sexta-feira, 22 de julho de 2011
Arroba do boi gordo sobe 1,1%, diz Cepea
Marcela Caetano
A baixa oferta de animais para abate manteve os preços do boi gordo sustentados na maioria das regiões acompanhadas pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA). Entre 13 e 20 de julho, o indicador do boi gordo ESALQ/BM&FBovespa subiu 1,1% e atingiu R$ 100,26 na quarta-feira, 20. O valor é à vista e sem descontar o Funrural. No acumulado de julho, a alta é de 4%.
Em São Paulo, foram reportados negócios a R$ 100,00 livres de Funrural. Conforme análise do Cepea, estas aquisições ocorrem em casos em que os frigoríficos têm urgência para preencher a escala, ou os animais estão muito próximos da planta. O valor também está sendo pago por lotes de melhor qualidade.
Em Mato Grosso do Sul, a referência é de R$ 93/@, a prazo, sem imposto, mas há relatos de compras pelo mesmo valor à vista, informa a Scot Consultoria. “Nesta semana a oferta foi reduzida e as escalas estavam entre dois ou três dias, com grande capacidade ociosa. Por isso, não há nada no horizonte que indique queda de preços”, avalia Alcides Torres, diretor-presidente da Scot Consultoria.
Preços devem continuar em alta no semestre
Torres afirma que o efeito da entrada de animais que estava causando a queda dos preços acabou e que as perspectivas são boas para o semestre. “Na pior das hipóteses os preços ficarão firmes”, diz. Nos últimos 14 anos, os preços aumentaram, em média, 9,4% no segundo semestre em relação ao primeiro. Se esta média se confirmar neste ano, a arroba do boi gordo deve atingir os R$ 110,00/@. Se a média for a mesma do ano passado, com alta de 20%, os preços poderão ultrapassar os R$ 115,00/@. “Cenário para chegar aos R$ 110,00/@ tem”, avalia, ao considerar a oferta restrita como principal fator altista.
Fonte: Portal DBO com informações do Cepea
Confira a entrevista com Lygia Pimentel - Especialista - XP Investimentos
FONTE: NOTICIAS AGRICOLAS
Embargo: Rússia atirou no que viu e acertou no que não estava previsto
Especialistas revelam como será o boi do futuro
O boi ocupa muito espaço, consome muita água e tem ciclo produtivo longo, o que implica custos de produção bem mais elevados do que os do suíno e do frango, diz especialista. Analistas do agronegócio carne têm visões diferentes sobre o futuro, mas, em geral, concordam quanto à expansão do mercado: exportações, produção e consumo interno vão crescer em conjunto. José Vicente Ferraz, da consultoria Informa Economics-FNP, que tinha a China como grande mercado consumidor futuro de carne bovina, reviu sua opinião. Ele acredita que as carnes de suínos e de frangos poderão ocupar mais espaço no país asiático que a do boi. “Até por força do hábito, a população está preferindo a carne desses outros animais”, diz. Mesmo assim, Ferraz afirma que haverá mercado para a carne bovina na China. “Afinal, há 1,3 bilhão de bocas a ser alimentadas.” Ferraz aposta no aumento do preço da carne bovina para o consumidor e em sua inevitável elitização. “Embora a renda deva subir do ponto de vista mundial, o produto vai encarecer ainda mais. O boi ocupa muito espaço e seu ciclo produtivo é mais longo, o que implica custos. Em meu ponto de vista, essa carne deverá restringir-se a nichos. Ganha o produtor, perde o consumidor.” Para ele, exportar vai dar mais lucro, e o mercado interno deverá se nivelar aos preços internacionais. Uma coisa é certa, segundo o analista da FNP, as exportações deverão ter seus preços elevados, enquanto o volume estará condicionado ao fim das barreiras comerciais. No longo prazo, Ferraz acha que as barreiras não se sustentam diante da necessidade de comida. Principalmente a Europa vai ter dificuldades para produzir boi. No que diz respeito ao câmbio, outra questão ligada ao futuro, na opinião de Ferraz, a desvalorização do real faz as commodities perder competividade lá fora, mas o impacto é menor no caso da carne, pois o preço da arroba está subindo. Segundo o analista, a demanda mundial por todo tipo de alimentos tornará necessário que o Brasil dobre sua produção, caso contrário, poderá até haver instabilidade no mercado internacional. O analista teme a persistência de um entrave gigantesco que se arrasta há décadas: “Há 30 anos repetimos isso, mas agora o contexto é diferente. Quando a produção brasileira de alimentos aumentar consideravelmente, conforme previsto, o que fazer para exportá-la se a logística do país continuar precária?”