sábado, 3 de janeiro de 2015

“Quando não se quer avançar, não se avança. E nitidamente o setor não quis”




Prestes a deixar a pasta da Agricultura, o secretário Claudio Fioreze disse que considera como sua grande frustração a falta de avanços na organização da cadeia da bovinocultura de corte. Em decorrência disso, segundo ele, não foi possível implantar a rastreabilidade do rebanho gaúcho. “Quando não se quer avançar, não se avança. E nitidamente o setor não quis”, afirmou. Para Fioreze, a rastreabilidade tem importância tanto sanitária quanto comercial e ajudaria a combater o abigeato. A ideia de criar um programa de incentivo à recria, de modo a melhorar os índices de fertilidade do rebanho bovino, também ficou no papel. Fioreze, que foi  secretário-adjunto e assumiu a titularidade em março, justifica que, sem avanços na rastreabilidade as demais iniciativas ligadas à cadeia acabaram “sucumbindo”. 
Entre as conquistas do período, cita o diálogo com as 19 cadeias produtivas e a execução dos programas de Correção do Solo, Mais Água Mais Renda, Mais Ovinos no Campo e Dissemina. No caso da ovinocultura, foram aplicados R$ 114 milhões, o que permitiu aumentar o rebanho em 27%. Já a área irrigada, conforme o secretário, duplicou.

O diretor da Farsul, Jorge Rodrigues, disse que o setor não é contra a rastreabilidade, mas que é necessário estar atento à viabilidade. “Acho que houve falta de diálogo e de entendimento com o setor.”

Fonte: Correio do Povo

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Presidenta Dilma Rousseff decreta 22 imóveis para a reforma agrária


A presidenta da República, Dilma Rousseff, decretou nesta quarta-feira (31), 22 novas áreas para fins de reforma agrária que somam 57.680 mil hectares e vão beneficiar 1.504 famílias de trabalhadores rurais em 10 estados brasileiros.

Os decretos foram publicados no Diário Oficial da União nesta data. Somados às oito áreas decretadas no dia 26 de agosto de 2014, são 66.658 mil hectares destinado à reforma agrária, que beneficiarão 1.739 famílias em 10 estados.

" Esses decretos são um inequívoco reconhecimento da presidenta Dilma Rousseff ao competente trabalho realizado pelas equipes do Incra, que aprimoraram os processos de desapropriação de imóveis visando sua destinação á reforma agrária", avalia o presidente da do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Carlos Guedes.

Para ilustrar as medidas de aperfeiçoamento das normas que regulam o processo de desapropriação, Guedes destacou que a partir da publicação das Portarias nº 6 e 7, de 31 de Janeiro de 2013, e a portaria nº 83, de 28 de novembro de 2014, do Ministério do Desenvolvimento Agrário, todo o imóvel encaminhado à Presidência da República visando a sua desapropriação segue com o estudo de viabilidade socioeconômica do futuro assentamento, além do laudo de produtividade e avaliação de custo do imóvel.

Os decretos declaram de interesse social para fins de reforma agrária imóveis rurais localizados nos estados de Goiás (05), Maranhão (04), Pernambuco (04), Minas Gerais (02), Pará (01), Paraíba (02), Rio Grande do Norte 01), Rondônia (01), Santa Catarina (01) e Sergipe (01). 

Veja a lista completa:
http://www.mda.gov.br/sitemda/sites/sitemda/files/user_img_61/tabela-areas-decretadas-301214.pdf

Conforme perícia técnica realizada pelo Incra, todas as áreas apresentaram índices de produtividade abaixo do que determina a Constituição Federal, o que motivou sua desapropriação.

A partir do decreto presidencial o Incra vai ajuizar a Ação de Desapropriação de cada imóvel, mediante depósito em juízo do montante da indenização das benfeitorias e apresentar à Justiça comprovante de emissão dos Títulos da Dívida Agrária para pagamento da terra nua.

O levantamento técnico feito pelo Incra, com base na Portaria MDA nº 7 de 31 de Janeiro de 2013, aponta um investimento de R$ 76,7 milhões no pagamento dos 22 imóveis, cujos valores já constam do orçamento do Incra no exercício de 2015.

O Estudo de Capacidade de Geração de Renda (ECGR), que estabeleceu a quantidade de famílias a serem assentadas em cada área, também indicou a vocação produtiva dos futuros assentamentos, com destaque para a plantação de mandioca, bovinocultura de corte e leite, avicultura de postura e corte e a produção de frutas.

