O Brasil deve começar a embarcar carne bovina para a China já a partir da segunda quinzena de dezembro. A afirmação foi feita neste domingo (16/11) pelo ministro da Agricultura, Neri Geller, que retorna ao Brasil depois de cumprir agenda de reuniões oficiais no país asiático.
“Posso afirmar categoricamente que na segunda quinzena de dezembro ou, na pior das hipóteses, começo de janeiro, vamos começar a exportar carne bovina direto para a China”, garantiu Geller, em entrevista por telefone a Globo Rural ainda em território chinês, por volta de zero hora deste domingo horário de Brasília.
Neste sábado (15/11), o Ministério da Agricultura confirmou a reabertura do mercado para a carne bovina do Brasil. O governo chinês havia decidido suspender as compras depois da detecção de um caso não clássico de mal da vaca louca no Paraná, em 2012. De acordo com o comunicado do governo brasileiro, além de acabar com a restrição, as autoridades locais se comprometeu a acelerar a habilitação de plantas frigoríficas.
Segundo Neri Geller, o fim do embargo foi confirmado depois de reunião técnica para solucionar uma divergência relacionada ao status brasileiro de risco insignificante para mal da vaca louca, atestado pela Organização Internacional de Saúde Animal (OIE). “Havia um interpretação dúbia do relatório da OIE. Era uma questão burocrática que foi esclarecida. Foi passado ponto por ponto e alinhado”, disse.
O próximo passo é uma visita técnica de autoridades chinesas ao Brasil para verificar as unidades exportadoras e promover as habilitações. Neri Geller afirmou que há nove ou dez plantas aptas e que dependem apenas da avaliação final in loco dos técnicos do país asiático, que o ministro espera que ocorra até a primeira quinzena de dezembro. “Mesmo ainda estando embargado, a questão das plantas andou. Da parte do Brasil está tudo certo e tem um parecer favorável”, frisou.
Questionado sobre o quanto a China poderia agregar às exportações de carne bovina no Brasil, o ministro da Agricultura preferiu não detalhar números. Lembrou apenas que, antes do embargo, o valor estava em torno de US$ 300 milhões. “O mercado cresceu muito nesses dois últimos anos e está em ascensão. Isso depende muito da iniciativa privada e da nossa capacidade de fornecimento. Mas é um mercado muito forte e é impressionante o quanto querem a carne brasileira.”
Mesmo adotando um tom cauteloso, Neri Geller disse não temer problemas de oferta de produto brasileiro, apesar da atual situação da cadeia produtiva da carne bovina, com baixa disponibilidade de animais para abate e alto preço da arroba do boi gordo. Na avaliação dele, em pelo menos seis meses, o setor pode se consolidar. “Estou muito animado porque o produtor brasileiro responde muito rápido. Se houver demanda, a oferta se constrói rapidamente porque o potencial de crescimento da produção é muito grande”, avaliou o ministro.
Sobre outros mercados, Neri Geller informou que um dos próximos alvos é a Malásia. Segundo o ministro, uma missão brasileira já embarcou para negociar com as autoridades locais. “É outro mercado que deve se consolidar sem dúvida”, disse ele, lembrando que, antes da China, o governo obteve a liberação da carne bovina pela Arábia Saudita, importante mercado da região do Oriente Médio. E acrescentou que, ao longo do ano, chegou-se a acordos também com Irã e Egito.
Fonte: Beefworld