. Segundo Gustavo Aguiar, da Scot Consultoria, de Bebedouro (SP), haverá incremento de 23% na produção brasileira anual, que hoje é de 7,8 milhões de toneladas de carne, até 2020. Também o número de cabeças abatidas, que soma atualmente 41,2 milhões, experimentará um acréscimo de 19%. Quanto ao consumo mundial, a Scot aponta ainda para um incremento de 8,6 milhões de toneladas, de 64,9 milhões para 73,6 milhões de toneladas. Aguiar avisa, no entanto, que esses números somente serão possíveis por meio do ganho em peso de carcaça, considerado ainda baixo no Brasil. Hoje, a carcaça pesa, em média, 220 quilos, somando-se machos e fêmeas, informa ele. “O peso médio da Austrália, de 260 quilos, seria uma meta factível”, diz. Para o analista da Scot, o preço da carne realmente vai se elevar nos próximos anos. Mas faz uma ressalva: “O preço sobe, porém, internamente e nos países emergentes, como a China, é visível a melhoria da renda da população. O consumo vai aumentar”. Outro estudioso do mercado, Miguel Cavalcanti, do BeefPoint, acrescenta uma terceira opinião. “O preço da carne vai subir em relação à de frangos e suínos, mas temos de pensar em produzir, vender e lucrar com base na qualidade, na diferenciação e no sabor. É mais caro? Sim, mas é melhor, o mercado paga mais”, acredita. Segundo Cavalcanti, butiques de carne da cidade de São Paulo já negociam cortes nobres a R$160 o quilo, como em alguns pontos de venda mais sofisticados de Nova York. No entanto, haverá disponibilidade de cortes mais baratos. “No caso do Brasil, a pirâmide social mudou. Mais e mais gente está tendo renda. No mundo, o fenômeno é similar. Em 2014, a China terá 200 milhões de pessoas nas classes A e B, ou seja, um Brasil inteiro de gente rica. E a classe C chinesa contará com mais de 300 milhões de pessoas. Haverá espaço para todos os tipos de carne.” Fonte: Globo Rural. Por Sebastião Nascimento |
Definidas as bases do Programa Carne Gaúcha
“Será que o mercado futuro não está exagerando?”
PECUARI@TV
FONTE: CANAL RURAL
Sindicato contesta apoio ao Marfrig
Mercado firme para a reposição
Expectativas firmes, pero con amenazas para la carne vacuna
URUGUAY - Situação semelhante ao RS
quinta-feira, 21 de julho de 2011
Abiec espera abrir novos mercados internacionais para carne ainda em 2011
ABA cria “hot site” exclusivo para as exposições e busca de informações sobre o ranking de criadores e expositores
Shopping Angus recebe inscrições até 01 de agosto
Durante a exposição agropecuária será criado um ambiente totalmente diferenciado dentro do pavilhão de bovinos de corte, especialmente para o Shopping Angus, onde os animais ficarão expostos, e neste local os interessados em adquirir-los receberão informações e atendimento personalizado.
Cada animal ofertado no Shopping Angus terá um valor pré fixado pelo vendedor, e uma identificação específica do com dados do animal, como paternidade e informações do proprietário. As propostas dos interessados serão feitas através de envelope, modelo de comercialização, que já está se tornando bastante conhecido entre os investidores do meio rural.
Também é importante salientar que somente poderão ser inscritos aqueles animais de argola que já estiverem inscritos para o julgamento da raça na Expointer. “Essa é uma oportunidade ímpar para os interessados na raça, porque como todos os Angus do shopping irão a julgamento durante a Expointer, desta maneira o produtor poderá comprar um animal que terá chances de ser um campeão durante a feira.” destaca Juliana Brunelli.
O evento será assessorado pela empresa FF Velloso e Dimas Rocha, que estará presente em tempo integral no shopping para realizar a comercialização destes animais juntamente com a empresa Trajano Silva Remates.
Para mais informações entre em contato diretamente com a ABA, pelo fone (51) 33289122 ou acesse http://www.angus.org.br/.
