sábado, 17 de março de 2018

Operação Carne Fraca completa um ano e deixa lições

Para analista, operação serviu para expor as falhas do sistema de controle de qualidade de carne do Brasil, que ainda precisa ser melhorado

Alisson Freitas
No dia 17 de março de 2017 o agronegócio brasileiro sofreu o primeiro de uma série de golpes que abalaram o setor ao longo do ano. Naquela data, a Polícia Federal deflagrou a operação Carne Fraca, que investiga fraudes cometidas por fiscais agropecuários federais e empresários ligados à JBS e BRF.
Embora o processo envolvesse apenas a proteína de frango, a cadeia produtiva da carne bovina também sofreu as consequências. Enquanto a arroba despencava no mercado interno, diversos países importadores suspenderam a compra de carne bovina do Brasil. Com isso, as exportações do mês seguinte, abril, caíram 25% em receita e 26% em volume, de acordo com a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec).
“Na época, muitas informações erradas foram disseminadas e isso abalou a confiança do consumidor. Infelizmente, os responsáveis (Polícia Federal) não deram as caras para fazer a devida retratação”, lembra o analista de mercado José Vicente Ferraz, da Informa FNP, citando o caso da “carne com papelão”, que se referia à embalagem em que o produto foi colocado e não à mistura no processamento da proteína.
Em meio a esse turbilhão, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e diversas entidades do setor foram atrás dos países importadores para prestar os devidos esclarecimentos e os embargos momentâneos foram vencidos ao longo do ano. A partir daí, as exportações voltaram com força total e o Brasil encerrou 2017 com alta de 9% em volume e 13% em receita sobre o ano anterior.
Passado um ano do início da operação, o turbilhão já se dissipou e o setor já não sente mais os impactos da Carne Fraca, na visão da analista Isabella Camargo, da Scot Consultoria. “Os preços se recuperaram rapidamente, antes até de qualquer projeção feita na época. Isso mostra o grande poder de reação da pecuária brasileira”.
A analista também afirma que a operação serviu para unir todos os elos da cadeia produtiva e reforçar as qualidades da carne brasileira no exterior. “O setor mostrou total união e a ação das entidades junto aos exportadores foi fundamental para isso. Hoje, o mundo sabe que pode confiar na carne brasileira, prova disso foi o aumento expressivo nas exportações em 2017 o e no início desse ano”, concluiu.
Para Ferraz, a Carne Fraca serviu para expor as falhas do sistema de controle de qualidade de carne do Brasil, que ainda precisa ser melhorado “Ainda somos falhos em questões sanitárias e isso ainda nos impede de acessar mercados mais exigentes”, avalia.
Embora celebre a reversão do cenário caótico de 2017, o analista acredita que a Carne Fraca causa impactos no setor. “De certa forma a imagem da carne do Brasil ainda é vista com certa desconfiança no exterior. Ainda deve levar algum tempo para que isso seja totalmente esquecido, o que é normal após tudo o que aconteceu”.
Operação Trapaça – No dia 5 de março deste ano, a Polícia Federal deflagrou a 3ª etapa da Carne Fraca. A operação, entitulada de “Trapaça”, cumpriu 91 ordens judiciais no Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Goiás e São Paulo, que culminaram nas prisões temporárias do ex-presidente da BRF, Pedro de Andrade Faria, e do ex-diretor e vice-presidente, Hélio Rubens Mendes dos Santos Júnior.
Diferente do que aconteceu no ano passado, a nova fase da investigação não deve afetar o mercado do boi. “Está muito claro que o foco das investigações é a cadeia de aves e isso não deve impactar as outras proteínas. As demais empresas do setor também não devem ser abaladas, a única que sofrerá as consequencias é a BRF, por ser alvo das investigações”, conclui José Vicente Ferraz.
Fonte: Portal DBO

