sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Minerva assume bovinos da BRF por 15% do seu capital

Informação foi antecipada pelo blog Primeiro Lugar On-line, de EXAME.com



Dado Galdieri/Bloomberg
Trabalhador na linha de produção de um frigorífico da Minerva em Barretos
Trabalhador na linha de produção de um frigorífico da Minerva: companhia estava trabalhando com uma estratégia de expansão focada na América do Sul
São Paulo - A Minerva Foods assumirá a divisão de bovinos da BRF, em operação que incluirá a transferência de cerca de 15 por cento das ações da empresa de bovinos para a BRF, que atua mais na área de alimentos processados, carne de frango e suínos, disse à Reuters uma fonte a par do assunto.

Procuradas, as duas empresas não comentam o assunto.
A Minerva Foods, terceira em produção de carne bovina no Brasil, estava trabalhando com uma estratégia de expansão focada na América do Sul, incluindo unidades de abate nos Estados em que ainda não estava presente no Brasil, como o Mato Grosso.
Cem por cento das operações de bovinos da BRF estão localizada justamente no Estado de Mato Grosso, principal produtor de gado do país.
Segundo a fonte, o acordo que está sendo concluído e deverá ser apresentado mais tarde nesta sexta-feira.
Em conferência recente para comentar os resultados trimestrais da companhia, o presidente do Conselho de Administração da BRF, Abilio Diniz, disse que a estratégia da companhia é deixar o foco em commodities e voltar-se para o clientes e consumidores.
As ações da Minerva operavam em alta de 3,6 por cento perto do fechamento, enquanto os papéis da BRF caíam 1,3 por cento.
fonte: Exame.com

Defesa Agropecuária inicia novos processos de gestão

Mudanças de descentralização começaram pelo Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal
Cumprindo determinação do ministro de Agricultura Antônio Andrade de melhorar e inovar na gestão da Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA), o secretário Rodrigo Figueiredo iniciou mudanças no Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa) visando desburocratizar atividades de rotina. A decisão da SDA trará celeridade no atendimento das demandas e melhorarão o atendimento aos clientes da Secretaria, neste caso, as indústrias registradas no Serviço de Inspeção Federal.
Para este objetivo, o diretor substituto do Dipoa, Leandro Feijó, e os chefes de divisões de inspeções da diretoria definiram a estratégia de descentralização em algumas superintendências federais de Agricultura (SFAs) da análise de processos de reforma, ampliação e remodelação de estabelecimentos registrados no Serviço de Inspeção Federal (SIF). Já foram publicadas orientações técnicas no Sistema de Informação Gerenciais do SIF (SIGSIF) para serem observadas desde o dia 14 de outubro.
Feijó explica ainda que os servidores e os respectivos chefes possuem agora autonomia para deferir ou indeferir os respectivos pleitos. Assim, não existe mais a necessidade de envio do processo a Brasília para receber um “de acordo” do Dipoa.
“Antes da tomada da decisão, os servidores da superintendência já realizavam esta análise prévia, mas ainda enviavam para Brasília para receber um ‘de acordo’. Isso é retratação, já que os servidores do Estado possuem mais conhecimento da realidade das indústrias para emissão de um parecer técnico de autorização ou indeferimento”, ressalta. Ele acrescenta ainda que as descentralizações possibilitarão ao corpo técnico do Dipoa agir estrategicamente, evitando retrabalhos desnecessários.
Além disso, foram descentralizadas as análises técnicas da Ouvidoria que envolve assuntos diretamente ligados aos estados. Outros departamentos, como Saúde Animal, Sanidade Vegetal, de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal, de Fiscalização de Insumos Pecuários e o de Fiscalização de Insumos Agrícolas, terão a mesma gestão, ressalta Feijó.
Fonte: MAPA, adaptado pela equipe feed&food. Foto: Divulgação.

Parlamentares tratam da Implantação do Cadastro Ambiental Rural com Ministra do Meio Ambiente

30102013210601.jpgIntegrantes da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) participaram de reunião na quarta-feira, dia 30, com a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, para debater sobre o Cadastro Ambiental Rural (CAR). O setor agrícola aguarda as normas do CAR, o que representará o primeiro passo para a implementação do novo Código Florestal Brasileiro, sancionado no dia 28 de maio de 2012. O deputado federal Afonso Hamm (PP-RS), que integra a Frente e também a Comissão de Agricultura e Pecuária (CAPADR) participou da reunião.

O encontro com a ministra teve como propósito esclarecer algumas dúvidas em relação ao CAR. Hamm comenta que os parlamentares querem mais detalhes sobre aplicação e funcionamento do cadastro com o propósito de estabelecer mais segurança jurídica aos produtores rurais. “Queremos tranquilizar os produtores e trazer paz ao meio rural para que o Código Florestal seja cumprido sem transtornos”, opina.

A ministra anunciou que tem um mês para consolidar o CAR. Izabella também convidou os parlamentares da FPA e da CAPADR para apresentar todos os detalhes do funcionamento, na próxima quarta-feira, dia 6, será apresentado todo detalhamento do sistema de cadastro que será realizado por meio de um programa de computador.

A normatização caberá aos estados, por meio de lei, decreto ou resolução. O CAR é um registro eletrônico, obrigatório para todos os imóveis rurais e tem por finalidade integrar as informações ambientais referentes à situação das Áreas de Preservação Permanente (APP), das áreas de Reserva Legal (RL), das florestas e dos remanescentes de vegetação nativa, das Áreas de Uso Restrito e das áreas consolidadas das propriedades e posses rurais.

A carne brasileira já não faz tão feio perto da Argentina

O avanço genético na pecuária está transformando a carne brasileira. Graças à genética, o rebanho está melhorando, e a carne já não é tão dura



