sábado, 11 de abril de 2015

CATÁLOGO

Catalogo do Leilão Certificado Nº 6
Dia : 23.04.2015 Segunda-feira
Transmissão: C2Rural
Hora: 21h
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Selo "Pampa Gaúcho" poderá ter carne comercializada ainda no primeiro semestre

Guatambu participa do projeto
Guatambu participa do projeto
Crédito: Eduardo Rocha/Especial FS
Previsto para iniciar no mês de julho, o selo de origem “Pampa Gaúcho” pretende ressaltar a qualidade da carne produzida em propriedades que conservem pelo menos 50% de seus campos nativos. A iniciativa é uma ação da Alianza Del Pastizal – organização que trabalha para a preservação ambiental em países como o sul do Brasil, a Argentina, o Uruguai e o sul do Paraguai. A empresa parceira da Alianza nesse projeto é o grupo Marfrig e o foco das raças que participarão está no Angus e no Hereford.
A Alianza del Pastizal, atualmente, conta com mais de 100 propriedades certificadas, sendo que, dentro do acordo entre a Marfrig e a organização, estarão presentes 24 estabelecimentos, em municípios como Bagé, Dom Pedrito, Lavras do Sul, Pedras Altas e Quaraí. Essas propriedades que foram habilitadas para o projeto irão fornecer 15 toneladas de carne por mês. O processo de certificação encerrou no final do mês de fevereiro. A expectativa é de que essa carne passe a ser comercializada ainda no primeiro semestre de 2015.

Valorização da origem do produto
O engenheiro agrônomo e representante da Alianza del Pastizal no Rio Grande do Sul, Marcelo Fett Pinto, declara que o programa de certificação da Alianza é um modelo de valorização, tanto do produtor que promove boas práticas de conservação na sua propriedade, “como para o consumidor final de carne e couro, que saberá que sua compra estará incentivando a conservação de um bioma tão importante e ameaçado como o pampa”, aponta.
Opinião dividida pelo gerente de sustentabilidade do grupo Marfrig, Mathias Almeida, que avalia de forma muito positiva o acordo, pois possibilita a oportunidade de promover um produto com garantia de origem, valorizando o trabalho e a tradição do pampa. Almeida informa que os abates dos animais irão ocorrer na planta de Bagé.
O gerente também ressalta que está sendo feito um trabalho para que a venda de carne no mercado nacional ocorra através de parceria com grande rede varejista. Além disso, serão desenvolvidas opções de uso do couro certificado para marcas de luxo na Europa, o que poderá, segundo Almeida, trazer ainda mais visibilidade ao projeto. O público alvo consumidor serão pessoas que valorizam a origem do produto, como práticas sustentáveis de produção. “Assim, esperamos aproximar o consumidor do produtor, mostrando a importância da conservação dos campos nativos no fornecimento de carne responsável e de alta qualidade”, destaca.
Já Pinto aponta também como tendência cada vez maior entre os consumidores aspectos ecológicos e estilo de vida, associados aos manejos de inocuidade alimentar. "Nossa carne tem excelentes propriedades nutracêuticas, é produzida em ambientes com alta biodiversidade e com eficiente e convergente eficiência produtiva e sustentabilidade ambiental, uma feliz coincidência, característica dos sistemas produzidos em pastizales naturales do Cone Sul.

Propriedade apoia certificação
Uma das propriedades que integra o programa pertence à Estância Guatambu, de Dom Pedrito. No caso, a propriedade certificada é a Estância Leões, com 1,7 mil bovinos em sistema de cria e recria, resultando em engorda de 800 bovinos precoces que são enviados ao mercado todos os anos.
O proprietário da Guatambu, Valter José Pötter, reitera a importância do projeto para a empresa. “Sem dúvida, de grande valia para a Guatambu, ainda mais que estamos participando de um outro grande projeto, também na questão ambiental, que se chama Biomas do Brasil. No nosso caso,  a Embrapa recebeu, por nove anos, 32 hectares de terra para desenvolver vários testes e ensaios de produção e conservação sustentáveis. Quanto à certificação, deve-se ressaltar que os animais podem ser manejados, em parte da vida, em campos enriquecidos com espécies invernais cultivadas, mas conservando um mínimo de 50% de campo nativo. Assim, torna-se possível intensificar e produzir animais jovens gordos conservando grande parte do campo nativo”, explica o produtor.
fonte: Folha do Sul

sexta-feira, 10 de abril de 2015

Brasil fatura US$ 1,3 bi com exportações de carne bovina

A indústria de carne bovina brasileira registrou um faturamento de US$ 481 milhões nas exportações em marçoFoto: DivulgaçãoA indústria de carne bovina brasileira registrou um faturamento de US$ 481 milhões nas exportações em março
Em março, país registrou aumento nas exportações da carne - tanto em faturamento quanto em volume. Irã e Rússia apresentaram maior crescimento