Indústria quer lançar selo de carne gaúcha para agregar valor ao produto


Fonte:Pixabay/divulgação
Iniciativa parte com o lançamento de uma ferramenta que reúne informações sobre a cadeia produtiva de carne bovina do estado
O governo do Rio Grande do Sul lançou uma ferramenta capaz de unir todas as  informações sobre a cadeia da carne bovina do estado em um só site. A indústria espera que isso permita a criação de um selo que valorize mais o produto no mercado.
O Observatório Gaúcho da Carne reúne informações como volumes e tipos de carne importada e exportada, regiões produtoras e número de abates. Coordenada pelo setor privado e apoiada pelo governo, a ferramenta traz informações coletadas desde janeiro de 2010.
“O que nós ainda estamos buscando é unificar e valorizar a carne gaúcha, assim como acontece em países como Argentina, Uruguai e Austrália. Se fala em carne identificada daquele país e isso vai trazer mais valor agregado ao nosso produto e, consequentemente, um melhor resultado aos produtores e garantindo qualidade total ao consumidor final”, falou o então secretário de Agricultura do Rio Grande do Sul.
Para criar a plataforma, foram ouvidas mais de 300 pessoas ligadas ao setor com a finalidade de saber o que consideram importante na definição de negócios e políticas públicas. O objetivo é que o observatório sirva de ferramenta para ações pontuai.
“Essa disponibilidade de dados sobre a dinâmica de mercado de entrada de produtos e de volume produzido vai nos permitir entender melhor a demanda e trabalhar melhor a própria genética para produzir mais carne aqui no estado”, comentou o gerente nacional do Programa Carne Angus, Fábio Medeiros.
Selo gaúcho
A indústria vê mais longe e quer usar os dados para encaminhar a criação de um selo da carne gaúcha, considerada uma forma de valorizar a proteína no mercado, como já acontece em outros países. “Até por serem bem parecidas com a produção argentina e uruguaia, por que não criarmos uma diferenciação e um reconhecimento da carne gaúcha? Então esse seria um dos grandes objetivos que viria a nos ajudaria a tornar mais viáveis e rentáveis os nossos negócios”, falou o presidente do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Rio Grande do Sul (Sicadergs), Ronei Alberto Lauxen.
  • Bruna Essig, de Porto Alegre (RS)
  • Fonte : Canal Rural

quinta-feira, 15 de março de 2018

Observatório da Carne valoriza pecuária de corte e amplia segurança de consumo


Sartori ressaltou importância da pecuária de corte se manter unida para qualificar a atividade
Sartori ressaltou importância da pecuária de corte se manter unida para qualificar a atividade - Foto: Luiz Chaves/Palácio Piratini

O governo do Estado lançou, nesta quinta-feira (15), um novo website que uniformiza as informações sobre a pecuária de corte no Rio Grande do Sul, melhorando a compreensão dos consumidores sobre a atividade e a procedência da carne oferecida no mercado. Os dados vão desde o nascimento dos animais até a exportação dos produtos gaúchos. O Observatório Gaúcho da Carne (OGC), apresentado no Palácio Piratini, pode ser acessado no endereço www.observatoriogauchodacarne.com.br
A iniciativa é da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Irrigação (Seapi) e do vice-governador José Paulo Cairoli, com o apoio de entidades representativas da pecuária gaúcha. O site é considerado importante por ser o primeiro passo rumo a criação da Agência Gaúcha da Carne.
A ferramenta conecta os dados já existentes e reúne todas as informações num só lugar. Com isso, será possível fazer uma radiografia permanente e fiel da atividade, permitindo o desenvolvimento de políticas que melhorem a qualidade da carne gaúcha.

Segundo o governador José Ivo Sartori, "só vamos proteger o setor quando ele estiver unido"
Segundo o governador José Ivo Sartori, "só vamos proteger o setor quando ele estiver unido" - Foto: Luiz Chaves/Palácio Piratini

O governador José Ivo Sartori lembrou que o projeto foi apresentado durante a Expointer do ano passado e, desde então, um trabalho conjunto fconstruiu um modelo que atendesse as necessidades da pecuária de corte. "Só vamos proteger o setor quando ele estiver unido. Nosso papel, como poder público, é modernizar o Estado e fazer as mudanças estruturais necessárias", enfatizou.
Conforme o governador, a modernização do serviço público é um trabalho contínuo desde o primeiro ano de governo. "Adotamos um novo modelo de gestão que possibilitou arrumar a casa, atrair novos investimentos e prestar melhores serviços aos cidadãos. Hoje é inaceitável imaginar o serviço público sem gestão", afirmou.
Ele acrescentou que o Rio Grande do Sul está preparado para entrar numa nova fase de desenvolvimento, mas que ainda é preciso promover outras transformações para construir um novo futuro. "A modernização do Estado é um dos legados que mais me orgulha. Porque não é mais algo só do nosso governo. Agora, pertence a todos, ao serviço público e à sociedade", finalizou.
Construído a várias mãos
Para criar o Observatório Gaúcho da Carne foram usados modelos como o Meat Market Observatory da Comissão Europeia; o INAC (Instituto Nacional de Carnes do Uruguai); o Atlas da Complexidade Econômica da Harvard University; e o Observatório da Complexidade Econômica do Massachusetts Institute of Technology.