Leo Feltran
Corte de carne
São Paulo - A história da pecuária no Brasil pode ser dividida em dois ciclos. O primeiro começou no século 16, quando bois foram trazidos para o país para mover engenhos de açúcar. Foi no século 20 que começou o segundo ciclo, aquele que transformou o Brasil no maior exportador de carne do mundo.
Nessa hora, um personagem foi fundamental — o gado zebu, como o nelore, aquele de pelo branco com uma corcova às costas, que, originário da Índia, adaptou-se perfeitamente ao calorão do Centro-Oeste brasileiro. Com a conquista da região e uma raça pau para toda obra, o rebanho se multiplicou.
O porém do zebu sempre surge na hora em que a carne chega ao prato: os bifes extraídos dos animais de origem asiática não são exatamente top de linha. É por isso que os turistas brasileiros se maravilham quando comem seu primeiro bife de chorizo na Argentina. O gado por lá é, sobretudo, da raça escocesa angus, que se dá bem em climas frios e tem, por diversas razões, uma carne melhor.
Quem volta ao Brasil para o contrafilé do dia a dia acaba repetindo a velha pergunta feita antes por milhões de turistas em situação parecida: quando o Brasil vai ter uma carne tão boa? Felizmente, há sinais de que a pecuária brasileira está entrando num novo ciclo — nossa carne, finalmente, começou a melhorar.
A responsável por isso é a genética. Há dez anos, um grupo de criadores  na­cio­nais começou a cruzar espécimes dos gados nelore e angus. O objetivo da em­preitada era chegar a um gado com a resistência do primeiro e a carne quase tão boa do segundo. Aos poucos, foi dan­do certo.
O DNA escocês, que até então só prosperava no sul, espalhou-se pelas regiões Sudeste e Centro-Oeste. O número de abates anuais cres­ceu 20 vezes em dez anos. E as vendas de sêmen da raça saíram de zero para mais de 3 milhões de doses por ano. Em 2013, nove em dez bezerros gerados em cruzamentos industriais por aqui terão sangue angus. Hoje, esse rebanho representa 5% do total no país. E o número tende a crescer dramaticamente.
Gordura entremeada
Talvez a principal diferença entre o novo boi brasileiro e o velho zebu de sempre esteja na parte dianteira, de onde se extrai a chamada carne “de segunda”.
Cortes nobres de zebu, como o filé-mignon ou a picanha (extraídos da metade traseira), são macios, é verdade — embora não tenham o sabor conferido pela gordura entremeada, típica de raças britânicas, como angus e hereford. Mas a coisa complica mesmo nos cortes dianteiros, como acém e paleta.
Tudo isso se tornou, no Brasil, aquele tipo de carne que o cozinheiro joga na panela e só tira após horas de muita reza — sempre na esperança de que a longa exposição ao calor tenha destruído as fibras (ponto em que a carne “desmancha”). Com a chegada da nova genética, isso muda.
A gordura entremeada melhora, sim, os cortes nobres. Mas o principal salto se dá nos acéns da vida. “Todas as carnes de angus podem ser de primeira”, afirma o especialista István Wessel, dono da grife de carnes Wessel. “Desde que o churrasqueiro também seja.”
As empresas têm alardeado o avanço da carne angus nos supermercados — e cobrado, claro, mais caro por ela. Os preços são cerca de 30% maiores. O frigorífico Marfrig vende mais de dez cortes de carne angus: até mesmo bifes de patinho e coxão duro, algo impensável com a carne típica brasileira.
O Friboi, maior do país, fechou em outubro acordos para distribuição de carne certificada pela Associação Brasileira de Angus e com produtores de hereford. O McDonald’s tem dois sanduíches com carne angus em seu cardápio. A rede Outback, que há poucos anos importava todos os cortes especiais que servia, hoje encontra 70% do que precisa no Brasil. Na churrascaria Fogo de Chão, o afamado steak shoulder não é nada mais do que um corte de miolo de paleta na grelha.
Apesar dos avanços recentes, ainda há um longo caminho para que a carne média brasileira esteja entre as melhores do mundo. A mistura com o nelore sempre vai tirar algo do gosto característico do angus.
Os carnívoros mais tinhosos sempre dirão que falta ao gado mestiço o “buquê do pampa” — uma referência aos sabores típicos do angus puro criado no friozinho das planícies deUruguai, Argentina e Rio Grande do Sul. Mas talvez a ambição nem deva ser essa, já que um boi angus jamais sobreviverá à vida dura do cerrado.
A evolução do gado brasileiro, dentro dos limites do possível, é uma ótima notícia. Que merece ser comemorada com um churrasco de acém.
Vicente Vilardaga, de 

Governador entrega 110 novos veículos para a Secretaria da Agricultura


O ato aconteceu em frente do Palácio Piratini, na manhã desta sexta-feira (01).
O ato aconteceu em frente do Palácio Piratini, na manhã desta sexta-feira (01). - Foto: Caco Argemi
Em ato realizado na manhã desta sexta-feira, na frente do Palácio Piratini, o governador Tarso Genro fez a entrega simbólica dos 110 novos veículos adquiridos pela Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio, para reforçar as ações da pasta, especialmente do serviço de Defesa Agropecuária.
Ao todo, o secretário da Agricultura, Luiz Fernando Mainardi, acompanhado do diretor do Departamento de Defesa Agropecuária, recebeu 110 veículos, entre camionetes e utilitários, além de um caminhão e de uma plataforma para o transporte de veículos. Os recursos, R$ 10,2 milhões, tem origem em parceria do Governo do Estado com o Ministério da Agricultura, financiamento contraído pelo estado junto ao BNDES e emenda do deputado Paulo Pimenta ao Orçamento da União.
As aquisições, comentou Mainardi, fazem parte do plano de trabalho que visa a modernização do serviço de Defesa Agropecuária, para que o Estado tenha condições de cumprir com sua obrigação de garantir a produção de produtos de qualidade e em excelentes condições sanitárias.
“Estamos investindo mais de 60 milhões de reais neste projeto, que nos prepara para buscar mercados mais rentáveis para a produção gaúcha, o que tem efeito positivo para toda a economia do estado”, concluiu o secretário.
fonte: SEAPA

Friboi é a mais lembrada na categoria: marcas de carne bovina mais lembradas em alimentação

Bicampeã na categoria Top Alimentação, a Sadia neste ano divide o pódio com a Nestlé. A empresa catarinense, que em 2012 atingiu 12% das menções, oscilou negativamente três pontos percentuais, ficando com 9% neste ano. A Nestlé também pendeu em relação ao ano passado: passou de 8% para 7%, o que configura empate técnico entre as duas.
sadia
Para o professor Nicolau André de Miguel, da FGV-Eaesp (Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas), o empate entre as duas gigantes da alimentação se deve à presença maciça de ambas no país inteiro.
Sadia tem mais de 350 itens, distribuídos em cerca de 110 mil pontos de venda. A Nestlé está presente em 99% dos lares brasileiros, segundo pesquisa do instituto Kantar Worldpanel, e possui mais de mil itens.
Carne
Na estreia da categoria carne, a Friboi foi a mais lembrada, com 45% das menções. Nos próximos anos, a meta é ampliar a lembrança do consumidor. Na pesquisa, 42% dos entrevistados não souberam citar nenhuma marca quando se fala em carne. No Brasil, o mais comum é pedir no açougue pelo corte (picanha, filé mignon).
carne
“No passado, vários commodities não tinham marcas: arroz, óleo de cozinha, água… Se tudo isso tem marca hoje, por que a carne ainda não tinha?”, diz Maria Eugênia Campacci Rocha, gerente de marketing do Grupo JBS, detentor da marca. “Foi com base nesse pensamento que o grupo planejou mudar a relação de compra de carne bovina”, afirma.
Para incorporar o hábito o mais rápido possível, a Friboi começou há dois anos o processo de construção de marca. A primeira campanha, Vai Zé, conta a história do fundador da Friboi, José Mineiro. Depois, os consumidores podiam trocar selos que vinham nos produtos por bonequinhos de cantores sertanejos, os Miniastros.
A primeira campanha nacional, que começou em abril e está no ar atualmente, tem o ator Tony Ramos como garoto-propaganda. A frase “Essa carne é Friboi?” virou “meme” na internet.
A campanha também foi alvo de críticas. Entidades como Abrafrigo (Associação Brasileira de Frigoríficos) e CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) afirmaram que as propagandas depreciam os concorrentes que oferecem carne de também aprovadas pelos órgão de inspeção federal.
friboi
Fonte: Jornal Folha de São Paulo, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

Grupo de Trabalho da Pecuária Sustentável promove VI Seminário com foco na pecuária sustentável na prática