A indústria de carne bovina brasileira registrou um faturamento de US$ 481 milhões nas exportações em março, com embarques de mais de 116 mil toneladas. Comparado a fevereiro, os números mostram recuperação: crescimento de 7,6% em faturamento e 13,85% em volume. No primeiro trimestre, as exportações totalizaram US$ 1,3 bilhão.
Dos dez principais países importadores da carne brasileira, o Irã e a Rússia foram os mercados que mais apresentaram crescimento em março, tanto em faturamento como em volume. Para o Irã foram enviadas 8.827 toneladas de carne - crescimento de 99% com relação ao mês de fevereiro - com faturamento de US$ 31,6 milhões - aumento de 92% comparando com o mês anterior.
Já a Rússia que, em fevereiro, ocupou o quinto lugar no ranking, subiu duas posições, em março de 2015. O País comprou pouco mais de 17 mil toneladas de carne brasileira, 49,63% a mais que fevereiro, o que gerou um faturamento de US$ 58 milhões, 54,45% maior que o mês anterior.
O Brasil fechou o primeiro trimestre de 2015 com mais de 318 mil toneladas de carne bovina brasileira exportada - 17,58% menos do que no mesmo período do ano passado. Somado, o faturamento nos três primeiros meses do ano alcançou o valor de US$ 1,3 bi, queda de 17,59% em relação a 2014.
De acordo com o presidente da ABIEC - Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne, Antônio Jorge Camardelli, o setor espera uma recuperação gradativa, já que o cenário começa a se estabilizar. 'Tivemos a reabertura de importantes mercados como Iraque e África do Sul. Outros fatores podem contribuir para o incremento das exportações como o retorno às compras de carne bovina brasileira por parte da China e Arábia Saudita', diz Camardelli.
Categorias
A carne in natura seguiu como a categoria de produtos brasileiros mais importada em todo o mundo, atingindo um faturamento de US$ 340 milhões no mês. Vale destacar que a categoria salgadas cresceu 123,93% em faturamento e 132,14% em volume em relação a fevereiro de 2015.
(Redação – Agência IN)

Uruguay - Se vendió toda la oferta en “El Ternerazo”

Una excelente jornada ganadera se vivió en el Centro de ventas ganaderas Don Tito, este jueves 9, por la tarde, con la edición nº 18 de un clásico de la zafra de otoño, denominado “El Ternerazo”.
Como todos los años, José A. Valdez & Cía., sacó a la pista del local miles de terneros y terneras, en el consagrado remate: “marca registrada en la venta de terneros”, donde se destacaron excelentes terneradas Hereford, Angus, Braford y cruzas.
Una vez más, se logró la dispersión total de la oferta presentada; bajo el martillo de Alejandro Núñez Lecumberry, secundado por responsables de la firma rematadora: Abayubá, José y Pablo Valdez; y además con la colaboración de los pisteros del escritorio.
La subasta duró aproximadamente 5 horas y los ganados fueron vendidos hacia todas partes del país, donde se colocaron 2.000 machos y casi 1.000 hembras, en el Local Don Tito, aumentando año a año el volumen de la oferta. Los terneros promediaron un total de US$325, con un máximo de US$ 382. En las hembras, se logró un promedio de US$ 251, con un máximo de US$ 400.
Vendedores comentaron al término de la jornada, que los valores alcanzados este año, superaron sus expectativas; y es verdad, hubo excelentes precios, tanto en machos como en hembras.
La administración estuvo a cargo de Banco Santander, con 90 días libres de plazo, y con un 2 % de descuento por pago al contado.
La actividad fue transmitida en vivo y en directo, a través de www.valdeztv.comy así fue que muchas de las ventas fueron telefónicas.