Para o secretário Polo, ferramenta amplia a compreensão dos consumidores sobre o produto oferecido no mercado
Para o secretário Polo, ferramenta amplia a compreensão dos consumidores sobre o produto oferecido no mercado - Foto: Luiz Chaves/Palácio Piratini
Segundo o secretário da Agricultura, Pecuária e Irrigação, Ernani Polo, o RS passa a contar a partir de agora com uma ferramenta de informações inovadora. "Essa é uma construção a várias mãos e um processo de evolução. Vamos buscar ainda mais a valorização e qualificação da pecuária. Produzimos carne de excelência, mas ainda podemos fazer mais", destacou. Ele acrescentou que na mesma linha do Observatório está sendo feito um estudo sobre o leite, em conjunto com as entidades do setor.
A primeira etapa do projeto foi uma pesquisa com cerca de 350 pessoas ligadas ao setor para saber quais informações e cenários gostariam de ver na ferramenta. "Nós não coletamos dados, nós conectamos os dados públicos existentes. Já são mais de 880 milhões de dados dispostos em 11 paineis de informações com 72 páginas”, ressaltou a coordenadora e consultora do projeto, Andréa Veríssimo. O Observatório conta com dados desde janeiro de 2010.

Participaram o vice-governador José Paulo Cairoli; o presidente da Federação da Agricultura do Estado do RS (Farsul), Gedeão Pereira; o presidente do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do RS (Sicadergs), Ronei Alberto Lauxen; e o presidente do Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal (Fundesa), Rogério Kerber.

Texto: Cassiane OsórioEdição: Gonçalo Valduga/Secom

Governo do Rio Grande do Sul lança Observatório Gaúcho da Carne



O Observatório Gaúcho da Carne (OGC) será lançado nesta quinta-feira durante evento no Palácio Piratini. O OGC contribuirá para reduzir a assimetria de informações entre os elos da cadeia produtiva da carne bovina, ao reunir o big data da pecuária do Rio Grande do Sul e transformá-lo em informação e conhecimento. Por meio de uma abordagem inovadora, o Observatório não coleta dados, e sim conecta grandes volumes de informações homologadas, obtidas das mais diversas fontes públicas oficiais e/ou acreditadas. Após, são transformados em dados que passam a ter significado, e apresentando-as em painéis analíticos de fácil consulta, permitindo a compreensão das atividades realizadas pelo setor produtivo desde o nascimento dos animais até a exportação dos produtos gaúchos. Ao transformar dados em informação, o OGC conta as histórias da pecuária e do mercado de carnes gaúcho, e sua inserção nacional e internacional. Tomando como modelos o Meat Market Observatory da Comissão Europeia; o Inac (Instituto Nacional de Carnes do Uruguai); o Atlas da Complexidade Econômica da Universidade de Harvard e o Observatório da Complexidade Econômica do Massachussets Institute of Technology norte-americanos, o Rio Grande do Sul passa a contar agora com uma ferramenta de informações inovadora e disruptiva, que certamente ajudará no melhor entendimento dos elos da cadeia produtiva da carne bovina gaúcha. Lançado durante a Expointer 2017, para ser entregue em março de 2018, o OGC é oferecido como uma grande inovação para a pecuária gaúcha, por meio de um website de livre acesso na internet, ajudando a uniformizar as informações e permitindo uma melhor compreensão deste setor tão tradicional e importante para a economia do Estado. "É importante destacar a evolução da pecuária gaúcha, na genética e qualidade do produto. O Observatório Gaúcho da Carne se propõe a conquistar o espaço de entendimento do setor pecuário gaúcho, onde a informação extraída constrói a confiança por meio da transparência. Teremos dados coletados e conectados agilmente, de fácil acesso, onde se poderá realizar uma radiografia permanente e fiel do setor, para que se possa auxiliar, com essas informações, ao desenvolvimento de políticas de fomento, para maior qualidade da carne e valorização da carne, tendo como consequência a prospecção de novos mercados", avalia o secretário de Agricultura, Ernani Polo. O observatório tem como objetivo final a criação da Agência Gaúcha da Carne, que valorizará ainda mais a qualidade da pecuária do Estado. - 
fonte: Jornal do Comércio 