A análise do ECGR leva em conta as particularidades do relevo, hidrografia, dos mercados locais e da conjuntura socioeconômica da região onde serão implantados os novos assentamentos.

No período de 2010 a 2014 foram decretados pela presidenta Dilma Rousseff 374 imóveis para fins de reforma agrária em área de 731.206 hectares



Fonte: Incra

Futuro do Marfrig

A decisão sobre manter ou não em funcionamento o frigorífico de bovinos da Marfrig em Alegrete ficou para 2015. O anúncio da suspensão das atividades, em agosto de 2014, mobilizou o Estado. Foi criado um grupo de negociação com o governo, que sinalizou as concessões possíveis. A unidade – atualmente com 645 funcionários e abate médio diário de 500 animais – entra em férias coletivas de 5 de janeiro a 5 de fevereiro.
Pedro Piffero, presidente do Sindicato Rural de AlegreteAcho que se houver vontade, se resolve. Minha preocupação é que o pessoal da empresa saiu do ar. Mercado tem. A oferta de gado está reduzida para todo mundo, não só para a Marfrig.
fonte: Clic RBS / Gisele Loeblein

JBS pressionou Congresso a federalizar fiscalização da carne

JBS pressionou Congresso a federalizar fiscalização da carne
A Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo) denuncia que a federalização da fiscalização sanitária dos frigoríficos de todo o país é “uma nova tentativa de concentrar ainda mais o setor de carnes no Brasil, prejudicando todo um setor e eliminando centenas de empresas e milhares de empregos”. Para a entidade, a maneira como a emenda na MP 653 foi aprovada revela pressão da JBS sobre o Congresso Nacional.



“Se a JBS pode isto, pode muitas outras mais, só dependendo do volume de dinheiro que entrega e isto é inadmissível em todos os sentidos éticos e morais”, afirma  o presidente-executivo da entidade, Péricles Salazar.

A Abrafrigo reclama da medida votada pelo Congresso no dia 17 de Dezembro também pela “maneira como foi aprovada, sem ter havido sequer um debate sobre o tema através de uma Audiência Pública”. A própria equipe técnica do Ministério da Agrcultura Pecuária e Abastecimento (Mapa) se posicionou contrária a esta centralização da inspeção no Ministério.

“A sociedade não foi ouvida nem consultada e este é um assunto de enorme gravidade porque envolve questões sanitárias e a atividade comercial de centenas de empresas. O Brasil já adotou esta linha de ação no passado e não funcionou e não será agora com a carência de recursos humanos e inúmeras dificuldades orçamentárias que o Mapa conseguirá implantar este sistema”, disse Salazar

O presidente da Abrafrigo entende que o caminho correto é viabilizar o funcionamento do SISBI e dar aos Estados e municípios condições de cumprir que determina a Lei 7889, de 1989, sob o rígido controle do Ministério da Agricultura. A Abrafrigo informou que irá lutar “para que a Presidente Dilma não sancione este absurdo” e não hesitará em ingressar na justiça para inviabilizar esta pretensão da JBS. “Vamos mostrar pedagogicamente para esta empresa que ela não pode tudo”, finalizou Salazar.



Agrolink
Autor: Leonardo Gottems

quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Produção Braford in vitro conquista o centro oeste do país


Por  
10410602_814708965247496_572408042563066104_n984251_814708865247506_1327605676288126481_nO Brasil é, atualmente, apontado como referência na produção de genética em laboratório através da tecnologia da fecundação in vitro, que torna a escolha entre macho e fêmea cada vez mais sucedida. Este método vem melhorando seus índices e atendendo às necessidades do pecuarista moderno e cada vez mais exigente.10846216_814709021914157_7816852729097711735_n
A Fazenda Brasil, localizada no estado de Tocantis, é um exemplo dessa evolução na prática, na qual vem impulsionando a região centro oeste com excelente genética e cada vez mais apostando nesta evolução através de produtos Braford oriundos de fecundação in vitro.
fonte: ABHB

Que bons ventos o tragam 2015 !!!

Que bons ventos o tragam 2015 !!!
Este é o nosso desejo, a nossa expectativa.
Que o ano novo traga a todos nós, saúde para podermos arregaçar as mangas e fazer acontecer.
O resto é o resto...
"Feliz Ano Todo" aos amigos e clientes, são os votos de Lund Negócios.

terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Rendimento de carcaça em frigoríficos do Brasil



INTRODUÇÃO

O rendimento de carcaça é um assunto que gera discussões entre frigoríficos e pecuaristas. Para Pascoal et al. (2011), essa desconfiança pode ser resultado de maus rendimentos pontuais, que atestam que houve algum tipo de erro no peso de origem ou no frigorífico.