No dia 27 de novembro será realizado o VI Seminário do Grupo de Trabalho da Pecuária Sustentável (GTPS), com o tema Pecuária Sustentável na Prática. Esta edição do seminário, gratuito e aberto ao público, tem dois objetivos principais: a assinatura dos acordos de cooperação entre o grupo e o Ministério do Meio Ambiente (MMA) e a Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE/PR) e a apresentação detalhada do programa Pecuária Sustentável na Prática, lançado em agosto deste ano.
A assinatura do acordo de cooperação com o MMA tem o objetivo de promover e apoiar a regularização ambiental dos imóveis rurais, com foco no Cadastro Ambiental Rural (CAR). “O Brasil possui 5,4 milhões de propriedades rurais. Com a nova legislação, todo produtor rural terá que aderir ao cadastro e queremos dar nossa parcela de contribuição para promover essa participação”, explica o presidente do GTPS, Eduardo Bastos. Já o acordo com a SAE tem o propósito de construir a proposta da linha de crédito orientado, denominada “Intensifica Pecuária”.
Na segunda parte do seminário, o GTPS fará explanações sobre o programa Pecuária Sustentável na Prática e os sete projetos atuantes em cinco estados brasileiros: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Rondônia e Bahia. O programa, que reúne 24 parceiros e terá dois anos e meio de duração, conta com o financiamento do Farmer Support Programme (FSP), fundo do governo holandês, e com R$ 9 milhões por meio de contrapartidas dos associados do próprio GTPS, e tem o objetivo de desenvolver e testar mecanismos e ferramentas para uma produção mais sustentável. Além de compilar um Guia de Pecuária Sustentável, com base nas experiências dos associados e foco no “como fazer”, acessível ao produtor.
Para a cerimônia de abertura do VI Seminário do GTPS estão convidados o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Antonio Andrade, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, o ministro da SAE/PR, Marcelo Nery, e o presidente da EMBRAPA, Maurício Lopes.
Serviço
VI Seminário do Grupo de Trabalho da Pecuária Sustentável
Data: 27/11/2013
Horário: das 8 às 18 horas
Local: Avenida das Nações Unidas, 14171, Diamond Tower, São Paulo – SP
Inscrições gratuitas: gtps@wenter.com.br – as vagas são limitadas
Mais informações sobre o GTPS estão disponíveis no sitewww.pecuariasustentavel.org.br.
Fonte: GTPS, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

Abates aumentam, oferta de carne cresce, mas preços estão maiores

 
O mercado atacadista de carne bovina se recuperou, depois de sucessivas desvalorizações.

O reajuste médio nos últimos sete dias foi 0,7%. A alta foi puxada pelos cortes de traseiro, 1,6% mais caros na semana.

Isso demonstra que o varejo se prepara para o período de vendas melhores típico de início de mês, o que aumenta a demanda no atacado.

A expectativa é de que, além do início de mês, o comportamento sazonal de final do ano, com contratações temporárias, décimos terceiros salários e bonificações, aqueça ainda mais as vendas nos dois últimos meses do ano.

Apesar da margem da indústria que desossa estar em 24,0%, três pontos percentuais abaixo do resultado do mesmo período de 2012, a carne sem osso é vendida por um valor médio 7,0% maior.

Aliás, em quase todos os meses a carne bovina ficou mais cara que em 2012. Na média do ano, até o momento, os cortes foram entregues ao varejo por um valor 1,0% acima do observado no ano passado.

Com os abates sob Inspeção Federal (SIF), segundo o MAPA, crescendo 10,2% até setembro, os preços maiores demonstram que o consumo tem ajudado.

As exportações de carne bovina in natura estão 25,5% maiores este ano, no acumulado de janeiro a setembro (MDIC).

Scot Consultoria
Autor: Alex Santos Lopes da Silva

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

A hora dos sintéticos, mais atenção nas suas escolhas

Crédito: Divulgação/FS
Esta temporada 2013 de reprodutores está se consolidando como de grande valorização para os touros sintéticos, leia-se Brangus e Braford.
Recentemente, discuti com amigos e colegas as possíveis causas desse fenômeno e chegamos em algumas possibilidades, como:
- a crescente britanização de nossos rodeios de cria (com alta influência de genética Angus e Hereford);
- a natural escolha dos sintéticos para realizar cruzamentos nessa base de gado (buscando alguma heterose e manutenção de % de zebuíno);
- a preocupação e necessidade de maior adaptabilidade do gado a regiões mais desafiadoras em clima e infestação de ecto-parasitas (busca por rusticidade);
- o competente trabalho promocional realizado por essas raças (grife-se Braford);
 
Parece-me que os motivos são justos e técnicos, porém deixo o alerta que a escolha e acerto na aquisição de um touro sintético são mais difíceis que no caso de um touro europeu puro (Angus ou Hereford). Na raça pura, as características produtivas estão bem “fixadas” e mesmo reprodutores de qualidade média contribuem com essas características nos rodeios usados (ex: fertilidade, precocidade sexual, precocidade de terminação, padronização da produção, etc.). Porém, contudo e entretanto a situação é bem distinta em touros sintéticos. Esses animais e raças são resultados de programas de cruzamento e o que vemos é parte qualidade genética e parte heterose. O belo visual de um touro sintético pode ser consequência em boa parte por heterose (vigor do cruzamento) e heterose não se transmite para seus produtos. Dito e compreendido isso, é importante reforçar o alerta para muita atenção e critério na escolha de touros sintéticos. Buscar touros registrados, Dupla Marca, de origem de uma boa seleção, com correção estrutural, etc., são regras básicas na compra de um touro. No caso dos sintéticos tudo isso segue valendo e ainda temos que nos preocupar em priorizar animais com gerações avançadas e bom temperamento. Não tenho dúvidas que touros Brangus e Braford são úteis e necessários para nossa pecuária, porém para o acerto no uso dessa genética o cuidado deve ser redobrado.    
fonte: Folha do Sul

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Médias dos touros Hereford e Braford ultrapassam R$ 11 mil no 11º Leilão Wolf Genética e Pitangueira

O 11º Leilão Wolf Genética e Pitangueira, realizado na sexta-feira (25 de outubro) em Dom Pedrito/RS faturou R$ 454.191,00 com a comercialização de 39 reprodutores Hereford e Braford e média de R$ 11.928,00 e R$ 11.313,00, respectivamente. 

Foram vendidos 27 exemplares da Raça Hereford e 12 da Braford. O animail mais valorizado do remate foi o reprodutor Hereford de 2 anos (tatuagem 3073) vendido por R$ 20.250 mil para o criador Willy Haas Filho, da Fazenda Irapuá, Cachoeira do Sul/RS.

Fonte: Correio do Povo, adaptado pela equipe ABHB

Informativo - Inspetoria de Defesa Agropecuária de Pelotas


Consumidor terá papel decisivo na produção de carne, diz especialista uruguaio

Fabio Montossi reforça necessidade dos pecuaristas estarem atentos às exigências do mercado

Consumidor terá papel decisivo na produção de carne, diz especialista uruguaio Renato Bairros/Agencia RBS/
Produtores precisam estar atento às demandas vindas do consumidorFoto: Renato Bairros/Agencia RBS
A exemplo do Brasil, o Uruguai também viu a agricultura avançar sobre áreas de pecuária. Nos últimos cinco anos, mais de 1 milhão de hectares foram convertidos em lavoura no país vizinho. A realidade exigiu ajustes na produção de carne, afirma Fabio Montossi, diretor do Programa Nacional de Investigação para a Produção de Carne e de Lã do Instituto Nacional de Investigação Agropecuária (Inia).

Entre as necessidades atuais, a de estar atento às demandas vindas do consumidor, que cada vez mais influenciarão a maneira como a produção será desenvolvida. Itens como ambiente e responsabilidade social ganham peso nos sistemas de produção.

– O consumidor está mudando a maneira de pensar e, se não mudarmos, podemos perder uma oportunidade comercial – afirmou durante palestra no fórum De Onde Virão os Terneiros, realizado em Santa Maria nesta terça-feira.

