quinta-feira, 12 de abril de 2018

Tempo: Frente fria chega ao Sul do Brasil e causa tempestades sobre o RS nesta 5ª feira


A frente fria prevista ontem pelos principais institutos meteorológicos já chegou ao Sul do Brasil nesta quinta-feira (12) e já deve causar tempestades em áreas do Rio Grande do Sul durante todo o dia, segundo alerta o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia). Nos próximos dias, as instabilidades avançam para outros estados da região.
Segundo o instituto, são esperadas em áreas do Rio Grande do Sul chuvas entre 30 e 60 milímetros por hora ou 50 e 100 mm no dia e as precipitações podem vir acompanhadas de ventos intensos (60-100 km/h) e queda de granizo. Podem ocorrer corte de energia, estragos em plantações, queda de árvores e alagamentos.
Veja o mapa com a previsão de precipitação acumulada para até 72 horas (13/04 a 15/04) para todo o Brasil:
Mapa com a previsão de precipitação acumulada para até 72 horas (13/04 a 15/04) para todo o Brasil - Fonte: Inmet
Fonte: Inmet
O modelo Cosmo do Inmet mostra que as tempestades previstas para o Rio Grande do Sul não devem durar muito tempo e avançam para os outros estados da região já neste final de semana. Essa condição pode prejudicar pontualmente os trabalhos de colheita da primeira safra no campo, mas também fica a preocupação com o granizo.
De acordo com dados do Deral (Departamento de Economia Rural), a colheita da soja no Paraná estava em 91% até segunda-feira (09). Enquanto que a colheita da 1ª safra de milho totalizava 73% e o plantio da 2ª safra estava finalizado e em desenvolvimento. O Paraná é o segundo maior produtor de soja do país, mas também há produção representativa nos outros estados da região.
Veja o mapa das áreas com previsão de tempestades nesta 5ª feira:
Mapa das áreas com previsão de tempestades nesta 5ª feira  -Fonte: Inmet
Fonte: Inmet
Aviso para as áreas: Campanha, Encosta Do Sudeste, Serra Do Sudeste, Depressão Central, Planalto Médio, Missões, Alto Uruguai, Litoral Gaúcho
Em entrevista nesta semana ao Notícias Agrícolas, Morgana Almeida, chefe do Centro de Análise e Previsão do Tempo do Inmet, destacou que a frente fria chega acompanhada de um sistema de alta pressão que deve derrubar as temperaturas e incidir também sobre o Mato Grosso do Sul, a região Sudeste e a parte Sul do Centro-Oeste entre o final de semana e o início da próxima semana.
As chuvas também seguem no Centro-Norte do país, principalmente, por conta da  influencia da  Zona de Convergência Intertropical. Ainda nesta quinta-feira, o Inmet alerta para a possibilidade de altos acumulados de chuva e potenciais perigos em Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe.
Veja o mapa com a precipitação acumulada em todo o Brasil nos últimos cinco dias:
Mapa com a precipitação acumulada em todo o Brasil nos últimos cinco dias - Fonte: Inmet
Fonte: Inmet

Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

terça-feira, 10 de abril de 2018

Martin Secco: com compra da National Beef, Marfrig foca mercado de carne bovina


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Com a estratégia anunciada nesta segunda-feira, 9, a Marfrig está apostando todas suas fichas no mercado de carne bovina. Essa estratégia contempla a compra do frigorífico norte-americano National Beef e a venda da Keystone, subsidiária da empresa nos Estados Unidos voltada à produção de carne de frango. A Marfrig espera concluir as duas operações ainda neste semestre.
Embora tenha aprovação unânime do Conselho de Administração, segundo o CEO da Marfrig, Martin Secco, a companhia ainda precisa da aprovação de órgãos antitruste e também do BNDES, hoje o segundo maior acionista da empresa com 33,7% de participação, atrás apenas dos controladores (35%). A expectativa do executivo é de que o banco estatal, que tem dois assentos no colegiado, aprove a compra. Para os executivos da empresa, a reação positiva do mercado nesta segunda-feira é um fator favorável a essa possível aprovação. As ações ordinárias da empresa chegaram a subir quase 20% nesta manhã na B3.
“Nossa decisão é de colocar o foco no negócio bovino”, disse o CEO da Marfrig, Martin Secco, durante coletiva com jornalistas nesta manhã em São Paulo. A norte-americana National Beef abate 12 mil cabeças de gado por dia – o que deve elevar o abate diário total da Marfrig para 35 mil cabeças – e realiza parcerias com pecuaristas locais para a aquisição de bovinos. Por ano, segundo Secco, esses criadores parceiros entregam cerca de 700 mil cabeças para a National Beef, todas provenientes de confinamentos. “O boi é mais caro do que o (do mercado) spot ou de outros acordos, mas é mais rentável. É uma associação de ganha-ganha”, disse Secco. O executivo acrescentou que pretende explorar esse modelo de negócio nas operações da empresa na América do Sul, inclusive no Brasil.
Além da associação com criadores, Secco ressaltou, ainda, o acesso a importantes mercados globais importadores de carne bovina que a Marfrig deve ganhar com a National Beef, caso do Japão. “Devemos entrar no Japão também pelo Uruguai nos próximos meses”, disse, citando esperar que o mercado dos EUA à carne bovina in natura brasileira seja reaberto ainda neste semestre.
O CFO da empresa, Eduardo Miron, afirmou que a Marfrig está apostando na bovinocultura em um momento de ciclo positivo – quando a oferta tende a crescer por questões de sazonalidade – tanto nos Estados Unidos e América do Sul.
Para realizar a compra da National Beef, de cerca US$ 1 bilhão, a Marfrig realizou dois empréstimos com o Rabobank. “Temos uma parceria de longa data com o banco”, disse Miron. Posteriormente, a empresa pretende sanar esses empréstimos com a venda da Keystone e atingir uma alavancagem de 2,5 vezes até o fim deste ano.
Questionado sobre a possibilidade da venda da Keystone não ocorrer, Miron disse que a empresa deve se manter com um nível de alavancagem confortável, mas que acha difícil que a operação não tenha sucesso. “A venda da Keystone não é algo difícil. Ela tem um histórico fantástico e os ativos são interessantes. Vemos players dentro e fora dos EUA que se beneficiaram dessa operação. A nosso ver a probabilidade da não execução da venda é extremamente baixa”, disse Miron.
fonte: Isto É

segunda-feira, 9 de abril de 2018

Marfrig compra empresa de carne bovina nos EUA por mais de R$ 3 bilhões

Com a aquisição da National Beef Packing, Marfrig diz que passará a ser a 2ª maior processadora de carne bovina do mundo; aquisição é a 1ª da empresa desde 2010.


Funcionário organizando frigorífico da Marfrig em São Paulo, em imagem de arquivo. (Foto: REUTERS/Paulo Whitaker)Funcionário organizando frigorífico da Marfrig em São Paulo, em imagem de arquivo. (Foto: REUTERS/Paulo Whitaker)Funcionário organizando frigorífico da Marfrig em São Paulo, em imagem de arquivo. (Foto: REUTERS/Paulo Whitaker)
A Marfrig Global Foods anunciou nesta segunda-feira (9) a compra de 51% da norte-americana National Beef Packing Company, quarta maior processadora de carne bovina dos Estados Unidos, por US$ 969 milhões, o equivalente a R$ 3,2 bilhões.
Esta é a primeira aquisição da Marfrig desde 2010. Nos anos seguintes, a companhia sofreu uma crise de liquidez e passou a vender ativos para reduzir sua dívida. Para manter a dívida em níveis saudáveis, a empresa prevê a venda a Keystone Food.
Concluída a operação, a Marfrig passará a ser "a segunda maior processadora de carne bovina do mundo", com uma plataforma global de produção e um faturamento consolidado de R$ 43 bilhões, disse a empresa brasileira em comunicado. Hoje a líder mundial na produção de carne bovina é a JBS.
A empresa acrescentou ainda que a aquisição está sujeita à aprovação do BNDES, que detém 33,74% das ações da companhia através da BNDESPar, sua divisão de investimentos em empresas. A Marfrig é controlada atualmente por Marcos Antonio Molina dos Santos e Márcia Aparecida Pascoal Marçal dos Santos, através da MMS Participações Ltda, que detém 35% das ações.