PROMEDIOS VALDEZ

Preços de reposição no Uruguay em 10.04.2015



fonte: Tardaguila Agromercados

C A R

Os produtores têm até o próximo dia 6 de maio para fazer o‪#‎CadastroAmbientalRural‬ dentro do Sistema Nacional (‪#‎Sicar‬) do‪#‎MinistériodoMeioAmbiente‬ (MMA). Faltando menos de um mês para o fim deste prazo, diversas entidades tentam se mobilizar para atingir a meta de registro de 70 a 80% dos 371.818.895 hectares de terras passíveis de cadastramento.
Vários especialistas vêm alertando para a possibilidade do objetivo final não ser alcançado. Isto porque, até o dia 18 de março (último dado oficial do MMA), aproximadamente 38% dos ‪#‎imóveisrurais‬ já haviam sido cadastrados, uma porcentagem muito baixa considerando que, em todo o País, são 5,2 milhões de propriedades.
O presidente da ‪#‎SNA‬, Antonio Alvarenga, e o diretor da entidade Alberto Figueiredo comentam a complexidade e os desafios do ‪#‎CAR‬. Leia emsna.agr.br/?p=19608.

quarta-feira, 8 de abril de 2015

Frigorífico pode ser multado em R$ 280 mil em Santa Maria

Empresa descumpriu normas de saúde e segurança no trabalho



Frigorífico Silva pode ser multado em R$ 280 mil
Foto: Ronald Mendes  / Agencia RBS

O Frigorífico Silva, em Santa Maria, pode ser multado em até R$ 280 mil por descumprimento de normas de saúde e segurança no trabalho e por irregularidades referentes à jornada de trabalho, FGTS e à falta de pagamento de salários.
Na última terça-feira (07), o Ministério do Trabalho e Emprego entregou os 81autos de infração à empresa, que tem 762 funcionários. Agora, o Frigorífico Silva tem 10 dias para entrar com um recurso, de acordo com Mauro Müller, auditor fiscal do MTE em Santa Maria. O processo administrativo deve durar cerca de 3 a 4 meses. Depois deste período, será conhecido o valor exato da multa. 
No dia 20 de março, o Frigorífico Silva foi interditado pelo MTE. A empresa voltou a funcionar parcialmente uma semana depois, no dia 27. Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego, a empresa havia retomado há pouco tempo a compensação de jornada semanal, para evitar trabalhar aos sábados, prorrogrando a jornada diária do trabalhador para quase 9 horas (8h48), quando não havia prestação de horas extras. Isso ocorreu em locais insalubres e sem a autorização do Ministério.
Segundo o Ministério, o cumprimento de horas extras habituais amplia em muito os riscos à saúde dos trabalhadores. O motivo é que o trabalho em frigoríficos é marcado por posturas inadequadas, frio, emprego de força e repetitividade, entre outros.
fonte: http://gaucha.clicrbs.com.br/

Funcionários do frigorífico Marfrig paralisam atividades em Bagé, RS

Trabalhadores rejeitaram quatro rodadas de negociações com a empresa.
Frigorífico emprega cerca de 700 funcionários na Região da Campanha.

Trabalhadores rejeitaram quatro rodadas de negociações com a empresa.
Frigorífico emprega cerca de 700 funcionários na Região da Campanha.

fonte: G1 Rio Grande do sul

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Margens brutas de frigoríficos despencam e abates têm queda