O Uruguai tem hoje um rebanho de 11,5 milhões de bovinos e um abate de 2,3 milhões de cabeças ao ano. Oitenta por cento dessa produção é destinada à exportação.
ZERO HORA

URUGUAY - Más interés por novillos que por terneros en el mercado de reposición

Esta característica se percibió en la primera jornada del remate de Plazarural, que inició este martes y que concluye este miércoles en el hotel Sheraton

El interés del mercado de reposición por los novillos superó a la demanda que hubo por los terneros en la primera jornada del 130º remate de Plazarural, este martes en el hotel Sheraton.
“Hubo más interés por los novillos que por los terneros, el mercado tuvo una tónica más ágil, sobre todo a medida que aumentaban los kilos de los ganados que pasaban por la pantalla, a pesar de la baja de precios en el mercado de haciendas gordas”, comentó a El Observador el consignatario Gonzalo Indarte, integrante de Plazarural. 
Cabe recordar que en esta edición del remate de Plazarural también se desarrolla la venta de Plaza Angus, donde se ofrecen excelentes ganados de la raza, tanto en invernada con el sello Aprobado Angus como en categorías de hembras.
Indarte destacó que los lotes de terneros de mayor calidad no sufrieron bajas de precios y se vendieron en su totalidad. Indicó que el mayor precio en la categoría de terneros se pagó por un lote Aberdeen Angus, consignado al escritorio Indarte & Cía por el productor Curupy Pintos, del departamento de Flores, y vendido a la firma Río de los Ceibos en US$ 2,41 por kilo.
Los precios máximo, mínimo y promedio fueron: 3.602 terneros US$ 2,41, US$ 1,85 y US$ 2,07; y 1.476 novillos de 1 a 2 años US$ 2,005, US$ 1,80 y US$ 1,88.
El remate continúa este miércoles con la oferta de hembras y ganados de cría. Las ventas se hacen con financiación de 90 días y plazos adicionales otorgados por el Banco República.
fonte: El Observador

Uruguay no consiguió llegar a los tres millones de terneros

Este martes, en la XIª edición del Taller de evaluación de diagnósticos de gestación de ganado vacuno de carne realizada en INIA Treinta y Tres, se indicó que el porcentaje de preñez es 81,5%. La evaluación se realizó en base a los diagnósticos veterinarios de 360.000 vacas distribuidas por todo el país.
Se estima que en esta primavera no se llegará al objetivo de 3 millones de terneros, como estaba previsto, y que la producción será un poco superior a 2,8 millones de cabezas.
De todos modos el porcentaje de preñez es muy alto en comparación al registrado el año pasado (74,5%), que ya había sido muy bueno y a la media de los últimos años, que se ubicó entre 60% y 65%.
fonte: EL Observador

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Guatambu, Alvorada e Caty ainda comemoram resultado da 41ª edição de remate em Dom Pedrito

Tradicional evento de Dom Pedrito comercializou 238 animais das raças P. Hereford e Braford, além de sorteio de sêmen
A 41ª edição do remate Guatambu, Alvorada e Caty reafirmou a tradição de fornecedor de touros e fêmeas para os criadores mais exigentes das raças Polled Hereford e Braford. Com um faturamento de R$ 1.302.108,00, o leilão, realizado no último sábado, dia 05 de outubro, em Dom Pedrito, demonstrou que o já consagrado trabalho de melhoramento genético desenvolvido pelas três estâncias, fundadoras e integrantes da Conexão Delta G, rende animais com características desejadas e buscadas por pecuaristas que extrapolam as fronteiras do Rio Grande do Sul.
O animal mais valorizado foi o Touro Alto da Cepa, da Guatambu, Tatuagem K413, um Braford de 2 anos, vendido por R$ 15.000,00 para Eduardo Hoffman, de São Francisco de Paula. O animal possui altos índices genéticos, com importante destaque para DEP que indica alta resistência à infestação de carrapatos.
O maior investimento foi Ingrid Maria Schmidt Ibargoyen Paiva, de Cacequi, totalizando 60 animais por R$ 198.682,50. Os touros Braford alcançaram a média geral de R$ 8.850,00 enquanto os touros Polled Hereford atingiram o preço médio de R$ 8.205,00. O grande destaque da tarde ficou por conta das novilhas, em especial as fêmeas jovens, que, com um ano de idade, tiveram intensa procura e atingiram a média de R$ 1.800,00.
O evento, já conhecido por possuir a maior oferta de Braford e Hereford do Brasil, recebeu 43 compradores de 21 municípios e superou as expectativas da organização. O público de mais de 500 pessoas pode conferir a nova estrutura para o remate e as instalações da vinícola, onde foram recebidos para o almoço.
Para os organizadores, o sucesso do resultado, assim como o alto número de clientes, é o coroamento de um longo e sério trabalho que vem sendo desenvolvido pelas propriedades vendedoras: “Apresentamos anualmente animais oriundos de forte seleção genética e caracterizados pela adaptabilidade e rusticidade, todos com índices genéticos superiores no rigoroso programa de seleção por produção a campo da Conexão Delta G. Nossos costumeiros clientes comprovam essa superioridade genética e por isso retornam às compras. E os novos compradores se fazem presentes para testar essa genética, fruto das boas referências que recebem”, enfatiza Valter José Pötter, diretor-proprietário da Estância Guatambu.

Pista limpa em apenas quarenta minutos no remate da Quiri em Dom Pedrito


Quarenta minutos de remate, foi o tempo suficiente para que a Agropecuária Quiri vendesse todos os reprodutores angus ofertados em seu 24º remate, ocorrido nesta quinta-feira, 24 de outubro, durante o Farm Show 2013 em Dom Pedrito.
O faturamento total do remate foi de R$ R$ 368.680,00 com a venda de 40 animais, sendo 19 touros vermelhos e 21 pretos, muito superior ao da edição anterior, quando com a venda de 45 animais a Quiri faturou R$ 309.450,00. O animal de maior valor do leilão, o touro Red Angus Tat. N 96 CACA, foi arrematado por Clóvis Macedo Glaudie Ley, pelo valor de R$ 12.750,00.O maior comprador da amostra, foi o criador Milton Postiglione Cardoso de Santana do Livramento, que investiu R$ 35.750,00 na aquisição de 4 reprodutores.
A média geral do remate (animais pretos e vermelhos) foi de R$ 9.217,00, muito superior à média do ano passado, que foi de R$ 6.876,00.
Conforme Vanderlei Garcia, o resultado nas vendas do remate superou as expectativas. – Destacamos a participação de novos e antigos clientes, que comprovaram mais uma vez a excelente genética angus atualmente produzida na Quiri, finalizou o Médico Veterinário da Quiri.
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Remates na Farm Show 2013

fonte: Sindicato Rural de Dom Pedrito

Sexta-feira de bons negócios nos remates da Exposição

A 80ª Exposição Agropecuária – Farm Show 2013, uma realização do Sindicato Rural de Dom Pedrito, teve bons negócios nesta sexta-feira, 25 de outubro, nos remates realizados pela Santa Thereza Agricultura e Pecuária, Wolf Genética e Pitangueira.
A Wolf Genética comercializou todos seus 27 animais da raça Polled Hereford que colocou em pista, conseguindo uma excelente média de R$ 11.927,78, totalizando um faturamento de R$ 322.050,00. O maior comprador do leilão foi o criador Pedro Augusto Severo Pinto de São Gabriel, que investiu R$ 66.000,00 na aquisição de 6 animais. O animal mais valorizado do remate da Wolf Genética foi o TOURO TATUAGEM 3073 de 2 anos adquirido pelo criador Willy Haas Filho do município de Cachoeira do Sul, que desembolsou R$ 20.250,00 na aquisição do animal.
Já a Pitangueira, por sua vez, também comercializou toda sua oferta de 12 touros da raça Braford colocado em pista, com a média de R$ 11.312,00 e faturamento total de R$ 132.00,00. O reprodutor Braford mais valorizado do remate da Pitangueira foi o TOURO TATUAGEM K 164 de 2 anos, adquirido por R$ 15.750,00pelo produtor Daniel Uriqui.
Os remates da Wolf Genética e Pitangueira tiveram 20 compradores dos municípios de Dom Pedrito, Bagé, Itaqui, Cachoeira do Sul, Santana do livramento, Lavras do Sul, São Borja e São Gabriel.
Por sua vez, no primeiro remate da tarde a Santa Thereza Agricultura e Pecuária vendeu 80% de sua oferta de reprodutores e ventres angus , com faturamento 14,5% superior ao do ano passado que foi de R$ 118.850,00. José Roberto Pires Weber , da Santa Thereza considerou o resultado do remate razoável com média de R$ 5.525,00 nos machos.
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Confira projeções para o mercado da carne bovina no Brasil, EUA, Austrália, China e Uruguai – Relatório Rabobank 3T13