Fonte: Texto Assessoria de Comunicações (11) 2198-1852/Jornalista Responsável: Altair Albuquerque (MTb 17.291)
Confira a entrevista com Alex Santos Lopes da Silva - Consultor - Scot Consultoria
FONTE: NOTICIAS AGRICOLAS
Confira a entrevista com Caio Junqueira - Cross Investimentos
FONTE: NOTICIAS AGRICOLAS
Carne: exportar para abastecer el mercado interno
Boi/CEPEA: Baixa oferta eleva Indicador
Produtores de carnes buscam saídas para reduzir custos
Embargo da Rússia às carnes brasileiras não cai antes do fim do mês
Pratini de Moraes: o mundo está esperando que nós produzamos mais carnes
Segundo Pratini de Moraes, o Brasil está e vai continuar crescendo e isso só acontece porque o Agronegócio está crescendo. "O Agronegócio é o responsável pelo superávit da balança comercial e o futuro é do Brasil e do Agronegócio".
Ainda falando sobre o potencial de aumento de produção do nosso país, ele comentou que em 3 safras (2000 a 2003) a nossa produção agrícola cresceu mais de 47%, saindo de 83 para 122 milhões de toneladas de grãos, enquanto isso a área plantada aumentou apenas em 5 milhões de hectares.
"Nos últimos anos, a produção não cresceu em novas áreas, mais sim através de ganhos de produtividade e os responsáveis por este incremento são os institutos de pesquisa que tem disponibilizado mais tecnologia para a produção, aos produtores que têm adotado técnicas como o plantio direto e políticas agrícolas acertadas (ex. Moderfrota)".
"Ainda temos que melhorar em questões como o seguro rural e financiamento para estocagem com juros adequados, mas continuamos crescendo", completou.
Somos o país que menos planta em relação à área total, utilizando apenas 8,2% dessa área para a agricultura, diferente de muitos discursos que escutamos, onde se prega que o Brasil planta soja e faz pecuárias na floresta Amazônia. "Isso não é verdade e as áreas onde se poderia produzir na amazônia são escassas e todos os investimentos feitos na Amazônia, precisam ser feitos com muito critério e respeitando as exigências agronômicas. Na Amazônia não cabe outro tipo de produção que não seja o sustentável, mas não podemos aceitar a visão dos estudantes e pesquisadores do MIT - centro de pesquisa norte americano - que acreditam que o Brasil deve ser um depósito de madeira e precisa parar de competir com o EUA em grãos e carnes".
Ao falar sobre sustentabilidade, o ex-ministro afirmou que está havendo um certo exagero nesse debate. "No Pará, por exemplo, o embargo aos frigoríficos acabou causando novos problemas. O pecuarista que está ilegal ao invés de negociar com a indústria, precisa vender seus animais para um atravessador e isso tem aumentado o abate clandestino. Depois ele precisa derrubar ainda mais floresta para fazer carvão e conseguir dinheiro".
Se olharmos esses dados e compararmos com outros países podemos ter a dimensão do potencial brasileiro para produzir alimentos. Os EUA utiliza bastante área para a agricultura, mas tem sérios problemas com abastecimento de água em algumas regiões. A Rússia enfrenta problemas relacionados às condições climáticas. A China tem os dois problemas e ainda precisa reduzir a área plantada para abrigar a expansão das cidades. "Já o Brasil ainda tem muito espaço para produzir e é isso que tanto chama a atenção do mundo".
Pratini de Moraes lembrou que a produção de carne deve dobrar nos próximos 40 anos e a produção de leite e ovos também deve crescer, ressaltando que o aumento de renda da população é que altera substancialmente o mercado, forçando o crescimento da produção e o comércio internacional de alimentos. "Com o aumento da renda, o sujeito vai primeiro melhorar sua alimentação e alguém precisa produzir este alimento, o que só se faz com o aumento da produtividade e da renda no campo".
Segundo o palestrante a reforma agrária não resolve o problema da produção, pois todos os países que fizeram reforma agrária viraram importadores de alimentos. "Reforma agrária não é uma questão econômica, mas sim ideológica e é usada pelos Governos para ganhar votos". Ele comentou que na maioria das vezes os assentados não sabem produzir, então desmatam, vendem a madeira e não conseguem desenvolver a atividade". O ex ministro afirmou ainda que o avanço econômico não acontece por milagre, mas sim como consequência de mudanças culturais, impulsionadas por uma reforma concreta da educação.
Voltando ao mercado da carne, Pratini comentou que tanto nos países ricos quanto nos emergentes a demanda por carnes deve continuar crescendo.
"As vezes temos problemas como o caso das restrições impostas pela Rússia, mas temos que aprender a lutar contra isso, pois já nos tornamos muito grandes nesse mercado e isso incomoda os concorrentes".