Os frigoríficos brasileiros iniciaram o ano com alta nos preços do boi gordo, que permanece em patamar recorde e demanda mais fraca no mercado doméstico e em importantes países importadores como Rússia e Venezuela, o que fez suas margens caírem ao menor patamar desde 2008.
Além disso, os frigoríficos, em especial os pequenos e médios, também convivem com dificuldades para obter crédito. Diante da combinação desses fatores negativos está em curso um movimento de redução ‘forçada’ da capacidade de abate, com fechamento de unidades, férias coletivas e demissões.
“Se a arroba do boi gordo continuar como está hoje no mercado físico, é suficiente para tirar muito frigorífico do mercado”, avalia o coordenador da área de pecuária da Agroconsult, Maurício Nogueira, salientando que já há casos de frigoríficos que apresentam margens negativas, em especial entre os que não exportam. Mesmo entre frigoríficos que acessam o mercado externo, há exemplos de margem no vermelho.
Negativas ou não, as margens estão em níveis baixíssimos. Levantamento realizado pela Agroconsult aponta que, em março, a margem bruta dos frigoríficos foi de 1,99%. Trata-se do pior nível desde julho de 2008, quando as margens ficaram negativas em 5,53%. O cálculo da consultoria para a margem bruta considera a diferença entre o preço do boi gordo no Estado de São Paulo – balizador dos preços no país – e da carne desossada no atacado paulista, principal mercado consumidor.
Para Nogueira, a compressão de margens reflete, de um lado, as cotações recordes do boi gordo. Do outro lado, está a fraca demanda, especialmente neste ano. Entre janeiro e março, o preço da carcaça bovina vendida no atacado paulista caiu 1,2%, de acordo com a Agroconsult. O preço dos cortes desossados caiu mais, 2%. Essa queda no atacado não foi repassada ao consumidor, que viu um aumento de 0,76% nos preços médios dos cortes no varejo.
De acordo com Nogueira, a oferta de boi deve continuar restrita na maior parte do ano, ainda que com melhoras pontuais, o que dificulta a vida dos frigoríficos.
Essa opinião é compartilhada pelo analista do Rabobank, Adolfo Fontes. “Houve uma redução da oferta de gado que puxou os preços e isso deve continuar daqui para frente”, diz, citando a necessidade de recompor o rebanho após anos de forte aumento dos abates.
No mercado interno, o preço da carne já está muito alto e o consumidor, que também lida com uma inflação elevada, vem optando por comer mais carne de frango. “Muitos relatórios mostram que no ano passado houve substituição para a frango. Não deve ser diferente neste ano”, projeta Fontes.
As exportações – mesmo que beneficiadas pela desvalorização do real – iniciaram o ano sofrendo os efeitos da queda dos preços do petróleo que atingiu alguns dos principais importadores do Brasil: Rússia, Venezuela, especialmente.
Líder nas importações da carne brasileira, Hong Kong até elevou as compras do produto – 1,46% em receita e 5,7% em volume -, mas isso não compensou a queda nos outros países.
Para os próximos meses, há alguma expectativa de melhora, sobretudo na Rússia. Ainda que seja difícil precisar o nível de preço que os russos aceitarão – a moeda russa também sofreu forte depreciação -, os estoques de carne bovina dos russos estão se esgotando e o país terá de ampliar suas compras.
Mesmo com alguma melhora, o cenário de margens pressionadas continua e terá consequências. Para analistas, a fase crítica tende a resultar em maior concentração de mercado, o que pode favorecer o interesse de investidores chineses e de empresários como José Batista Júnior, o Júnior Friboi.
“A tendência é que o mercado esteja mais concentrado quando esse ciclo acabar”, afirma o operador da mesa de futuros do BESI Brasil, Leandro Bovo. Essa avaliação é corroborada por Luciano Pascom, vice-presidente do Frigol. “Acho que vai haver um rearranjo de companhias e vamos ter menos empresas no fim do ano”. De certa maneira, isso está ocorrendo. Empresas como Frigol e Fialto reduziram os abates e, no caso da primeira, funcionários que pediram demissão não foram repostos, afirmou Pascom. Recentemente, dois frigoríficos pequenos de Mato Grosso do Sul fecharam as portes e, mesmo entres grandes, já houve casos de férias coletivas.
Fonte: Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

Mercado pede carne, mas falta boi

Mercado pede carne, mas falta boi

Redução contínua do rebanho, aumento das exportações, falta de planejamento... as razões são muitas, mas o fato é que a boiada ficou pequena para a demanda por carne bovina. Cotações rondam R$ 150 por arroba e abrem porta à expansão

A cotação da carne bovina ultrapassou todos os seus limites e está rondando os R$ 150 por arroba no Paraná. Não há sinal de queda nos preços há mais de dois anos, mas falta boi no pasto.
A valorização da carne tem sido contínua e, com novo impulso da alta do dólar, estende o convite à expansão da bovinocultura. A força da escalada dos preços apresenta uma questão: por que o setor não programou incremento no rebanho?

A cotação média anual nunca havia chegado perto de R$ 100 no Paraná até 2013, quando alcançou R$ 99,69. A redução de 10% no rebanho de corte em dez anos mostra que o setor ainda não respondeu a esse apelo do mercado.

De 2004 a 2013, o plantel total do estado, hoje estimado em 9,39 milhões, perdeu 880 mil cabeças. E o gado de corte, por sua vez, caiu de 7,7 milhões para 7 milhões de cabeças. Um recuo que se somou aos fatores que elevaram o preço da carne no mercado internacional, inclusive em regiões onde houve expansão da atividade.
O momento agora é de reação, mesmo onde o rebanho vinha encolhendo. Prova disso é o preço do bezerro, que ultrapassou R$ 1 mil com reajustes 30% maiores que os da arroba do boi gordo (veja infográfico na página 19).

As razões para o recuo são simples. Considerando os custos e a rentabilidade de outras atividades, a pecuária valia pouco a pena enquanto a arroba estava abaixo de R$ 100, aponta o produtor Antônio Sampaio, de Londrina (Norte). Ele reduziu seu rebanho de 600 para 100 cabeças e destinou 285 hectares de pasto para grãos, que agora ocupam praticamente toda sua propriedade. “Quem tinha área boa de lavoura foi para a soja e quem não tinha acabou mudando para a cana”, comenta.