Cenário atual
O Rabobank Global Cattle Price Index parece ter alcançado um piso após dois anos e meio de firmes declínios. Os preços da carne bovina na maioria dos países aumentou levemente em agosto, comparado com o ano anterior (Figura 1 e 2). O crescimento limitado da oferta, principalmente devido ao declínio nos preços dos alimentos derivados de animais, induziu a uma retenção de rebanho e a contínua forte demanda de importação da Ásia deu suporte a esse desenvolvimento.
Embora a maioria dos países tenha registrado uma melhora nos preços da carne bovina comparado com o ano anterior, os preços australianos declinaram como resultado das condições climáticas negativas. A estação úmida não existente no norte da Austrália forçou os produtores a abater mais animais devido à escassez de alimentos e água.
A indústria global de carne bovina está assistindo ao desenvolvimento da atual saga referente ao uso de beta-agonistas nos Estados Unidos. Depois da indústria de carne suína dos Estados Unidos ter se assustado pela rejeição das exportações de carne suína a alguns países devido ao uso de ractopamina na primeira metade de 2013, o anúncio da Tyson de que, a partir de 6 de setembro, não aceitaria mais gado que tivesse recebido Zilmax está sacudindo a indústria. Apesar do fato de o uso do Optaflexx, outro beta-agonista, não ter sido afetado, essa questão impactará negativamente na oferta de carne bovina dos Estados Unidos e, dessa forma, nos preços globais da carne em um futuro próximo.
O Canadá está passando por um ano incomum nos envios de gado aos Estados Unidos, com os envios de boi gordo caindo em 1%, enquanto as vendas de boi para engorda (+68%) e vacas para abate (+82%) aumentaram respectivamente devido aos altos custos dos alimentos animais e ao fechamento de um processador de vacas de Quebec no final de 2012.
Notavelmente, os preços brasileiros aumentaram devido à menor oferta inesperada e às fortes exportações, que resultaram da desvalorização do real brasileiro com relação ao dólar dos Estados Unidos. Na União Europeia (UE), os mercados estão normalizando após o impacto do escândalo da carne de cavalo no mercado.
Apesar do aumento na produção na Argentina – os abates e a produção de carne bovina aumentaram em 12% e 10%, respectivamente – as exportações estabilizaram devido a uma combinação de tarifas de exportação e a uma taxa de câmbio não competitiva.
Figura 1: Preços médios globais do bovino vivo, em US$/kg
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Fonte: Bloomberg, Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), Meat and Livestock Australia (MLA), NZX Agrifax, Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA), Instituto Nacional de Carnes do Uruguai (INAC), Instituto de Promoção da Carne Bovina Argentina (IPCVA), Ontario Cattlemen’s Association (OCA), 2013.
T2 = segundo trimestre; T3 = terceiro trimestre
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Previsão
Esperamos mais aumentos no mercado global de carne bovina para o restante do ano e em 2014, com a principal questão em muitas regiões no mundo sendo onde obter ofertas suficientes de carne bovina. O declínio nos preços dos alimentos animais apoia a retenção do rebanho, limitando mais a disponibilidade já escassa.
Além disso, a demanda permanecerá forte, com a economia global se recuperando levemente e crescendo continuamente o bem-estar nos mercados em alta da Ásia, especialmente China. Principalmente nos próximos meses, as importações chinesas poderão aumentar devido à aproximação do período de festividades em direção ao Ano Novo Chinês em fevereiro.
Esse desenvolvimento pode mudar os padrões tradicionais de comércio, com os exportadores australianos enviando produtos a esses mercados com rápido crescimento ao invés do tradicional mercado dos Estados Unidos, onde a oferta continuará escassa. Isso dará suporte aos fortes preços, que poderão ser difíceis de serem repassados aos consumidores, mas é positivo que os preços das proteínas concorrentes também devam se manter elevados, limitando a competição.
Atualizações regionais
Brasil
Brasil
Os preços dos bovinos no Brasil ficaram em média em R$ 102 no terceiro trimestre de 2013, 3% acima do segundo trimestre e 12% acima da média do mesmo período do ano anterior (Figura 3). Esses aumentos nos preços foram resultado de uma oferta menor do que o esperado dos confinamentos e da maior demanda do setor exportador como consequência da desvalorização da taxa de câmbio.
Os efeitos da desvalorização da moeda local se refletiram no crescimento dos volumes de carne bovina exportados, mas também, na queda dos preços médios internacionais em dólares dos Estados Unidos. Os volumes de exportação em agosto foram os mais altos em mais de cinco anos.
Para os primeiros oito meses do ano, as exportações de carne bovina aumentaram em 26% em termos de volume e 20% em termos de valor, apesar de os preços médios de exportação terem declinado em 5,8% durante o mesmo período.
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As exportações à Hong Kong até agora nesse ano estão em níveis recordes e, apesar de controles mais rígidos terem sido implementados na fronteira chinesa em agosto, limitando, dessa forma, o comércio no “canal cinza” por um tempo, elas foram relaxadas nas últimas semanas. As exportações à Rússia aumentaram como resultado da desvalorização do Real, parcialmente substituindo as exportações de outros países, como Paraguai e Uruguai.
As margens dos frigoríficos de carne bovina orientados ao mercado doméstico caíram inesperadamente no começo de agosto (Figura 4). Os frigoríficos não foram capazes de transferir os maiores preços dos animais para a cadeia de valor devido ao enfraquecimento da demanda doméstica, o que resultou em grande parte do impacto da inflação (geral) sobre o poder de compra dos consumidores e dos altos preços. As margens dos frigoríficos de carne bovina se recuperaram rapidamente a partir do meio de agosto para frente devido ao crescimento sazonal da oferta.
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Para o quarto trimestre, o Rabobank espera que os preços dos animais vivos no Brasil continuem se fortalecendo, liderados pela maior demanda de exportação e menor disponibilidade de animais alimentados com grãos e pasto depois que o crescimento sazonal da oferta enfraquecer. Entretanto, o aumento dos preços provavelmente será limitado devido à competição com outras proteínas.
Estados Unidos
Estados Unidos
A grande história na produção de carne bovina dos Estados Unidos tem sido uma saga em volta dos beta-agonistas. Em 7 de agosto, o frigorífico Tyson inesperadamente anunciou que até 6 de setembro não aceitaria mais bovinos que tivessem recebido Zilmax. O anúncio deixava claro que não se tratava de uma questão de segurança alimentar, mas de preocupações sobre o bem-estar animal devido a notícias sobre alguns animais que receberam o aditivo terem apresentado claudicação e problemas de mobilidade.
As reações iniciais de outros importantes processadores de carne bovina dos Estados Unidos foram que não tinham tido nenhum problema e que continuariam aceitando animais que receberam o aditivo. À medida que o debate sobre o Zilmax continuou, a Merck, fabricante do aditivo, inesperadamente anunciou em 16 de agosto que iria temporariamente descontinuar as vendas do Zilmax até que uma revisão detalhada sobre qualquer possível efeito na saúde dos animais relacionados ao produto fosse completado.
Após a decisão da Merck de suspender as vendas, o restante dos processadores dos Estados Unidos anunciou que não mais aceitariam animais que receberam o produto até que todas as avaliações fossem completadas. Embora as vendas do Zilmax tenham sido suspensas, o uso do Optaflexx, um produto beta-agonista fabricado pela Elanco, não foi afetado.
As ações de mercado para o verão foram sem intercorrências. Os preços do boi gordo foram comercializados dentro de US$ 1,19 a US$ 1,20 do meio de junho até julho e aumentaram para US$ 1,23 durante agosto e setembro.
