Projeção aponta crescimento de 400 mil cabeças terminadas. Para certificar os dados, equipes avaliarão indicadores de oferta de animais para abate, quantidade de bezerros no próximo ciclo e produção estimada de carne
Estimulados pela boa perspectiva de preços e pela necessidade de elevar o nível tecnológico da produção, pecuaristas brasileiros deverão terminar cinco milhões de cabeças em confinamento em 2015, o que representa um acréscimo de 400 mil cabeças em relação ao ano passado, segundo projeção pré-Rally da Pecuária 2015 feita pela Agroconsult (São Paulo/SP), organizadora do projeto em parceria com a Sociedade Rural Brasileira (SRB, São Paulo/SP).
O Rally da Pecuária vai a campo com o objetivo de realizar uma avaliação completa, in loco, das áreas de cria, recria, engorda e confinamento. Seis equipes técnicas medirão a quantidade confinada de animais em 2014, a intenção de confinamento para este ano, a oferta de animais de reposição, gado para abate e as condições das pastagens, fazendo amostras e avaliações aleatórias de mais de 500 pastos diferentes.
“A oferta total de animais abatidos no Brasil vai aumentar, mas ainda assim será inferior à demanda”, afirma o coordenador do Rally, Maurício Palma Nogueira (Foto: divulgação)
Nogueira explica que a oferta atual de animais para abate e, principalmente, nas categorias de reposição, está em níveis muito baixos. “O comprador de bezerros e de bois magros fica receoso em investir, pois não sabe como o mercado do boi gordo se comportará nos próximos meses. Nosso objetivo é medir indicadores zootécnicos, especialmente os da cria, para estimar a oferta ao longo do ano e a quantidade de bezerros para o próximo ciclo”, complementa.
As equipes visitarão propriedades no Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Tocantins, Pará, Mato Grosso, Rondônia e Acre, e teve saída no último domingo (26/04), mapeando e fotografando pastagens, para obter informações como homogeneidade do pasto, volume de massa, população de plantas, altura do capim, presença de erosão, plantas invasoras, além de um histórico de utilização dessas pastagens relatado pelos pecuaristas. “As áreas visitadas respondem por mais de 83% do rebanho bovino nacional e 90% da produção de carne”, explica o sócio diretor da Agroconsult, André Pessôa.
Em encontros agendados com cerca de 120 pecuaristas, técnicos do Rally conduzirão entrevistas para levantar, entre outros dados, áreas de pastagem e de agricultura em cada propriedade, total de cabeças de gado, estratégias nutricionais, confinamento, índices de fertilidade, natalidade e mortalidade, manejo sanitário e de pastagens e comercialização de animais.
No total, serão percorridos cerca de 60 mil quilômetros, com a realização de 13 encontros, sendo 7 eventos regionais para discussão de tendências de mercado, cenários e iniciativas para aumentar a rentabilidade na pecuária, e cinco eventos no formato do Circuito Rural, que acontecerão sempre entre 13h30 e 19h. Além das tendências de mercado, o Circuito Rural discutirá com os pecuaristas temas como: “21 arrobas em 24 meses: conheça o boi 7-7-7”; controle de invasoras e pastagens de alto desempenho; correção, fertilização e garantia da longevidade das pastagens; crédito, financiamento e linha ABC para a pecuária; a sucessão familiar no contexto da modernização contínua da gestão na fazenda; custos, resultados e tendências da aplicação de tecnologia na pecuária.
“Um dos principais desafios da pecuária moderna é a necessidade de produzir mais com menos. Esse conceito de sustentabilidade passa pela intensificação dos sistemas de produção”, explica o presidente da Sociedade Rural Brasileira, Gustavo Diniz Junqueira. Durante os levantamentos do Rally será dada especial atenção a agricultores interessados no sistema de integração com pecuária.
Fonte: AI, adaptado pela equipe feed&food.