O Paraná abateu 200 mil matrizes nos últimos 2 anos – o que significa 100 mil bezerros a menos por ano. Se hoje há falta bezerro é porque faltou planejamento, avalia o zootecnista Paulo Rossi, coordenador do Labo-ratório de Pesquisas em Bovinocultura da Universidade Federal do Paraná (UFPR), o LapBov.
Seja para reduzir ou para expandir a produção, o setor precisa se pautar em indicadores de longo prazo, considera. “Sabíamos da situação, mas não conseguimos nos antecipar. Poderíamos ter diminuído o rebanho, mas para isso teríamos que aumentar a produtividade”, crava Rossi.

Embora não haja avaliações precisas sobre o tamanho do espaço que a pecuária tem para se expandir, o consenso é que a tendência ainda é de alta nos preços. O aumento nas exportações, neste momento, soa como agravante da escassez na oferta. Os embarques, ainda que considerados fracos para o tamanho do rebanho, cresceram 32,4% nesta década, de 22,2 mil toneladas (2010) para 29,4 mil toneladas (2014). Apesar disso, a participação do estado nas exportações brasileiras ainda é pequena, de 1,9%.

Atenuantes

Se não houver reação, o Paraná pode se tornar um comprador assíduo de carne de outros estados, cogita o presidente da Sociedade Rural do Paraná (SRP), Moacir Sgarioni. “O produtor que sai da pecuária não volta. A agricultura tem sido mais rentável”, avalia.

Para Sgarioni, existem alternativas que podem estimular a produção além dos preços recordes: investimentos em reprodução e redução de impostos sobre a circulação dos animais. “É muito caro comercializar um bezerro de uma região para outra. No Paraná, pagamos 12% de ICMS [Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços]”, reclama.

Motivação

O consultor da Associação Brasileira de Criadores de Zebuínos (ABCZ) em Londrina, Gustavo Garcia Cid, acredita numa recomposição do rebanho nos próximos anos por conta dos preços, o que ajudaria a tornar a cadeia toda mais lucrativa, e não apenas uma ponta dela. “[Quando os ganhos são limitados], se o vendedor de bezerro ganha muito, alguém está perdendo”, frisa.
Garcia Cid, no entanto, avalia que os preços não devem frear o consumo. “Aqui no Brasil, isso pode ocorrer um pouco, com a migração para outras proteínas, como o frango e suíno. Mas o consumo mundial é menos flexível”, acrescenta.

O consenso é que as cotações abrem espaço para o Paraná retomar a produção de carne bovina com mais planejamento e sustentabilidade. “É uma grande oportunidade de se consolidar, dez anos depois da crise da aftosa [que se deflagrou em 2005 e atingiu em cheio o estado em 2006]”, avalia Rossi, do LapBov. Hoje, o estado encontra-se na 11.ª colocação no cenário nacional, com apenas 4,4% do rebanho brasileiro e pouco mais de 1 milhão de cabeças abatidas anualmente.

Para quem ficou, hora de colher os frutos

A redução da cria e recria de bovinos surte efeito na ExpoLondrina, com queda no número de animais expostos desde o ano passado. Neste momento, essa escassez tem seu lado positivo, afirma o presidente Sociedade Rural do Paraná. “Muitos criadores estão vendendo direto nas propriedades, o mercado está mais comprador. Isso faz com que ele evite gastos com a logística”, analisa Moacir Sgarioni.

A demanda é considerada forte. “Nunca tinha visto uma procura como essa. Hoje o pessoal reserva o bezerro dentro da barriga da vaca”, conta o produtor Alexandre Turquino, cuja família trabalha com pecuária de corte há mais de 40 anos na Região Norte do Paraná. Os períodos de baixa são considerados sazonais. “A gente continua, não adianta ficar pulando de galho em galho.”

Turquino não só permaneceu como resolveu investir na bovinocultura. Ele atua em duas propriedades, uma no Mato Grosso do Sul, onde cria as matrizes, e outra no Paraná, em Bela Vista do Paraíso, destinada à engorda.

“A gente viaja e acompanha. Eu vi que isso iria acontecer. No Noroeste do Paraná, por exemplo, antes tinha muito gado e agora é só soja e cana. Então, resolvi apostar no retorno da bovinocultura”, conta. Nos últimos cinco anos, aumentou de 2 mil para 3 mil o número de matrizes. Ao todo, o rebanho está com 5 mil cabeças: “Agora estamos começando a pagar as contas”, pondera.

211,8 milhões
de cabeças é o tamanho do rebanho bovino brasileiro, conforme o IBGE – o segundo maior plantel do mundo. O país é o maior exportador da carne do mundo, com 2,03 milhões de t. embarcadas em 2014, segundo o Usda.