Os preços do boi gordo deverão continuar sendo comercializados em um alcance estreito em outubro devido às amplas ofertas de curto prazo. Embora o mercado continue com uma previsão letárgica de curto prazo, existe ainda um potencial para um forte aumento no quarto trimestre devido ao estreitamento das ofertas de animais como resultado das menores colocações durante a primavera e o verão. O Rabobank espera que os preços do boi gordo aumentem para US$ 1,30 até o final do ano e espera ver preços ainda maiores no primeiro trimestre de 2014.
Após ter registrado uma queda sazonal no final de maio, os preços dos bois para engorda tiveram uma forte recuperação nos preços de mais de US$ 20,00/100 libras (US$ 44,09/100 kg). O aumento de preços dos animais para engorda foram direcionados por ofertas ainda menores de animais de reposição. Não somente os animais domésticos para engorda estão em oferta escassa, mas as menores ofertas foram ainda mais reduzidas pela forte redução nas importações de bovinos para engorda do México. As importações de animais para engorda do México caíram mais de 450.000 cabeças até agora nesse ano.
Além disso, a recuperação das condições de pastagem renovaram as esperanças de reconstrução do rebanho, que desaceleraria a liquidação de vacas durante a segunda metade do ano. Isso poderia também encorajar a retenção de novilhas, que reduziria mais a oferta de bovinos para engorda.
Os preços dos bovinos para engorda deverão mostrar alguma flexibilização à medida que os envios de bovinos e bezerros para engorda aumentem durante o outono. Qualquer redução nos preços deverá ser apenas temporária devido à demanda de mais capacidade para engorda e crescente garantia de uma nova safra de milho de tamanho razoável e ofertas de feno que reduzirão os custos dos grãos e melhorarão as margens de engorda para os animais.
Canadá
Canadá
À medida que a época da colheita se aproxima, todas as indicações são de que o Canadá estará acima da média do ano safra, que permitirá a reconstrução das ofertas de grãos e de feno. A reconstrução dos alimentos animais seria favorável aos produtores de gado no próximo ano.
O Canadá tem tido um ano muito incomum em termos de envios de bovinos para os Estados Unidos. Os menores números de gados confinados, direcionados pelos baixos retornos aos engordadores de animais e aos altos preços dos grãos usados na alimentação animal, bem como o forte dólar canadense, levaram a uma escassa oferta de animais confinados. As vendas de boi gordo caíram em 1% com relação ao ano anterior.
Já com os animais para engorda a situação é o oposto. Como resultado de um enorme volume de exportações de bovinos para engorda no começo do ano, os envios aos Estados Unidos aumentaram em 68% com relação ao ano anterior. Essa tendência não deverá continuar, à medida que a reconstrução dos estoques de alimentos deverá levar a menores exportações de animais para engorda no próximo ano.
Além disso, as vendas de vacas para abate do Canadá aos Estados Unidos aumentaram em 82% com relação ao ano anterior. Entretanto, o aumento dos envios de vacas foram pelo fechamento de um processador de bovinos em Quebec no final do quarto trimestre de 2012 e não pela maior liquidação.
Até 1 de agosto, o número de bovinos confinados canadenses era de 640.000 cabeças, 1% a mais que no ano anterior. As colocações de animais para engorda em julho foram de 46.800 cabeças, 10% a menos que no ano anterior, também refletindo um aumento nos envios de animais para engorda aos Estados Unidos. As vendas de boi gordo durante julho foram de 143.900 cabeças, 7% a menos que no ano anterior, e outras comercializações foram de 11.100 cabeças, 10% a mais que no ano anterior, refletindo um bom alcance e condições de pastagens, que permitiu que mais animais fossem enviados para forragens naturais.
As expectativas são por um ano melhor para a indústria pecuária canadense no próximo ano, com reconstrução dos estoques de alimentos animais e feno, bem como de melhores condições e alcance de pastagens. Quando combinado com melhores previsões de preços, isso levará à certa reconstrução da indústria no próximo ano.
União Europeia (UE)
União Europeia
A indústria de carne bovina da UE passou por dificuldades na primeira metade de 2013. O impacto do escândalo da carne de cavalo e a queda nas ofertas de bovinos resultaram em um aumento maior que o esperado nos preços, alcançando um novo nível recorde de 4,48 euros (US$ 6,14) por quilo de equivalente peso carcaça (Novilhos R3) em junho.
A situação resultou em aumento dos requerimentos de capital de trabalho e pressão nas margens para a indústria de carne bovina da UE. Esses maiores custos puderam somente ser parcialmente repassados à cadeia de valor, devido à maior resistência dos consumidores aos altos preços.
Os preços da carne bovina da UE aumentaram à medida que a maioria das redes varejistas e de foodservice do Reino Unido e na Irlanda começaram a comprar carne local em reação ao escândalo da carne de cavalo. Os preços da carne bovina aumentaram muito mais rápido na Irlanda e no Reino Unido do que na Europa continental. Por exemplo, os preços das novilhas (R3) aumentaram em 6,1% na Irlanda e em 8,3% no Reino Unido, enquanto o preço médio na UE aumentou em 4,4%. Além disso, um declínio maior na disponibilidade de bovinos – os números de abates na UE caíram em 4,3% na primeira metade de 2013 – também deram suporte ao aumento de preços.
Isso mostra que a situação na UE ainda é de oferta escassa. Entretanto, o desenvolvimento divergente de preços das diferentes categorias de carne bovina desde o começo do ano mostraram que a carne da UE está se normalizando (Figura 5). Isso, devido ao fato de que a maioria dos problemas nas relações de fornecedor-cliente foi resolvido e a oferta está começando a se recuperar. Isso pode ser visto nos preços para jovens touros (R3), que estão declinando mais que outras categorias, e o aumento de 8,4% nas importações de carne bovina, para 168.000 toneladas, de janeiro a junho, principalmente devido à maior oferta do Brasil (+42,6% para 71.000 toneladas).
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Austrália
Austrália
As más condições climáticas em Queensland e partes de New South Wales continuaram direcionando a maior oferta de carne bovina durante os meses de inverno australiano (com pico em julho), pressionando os preços. A produção de carne bovina da Austrália nos primeiros sete meses de 2013 é de 11% ou 127 mil toneladas a mais que no mesmo período de 2012, levando o total para o ano para 1,3 milhão de toneladas. As taxas de abates aumentaram até julho em 14%, ou 603.000 cabeças, com relação a 2012, para um total de 4,8 milhões de cabeças.
Os preços do final de maio ao começo de setembro aumentaram em 14 centavos. Entretanto, eles continuam 17% ou 64 centavos de dólar australiano (61,90 centavos de dólar) atrás dos níveis de preços do ano anterior. O Eastern Young Cattle Indicator no começo de setembro era, em média, de 312,50 centavos de dólar australiano (302,29 centavos de dólar) por quilo.
As condições climáticas extremamente difíceis vêm direcionando menores preços, particularmente no norte da Austrália, onde a estação úmida não existente forçou os produtores a abater estoques devido à escassez de alimentos e água. Subsequentemente, o aumento nos abates de bovinos durante o ano e a baixa qualidade dos bovinos oferecidos como resultado das condições difíceis, têm reduzido os preços.
A previsão para a maioria do setor de carne bovina australiana é mista, com uma previsão do Serviço de Meteorologia, sugerindo que o sudeste do país deverá receber chuvas acima da média nos próximos três meses. Entretanto, a previsão para o norte da Austrália não é tão otimista, colocando mais pressão em uma situação que já é preocupante.
A oferta deverá cair no restante do ano, particularmente com esses grandes números de animais processados até agora em 2013. As menores ofertas e a forte demanda por bovinos de qualidade terminados no quarto trimestre de 2013 deverão levar a uma melhora nos preços pagos ao produtor.