De maneira simplificada, a carcaça é composta pelo bovino abatido, sem cabeça, cauda, mocotós e couro. Diante disso, o rendimento é definido como a relação entre o peso da carcaça e o peso vivo do bovino abatido.

Em estudo sobre as relações comerciais entre agentes do sistema agroindustrial no Brasil, Pascoal et al. (2011) comentaram que o controle dos processos de toalete, tipificação e pesagem de carcaças deveriam ser intermediados por um agente estatal, o que melhoraria a relação pecuarista e frigorífico.

O fato é que compradores buscam pagar menos pela matéria prima e os pecuaristas tentam o maior valor possível pela venda do seu produto. No entanto, os fundamentos de oferta e demanda de mercado é que regem estas interações.

1. FATORES QUE IMPACTAM NO RENDIMENTO DE CARCAÇA

Diversos fatores podem interferir no rendimento de carcaça, como a raça, a alimentação, o peso vivo no momento do abate, a idade, o tempo de jejum e o manejo de transporte.

A alimentação, de acordo com Paulino (2008), é uma ferramenta que traz maior eficiência produtiva e econômica, dentro de cada realidade de produção e, de acordo com o nível tecnológico empregado na exploração pecuária.

O tempo de jejum altera o conteúdo e o peso do trato digestivo. Em estudo com bois, novilhos e novilhas abatidos com jejum prévio de 12 horas, Barbosa (1999) relatou que, caso estes mesmos animais, fossem pesados na fazenda, sem jejum, deveria ser descontado 10% do peso vivo. Isso retiraria a influência do conteúdo do trato gastrointestinal no rendimento de carcaça (MACITELLI et. al. 2005).

O transporte dos bovinos e o manejo na fazenda podem causar hematomas, que serão extraídos, durante a "toalete" na linha de abate. Segundo Andrade e Coelho (2011) essa remoção danifica a peça, diminui o seu peso e o valor comercial da carcaça.

Em trabalho realizado por Braggion e Silva (2004), o transporte representou a segunda causa de lesões em carcaças, devido à alta densidade de carga associada com a intensidade de reação de estresse, risco de contusão e número de quedas. As outras causas normalmente estão ligadas a problemas de manejo.

Andrade, Silva e Roça (2009), em estudo sobre o manejo pré-abate de bovinos no Pantanal, concluíram que é possível estimar em qual momento do manejo ou do transporte ocorreram as lesões. A maioria dos danos foi verificada nas últimas vinte e quatro horas antes do abate.

No entanto, a idade (maturidade), a raça e o peso de abate alteram a relação entre musculatura, osso da carcaça e gordura e, consequentemente, o peso total da carcaça, que é o indexador sobre o preço pago pelo boi, como será exposto a seguir.

2. RENDIMENTO DE CARCAÇA X IDADE

Aos dois anos de idade, os bovinos já completaram grande parte do desenvolvimento muscular, apesar de continuarem crescendo até idades mais avançadas, iguais ou superiores a sete anos Barbosa (1999).

Ainda segundo o autor, observando a curva de crescimento relativo, que é feita a partir da relação ganho de peso/dia/peso vivo, nota-se que com o passar do tempo, a eficiência em ganho de peso é reduzida, o que mostra a importância da redução da idade de abate.

Órgãos e vísceras têm maturidade mais precoce, o tecido muscular apresenta maturidade intermediária e o tecido adiposo é mais tardio (GALVÃO et al. 1991). A porcentagem de gordura aumenta, enquanto a de proteína diminui, à medida que animais com estrutura corporal semelhante aumentam em peso (BARBOSA, 1999).

Para Silveira (1995), bovinos superprecoces desmamados, terminados em regime de confinamento e abatidos com idade de até 15 meses, com peso vivo mínimo de 450kg garantem melhor qualidade da carne.

Na mesma linha de pensamento, Restle et al. (1999) mostraram a maior eficiência de bovinos entre 12 e 14 meses na terminação em relação aqueles terminados com 24 meses. Entre as duas categorias os autores concluíram que quando abatidos com peso de carcaça similar, o rendimento de carcaça é maior nos animais mais jovens.

Menezes et al. (2010), em experimento com bovinos terminados em três diferentes sistemas de manejo e abatidos com 15 meses, verificaram que os tempos de terminação foram de 47 dias para confinamento, 75 dias para pastagem temperada e 100 dias para pastagem tropical. Esse resultado mostrou as diferenças de ganhos médios diários.

