resposta que conseguimos é ‘para onde a pecuária está indo’”, diz Maurício Palma Nogueira, coordenador da expedição.
Radiografia da pecuária
Único levantamento in loco das principais regiões de cria, recria, engorda e confinamento do país, o Rally contou com cinco equipes técnicas que colheram informações para formar uma completa e extensa base de dados, tornando-se assim uma radiografia do setor no país. O Rally da Pecuária avaliou a pecuária brasileira em aspectos como qualidade de pastagens, evolução do rebanho de corte, técnicas de manejo utilizadas e índices zootécnicos, calibrando os índices para melhorar a base estatística brasileira.
“A falta de informações na pecuária e o excesso de números contraditórios baseados no “pode ser” e no “talvez” representam um risco enorme na formulação de decisões por quem opera no setor antes, dentro e depois da porteira. A experiência dos últimos dois anos, com o Rally da Pecuária, nos mostrou que é viável melhorar as estatísticas do campo. As informações estão lá e querem ser encontradas”, explica André Pessôa, diretor da Agroconsult, empresa que organiza a expedição junto com a Bigma Consultoria.
As cinco equipes do Rally da Pecuária visitaram 97 produtores em Goiás, Tocantins, Pará, Mato Grosso, Rondônia, Mato Grosso do Sul, Paraná, Minas Gerais e São Paulo. As pastagens foram mapeadas e fotografadas, levando em consideração informações como a homogeneidade do pasto, volume de massa, população de plantas, altura do capim, presença de erosão, plantas invasoras, além de um histórico de utilização dessas pastagens relatado pelos pecuaristas.
Nos encontros com pecuaristas, técnicos do Rally fizeram entrevistas qualitativas e quantitativas com o objetivo de levantar, entre outros dados, áreas de pastagem e de agricultura em cada propriedade, total de cabeças de gado, confinamento, índices de fertilidade, natalidade e mortalidade, manejo sanitário e de pastagens e comercialização de animais.
As equipes do Rally da Pecuária 2012 realizaram 13 palestras sobre o mercado de pecuária, finalizadas com jantar para produtores convidados, além de cinco encontros com pecuaristas, com público estimado de 1400 pessoas. Palmas, Araguaína, Xinguara, Água Boa, Cuiabá, Ji-Paraná, Pimenta Bueno, Campo Grande, Londrina, Aquidauana, Araçatuba, Uberaba e Goiânia receberam os eventos.
São 150 profissionais do agronegócio envolvidos entre a organização e a realização do Rally da Pecuária 2012, patrocinado por Dow AgroSciences, MSD Saúde Animal, Vale/ Serrana Nutrição Animal, Fertilizantes Heringer e Grupo Marfrig, com apoio da FIESP, Mitsubishi, Embrapa Monitoramento por Satélite, INPE e BeefPoint. Todos os dados quantitativos e qualitativos colhidos pelo Rally serão processados pela Agroconsult e Bigma e apresentados em outubro na Fiesp, em São Paulo.
O trabalho das equipes e o roteiro completo da expedição poderão ser acompanhados pelo site www.rallydapecuaria.com.br ou pelo www.facebook.com/rallydapecuariaoficial ou siga owww.twitter.com/rallydapecuaria
Nos próximos dez anos, para cada 10 quilos de aumento no consumo mundial de carne, 3 quilos deverão ser produzidos no Brasil. Além de garantir o suficiente para atender essa demanda, a pecuária terá que disponibilizar área para a expansão da agricultura. No ritmo atual de uso de tecnologia e crescimento de produtividade, a pecuária destinaria 8,6 milhões de hectares de pastagens para a agricultura. No entanto, projeções da Agroconsult apontam que, até 2022, as atividades de grãos, cana-de-açúcar e florestas plantadas exigirão 15,3 milhões de hectares novos. A expectativa da Agroconsult é de que 82% dessa área – 12,5 milhões de hectares – venham de pastagens e apenas 18% - 2,8 milhões de hectares – de supressão de vegetação nativa, ficando clara a necessidade de a pecuária aumentar o ritmo com que vem agregando tecnologia e incremento de produtividade.
A integração lavoura–pecuária–florestas é uma tendência que vem se confirmando na amostragem do Rally da Pecuária, expedição técnica que percorreu, entre agosto e outubro de 2012, 52 mil quilômetros por nove Estados, que representam 75% do rebanho bovino e 85% da produção de carne. O levantamento identificou que 11% das áreas visitadas já estão cobertas com agricultura ou reflorestamento. Nas entrevistas, 86% dos produtores querem reformar 14,5% das pastagens ao ano; desses, 34,7% pretendem usar agricultura no processo de reforma.
Mesmo assim é importante ressaltar algumas limitações técnicas de produtividade em grande parte das pastagens. Essas considerações precisam ser apontadas aos produtores para evitar que frustrações acabem por gerar desconfiança quanto aos benefícios da integração. Um dos fatores limitantes para a produtividade agrícola de alta performance – a altitude – indica que somente 17,8% das pastagens amostradas estão em altitudes elevadas. Isso indica que a produtividade nessas regiões da integração lavoura-pecuária pode ficar aquém das expectativas dos produtores.