Para o ex ministro temos que aprender o jogo do mercado internacional. "Cartel só é proibido no mercado doméstico, temos que combinar o preço no mercado internacional e reduzir a concorrência entre as empresas nacionais". Ele ainda avaliou que o nosso mercado interno é nosso trunfo. "Um mercado interno forte é garantia de um setor forte".
Segundo Pratini de Moraes para garantir o desenvolvimento do Agronegócio brasileiro, "precisamos melhorar nosso marketing. Temos que valorizar nossos produtos".
Ao final da apresentação ele elencou alguns desafios que devem ser encarados e trabalhados pelo setor nos próximos anos: Sustentabilidade, Rastreabilidade, Saúde animal, Produtividade e tecnologia, Condições de trabalho, Protecionismo, Barreiras sanitárias, Logística, Negociações bilaterais e Taxa de câmbio.
quarta-feira, 20 de julho de 2011
Mercado do boi gordo ainda tem potencial para novas altas em função da oferta restrita
Boi: mercado ainda tem potencial de novas altas nas cotações em função da menor oferta de animais. No entanto, demanda fraca por carne pode restringir crescimento.
Os valores da arroba em São Paulo giram hoje em torno de R$ 98,00, porém negócios a R$ 100,00 já acontecem. Segundo Micheloni, o mercado ainda tem potencial para novas altas nas cotações, principalmente em função da baixa oferta, que deve continuar ditando o tom do mercado.
O boi de confinamento, que deve ser mais ofertado a partir de agosto não deve trazer pressão negativa aos preços. "Nós acreditamos que o volume pode atender a demanda mas, não o suficiente para pesar no mercado e causar recuo no preço da arroba", comenta.
Muita chuva no Sul do Brasil. Frio e geada para os próximos dias.
ESTADO SANITÁRIO DO GADO GAÚCHO É REGULAR
terça-feira, 19 de julho de 2011
Indicador do Boi incluirá boi inteiro e excluirá Funrural
Boi Gordo: Oferta de confinados não supre necessidades dos frigoríficos e preços continuam em alta
A oferta de animais confinados não tem suprido necessidade dos frigoríficos em São Paulo. As escalas atendem entre dois e três dias, na maioria dos casos.
O preço referência no estado subiu para R$97,50/@, à vista, e R$99,00/@, a prazo, ambos livres de funrural.
Existem negócios até R$102,00/@, a prazo, também livre do imposto.
Houve reajuste em nove das 31 praças pesquisadas. No Mato Grosso do Sul as cotações em três Lagoas se alinharam às demais praças do estado. A referência para o boi gordo está em R$93,00/@, a prazo, sem o imposto.
As vacas em São Paulo também tiveram valorização. São negociadas por R$89,00/@, à vista, livre de funrural.
No mercado atacadista os preços estão estáveis. A oferta curta de animais equilibra o consumo mais lento de meio de mês.
Clique aqui e confira as cotações do boi.
Fonte: Scot Consultoria
Confira a entrevista com Renata Fernandes - Analista da Mesa de Boi da Indusval Corretora
Boi: cenário apertado de oferta de animais é favorável à elevação dos preços da arroba, no entanto, demanda fraca por carnes pode interromper ou restringir novas altas.
FONTE NOTICIAS AGRICOLAS
Certificado Digital será obrigatório inclusive para produtores rurais
Criadores aspiran a crear la marca Carne Braford Mercosur
Brasil abre mercado de carnes na Malásia
Governo lança ofensiva para combater o abate clandestino de bovinos
Funrural tem decisão do TRF
segunda-feira, 18 de julho de 2011
PREÇOS DE BOI GORDO E VACA GORDA PARA CARNE A RENDIMENTO
*PREÇO DE CARNE A RENDIMENTO EM 18.07.2011
BOI: R$ 6,30 a R$ 6,50
VACA: R$ 6,00 a R$ 6,20
PRAZO: 30 DIAS
FONTE: PESQUISA REALIZADA
POR http://www.lundnegocios.