Os mesmos autores, assim como Vaz e Restle (2005) e Oliveira et al. (2009), observaram que o rendimento de carcaça não foi influenciado pelo tipo de alimentação.

Macedo et al. (2001) verificaram carcaças com maior rendimento, maior grau de acabamento e carne mais macia quando os bovinos foram terminados em confinamento. Bridi, Constantino e Tarcitano (2011) completam ainda que bovinos de confinamento possuem menor perda no resfriamento, o que está relacionado à maior cobertura de gordura da carcaça destes animais.

No entanto, algumas dificuldades na fazenda como, organização da produção, questões estruturais, operacionais e técnicas podem resultar em classes etárias mal definidas, dificultando a identificação e a atuação sobre os fatores que atuam sobre idade-peso, no sentido de reduzir o primeiro e aumentar o segundo, simultaneamente (BAPTISTA et al. 1999).

3. RENDIMENTO DE CARCAÇA X RAÇA

Um dos fatores intrínsecos que influenciam diretamente no rendimento de carcaça é a raça. Entretanto, é necessário conhecer primeiramente quais são as relações genéticas com as características de crescimento do bovino, estas diferenças determinam os tipos biológicos.

De acordo com a Barbosa (1999), os bovinos podem ser divididos em três tipos biológicos, que são determinados quando o animal atinge sua maturidade sexual. As raças podem ser divididas em porte pequeno, médio e grande e a musculatura, que está intimamente ligada ao tipo biológico, também pode ser dividia em três grupos: fina, moderada e grossa. Veja tabela 1. 


Após a maturidade sexual o crescimento ósseo é interrompido, há redução na taxa de crescimento muscular e intensificação na deposição de gordura.

As raças do grupo Bos taurus taurus continentais (animais de origem europeia, ex: Marchigiana) são consideradas raças tardias quanto à puberdade, as raças do grupo Bos taurus indicus (animais de origem indiana, ex: Nelore) são consideradas de precocidade intermediária e as raças do grupo Bos taurus taurus britânico (animais de origem europeia, ex: Angus), são consideradas precoces (GOMIDE, 2006).

Mesmo que existam variações entre a musculatura de um bovino de certa raça, a combinação tipo biológico x musculatura permite a determinação e criação de um critério de classificação (BARBOSA, 1999).

Ainda de acordo com o autor, esta combinação é utilizada para se determinar o rendimento de carcaça. Raças de grande porte e de grossa musculatura têm taxas maiores de ganhos de peso/dia, em contrapartida, este tipo biológico é mais tardio ao tratarmos de acúmulo de gordura na carcaça. Já as raças de porte pequeno e musculatura moderada, são o oposto disso.

Existem também algumas estratégias para se modificar o rendimento de carcaça, como combinar duas ou mais características desejáveis de raças puras; ou cruzar os bovinos sem a preocupação de formação de uma nova raça e sim com a produtividade, e ainda escolher a raça pura mais adequada ao ambiente (BARBOSA, 1998).

Observa-se que raças de bovinos tradicionais para corte apresentam rendimento de carcaça maior que raças leiteiras. Isso também foi concluído por Fernandes et. al. (2004), que mencionaram que bovinos provenientes de seleção para corte na terminação apresentaram rendimentos de carcaça 7% maiores que aqueles de origem leiteira.

4. RENDIMENTO DE CARCAÇA X PESO

O peso de abate está relacionado com o rendimento de carcaça, sendo que quanto mais pesados maior deposição de gordura, o que aumenta esta variável. Segundo relataram Galvão et al. (1991), o menor rendimento de carcaça em animais mais leves, deve-se ao maior peso relativo do couro, pés e cabeça.

Cruz et al. (2004), em experimento com bovinos Canchim, ½ Canchim x ½ Nelore e Nelore, verificaram que mesmo com interferência da raça os animais mais pesados obtiveram maiores pesos de carcaças quentes e rendimentos de carcaças. 

Isso foi confirmado Huffman et al. (1990), no qual animais da raça Angus e cruzados ½ Angus x ½ Brahman, abatidos com pesos de 440,0kg e 475,0 kg, aumentaram o rendimento de carcaça quente de acordo com o aumento do peso. No entanto, não houve aumento significativo para os animais abatidos com 507,0kg.