Entenda o negócio

A National Beef tem capacidade de abate de 12 mil cabeças de gado ao dia e possui duas unidades de processamento que respondem por cerca de 13% da capacidade total de abate do mercado americano.
Com sede em Kansas City, no estado do Missouri, a empresa exporta para 40 países, incluindo o Japão e a Coreia do Sul, mercados atualmente fechados às exportações de carne brasileira.
A operação, segundo a Marfrig, visa consolidar sua força no segmento de carne bovina e melhorar os indicadores de alavancagem financeira da empresa.
Comparativo de empresas de carne bovina, JBS e Marfrig (Foto: Alexandre Mauro/G1)Comparativo de empresas de carne bovina, JBS e Marfrig (Foto: Alexandre Mauro/G1)
Comparativo de empresas de carne bovina, JBS e Marfrig (Foto: Alexandre Mauro/G1)
"Outras medidas que visam à redução da alavancagem da Marfrig seguem em curso e incluem a decisão de vender a Keystone Foods. (...). A venda da Keystone, juntamente com a transação da National Beef, deverá fazer com que a Marfrig atinja seu objetivo de alavancagem de 2,5 vezes até o fim de 2018", explicou a companhia, em comunicado.
A aquisição da National Beef será integralmente financiada pelo banco Rabobank. A empresa disse que vai tomar dois empréstimos ponte, no valor total de US$ 1 bilhão, que serão pagos com a receita da venda da Keystone.
A National Beef, que faturou no ano passado US$ 7,3 bilhões, ou R$ 24,3 bilhões, é controlada pela holding de investimento norte-americana Leucadia National Corportation, desde 2011, com 79% de participação.
A Marfrig disse que espera concluir a aquisição da National Beef até o fim do primeiro semestre deste ano.

A Marfrig

Atualmente, a Marfrig está presente em 12 países com as divisões Beef e Keystone. A divisão Beef é a segunda maior operação de carne bovina no Brasil, atrás da JBS, e líder em processamento de bovinos no Uruguai. Com 31 plantas no Brasil, no Uruguai e no Chile, a divisão Beef tem capacidade de processar até 4,7 milhões de cabeças de gado.
Já a divisão de alimentos processados Keystone opera 19 unidades produtivas nos Estados Unidos, na China, na Malásia, na Tailândia, na Coreia e na Austrália. Juntas, essas unidades totalizam um volume de vendas de cerca de 1 milhão toneladas de alimentos por ano, segundo a companhia.
A Marfrig registrou em 2017 prejuízo de R$ 461 milhões e receita líquida de R$ 19,33 bilhões, o que faz da companhia a 18ª maior empresa não financeira do país entre as listadas na Bovespa.
A Marfrig teve um crescimento rápido entre 2006 e 2010, período em que fez mais de 40 aquisições no Brasil e no exterior. Parte dessas compras foram financiadas com a emissão de dívidas, o que fez com que a alavancagem financeira (relação entre dívida e geração de caixa da empresa) disparasse.r de negócios comprados no passado para amortizar a dívida. Entre as empresas vendidas estão a Seara e a Moy Park, que foram compradas pela JBS.
* Com Reuters

domingo, 8 de abril de 2018

China pode acelerar habilitação de frigoríficos brasileiros

Para presidente da Abiec, taxas chinesas sobre a carne dos EUA pode beneficiar Brasil

O anúncio feito pela China de sobretaxar 106 produtos dos Estados Unidos, incluindo variedades de carne bovina, pode acelerar o processo de habilitação de frigoríficos brasileiros para exportar ao país asiático. Desde o fim do ano passado, o Brasil aguarda a visita de uma missão chinesa que deve vistoriar 11 plantas no País. "O Brasil certamente tem algum benefício implícito nisso (sobretaxa) que é na efetivação dessas visitas", afirmou o presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Antônio Jorge Camardelli.
Atualmente 16 plantas de carne bovina estão habilitadas a exportar para China, segundo a Abiec. No ano passado, o Brasil exportou 211 mil toneladas de carne bovina in natura para o país, uma alta de 29% em relação ao exportado em 2016, de acordo com o Ministério da Indústria Comércio Exterior e Serviços (MDIC). Caso os chineses venham a habilitar todas as 11 novas plantas, a expectativa é de que o volume exportado para o país possa crescer 50%.
Mercado nos EUA - As ações de algumas das maiores processadoras de carne dos Estados Unidos fecharam em alta nesta quarta-feira, 4, após a China ameaçar impor tarifas sobre uma série de produtos norte-americanos, como soja e milho. Segundo analistas, caso o país asiático redirecione suas compras de soja para a América do Sul, isso vai resultar em estoques mais amplos da oleaginosa nos EUA e pode se traduzir em preços mais baixos de ração animal para as empresas de carne. A ração animal representa o maior custo na criação de aves e outros animais de produção. A ação da Tyson Foods fechou em alta de 2,30%, enquanto Hormel Foods e Pilgrim's Pride subiram 4,82% e 2,32%, respectivamente.
Fonte: ESTADÃO CONTEÚDO