Apesar dos inquestionáveis benefícios da integração, as alternativas de melhorar diretamente as pastagens são viáveis e desejáveis. No entanto, o levantamento do Rally da Pecuária 2012 identificou que apenas de 3% a 7% dos pastos precisariam de reforma imediata. Entre 16% e 20% da área podem passar por recuperação (sem revolvimento do solo) que, em média, custa aproximadamente 60% do valor de uma reforma. Essa observação permite concluir que há um espaço enorme de oportunidades para o produtor economizar adotando técnicas economicamente mais eficientes para lidar com as pastagens.
A maneira como o pecuarista lida com o pasto, conforme a amostragem, já aponta a propensão para adotar mais tecnologia. Dos produtores entrevistados, 42% fazem fertilização, das pastagens em superfície, em alguma medida. Essa é uma das razões que tornam o confinamento uma ferramenta necessária, pois permite o aumento de tecnologia nas pastagens. Na amostra foram identificadas 549 mil cabeças confinadas, que representam um aumento de 6% em relação ao confinado pelos mesmos produtores no ano passado. Desse total, 88,5% são usados como estratégia de terminação nas propriedades.
Com relação aos índices zootécnicos, os dados de 2012 ficaram bem próximos aos observados em 2011, porém um pouco inferiores. Isso não deve ser interpretado como piora nos níveis tecnológicos, mas sim como uma melhora na amostragem e no rigor estatístico da formulação dos questionários aplicados no Rally da Pecuária.
Além dos avanços no uso de confinamento e de IATF (Inseminação Artificial em Tempo Fixo), o Rally constatou que 64% dos produtores entrevistados usam sal proteinado na seca e 44,5% no período chuvoso. A propensão dos pecuaristas em implementar tecnologias como essas confirma o cenário traçado pela Agroconsult para os próximos dez anos. O suporte das áreas de pastagens deverá aumentar na ordem de 12% a 15%, enquanto a produtividade por área aumentará na ordem de 40% a 45% no mesmo período. A intensificação zootécnica será mais rápida do que a agronômica.
“O Rally da Pecuária 2012 atingiu uma amostragem melhor, se comparado a de 2011. Mesmo assim não é possível diagnosticar a pecuária nacional, estimando uma média. A resposta que conseguimos é ‘para onde a pecuária está indo’”, diz Maurício Palma Nogueira, coordenador da expedição.
Radiografia da pecuária
Único levantamento in loco das principais regiões de cria, recria, engorda e confinamento do país, o Rally contou com cinco equipes técnicas que colheram informações para formar uma completa e extensa base de dados, tornando-se assim uma radiografia do setor no país. O Rally da Pecuária avaliou a pecuária brasileira em aspectos como qualidade de pastagens, evolução do rebanho de corte, técnicas de manejo utilizadas e índices zootécnicos, calibrando os índices para melhorar a base estatística brasileira.
“A falta de informações na pecuária e o excesso de números contraditórios baseados no “pode ser” e no “talvez” representam um risco enorme na formulação de decisões por quem opera no setor antes, dentro e depois da porteira. A experiência dos últimos dois anos, com o Rally da Pecuária, nos mostrou que é viável melhorar as estatísticas do campo. As informações estão lá e querem ser encontradas”, explica André Pessôa, diretor da Agroconsult, empresa que organiza a expedição junto com a Bigma Consultoria.
As cinco equipes do Rally da Pecuária visitaram 97 produtores em Goiás, Tocantins, Pará, Mato Grosso, Rondônia, Mato Grosso do Sul, Paraná, Minas Gerais e São Paulo. As pastagens foram mapeadas e fotografadas, levando em consideração informações como a homogeneidade do pasto, volume de massa, população de plantas, altura do capim, presença de erosão, plantas invasoras, além de um histórico de utilização dessas pastagens relatado pelos pecuaristas.
Nos encontros com pecuaristas, técnicos do Rally fizeram entrevistas qualitativas e quantitativas com o objetivo de levantar, entre outros dados, áreas de pastagem e de agricultura em cada propriedade, total de cabeças de gado, confinamento, índices de fertilidade, natalidade e mortalidade, manejo sanitário e de pastagens e comercialização de animais.
As equipes do Rally da Pecuária 2012 realizaram 13 palestras sobre o mercado de pecuária, finalizadas com jantar para produtores convidados, além de cinco encontros com pecuaristas, com público estimado de 1400 pessoas. Palmas, Araguaína, Xinguara, Água Boa, Cuiabá, Ji-Paraná, Pimenta Bueno, Campo Grande, Londrina, Aquidauana, Araçatuba, Uberaba e Goiânia receberam os eventos.
São 150 profissionais do agronegócio envolvidos entre a organização e a realização do Rally da Pecuária 2012, patrocinado por Dow AgroSciences, MSD Saúde Animal, Vale/ Serrana Nutrição Animal, Fertilizantes Heringer e Grupo Marfrig, com apoio da FIESP, Mitsubishi, Embrapa Monitoramento por Satélite, INPE e BeefPoint. Todos os dados quantitativos e qualitativos colhidos pelo Rally serão processados pela Agroconsult e Bigma e apresentados em outubro na Fiesp, em São Paulo.
O trabalho das equipes e o roteiro completo da expedição poderão ser acompanhados pelo site www.rallydapecuaria.com.br ou pelo www.facebook.com/rallydapecuariaoficial ou siga owww.twitter.com/rallydapecuaria
Agrolink com informações de assessoria