As exportações totais de carne bovina da Austrália de janeiro a agosto aumentaram em 15% com relação ao mesmo período de 2012, ficando em 704.335 toneladas. As vendas em agosto foram as terceiras maiores registradas, de 98.401 toneladas. A demanda dos mercados de exportação permanecem fortes, com a China registrando volumes recorde em agosto (16.192 toneladas), trazendo as exportações totais da China em 2013 para 93.678 toneladas comparado com 5.685 toneladas com relação ao mesmo período de 2012.
As incertezas continuam rondando o comércio de bovinos vivos à Indonésia. Fortes sinais do governo indicam que a Indonésia pode adotar um sistema de paridade de preços para substituir o atual sistema de cotas, apesar de os detalhes dessa política ainda precisarem ser definidos. Os exportadores australianos continuaram diversificando seus mercados de exportação, com destinos como Israel, Malásia e Filipinas (que representam 20% dos mercados de exportação de animais vivos da Austrália) registrando aumentos de 78%, 50% e 153%, respectivamente, com relação ao mesmo período de 2012.
A Austrália agora tem um novo Primeiro Ministro, com Tony Abbott e o Partido Nacional Liberal (LNP) tendo ganho as eleições no começo de setembro. O LNP destacou seu desejo de acelerar os atuais acordos de livre comércio e desenvolver novas relações comerciais para o setor agrícola.
Argentina
Argentina
Os abates e a produção de carne bovina na Argentina aumentaram em 12% e 10%, respectivamente, durante a primeira metade de 2013, comparado com o ano anterior. Os números de julho seguiram a mesma tendência e os abates deverão continuar acima dos níveis do ano passado para o restante do ano.
Os preços dos animais caíram em 11% durante o segundo trimestre de 2013 e permaneceram relativamente estáveis durante o mês de julho. A quantidade de carne bovina exportada nos primeiros sete meses de 2013 foram 12% maiores que no ano anterior, mas com somente 2% de aumento em termos de valores exportados (Figura 6). Para o período da cota Hilton de 2012/13 (terminando em junho), a Argentina exportou 22 mil toneladas, deixando 30% da cota não atendida.
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Os exportadores estão achando difícil competir em muitos mercados devido à uma combinação de taxas de exportação e uma taxa de câmbio não competitiva na Argentina. Como resultado, a maioria da produção está sendo vendida no mercado doméstico. Os volumes exportados representaram somente 8,3% da produção total, um nível somente visto em 2001, quando o país fechou as exportações devido aos focos de febre aftosa.
Domesticamente, a ampla oferta e a competição com a carne de frango e suína estão mantendo os preços baixos. Os consumidores na Argentina estão atualmente absorvendo 60 quilos de carne bovina por capita por ano, um nível próximo à saturação.
Nova Zelândia
Nova Zelândia
As condições climáticas muito melhores durante o inverno e a previsão de clima favorável para a primavera certamente aumentaram a confiança da indústria de carne bovina neozelandesa, particularmente após as condições de seca desafiadoras do verão e do outono. De acordo com o baixo ponto sazonal na oferta, que ocorre no final do inverno e começo da primavera, os preços ao produtor melhoraram, enquanto que com os retornos médios de exportação também vieram alguns movimentos encorajadores de alta. O declínio no dólar da Nova Zelândia com relação ao dólar dos Estados Unidos, que caiu em cerca de 7% entre abril e o final de agosto, também ajudou.
Os preços ao produtor permaneceram relativamente estáveis durante junho e julho, pouco abaixo de 400 centavos de dólar neozelandês (338,92 centavos de dólar) por quilo, mas melhoraram gradualmente durante agosto e setembro (Figura 7). O preço do touro na Ilha do Norte no começo de setembro ficou em média em 407 centavos de dólar neozelandês (344,85 centavos de dólar) por quilo, 3% a mais que na mesma semana do ano anterior. Os preços deverão permanecer em cerca dos níveis atuais, com algum potencial de alta durante os próximos meses, à medida que a oferta diminui. Os preços no atual nível estão em seu ponto mais alto desde o começo de 2012.
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Os abates de bovinos alcançaram 2,15 milhões de cabeças na estação de processamento da Nova Zelândia (outubro a julho) e ainda continuam 12% acima dos mesmos 10 meses do ano anterior devido aos altos abates no começo de 2013. Entretanto, as ofertas caíram nos últimos meses.
Os abates totais de bovinos de corte durante maio, junho e julho declinaram em 5% com relação ao ano anterior, para 624.335 cabeças, com os volumes de processamento de vacas também declinando em 5% com relação ao ano anterior, para 274.589 cabeças. As ofertas deverão se estreitar mais durante setembro e outubro, apoiadas pelas condições favoráveis esperadas para o clima e para os alimentos animais, bem como pela desaceleração sazonal habitual nas ofertas.
De acordo com as menores ofertas, as exportações totais em maio (35.500 toneladas), junho (36.842 toneladas) e julho (28.411 toneladas) declinaram, caindo em 18%, 6% e 12% com relação ao ano anterior, respectivamente. Entretanto, as exportações de janeiro a julho ainda permanecem 6% maiores com relação ao ano anterior, em 264.135 toneladas, apesar do fato de as exportações à maioria dos mercados terem declinado em comparação com o mesmo período do ano anterior.
Compensando esses declínios e direcionando o crescimento geral esteve o aumento nos envios aos Estados Unidos (128.527 toneladas) e China (29.970 toneladas), que aumentaram em 5% e 722%, respectivamente, com relação ao ano anterior. A China agora se estabeleceu firmemente como o segundo maior mercado de exportação da Nova Zelândia, com retornos médios de exportação agora no mesmo nível dos Estados Unidos, em média em NZ$ 5,27 (US$ 4,46) por kg FOB durante os primeiros sete meses de 2013.
China
China
A oferta continuou escassa na China durante o terceiro trimestre de 2013. Entrando em setembro, o preço varejista da carne bovina aumentou levemente devido à chegada da estação de alto consumo. O preço médio atual no país aumentou em 3% comparado com o preço médio na primeira metade de 2013.
Entretanto, comparado com agosto de 2012, o preço varejista médio da carne bovina aumentou em 31%, alcançando US$ 9,5/kg como resultado da menor produção (Figura 8). As estimativas são de que a produção de carne bovina na primeira metade de 2013 caíram em 5% comparado com o mesmo período de 2012. O Rabobank espera que essa tendência continue, resultando em um aumento do valor do mercado de carne bovina da China de mais de 10% anualmente nos próximos três anos.
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No final de agosto, a lucratividade de produção aumentou para US$ 237/cabeça (cada cabeça equivale a 500 kg), 18% a mais que no segundo trimestre de 2013. A lucratividade no abate aumentou para US$ 150/cabeça, de US$ 30/cabeça no segundo trimestre. Entretanto, acredita-se que o número de bovinos abatidos caiu devido à menor oferta de animais vivos. O relatório semianual do Fucheng Wufeng, que é uma companhia chinesa registrada, reportou que a receita do negócio de bovinos vivos caiu em 97% na primeira metade de 2013, comparado com o mesmo período de 2012, enquanto a margem de receita bruta aumentou em 12,7%.
A lucratividade do segmento varejista aumentou substancialmente junto com os aumentos de preços no mercado varejista. Entretanto, o consumo de carne bovina é pressionado quando os preços aumentam. Os atuais preços crescentes têm sido suportados pela redução no consumo de carne de frango, que é resultado do surto de H7N9 em março e abril. Entretanto, à medida que o consumo de carne de frango aumenta gradualmente, os preços da carne bovina terão um potencial limitado de aumentar mais. Os preços da carne bovina deverão permanecer estáveis pelo restante de 2013.