Venda de gado gordo: "Audiência" de um técnico de campo


Venda de gado gordo: "Audiência" de um técnico de campo

Foto: Divulgação/Assessoria
Por Fernando Furtado VellosoAssessoria Agropecuária FFVelloso & Dimas Rocha
A comercialização do gado para abate é um tema importante e decisivo para a viabilização dos sistemas pecuários, desde os mais simples, extensivos e familiares de pequeno porte, até as operações mais empresariais, de grande tecnificação e escala. Não me refiro somente ao valor obtido pelos animais, mas também ao sistema de comercialização, liquidez e agilidade na venda e diferenciação de valores para produtos diferenciados. Vou tentar abordar alguns temas de minha vivência e “audiência” como técnico de campo no RS. 

Escala
Como em tantos negócios, quem tem mais negocia melhor. No gado gordo não é diferente. O volume de animais abatidos anualmente é um importante diferencial de um fornecedor para uma indústria ou intermediário (corretor). Não se iluda: quem tem grande volume de animais de qualidade média deve estar negociando melhor (ou sendo mais bem pago) do que quem tem poucos animais de qualidade superior. Pode não ser sempre assim, mas deve ser na maioria das vezes. O volume e a constância de abates são atributos que põem valor no gado antes de falarmos da qualidade dos animais (idade, raça, terminação etc). 

Peso vivo ou rendimento
A maioria das indústrias do RS trabalha (preferencialmente) com a compra “a rendimento”, ou seja, pagando pelo valor do peso da carcaça na indústria (ex.: R$ 10,00/kg de carcaça do novilho). Frigoríficos menores, abatedouros e açougues ainda compram rotineiramente animais para abate pelo peso vivo, ou seja, pelo peso de fazenda (ex.: R$ 5,00/kg vivo). 

Pergunta: “Mas, Velloso, se um novilho médio rende 52% ou mais, é melhor vender a rendimento, pois o preço do kg vivo passa para R$ 5,20 ao invés de R$ 5,00.” Não é verdade? 

Resposta: É verdade, mas nem sempre acontece assim. Ocorre de alguns animais do lote não atingirem o rendimento e também de procedimentos realizados nos frigoríficos não serem padronizados entre as diferentes indústrias, levando à uma grande variação no rendimento de carcaça. Entram aí temas antigos como esfola, retirada da ferida de sangria, remoção de contusões, pesagens etc. Logo, são frequentes as frustrações ao receber o romaneio de abate. Depois do gado abatido, carcaças reprovadas ou rendimentos baixos, não há muito o que fazer. Não há como recuperar ou discutir essa informação do passado. Aí reside grande parte da relação de desconfiança entre produtor e indústria. 

Peso vivo ou classificação de carcaças
Naturalmente, a venda a peso vivo não pressupõe classificação de carcaça. Pesa-se o gado na fazenda e o valor da venda está definido. A rendimento, além do peso final da carcaça, consideram-se também itens relacionados à classificação de carcaças e à remuneração final (dentição, conformação e cobertura de gordura). Essa classificação também é tema gerador de grandes discussões, pois, apesar de serem padrões com limites bem definidos, são avaliações feitas visualmente por profissionais das indústrias, sendo assim, passíveis de erros, diferenças de critérios e até de erros de processamento ou lançamentos de dados. 

A teoria nos diz que bons lotes (acima da média) deveriam ser vendidos a rendimento para alcançarem remuneração superior ao peso vivo. Porém, essa situação somente ocorre quando os animais são bem apartados e a classificação, realizada de forma correta. Para não criticar somente as práticas dos frigoríficos, gosto de citar um ditado que diz que alguns pecuaristas “se aprontam” antes do gado. Deve-se levar em conta também que a exigência de cobertura de gordura (terminação) de um frigorífico exportador é diferente de um voltado ao mercado doméstico, que também se diferencia de um comércio local (supermercado, açougue etc). Logo, a vaca gorda dos grandes frigoríficos é diferente da vaca gorda do comércio local. Nenhum dos dois está errado. Cabe ao produtor entender qual negócio é mais conveniente ou mais remunerador. 