Galvão et al. (1991) e Jorge et al., (1999) também verificaram aumento do rendimento de carcaça em função do maior peso de abate atingido por bovinos. Para Restle et al. 1997, isso é resultado da maior deposição de gordura no período de terminação.

Abater bovinos mais pesados representa vantagem para a indústria, no sentido de que a mão de obra e o tempo de processamento são praticamente os mesmos, e o custo/kg é menor em relação a animais mais leves (ARBOITTE et al. 2004).

Além disso, o valor comercial das partes não integrantes da carcaça, como couro, órgãos internos e vísceras, está diretamente relacionado com o seu peso, o qual é influenciado positivamente pelo peso de abate (RESTLE et al. 2005).

5. RENDIMENTOS DE CARCAÇA NO BRASIL

Com o intuito de ilustrar este estudo com dados atuais a Scot Consultoria realizou um levantamento com frigoríficos em 28 praças brasileiras.

Como mencionaram Pascoal et. al. (2009, 2010), em pesquisas cientificas o jejum de 12 horas é respeitado, diminuindo o volume do trato gastrointestinal e, consequentemente, contribuindo para aumentar o rendimento de carcaça. Além disso, a rigorosidade da "toalete" em experimentos é menor quando comparada ao dia a dia das indústrias.

A conclusão dos autores corrobora com a pesquisa realizada pela Scot Consultoria, que observou que 67,1% das indústrias pesquisadas utilizam o peso do animal aferido na fazenda para realizar os cálculos do rendimento de carcaça, desconsiderando o jejum, 16,1% utilizam o peso do frigorífico e 17,8% não informaram.

Com relação ao rendimento de carcaça para bois, as respostas mais frequentes variaram em 52,0% e 54,0%, sendo o primeiro para boiadas de pasto e o segundo para as de confinamento. Veja figura 1.

No caso de vacas e novilhas, os rendimentos de carcaças mais frequentes variaram entre 48,0% e 49,0%, para vacadas de pasto, e entre 50,0% e 51,0% para as de confinamento. 


Com relação ao levantamento realizado pela Scot Consultoria foi detectada diferença significativa entre os rendimentos de carcaça para animais de pasto e confinamento ao nível de 5% de significância (p<0 de="" mann-whitney.="" p="" pelo="" teste="">
Embora esse resultado contradiga o discorrido no artigo, está de acordo com o relatado por Macedo et al. (2001) e Bridi, Constantino & Tarcitano (2011), que obtiveram maior rendimento de carcaça em animais terminados em confinamento.

Nesta pesquisa também foram levantados dados sobre ganho e perda de peso nos períodos de seca e chuva.

De todas as indústrias contatadas, 41,1% mencionaram que durante a seca ocorre perda de peso das boiadas, o que reflete na queda de 1,0% no rendimento de carcaça. No entanto, dependendo da genética do bovino a queda pode atingir até 2,0%.

Isso se aplica para boiadas de pasto, já que nos confinamento as boiadas recebem dieta controlada durante todo o período. O fator limitante no segundo caso é a chuva, tanto que nestes períodos a lotação é menor.

Na seca é difícil manter as pastagens produtivas, pois ocorre queda na qualidade e na quantidade da forragem. Como resultado tem-se a diminuição ou paralisação do ganho de peso dos animais, o que pode ser amenizado com suplementação alimentar adequada (EUCLIDES et al. 1998, GOES et al. 2009, CLIMACO et al. 2006).

6. CONCLUSÕES FINAIS

Em decorrência da pressão econômica busca-se, cada vez mais, aumentar a produtividade e reduzir os custos de produção. Para isso a redução da idade de abate é necessária.

Outro fator que deve ser considerado no planejamento da atividade é a escolha da raça ou cruzamento, de acordo com o sistema de produção, o grau de acabamento desejado e o ambiente em que este animal se desenvolverá.

Há divergências quanto à diferença de rendimento entre bovinos confinados e de pastagens. O levantamento feito pela Scot Consultoria mostrou haver diferença significativa. No entanto, vale destacar que a pesquisa foi feita apenas para esta variável, ou seja, não foram considerados peso médio ou idade ao abate.

De toda forma, os resultados indicam que o rendimento é maior em bovinos de cocho, considerando as realidades dos dois sistemas nas regiões da pesquisa.

Como forma de amenizar as divergências entre frigoríficos e pecuaristas, em relação ao rendimento, a presença de agentes especializados e capacitados no processo de pesagem seria positiva.