Desde o final de 2012, as importações de carne bovina da China cresceram a uma taxa surpreendente. O volume de importação aumentou a cada mês, aproveitando a redução nos preços de compra. Nos primeiros sete meses de 2013, as importações de carne bovina congelada aumentaram em dez vezes comparado com o mesmo período de 2012, alcançando 143.000 toneladas. O preço médio de importação caiu em 8,8%, para US$ 4,22 por quilo, comparado com o mesmo período de 2012. Ao mesmo tempo, as exportações de carne bovina congelada caíram em 63% devido à menor oferta doméstica e aos altos preços locais.
A Austrália continuou sendo o maior fornecedor de carne bovina à China, sendo responsável por 48% do volume total importado pela China nos primeiros sete meses do ano. O Uruguai está entrando rapidamente nesse mercado devido aos preços competitivos, com sua participação de mercado aumentando para 25% durante o mesmo período, tornando-se o segundo maior fornecedor à China.
As importações de carne bovina congelada e resfriada deverão continuar aumentando no restante de 2013, devido à escassez no mercado doméstico. À medida que os custos de produção dos produtos de carne bovina da China aumentam e a oferta diminui, as exportações de produtos de carne bovina deverão continuar caindo nos próximos meses.
México
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Após um primeiro semestre complexo, as margens dos engordadores começaram a se recuperar devido a melhores condições de pastagens e menores preços dos grãos no México. Além disso, o declínio nos estoques de bovinos continuará, mas a uma taxa mais lenta. Entretanto, as margens dos frigoríficos continuarão apresentando dificuldades, à medida que os preços do boi gordo continuam altos e o consumo de carne bovina ainda está baixo devido aos altos preços da carne.
O Rabobank continua mantendo sua previsão anterior sobre as exportações de bovinos do México. Em 2013, 1,2 milhão de cabeças deverão ser exportadas aos Estados Unidos, menos que as 1,5 milhão exportadas no ano passado. À medida que os estoques permanecem escassos e o consumo, letárgico, no final desse ano, a produção deverá declinar para 1,79 milhão de toneladas, menos que as 1,82 milhão de toneladas produzidas em 2012.
Os estoques finais de bovinos deverão ser de 17,3 milhão de cabeças, menos que as 18,5 milhão de cabeças do ano anterior. Entretanto, esse é um declínio anual de 6,3% nos estoques, menor do que a contração anual de 7,7% em 2012. As exportações totais representam 7,1% dos estoques totais de gado, enquanto em 2012, as exportações representaram 8,3% do estoque total de animais. Além disso, as exportações de fêmeas deverão representar 20% das exportações totais de bovinos, menos que os quase 30% observados no ano passado.
Os preços dos bovinos e da carcaça bovina até agora nesse ano aumentaram em 20% e 17%, respectivamente, enquanto os preços varejistas cresceram em cerca de 6%. Para o restante do ano, o Rabobank espera que os preços permaneçam nos níveis atuais, de acordo com as previsões anteriores.
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Como resultado dos altos preços da carne bovina no varejo, o consumo per capita deverá cair para 15,3 quilos com relação aos 15,9 quilos em 2012, seu menor nível histórico. Além disso, nesse ano a carne bovina se tornará a proteína com menor consumo per capita. O consumo de carne de frango no México deverá ser de 31,9 quilos, com o de carne suína sendo 16,9 quilos (Figura 9).
As margens apertadas estão forçando os produtores mexicanos a se tornar mais eficientes em suas operações. Como resultado, a indústria mexicana está competindo com sucesso com os Estados Unidos. As exportações de carne bovina mexicana até agora nesse ano aumentaram em 10%, enquanto as exportações dos Estados Unidos ao México aumentaram a uma taxa mais lenta do que no ano anterior, em cerca de 3%.
No entanto, o setor de carne bovina mexicano enfrenta muitos desafios à medida que a Rússia baniu as exportações mexicanas devido ao uso de ractopamina. Como resultado, as exportações mexicanas caíram em cerca de 18% com relação ao ano anterior. O Rabobank espera que as exportações mexicanas se recuperem até o final do ano, à medida que busca ganhar espaço em outros mercados, como Japão, União Europeia (UE) e Vietnã. Até o final do ano, o Rabobank espera que as exportações aumentem em 2,5% e as importações declinem em 2,3%.
Uruguai
Flag of Uruguay
A produção no Uruguai tem se mantido relativamente estável em comparação com o ano anterior, com somente 1,7% de aumento nos números abatidos nos primeiros oito meses do ano. Essa média esconde o fato de que os abates foram 20% maiores no ano anterior durante o primeiro trimestre, mas caindo desde maio.
As exportações refletem a taxa de abate, com as exportações nos primeiros oito meses alcançando 250 mil toneladas, somente 1% de aumento com relação ao ano anterior. Os principais importadores de carne bovina uruguaia nos primeiros oito meses de 2013 foram UE (25%), China (19%), Estados Unidos (13%), Israel (11%) e Rússia (8%). A importância relativa da China e da Rússia está muito diferente do que era em 2012, quando a Rússia representava 20% e a China apenas 3% das exportações de carne uruguaia.
No mercado doméstico, os preços da carne bovina reverteram o declínio visto no segundo trimestre e mostraram um aumento maior com relação ao ano anterior do que o observado nos preços dos bovinos. As margens dos frigoríficos, embora maiores que no ano anterior, caíram com relação aos maiores níveis observados no primeiro trimestre (Figura 10).
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Paraguai
Paraguai
Os abates de bovinos no Paraguai aumentaram firmemente durante o ano. Nos primeiros oito meses do ano, o Paraguai abateu mais de um milhão de cabeças, 45% a mais que no mesmo período do ano anterior.
As exportações do Paraguai continuaram aumentando no segundo trimestre de 2013 e alcançaram um nível recorde de 26 mil toneladas em agosto. Para os primeiros sete meses do ano, as exportações aumentaram em 40%, comparado com 2012, um ano impactado pelos focos de febre aftosa (Figura 11). A Rússia é o principal importador de carne bovina paraguaia, absorvendo 60% das exportações totais. Brasil (10%), Israel (7%) e Chile (5%) são outros importantes mercados.
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Indonésia
Indonésia
Direcionado pela demanda do festival Ramadã, os preços da carne bovina da Indonésia aumentaram para seu maior valor em agosto. Em média, os preços aumentaram em 6% com relação ao trimestre anterior e em 20% com relação ao ano anterior. As ofertas continuam sendo um problema para o país (Figura 12).
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Para resolver o atual problema de escassez na oferta e manter os preços sob controle, o governo da Indonésia relaxou as normas de importação. As cotas de importação foram transferidas do quarto ao terceiro trimestre, reduzindo a pressão sobre a oferta. A Indonésia também substituiu os sistema de cotas com um sistema de preço de referência sob o qual as importações serão permitidas desde que o preço não caia abaixo de um certo nível. Entretanto, as restrições permanecem sobre onde a carne importada pode ser vendida e sobre certos cortes na extremidade baixa do mercado.
Em longo prazo, para suprir a crescente demanda doméstica por carne bovina, o governo da Indonésia aprovou um plano para comprar um milhão de hectares de terra para pastagem na Austrália através de uma entidade estatal. A proposta recebeu reações mistas na Austrália. Entretanto, esse foi um passo significante após os tempos difíceis da relação comercial desde 2011.
A moeda da Indonésia, a rúpia, desvalorizou-se em 12% no terceiro trimestre, pressionando os preços da carne no país. Além da carne bovina, os preços da carne de frango também aumentaram em 19% no terceiro trimestre. Maiores preços das carnes deverão reduzir a demanda dos produtos no quarto trimestre.
Fonte: Relatório Rabobank Beef Quarterly, traduzido e adaptado pela Equipe BeefPoint