PREÇOS MÉDIOS DE BOI GORDO E VACA GORDA- MERCADO FÍSICO/KG VIVO
REGIÃO DE PELOTAS
KG VIVO:
BOI GORDO: R$ 3,15 A R$ 3,30
VACA GORDA: R$ 2,70 A R$ 2,95
PREÇOS MÉDIOS DE GADO- MERCADO FÍSICO / KG VIVO
REGIÃO DE PELOTAS
TERNEIROS R$ 3,30 A R$ 3,50
TERNEIRAS R$ 2,90 A R$ 3,00
NOVILHOS R$ 3,00 A R$ 3,15
BOI MAGRO R$ 2,90 A R$ 3,00
VACA DE INVERNAR R$ 2,40 A R$ 2,50
*GADO PESADO NA FAZENDA
FONTE: PESQUISA REALIZADA
POR http://www.lundnegocios.com.br
Confira a entrevista com Élio Micheloni Jr. - Analista de Mercado - Icap corretora
FONTE: NOTICIAS AGRICOLAS
Confira a entrevista com Alex Santos Lopes da Silva - Consultor - Scot Consultoria
FONTE: NOTICIAS AGRICOLAS
Preços médios superam 2010
Marfrig pede preferência na disputa pelo espólio da BRF
O Marfrig pediu à direção da BR Foods a preferência no processo de venda. Assim, poderia ter o direito de cobrir ofertas feitas por outros interessados.
Quem conhece o setor garante: esse apetite se deve ao medo de que o espólio da BR Foods caia nas mãos do JBS, maior processador de carne do mundo e arquirrival do Marfrig.
A preferência pode até ser dada — a única certeza é que não sairá de graça.
Fonte: Exame
SOU AGRO BRASILEIRO - Veja este video
FONTE:www.souagro.com.br
BRFoods vai investir mais de 2 bilhões em novos frigoríficos
O Novo Frigorífico em Mafra SC que foi postergado devido a crise econômica, agora devera ser construído
Com decisão do CADE a BRFoods tera que vender dois frigorífico de suínos e mais dois de aves. Para compensar essa venda a BRFoods vai construir dois novos frigoríficos, e Mafra tem possibilidade de receber um novo frigorifico. Uma grande mobilização está sendo sugerida em Mafra, políticos, imprensa, sociedade, sindicato e associações para levar este novo frigorífico da BRFoods para o municipio. A sugestão é montar um comitê em Mafra para negociar com a BRF. As possibilidades agora são reais.
Na decisão mais aguardada de sua história, Conselho desmembra BRFoods e cria vice-líder no setor de alimentos que já gera forte disputa entre os concorrentes.
Foi com visível alívio que o presidente da BRFoods, José Antonio Fay, anunciou o acordo da empresa com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), fechado na quarta-feira 13. A reação de Fay à decisão mais importante, pelos valores envolvidos, da história do órgão de regulamentação da concorrência brasileiro refletia as duras condições de negociação com a companhia. A suspensão parcial da marca Perdigão, alternativa há alguns meses impensável e descartada a priori pela BRFoods, foi vista como uma boa solução, 34 dias depois do voto do relator do caso, Carlos Ragazzo, pela reprovação da fusão. “Foi um acordo bom, que acomodou tanto a preocupação antitruste quanto a nossa necessidade como terceiro maior exportador do País”, disse um resignado Fay. Traduzindo: melhor perder alguns anéis do que os dedos.
O Cade exigiu a venda de 12 marcas populares, com suas respectivas fábricas, centros de distribuição e abatedouros. Segundo o órgão, foi criada a vice-líder do setor de alimentos processados, com 22% da produção da BRFoods voltada ao mercado interno e faturamento de R$ 1,7 bilhão, que já mobiliza interessados em sua aquisição. “Queremos criar um novo player”, disse o conselheiro Ricardo Ruiz, responsável pela costura do acordo que salvou a fusão. Segundo fontes próximas à BRFoods, já demonstraram interesse Marfrig, JBS
A BRFoods terá de vender a nova empresa até o ano que vem e, para isso, contratará um banco que definirá o preço e o modelo de venda. Caso não cumpra o prazo determinado pelo Cade para a venda (que seria de dez meses, embora não tenha sido oficialmente confirmado), a parte desmembrada irá a leilão. Para facilitar o crescimento do concorrente, as marcas Perdigão e Batavo ficam suspensas nos segmentos de maior concentração, por um prazo de até cinco anos (ver quadro). “O acordo criou condições reais de entrada de um concorrente com poder de fogo para fazer frente à gigante dos alimentos”, afirma o economista Gesner Oliveira, ex-presidente do Cade.