Para isso, programas como o PeseBem, da FAEG (Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás), em vigor desde 2003 e com adesão de nove frigoríficos, têm se mostrado eficiente.

por Paola Jurca


fonte: Scot Consultoria

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

COMPRA DE GADO -Estamos selecionando para clientes

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domingo, 28 de dezembro de 2014

E o boi gordo já vai baixar?


Esta é a pergunta que a maioria de meus clientes têm feito  a mim nestes últimos dias do mês de dezembro.
Tudo porque grandes frigoríficos, e por consequência os pequenos também, estão tentando forçar a baixa de preços.
Respondo  - e é minha  opinião, nada mais do que isso – em condições normais ( sem canetaço etc ) que em breve tudo volta a “como era antes, em terra de Abrantes”.
 A antecipação das compras para o fim do ano e os seus feriados de 25 e 31, fazem com que haja  uma menor quantidade de dias de abate nas últimas semanas do ano, permitindo que as indústrias alonguem as escalas. Frigoríficos  compram o boi para o início do ano, o que permite que eles ( já comprados) ofereçam menos pelo kg do boi na última semana. Acho que após os primeiros 10 dias do mês de janeiro voltaremos a ter os preços praticados até 20 de dezembro de 2014 e com manutenção dos mesmos até meados de março. Portanto, amigos pecuaristas e clientes , se você tem boi gordo para os próximos dias ( o que é coisa rara) não se assuste, com certeza vamos ter preços bem competitivos nos próximos dias .
Abraço

Lund / Lund Negócios

Churrasco gaúcho: segurança regional

Prof. Júlio Barcellos *
A segurança alimentar é o principal desafio do futuro, pois terra e água são cada vez mais escassos para a produção de alimentos. Essas preocupações parecem irrelevantes, afinal estamos entre os principais exportadores de alimentos. Entretanto, já vivemos períodos de escassez onde filas eram formadas para comprar leite, pão e carne bovina. O alimento típico do gaúcho, a carne de gado, objeto deste texto, há 50 anos, produzia manchetes como “Carne só volta aos açougues em 1965”. Às vésperas de 2015, talvez o leitor não entenda a lógica deste artigo.

Vale explicar que nos últimos meses o tema da escassez de carne reapareceu. Perguntam-nos se temos gado e produzimos carne suficiente para abastecer os gaúchos, especialmente porque aumentou o preço do churrasco. Criar barreiras para não “deixar” nosso gado ser “exportado” para outras regiões, tem surgido como solução. Talvez, agora o leitor entenda: estamos discutindo a segurança alimentar regional – o churrasco. O que está acontecendo é apenas o desequilíbrio conjuntural entre a oferta e a procura e os seus reflexos no preço da carne. Nossa produção é a pasto e nos meses de junho e julho, por causa do inverno, os abates sofrem redução, provocando um aumento do preço do boi e no preço pago pelo consumidor. À medida que o clima vai melhorando a oferta também se ajusta. Além disso, o RS possui um rebanho para carne estimado em 12 milhões de cabeças, e 93% da produção é consumida aqui. Ainda sobram 7% que é vendida a Santa Catarina, Paraná e São Paulo. Portanto, a circunstancial falta de carne não está relacionada ao tamanho do rebanho bovino ou com a baixa produtividade da pecuária e, menos ainda, com as exportações de gado em pé.

A produtividade da pecuária vem aumentando e o número de animais para o abate cresce no Estado, portanto, de forma alguma preocupa o abastecimento e a soberania do suprimento de carne. De outra parte, existem práticas do varejo que podem, a qualquer momento, oferecer cortes de carne bovina oriunda das regiões norte, centro-oeste do Brasil e até mesmo do Uruguai. Isto é uma decisão estratégica do setor e não está relacionada com a escassez da carne gaúcha. Atualmente, os pecuaristas têm o seu gado disputado por vários frigoríficos e o merecido reconhecimento pelos esforços feitos na qualificação da produção. Isso tem assegurado ao consumidor uma carne saudável e saborosa em qualquer ponto de venda. Agora, a fila é outra, em busca da excelência, diferente daquela do passado, da escassez. Assim, as ameaças à soberania do churrasco gaúcho não passam de informações desatualizadas e assimétricas na cadeia produtiva da carne bovina.

*Coord. do Núcleo de Estudos em Sistemas de Produção de Bovinos de Corte e Cadeia Produtiva (Nespro/ UFRGS) JOSÉ FERNANDO PIVA LOBATO* Professor do Dep. de Zootecnia da Faculdade de Agronomia da UFRGS

Artigo publicado no Caderno Campo & Lavoura