Produto diferenciado e venda diferenciada
Existe uma queixa comum entre pecuaristas em relação a produtos diferenciados. “Meu gado era todo Angus, dente de leite, engordado em confinamento e padronizado, e não consegui valor superior a um novilho comum”. Pois bem, essa é uma situação frequente para quem oferece um produto superior sem ter um canal diferenciado de comercialização. Esse não é o tipo de produto para negociar a balcão, mas muitos tentam fazer. Os fornecedores desse produto (normalmente com custo de produção mais elevado) obtêm sucesso na venda desses animais premium quando possuem algum tipo de contrato ou acerto especial com seus clientes, sejam frigoríficos, sejam comércios locais. Volta-se a ter a necessidade de uma escala mínima que permita abates rotineiros (semanais, quinzenais etc). Logo, a minha impressão pessoal é que novilho premium não é o modelo para pecuaristas pequenos ou médios em escala de abate. 

Não são incomuns situações de produtores que estão obtendo em acordos ou contratos especiais de 20 a 25% mais por novilhos de qualidade do que para um novilho padrão, todavia, nesse negócio, estão sendo comercializados vários itens: volume de oferta, constância de abate, programação de abates, qualidade superior à média etc. Portanto, não estamos falando de um negócio parecido com a tradicional venda balcão de boi gordo (o gado está pronto e vou ofertar). 

Considerações finais
- Não invente moda na comercialização. Avalie qual a característica de seu produto e trabalhe pela colocação mais adequada para ele.
- Se a venda é de lotes grandes (totalizando altos valores por operação) e a rendimento, organize-se para acompanhar os abates diretamente ou por uma pessoa qualificada para tal função. Os eventuais problemas serão acompanhados (visualizados), a classificação de gordura será assistida e o custo desse dia de trabalho justifica-se financeiramente. Os antigos dizem que a faca fica mais leve em um abate assistido.
- Se a venda é de lotes pequenos (totalizando valores não tão significativos por operação), priorize a venda a peso vivo. 
- Se a pretensão do pecuarista é direcionar a produção para produtos especiais, diferenciados etc., busque antecipadamente canais e garantias para colocação diferenciada, pois esses produtos têm custos agregados e necessitam maior remuneração. 
- A qualidade segue sendo imperativa nesse negócio. Dedique-se a compreender o que é qualidade para o seu cliente

Espero que este texto tenha contribuído para algumas reflexões sobre o assunto venda de gado gordo. São apenas algumas reflexões e percepções de alguém que pode presenciar, vivenciar e ser “audiência” de carregamentos, abates e discussões calorosas com romaneios em mãos.

* Publicado na coluna Do Pasto ao Prato, Revista AG (Março, 2018)

quarta-feira, 14 de março de 2018

Deputado Marquezelli irá apresentar projeto para garantir exportação de boi vivo


O deputado federal Nelson Marquezelli (PTB-SP) defende a exportação de bovino vivo. Segundo ele, o produtor vai ampliara renda com o negócio e terá maior poder de negociação.
O parlamentar está decidido a garantir segurança jurídica aos exportadores de boi vivo. Para tanto, vai propor um projeto de substitutivo autorizando a exportação animal. O objetivo é desjudicializar o processo.
“A cada liminar judicial que sai contra a exportação de animais vivos para produção, os produtores amargam prejuízos enormes, e ainda precisam lidar com desconfiança da parte de quem compra os produtos brasileiros. Abrir mercado no exterior não é fácil, o setor precisa de segurança jurídica e trabalhar com tranquilidade”, argumentou o Marquezelli.
O deputado se reuniu nesta quarta-feira (07) com o consultor da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), Décio Coutinho, com os representantes da Associação Brasileira dos Exportadores de Gado (ABEG), Gustavo Mônaco, e da Associação Brasileira dos Exportadores de Animais Vivos (Abreav), ValdnerBertotti, para discutir o assunto.
“Não há nenhum argumento que sustente a proibição da exportação. São adotados todos os padrões de segurança e conforto para os animais fazerem a viagem mais tranquilos. Portanto, se há um mercado consumidor aberto para esse segmento, precisamos ocupá-lo, com respeito a legislação e aos animais”, ponderou o parlamentar.
Exportações de gado vivo
As exportações brasileiras de gados vivos, exceto reprodutores, cresceram mais de 40% em 2017 na comparação com 2016, atingindo receita de US$ 269,57 milhões, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC).  
Turquia, Egito, Líbano e Jordânia foram os principais compradores do Brasil, que exportou para os mercados cerca de 400,66 mil cabeças de bois vivos, segundo o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC).
Fonte: Assessoria de Imprensa do Deputado Federal Nelson Marquezelli (PTB-SP)