A negociação, que teve momentos dramáticos e esteve perto do colapso várias vezes, foi classificada de “penosa” por Fay. Desde o voto de Ragazzo em 8 de junho, executivos da empresa passaram a maior parte do tempo em Brasília , com incontáveis noites em claro. “Fiquei 40 dias sem dormir uma noite inteira”, diz Wilson Mello, vice-presidente de assuntos corporativos da BR Foods. O processo mobilizou mais de 60 pessoas, entre advogados, como o ex-ministro da Justiça Paulo de Tarso Ramos, pareceristas, economistas e executivos. A ex-presidente do Cade Elisabeth Farina e o jurista Afonso Arinos foram autores de pareceres para a BRFoods.
A tensão durou até o último momento. O texto final do acordo só ficou pronto às 10h27 de quarta-feira, quase meia hora depois do horário previsto para o início do julgamento. No final da sessão, depois das assinaturas, Mello abraçou Ruiz calorosamente e agradeceu. “Chega de guerra, é hora de celebrar a paz.”Os momentos mais difíceis da negociação foram relacionados à marca Perdigão. O Cade tentou determinar a suspensão completa da marca. A BRF bateu o pé e conseguiu que a restrição fosse em apenas algumas categorias. O Cade exigiu então a proibição de lançar marcas substitutas, o que gerou novo impasse. A discussão em torno da marca Perdigão foi afetada pelo espectro da compra da Kolynos pela Colgate, em 1996.
No julgamento da concentração do mercado de pastas de dente, os conselheiros suspenderam a marca Kolynos, mas não proibiram a criação de novas marcas. A Colgate criou a Sorriso e manteve sua participação no mercado. “Se formos cometer erros, que sejam erros novos”, ponderou o conselheiro Olavo Chinaglia. Por seu turno, Fay fez questão de diferenciar o resultado final. “A marca Perdigão permanece firme e ativa em vários mercados, como hambúrgueres, empanados e salsichas”, diz. “Não se pode confundir com a Kolynos.” O acordo foi visto como “equilibrado” pelo ex-presidente do Cade Ruy Coutinho. “Com o recuo em relação ao voto do conselheiro Ragazzo, fica claro que o Cade não é um órgão xiita e está aberto à negociação”, afirma.
A BRFoods aceitou perder espaço no mercado interno com a promessa de preservação dos ativos ligados à exportação, principalmente os vinculados à Sadia. Os conselheiros do Cade, por sua vez, foram sensíveis ao argumento de que era importante manter a empresa como grande player mundial. Por isso, o acordo separa as atividades de mercado interno e mercado externo. A empresa perde apenas 13% da receita total, embora o impacto nas atividades do mercado interno seja de 22%. Mas o que será da BR Foods daqui para a frente? Perderá R$ 3 bilhões de faturamento anual, a partir de 2012, e, além de vender a maior parte de suas marcas de combate, não poderá criar marcas novas. Um dos principais desafios será ampliar as vendas à classe C, principal consumidora das marcas vendidas.
Uma alternativa em estudo seria popularizar a Sadia para reconquistar parte desse público. Fay afirma que há muitas saídas para elevar as vendas no ano que vem. “Podemos crescer no mercado externo, de lácteos e food service, nos quais não sofremos restrições do Cade”, afirma. A empresa está proibida de fazer aquisições nos segmentos em que a Perdigão e a Batavo estão suspensas, mas pode comprar companhias de outras áreas. “É uma das alternativas em análise”, diz o vice-presidente Mello. A companhia criou um “comitê de reconfiguração”, que analisará como se posicionar nos diversos mercados depois da decisão do Cade. A BRFoods também retomará com força os investimentos de cerca de R$ 2 bilhões anuais, que vinham em marcha lenta durante a negociação com o Cade. O Novo Frigorífico em Mafra SC que foi postergado devido a crise da Sadia, agora devera ser construído.
Além disso, a partir de agora a empresa fica livre para unificar totalmente as operações das antigas Sadia e Perdigão, capturando economias de escala de R$ 500 milhões. O mercado financeiro reagiu positivamente às promessas. As ações dispararam 10% no dia do anúncio e recuperaram o valor de mercado perdido desde o início de junho. No fim da semana passada, a BRFoods valia quase R$ 26 bilhões na bolsa. Para a analista Sandra Peres, da corretora Coinvalores, o acordo foi brando e favorável à companhia comandada por Fay. “Principalmente considerando-se a alternativa que chegou a ser aventada, de se desfazer da Sadia”, diz Sandra. A grande especulação do mercado agora é quanto entrará no caixa da empresa no ano que vem com a venda da empresa desmembrada.
Fonte: ValeOeste